© PASOS. Revista de Turismo y Patrimonio Cultural. ISSN 1695-7121
Vol. 15 N.o 1. Págs. 195-210. 2017
www .pasosonline.org
Resumo: Este artigo possui como objeto de estudo a Unidade de Conservação Parque Nacional dos Campos Gerais
(PNCG), localizado no centro‑leste
do Estado do Paraná – Brasil e tem como objetivo geral realizar uma análise da
percepção dos moradores de quatro comunidades localizadas no entorno deste Parque, sobre esta UC e sua relação
com o Turismo. A metodologia adotada através de uma pesquisa qualitativa, com levantamento bibliográfico, visitas
in loco e aplicação de questionários com questões abertas e fechadas para os moradores. Buscou‑se
identificar com
este estudo o interesse que a atividade turística desperta no entorno deste Parque Nacional, no sentido de analisar
o potencial de oferta como fator de desenvolvimento e sustentabilidade local. Como resultado, observou‑se
que a
maior parte dos entrevistados mostra‑se
favorável ao PNCG e à participação ativa na atividade turística.
Palavras‑Chave:
Parque Nacional dos Campos Gerais; Unidade de Conservação; Comunidade Local; Turismo;
Campos Gerais.
Community-based ecotourism at Campos Gerais National Park-PR: The surrounding communities
Abstract: This article focuses on the National Park of Campos Gerais Conservation Unit – Unidade de Conservação
Parque Nacional Campos Gerais (PNCG), located in the centre-east region of the State of Paraná – Brazil, and
aims to analyse the perception of the residents of four communities located around this park, about this this
Conservation Unit and its relation with tourism. The adopted methodology was based on a qualitative research,
with a bibliographic survey, in loco visits and the usage of questionnaires with open and closed questions to the
residents. This study tried to identify the interest that the tourist activity raises around this National Park, aiming
to analyse the supply potential as a factor of local development and sustainability. As a result, it was observed that
most of the interviewed residents is favorable to the PNGC and to the active participation in the tourist activity.
Keywords: National Park of Campos Gerais; Conservation Unit; Local Community; Tourism; Campos Gerais.
Ecoturismo de base comunitária no Parque Nacional dos
Campos Gerais – PR: a ótica das comunidades de entorno
Leandro Baptista*
Universidade Estadual do Centro Oeste;
Jasmine Cardozo Moreira**
Universidade Estadual de Ponta Grossa
Leandro Baptista, Jasmine Cardozo Moreira
* E‑mail:
leandro.baptista@live.com
** E‑mail:
jasminecardozo@gmail.com
1. Introdução
Pode‑se
afirmar que na atualidade, cada vez mais as áreas naturais possuem uma maior complexidade
de gestão, sobretudo por serem locais que estão além da conservação do meio ambiente, mas que também
exercem influência nos âmbitos culturais e sociais.
Esta percepção volta‑se
também para um olhar mais recente sobre o papel das áreas naturais
protegidas exercem em todo o globo, já que diversos são os estudiosos que concordam que um dos atores
que mais são impactados pela prática do Turismo desordenado, são os moradores das comunidades
locais (Stigliano, 2009; Brandon, 2001; BOO, 2001).
Neste sentido, o Ecoturismo de Base Comunitária (WWF, 2003) pode ser utilizado como embasamento
teórico, visando compreender a oferta local deste segmento em relação às áreas naturais protegidas,
as Unidades de Conservação.
https://doi.org/10.25145/j.pasos.2017.15.012
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196 Ecoturismo de base comunitária no Parque Nacional dos Campos Gerais
Diante deste panorama, este artigo possui como objeto de análise o entorno do Parque Nacional dos
Campos Gerais (PNCG), com foco específico nas comunidades que estão nos limites estipulados em sua
zona de amortecimento, denominadas: Alagados, Biscaia, Cerradinho e Passo do Pupo, todas localizadas
no Distrito de Itaiacoca, pertencente ao município de Ponta Grossa – PR.
O motivo de analisar esta Unidade de Conservação, criada em 2006, sendo a mais recente dentro
da categoria Parque Nacional no Estado do Paraná remete‑se
ao fato de muitos estudos direcionados
ao PNCG visem compreender suas fragilidades ambientais, sobretudo com enfoques práticos e teóricos
para as Geociências, representando assim, uma lacuna na área do planejamento turístico.
Portanto, percebe‑se
que para um correto desenvolvimento sustentável e equânime dos benefícios
gerados com a criação de Unidades de Conservação, seus efeitos também devem ser repassados de forma
direta ou indireta para as comunidades locais, também co‑responsáveis
pela existência de tais áreas,
ao não descaracterizarem‑nas
antes de sua proteção legal. Assim, objetivou‑se
neste artigo identificar
possíveis oportunidades de inserção da população no PNCG por meio da atividade turística.
Assim, para o levantamento das oportunidades disponíveis neste local, utilizou‑se
uma abordagem
metodológica qualitativa da realidade, pois com esta, procura‑se
prevalecer à pluralidade de opiniões
e sentimentos em relação ao tema investigado (Triviños, 1987). Desta forma, através de entrevistas
semi‑estruturadas
que foram aplicadas em 63 residências, buscou‑se
compreender as formas de atuação
na atividade turística que despertam interesse nestes moradores.
Como resultado, verificou‑se
que o PNCG possui um considerável potencial para o desenvolvimento do
Ecoturismo de Base Comunitária, sendo capaz de agregar renda, ocupação, valorização sócio‑ambiental
e cultural para as comunidades investigadas.
2. A proteção da natureza através das Unidades de Conservação
As Unidades de Conservação (UC) fazem parte de uma importante estratégia de proteção da
natureza, visando principalmente, garantir a sobrevivência da biodiversidade e da geodiversidade que
serão herdados pelas futuras gerações. Esta preocupação tem relação direta com o atual estágio de
desenvolvimento global, uma vez que o ritmo de mudanças provocadas pela ação antrópica no ambiente
natural é dada em grande escala e muitas vezes são impossíveis de serem revertidas.
A despeito disto, os trabalhos da Comissão Mundial sobre o Meio Ambiente e Desenvolvimento
(CMMAD), orientam para a necessidade de alcançar um equilíbrio no uso e comprometimento dos
recursos naturais da Terra, ao observar que:
A humanidade é capaz de tornar o desenvolvimento sustentável – de garantir que ele atenda as necessidades
do presente sem comprometer a capacidade de as gerações futuras atenderem também as suas. O conceito de
desenvolvimento sustentável tem, é claro, limites – não limites absolutos, mas limitações impostas pelo estágio
atual da tecnologia e da organização social, no tocante aos recursos ambientais, e pela capacidade da biosfera de
absorver os efeitos da atividade humana (Comissão Mundial Sobre o Meio Ambiente e Desenvolvimento, 1991, p. 9).
Percebe‑se,
portanto, que os benefícios gerados pelos avanços tecnológicos e o estabelecimento de
um novo paradigma social, debatidos há aproximadamente três décadas ainda encontram‑se
presentes
na atualidade, tendo o conceito de desenvolvimento sustentável uma íntima relação com os aspectos
defendidos através da criação de UCs, que objetivam possibilitar a recuperação de áreas naturais e a
manutenção de recursos ambientais.
De acordo com a União Internacional para a Conservação da Natureza (UICN, 2012), as áreas com
proteção são espaços geográficos definidos, reconhecidos e geridos, através de meios legais com fins de
conservação do ambiente. A UICN (2012) destaca também que algumas categorias de proteção, como
os Parques Nacionais são essenciais para a subsistência das pessoas, especialmente na escala local.
Além disso, estima‑se
que o conjunto de unidades protegidas em todo o globo seja responsável pelo
armazenamento de aproximadamente 15% do total de carbono gerado na Terra, contribuindo assim,
para o alcance das metas dispostas nos Objetivos de Desenvolvimento do Milênio – ODM (UICN, 2012).
No âmbito federal, o Artigo 225 da Constituição Federal de 1988, assegura que “todos têm direito ao
meio ambiente ecologicamente equilibrado, (...) impondo‑se
ao Poder Público e à coletividade o dever de
defendê‑lo
e preservá‑lo”.
Respeitando este direito, houve a promulgação da Lei nº 9.985/2000, a qual
estabeleceu o Sistema Nacional de Unidades de Conservação (SNUC), Sistema este responsável pelo
gerenciamento das UCs brasileiras (Brasil, 2000).
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O SNUC é regido de forma centralizada, deliberativa e consultiva pelo Ministério do Meio Ambiente
(MMA), Conselho Nacional do Meio Ambiente (CONAMA), e pelo Instituto Brasileiro e dos Recursos
Naturais Renováveis (IBAMA), tendo também órgãos executores em níveis estaduais e municipais.
Esta percepção sobre a natureza é relevante, uma vez que o Brasil apresenta grande parte do seu
território coberto por vegetação nativa, distribuídas em seis diferentes biomas, sendo: a Mata Atlântica,
a Amazônia, o Cerrado, a Caatinga, o Pampa e o Pantanal, onde é possível encontrar aproximadamente
20% das espécies do total de seres vivos do globo (Mazza et al, 2007).
Assim, o SNUC é constituído por Unidades de Conservação de todas as esferas políticas, que podem
ter criadas no âmbito federal, estadual ou municipal (Brasil, 2000). Para tanto, procurando promover
a efetiva proteção de biomas, o Sistema distingue os níveis de restrição nas unidades por meio de dois
grupos de proteção, sendo respectivamente:
•• Unidades de Proteção Integral, cujo objetivo tange a proteção da natureza e seu uso restrito
às atividades indiretas dos seus recursos naturais, ou seja, a utilização que não envolve consumo,
coleta, dano ou destruição dos recursos, onde se enquadra a atividade turística, e tem como
categorias de UCs: Estação Ecológica, Reserva Biológica, Parque Nacional, Monumento Natural
e Refúgio da Vida Silvestre;
•• Unidades de Uso Sustentável1, onde é possível a utilização parcial dos recursos naturais,
de maneira sustentável, como se exemplifica através das Reservas Extrativistas e a exploração
extensiva por comunidades tradicionais, com fins comerciais ou não (Brasil, 2000).
Estes dois grupos são responsáveis por nortear o manejo das áreas protegidas, visando garantir a
proteção da biodiversidade de acordo com diferentes níveis de restrição do uso, tendo nas Unidades de
Proteção Integral o objetivo de preservar a natureza, tendo sua utilização unicamente de forma indireta,
enquanto as Unidades de Uso Sustentável “permitem a interferência humana, de forma equilibrada
entre o desenvolvimento econômico e a preservação ambiental” (Manarim, 2008, p. 72).
Desta forma, percebe‑se
que o papel das UCs está desempenhando deve contribuir significativamente
para a conservação ambiental, envolvendo a promoção e o cuidado também no que tange aos aspectos:
cultural, social e econômico, os quais estão submetidas.
3. Parque Nacional dos Campos Gerais – PR
O Parque Nacional dos Campos Gerais (Figura 1) está situado na região centro‑leste
do Estado do
Paraná, na borda da Escarpa Devoniana, em áreas do Primeiro e Segundo Planalto Paranaense e é
composto por 21.286 hectares e está divido em dois polígonos com diferentes tamanhos, tendo no setor
norte 18.135 ha e o sul com 3.151 ha, com limites para a Zona de Amortecimento estipulado em 500 m
através de seu Decreto de criação (Brasil, 2006).
Figura 1: Disposição dos polígonos do Parque Nacional dos Campos Gerais
Fonte: ICMBio, 2012.
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198 Ecoturismo de base comunitária no Parque Nacional dos Campos Gerais
Os objetivos que devem ser alcançados ao proteger estas áreas referem‑se
em “preservar os ambientes
naturais (...) com destaque para os remanescentes de Floresta Ombrófila Mista e de Campos Sulinos,
realizar pesquisas científicas e desenvolver atividades de educação ambiental e turismo ecológico”
(Brasil, 2006).
Para Oliveira (2012), a região dos Campos Gerais despertou interesse de conservação por abrigar
expressivos e extensos fragmentos de floresta com araucária em estado avançado de regeneração próximas
à Imbituva, as formações hidromórficas (várzeas) ao longo do rio Tibagi e alguns de seus afluentes,
além do mosaico de Floresta Ombrófila Mista, Campos Sulinos e formações rupestres situados entre
os municípios de Carambeí, Castro e Ponta Grossa.
O interesse em preservar estes remanescentes foi destacado pelo Ministério do Meio Ambiente
(MMA) por meio da publicação dos resultados da Avaliação e Ações Prioritárias para a Conservação
da Biodiversidade da Mata Atlântica e Campos Sulinos em 2000. A atenção para estes ecossistemas é
ressaltada pelo documento, onde:
Os esforços para a conservação da Mata Atlântica e Campos Sulinos enfrentam grandes desafios. Os dois
biomas apresentam altos índices de biodiversidade e endemismo, mas encontram‑se
em situação crítica
de alteração de seus ecossistemas naturais; seus domínios abrigam 70% da população, além das maiores
cidades e os maiores pólos industriais do Brasil. O resultado dessa concentração pode ser evidenciado, por
exemplo, pelo fato de a Mata Atlântica estar reduzida à 8% de sua cobertura original e figurar entre os 25
hotspots mundiais, as regiões mais ricas e ameaçadas do planeta. Da mesma forma, os Campos Sulinos,
que se estendem desde o sul de São Paulo até o sul do Rio Grande do Sul, estão sob forte pressão antrópica
(MMA, 2000, p. 2).
Em relação aos Campos Sulinos, os diagnósticos também não são animadores. Além da destruição
deste ecossistema provocado principalmente por ações antrópicas, como queimadas e a transformação
destas áreas em culturas anuais, os estudos sobre estes têm origem muito recente e poucos dados são
conhecidos (MMA, 2000; MMA 2009).
Destacando a riqueza presente nestes dois tipos de vegetação, o MMA divulgou indicadores que
demonstram que o bioma abriga cerca de 7% das espécies conhecidas no mundo, com muitas destas,
ameaçadas de extinção, conforme se observa na Tabela 1.
Tabela 1: Diversidade, Endemismo e Espécies Ameaçadas
da Mata Atlântica (MA) e Campos Sulinos (CS)
Grupo
Taxonômico
Total de
Espécies
Espécies
Endêmicas
Espécies
Ameaçadas
MA CS MA CS MA CS
Plantas Vasculares 20.000 8.000
Mamíferos 250 102 55 5 35 13
Aves 1.023 476 188 2 104 10
Répteis 197 60 3
Anfíbios 340 90 1
Peixes 350 50 133 12 12 2
Fonte: MMA (2000).
Além dos aspectos voltados à biodiversidade presente no PNCG, este ainda possui grande relevância
em relação à geodiversidade (Figura 2), conforme corrobora Oliveira (2012, p. 93) quando o autor afirma
“que a composição geológica foi a condicionante fundamental para a criação do Parque Nacional dos
Campos Gerais no local e formato com que foi concebido”.
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Figura 2: Exemplo da geodiversidade através do recurso
turístico Buraco do Padre – PNCG
Fonte: Prefeitura Municipal de Ponta Grossa, 2012.
A razão para tal afirmação consiste pelo Parque estar localizado sobre um segmento do Escarpamento
Furnas, local que também é referência para distinguir os limites entre o primeiro e segundo planaltos
paranaenses e também sobre o Grupo Itaiacoca, constituído por um pacote metassedimentar de baixo
grau com predomínio de rochas dolomíticas, cuja história metamórfica complexa envolveu metamorfismo
regional em fácies xisto verde, metamorfismo associado a zonas de cisalhamento regionais, metamorfismo
de contato com o Complexo Granítico Cunhaporanga e com os diques de diabásio do Arco de Ponta
Grossa (Saunite et al., 2011).
Em relação ao Arco de Ponta Grossa, o mesmo pode ser denominado como um soerguimento da crosta
terrestre na borda leste da Bacia do Paraná, ativo principalmente no Mesozóico, que além de promover
o levantamento da crosta, o arqueamento das rochas originou feixes subparalelos de fraturas profundas,
que deram passagem a magma basáltico, que consolidado formou enxames de diques, constituídos de
diabásio (Melo; Assunção, 2013).
Corroborando com Melo et al (2007), Oliveira (2012) cita como principais estruturas geológicas dos
Campos Gerais as Estruturas Rúpteis, que destacam‑se
por representar o desenvolvimento de furnas,
depressões e lagoas devido à erosão subterrânea, bem como os movimentos verticais dominantes
associadas à ruptura do Gondwana e magmatismo da Formação da Serra Geral; o Arco de Ponta
Grossa, por influenciar a aceleração da dissecação e exposição do embasamento, mudança esta que
alterou a morfologia do relevo e; os Sedimentos Holocênicos (Quaternário), encontrados nas margens
dos principais corpos hídricos (planícies aluvionares) ocorrentes no PNCG.
Assim, pode‑se
afirmar que as características geológicas presentes na área do PNCG são responsáveis
pela maior parte de sua atratividade turística, formados pelas fraturas da Bacia Sedimentar do Paraná
e posterior erosão que permitiu o afloramento das rochas e arenitos (Melo; Lopes; Boska, 2009). Estes
atrativos são destacados na Tabela 2
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200 Ecoturismo de base comunitária no Parque Nacional dos Campos Gerais
Tabela 2: Atrativos turísticos naturais do PNCG
Atrativo Polígono Uso Público Principais atividades
Buraco do Padre – Furna Sul Sim Contemplação, Trilhas e Hikking
Buraco do Padre – Setor
Macarrão Sul Sim Rappel, Trilhas e Escalada
Cânyon do Rio São Jorge –
Local da Ponte Norte Sim Balneário e Lazer
Cânyon do Rio São Jorge –
Área da Cachoeira Norte Sim Contemplação, Trilhas, Rappel e
Hikking
Cachoeira da Mariquinha Sul Sim
Balneário, Trilhas, Lazer,
Cachoeirismo, Water Trekking, Hikking
e Birdwatching
Capão da Onça Norte Sim Balneário e Lazer
Dolinas Gêmeas Sul Sim Contemplação, Trilhas e Hikking
Furna Grande Sul Sim Contemplação, Trilhas e Hikking
4. Ecoturismo de Base Comunitária – O foco sobre o entorno do PNCG
De uma maneira geral, o Ecoturismo de base comunitária refere‑se
ao segmento do Turismo no
qual a comunidade local organiza‑se
e passa a oferecer produtos e/ou serviços aos visitantes, tendo
como principais impactos a valorização local, a geração de benefícios econômicos e a oportunidade de
estreitamento de laços afetivos entre os moradores, que atuam em conjunto para que todos os membros
da comunidade possam ganhar com a atividade.
De acordo com World Wild Found for Nature – WWF (2003), o levantamento potencial do Ecoturismo
representa uma fundamental etapa no processo de planejamento do local, podendo abranger uma
comunidade, região, entorno ou área protegida. Diante disto, busca‑se
neste tópico, compreender as
formas de interação comunitária com a atividade turística, seus impactos e modelos de gestão.
Desta forma, entende‑se
que o Turismo não irá transformar uma localidade visando apenas para seu uso,
mas irá sim, valorizar seu potencial de acordo com as experiências que a comunidade local julgar relevante
e apta à comercialização, podendo alocar demais recursos que contribuirão para manter esses centros
em atividade cotidiana, o que acaba enriquecendo ainda mais a experiência do visitante (Vinuesa, 2004).
Assim, o envolvimento da comunidade local, ou de representantes definidos pelos próprios moradores
do núcleo receptor deve ser estimulado e suas decisões necessitam serem respeitadas e vinculadas no
planejamento turístico da destinação. Através desta condição, os objetivos do Ecoturismo começam a
ser alcançados, já que os visitantes esperam sair de suas casas para apreciarem espaços alheios à sua
vida cotidiana, com traços culturais próprios e dinâmicas de relações sociais singulares que ampliem
o universo da viagem (Meirelles Filho, 2005).
Além disso, a comunidade local precisa estar consciente e de acordo com as mudanças que irão
acontecer no seu cotidiano, desta forma haverá uma diminuição ou como é desejável, uma anulação
da repulsa pelo fluxo contínuo de pessoas entre suas moradias, que trazem novos hábitos, geram mais
resíduos, provocam uma sensação de superioridade por estarem “sempre” em férias, etc.
Assim, corrobora‑se
com a visão do World Wide Fund for Nature – WWF, sobre a comunidade local,
quando explica que:
Pessoas da comunidade que têm conhecimentos sobre as áreas naturais podem contribuir no desenvolvimento
e na operação do produto ecoturístico. Podem ainda ser capacitados para atuar como guias ou assistentes
de pesquisas de campo, pois ninguém conhece melhor sua área do que o próprio morador. Portanto, além
de ser fonte de informações, a comunidade local pode contribuir na busca de informações. Deve ser ainda
uma das maiores beneficiadas pelas pesquisas. Para isso deve ser consultada e informada sobre a proposta
da pesquisa e ter acesso aos respectivos resultados (WWF, 2003, p. 417).
A participação da comunidade pode ser estimulada de diferentes formas, atuando diretamente com
o visitante ou não. O monitoramento de trilhas, de atrativos e impactos ambientais são exemplos de
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atividades fundamentais para o funcionamento de uma Unidade de Conservação e que demandam
pessoas para realizá‑los.
De forma direta, visando tanto proteger os aspectos ambientais da destinação, quanto às necessidades
econômicas da comunidade, percebe‑se
que a atividade turística aliada à educação ambiental e à inter‑pretação
do patrimônio, pode ser trabalhada em Parques Nacionais, favorecendo assim, sua manutenção,
valorização e conservação, de forma planejada e em conjunto com as diretrizes sustentáveis, resultando
assim na menor absorção de seus aspectos negativos e na maximização de seus impactos positivos.
Assim, concorda‑se
com Melo (2007) ao esclarecer que a gestão se configura como um grande desafio
contemporâneo, o que inclui não apenas as instituições governamentais, mas também, as populações
locais. Por isso, optou‑se
por diagnosticar o papel dos agentes locais nesta pesquisa, um espaço ainda
vago nas investigações sobre o Parque Nacional dos Campos Gerais.
5. Material e métodos
Para responder os objetivos propostos, esta pesquisa foi fundamentada em uma análise qualitativa
da realidade (Bauer; Gaskell, 2002), valendo‑se
de observação em campo. Para tanto, esteve estruturada
em cinco etapas, tendo inicio através de uma análise documental.
A segunda etapa consistiu na elaboração das entrevistas para a coleta de dados em campo. Seguindo
orientação de Dencker (1998), a pesquisa foi elaborada com as características de investigação exploratória
– com perguntas abertas e fechadas em questionário semi‑estruturado
abordando o Parque Nacional
dos Campos Gerais – PR e atividade de Turismo. De acordo com Triviños (1987, p. 145‑6),
a “entrevista
semi‑estruturada
é um dos principais meios que tem o investigador para realizar a Coleta de Dados”.
Devido à complexidade do tema, a opção por esta técnica foi considerada como de maior confiabilidade
para a compreensão do fenômeno investigado pela visão dos pesquisadores.
A elaboração das entrevistas apoiou‑se
em quatro momentos distintos, respeitando os conceitos da
metodologia da pesquisa participante (Demo, 1985). O primeiro momento teve inicio com a investigação
teórica de quais comunidades estão alocadas no raio de até 500 metros a partir do limite do PNCG,
representando assim seu entorno, para definição da região a ser estudada e à organização do processo
de pesquisa. Assim, os sujeitos selecionados para a entrevista foram os residentes fixos ou temporários
das comunidades Alagados, Biscaia, Cerradinho e Passo do Pupo, considerando apenas um membro de
cada família para responder as perguntas.
O terceiro momento esteve voltado à documentação legal da pesquisa através dos pedidos de aprovação
institucional da investigação junto à Comissão de Ética em Pesquisa envolvendo Seres Humanos – COEP
da Universidade Estadual de Ponta Grossa e ao Ministério do Meio Ambiente / ICMBio, responsável
pela gestão de Unidades de Conservação do país, que inclui o PNCG.
A quarta etapa caracterizou‑se
pela aplicação das entrevistas nas comunidades, realizada nos meses
de agosto de 2012 até julho de 2013. Foram desenvolvidas as entrevistas abordando o PNCG, buscando
identificar o entendimento local sobre a motivação de criação do Parque e os atrativos presentes neste
e; a atividade turística onde o objetivo concentrou‑se
em descobrir o interesse pessoal em atuar no
Turismo, e em caso afirmativo, de qual forma gostaria de atuar.
A última etapa ocorreu com a tabulação dos dados obtidos através do software Microsoft Office®,
através do módulo Excel 2007® com posteriores formatações de gráficos para melhor visualização e
interpretação dos dados. Por fim, os indicadores foram interpretados e analisados para a elaboração
dos resultados desta pesquisa.
Para a análise dos dados, foi utilizada uma composição entre a análise documental, à pesquisa
bibliográfica, à observação e aos resultados obtidos nas saídas de campo. Neste momento, à visão do
autor em relação ao que poderia ser aproveitado pela atividade e não foi citado pelos entrevistados,
foi submetida à metodologia SWOT2 visando o cruzamento entre o potencial de desenvolvimento e as
oportunidades desejáveis para o Turismo, sobretudo para compreender as descobertas visualizadas a
partir dos pontos fortes de cada comunidade.
Cabe ressaltar a importância e relevância em realizar um diálogo entre o levantamento teórico com
os resultados obtidos coletados através das entrevistas, pois desta forma busca‑se
de modo mais factível
e imparcial sua compreensão.
Concorda‑se
ainda com Demo (1985, p. 121), onde se entende que “a finalidade última da pesquisa é
a transformação estrutural fundamental e a melhoria de vida dos envolvidos”, tendo como beneficiárias
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202 Ecoturismo de base comunitária no Parque Nacional dos Campos Gerais
as populações atingidas por esta. Assim, esta abordagem permite ainda que a fundamentação de novas
hipóteses e sugestões possam ser geradas e também colocadas em prática.
6. Resultados e Discussão
Para a apresentação dos resultados, ressalta‑se
que a única forma de identificação dos entrevistados
nos questionários aplicados foi a de gênero, visando utilizar este dado para fins estatísticos. No total, 63
pessoas foram entrevistadas, divididos entre 42 mulheres e 21 homens, sendo que, de todas as tentativas
de entrevistas realizadas, apenas uma mulher optou por não responder às perguntas.
Para a sistematização dos resultados encontrados, optou‑se
por agrupá‑los
em categorias, conforme
segue:
––Porque o Parque Nacional dos Campos Gerais foi criado? – Nesta questão, objetivou‑se
compreender a percepção local sobre os motivos que levaram à criação do PNCG.
––Quais são os principais atrativos do Parque? – Buscou‑se
identificar o reconhecimento dos
entrevistados sobre os locais de interesse turístico no interior desta Unidade de Conservação.
Optamos por utilizar o termo “Atrativo” durante as entrevistas por acreditar que o uso do conceito
de “Recurso” turístico poderia gerar dúvidas ou incompreensão pelos moradores.
––O que precisa ser melhorado ou implantado para atrair mais visitantes? – Neste momento,
desejou‑se
compreender o olhar dos sujeitos sobre as deficiências locais para o atendimento de
turistas. As respostas desta questão representam necessidades fundamentais, já que os moradores
das comunidades convivem diariamente com estes problemas.
––Existe interesse em trabalhar com atividades voltadas ao turismo? – Esta pergunta
visou identificar a vontade dos moradores em atuar na atividade turística. Para os sujeitos que
responderam afirmativamente esta questão, também foi questionado de que forma desejariam
participar do segmento.
7. Motivos para a criação do Parque Nacional dos Campos Gerais
Nos resultados levantados, quarenta e seis respostas apontam como o principal motivo da criação do
Parque a necessidade de conservar o meio ambiente, enquanto outras vinte e três pessoas desconhecem
o propósito do PNCG. Este valor merece destaque por demonstrar que uma parcela significativa das
comunidades não está participando ou recebendo informações sobre esta UC.
As demais respostas indicam relação com a proteção ambiental e ao uso público, sendo respectivamente:
dez para animais; cinco para lazer; quatro para as águas, duas para conscientização ambiental e uma
para a qualidade do ar. O vinculo com outra possibilidade além das questões ambientais foi sugerido em
cinco respostas, que também apontam o lazer como indutor de criação do Parque Nacional dos Campos
Gerais, conforme se visualiza no Gráfico 1.
Gráfico 1: Opinião local sobre a criação do PNCG
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8. Recursos Turísticos Presentes no PNCG
Percebeu‑se
com estas respostas o reconhecimento local pelos atrativos turísticos localizados em menor
distância de cada comunidade, principalmente, o que corrobora com o desconhecimento de informações
básicas sobre o PNCG. Cabendo ainda, a associação de diversos outros locais, como a Caverna Olhos
D’água e os Arenitos do Parque Estadual de Vila Velha, fora dos limites do Parque, como integrantes deste.
Os atrativos: Cachoeira da Mariquinha, Buraco do Padre e Furnas / Dolinas Gêmeas foram as opções
mais lembradas pelos entrevistados com 39, 34 e 19 respostas, respectivamente (Gráfico 2). As demais
opiniões remeteram‑se
sete vezes ao Capão da Onça e ao São Jorge, seis à Pedra Grande, localizada na
região do Cerradinho, cinco respostas para a Alagados, Caverna Olhos D’água e às águas. A paisagem,
vegetação, animais e àqueles que não souberam responder, foram contabilizados quatro registros.
Gráfico 2: Atrativos do PNCG
9. Necessidades e Deficiências na Infraestrutura do Parque
Nesta questão, o grupo da segunda resposta mais citada, com dez indicações chama a atenção. Os
entrevistados disseram que é preciso a instalação de um posto de saúde, mesmo ao ser reiterado que a
instalação seria para melhor atender ao turista. Analisamos esta questão sob o ponto de vista de Maslow
(1970), onde a hierarquia das necessidades humanas exige a satisfação de níveis básicos para que então
novas demandas sejam geradas. Desta forma, a hipótese de rejeição pela instalação de infraestrutura
turística nestes locais, deve ser considerada.
Para as respostas vinculadas à atividade turística, as vias de acesso (estradas) somaram o maior índice
de insatisfação, com trinta e uma ocorrências. Outras dez respostas indicaram a sinalização precária e
para àqueles não souberam opinar, nove registros foram coletados. A necessidade de maior divulgação
e segurança obtiveram seis citações, enquanto a questão do transporte público foi lembrada cinco vezes.
Os meios de hospedagem e a infraestrutura específica contaram com 4 respostas cada (Gráfico 3).
Gráfico 3: Necessidades para a infraestrutura
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204 Ecoturismo de base comunitária no Parque Nacional dos Campos Gerais
Apesar das respostas anômalas ao tema pesquisado, percebe‑se
um moderado nível de conhecimento
sobre as necessidades turísticas que devem fazer parte do Parque em curto e médio prazo.
10. Desejo em participar da atividade turística
As respostas para esta questão foram de 44 entrevistados com interesse e 21 pessoas que negaram
a oportunidade. Estes números fornecem um importante indicador para a composição do Plano de
Manejo desta Unidade de Conservação, pois, ainda que os resultados desta pesquisa demonstrem dados
preliminares, representam o início do preenchimento de uma lacuna nos estudos relacionados ao PNCG.
Neste sentido, questionados sobre quais atividades gostariam de participar, a maior parte das pessoas
não souberam se posicionar, enquanto as opções de atuar no comércio ou trabalhar como guias foram
apontadas sete e seis vezes cada, respectivamente. Outras opções indicam o interesse em construir
ou trabalhar no ramo hoteleiro em três respostas além de duas citações tanto para a instalação de
cooperativas locais quanto para restaurantes (Gráfico 4).
Gráfico 4: Atividades relacionadas ao Turismo
Sabendo que o Ecoturismo está vinculado majoritariamente no contato direto entre visitantes e a
natureza, a localização e o entorno do PNCG favorecem a multiplicação dos seus efeitos para que a
comunidade residente também seja beneficiada pela atividade, podendo ser estruturada através do
segmento Ecoturismo de base comunitária.
11. Propostas e reflexões
Com base nos resultados obtidos através das entrevistas, são sugeridas propostas para o desenvol‑vimento
de estratégias de consolidação do Ecoturismo de base comunitária na região de entorno do
Parque Nacional dos Campos Gerais.
As reflexões que são descritas neste trabalho valem‑se
dos resultados levantados com as entrevistas
em campo, e posteriormente, também são destacadas as análises dos autores sobre as oportunidades
em potencial que existem nestes locais e que não foram lembrados pelos entrevistados.
12. Análise dos resultados a partir das entrevistas
•• O PNCG e a questão ambiental
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Leandro Baptista, Jasmine Cardozo Moreira 205
Ao abordar os motivos que levaram à criação do PNCG os moradores reconheceram a necessidade
de instituir esta UC visando à preservação do meio ambiente, com respostas que envolveram a mata,
o ar, ao desmatamento, a proteção à água e à conservação. Além disso, em uma entrevista foi colhida a
resposta específica para a proteção das Araucárias, indicando que informações a respeito da diminuição
e perda desta espécie de alguma forma têm sido debatido nas comunidades.
Para o grupo de pessoas que desconhecem o motivo de criação do PNCG, algumas situações vivenciadas
nas entrevistas auxiliam na compreensão. Em diversos casos, os entrevistados desconheciam os limites
da UC e sentiam‑se
com medo de terem de deixar suas moradias em função da proteção legal estipulada
em 2006. Em outros momentos, pessoas que tinham parentes ou amigos trabalhando em áreas de
que servem de plantio no interior do PNCG, foram assumidamente contrários a este, alegando que a
produção alimentícia é mais importante do que manter o estado natural do espaço.
Esta percepção indica pouco conhecimento em relação à função de UCs e também o desinteresse
pessoal destes entrevistados em participar de atividades de lazer em áreas de proteção ambiental,
já que o olhar destes estaria condicionado a compreender a paisagem existente como algo incapaz de
atrair o interesse de visitação.
•• Interesse com atividades que envolvem o Parque Nacional dos Campos Gerais
Os indicadores desta pergunta podem sugerir uma interpretação diferente da realidade experimentada
em campo. Ao considerar as respostas contrárias à atuação em segmentos do turismo, percebeu‑se
que
este grupo também não demonstrou interesse em participar de alguma forma na UC. Nesta amostra, o
fator localização também pode ter influenciado nestas escolhas, uma vez que a comunidade do Alagados
foi a qual apresentou maior resistência em relação ao PNCG.
Dentre as tentativas de entrevistas nesta comunidade, poucas casas contavam com pessoas em seu
interior. Esta percepção corrobora com a hipótese de que a maior parte destas moradias serve de uso
não contínuo, servindo como um local para períodos de férias e finais de semana. Além destes fatores,
o medo de precisarem deixar este espaço, uma vez que muitas casas foram construídas visando a
utilização das águas da represa do Alagados como uma “extensão” destas é uma hipótese considerável,
que tende‑se
a se materializar pelo fato desta represa ser responsável pelo abastecimento de água
potável de municípios da região.
Sobre as respostas favoráveis, o predomínio se deu na dúvida em relação à forma de atuação no Parque.
A população mais jovem, que indicou a oportunidade de atuarem como guias de visitação representam
um ponto positivo para o PNCG. Ao sentirem‑se
acolhidos e que fazem parte da UC, diminui‑se
o êxodo
para os centros urbanos e é estimulado o fortalecimento da identidade coletiva das comunidades.
Da mesma forma, os indicativos de interesse em estruturar uma cooperativa de atividades permite
que os adultos percebam o Parque como um aliado econômico para suas famílias, quando foram sugeridos
a incorporação de parte dos alimentos e produtos desenvolvidos na região para atender aos visitantes.
Por fim, destacam‑se
as respostas que envolvem diretamente o trade turístico, com a construção
de hotel e restaurantes. É evidente que na atualidade um visitante que tenha o desejo de permanecer
por mais de um dia para conhecer o PNCG terá que hospedar‑se
nos municípios circundantes a este,
sendo Ponta Grossa o mais próximo. A possibilidade de desfrutar do acolhimento de famílias através da
hospedagem domiciliar, receber café da manhã sem um preparo padronizado da hotelaria convencional,
permitem ao visitante ampliar sua experiência de viagem.
No caso de restaurantes, o sabor da comida caseira, com receitas que só podem ser encontradas
naquele local se transforma também em um produto turístico singular, agregando valor, renda, cultura
e favorecendo a sustentabilidade da destinação.
•• Oferta de infra‑estrutura
turística
Entende‑se
que a carência de oferta de infra‑estrutura
nos locais pesquisados favorecem a exploração
comercial deste mercado, contudo, um estudo mais aprofundado sobre a viabilidade econômica se faz
necessário, uma vez que a incorporação de estruturas físicas visando beneficiar‑se
apenas do fluxo de
visitantes deve considerar a manutenção destes espaços em períodos de baixa sazonalidade.
Uma opção viável para atender esta demanda poderia ser firmada através da ampliação e melhora
qualitativa de locais que já atuam no ramo de alimentos e bebidas. Sabe‑se
que na região do Biscaia
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206 Ecoturismo de base comunitária no Parque Nacional dos Campos Gerais
existe a produção de folhosas através da hidroponia, que pode ser aproveitadas em lanches ou pratos,
caracterizando aquela refeição com um “selo” local, agregando valor ao estabelecimento, gerando novos
postos de emprego e ampliando os efeitos positivos da atividade.
Por sua vez, a organização de moradores em cooperativas pode ser benéfica para satisfazer
aspirações e necessidades econômicas, sociais e culturais, por meio de um empreendimento de pro‑priedade
coletiva gerido de forma democrática. Entre seus benefícios, como tornar o segmento mais
competitivo, aumentar o poder de negociação, favorecer a aquisição de conhecimento e de investimento
em tecnologia, destacam‑se.
Percebe‑se,
portanto, que os Arranjos Produtivos Locais (APL)3 oferecem um grande potencial de
incorporação para estas comunidades, haja visto seus resultados em escala global e linhas de crédito
disponíveis por bancos estatais brasileiros. Um APL, de Produtores Rurais, voltado à produção extensiva
da pecuária e agricultura, sem prejuízos para a área de entorno da UC pode ser considerado. Como já
existe mão‑de‑obra
atuando nestas atividades, a oportunidade seria aproveitada para especializar os
moradores, fortalecer a identidade local de jovens com as comunidades e como consequência, favorecer
o Turismo.
Sobre a experiência de hospedagem domiciliar, sabe‑se
que este equipamento é também utilizado
no Parque Nacional do Superagui, por exemplo. Para Lynch (2004) esta modalidade é uma forma de
hospitalidade comercial em casa particular, ou seja, mesmo local de residência do proprietário. O autor
distingue três tipos de hospedagem domiciliar, que inclui a hospedagem dentro de casa de particulares;
a hospedagem comercializada, onde o dono reside na unidade, mas o espaço público para o visitante é
separado da família e; a acomodação onde o dono não vive no local.
A opção por este tipo de acomodação pode estar aquém do fator competitivo de preço, visto que
visitantes podem optar por estes serviços ao identificarem uma forma alternativa de hospedagem,
variando assim, da arrumação, decoração e impessoalidade dos meios tradicionais da hotelaria
comercial.
Por fim, pensar na comercialização de produtos de forma holística, considerando o deslocamento
de visitantes de maneira não homogênea, já que as áreas de uso público restringem as distâncias
percorridas no interior do PNCG, se traduz em um planejamento cuidadoso e responsável. Ainda que
o serviço de alimentação seja essencial para suprir as necessidades nutricionais da humanidade, o
diagnóstico atual do comércio local aponta uma carência de outros produtos para atender a demanda
dos visitantes. No momento, não são raras vezes em que os bares e armazéns da região não dispõem
de variedades de itens prontos para o consumo, como sanduíches, ou de guloseimas como salgadinhos,
biscoitos, balas ou chocolate.
Entende‑se
que o comerciante não irá aumentar seu pedido diário de pães ou ampliar seu estoque
com demais alimentos sem que haja uma maior movimentação em seu local de trabalho, estando
este crescimento vinculado ao gradual aumento da demanda. Contudo, as opções de comércio podem
ser diversificadas, como será visto na etapa de reflexões do autor sobre os resultados da pesquisa,
adiante.
•• Oferta de serviços turísticos
Conforme visto, a maior parte das respostas recebidas por aqueles que demonstram interesse em
atuar em áreas especificas da atividade turística, apenas um item foi indicado no que tange à produção
de serviços, citado como guia de visitação, por seis entrevistados.
A formação de guias está vinculada a um curso técnico e que visa capacitar profissionalmente pessoas
para orientar e conduzir visitantes individuais ou em grupos que estão em viagens, passeios ou visitas.
Assim, um programa específico para o entorno do PNCG, é viável e pode servir como estímulo para a
formação e educação sócio‑ambiental
dos moradores do entorno.
Neste sentido, se faz necessário o desenvolvimento e trabalhos de educação ambiental em conjunto
com o apoio do poder público, através do ICMBio, órgão gestor do PNCG, iniciativa privada e a Univer‑sidade
Estadual de Ponta Grossa, que por meio de seus departamentos de graduação e pós‑graduação
podem oferecer subsídios para a elaboração de cursos, palestras, treinamentos, eventos e oficinas de
capacitação visando ensinar noções de geologia para o turismo, botânica, meio ambiente, história local,
entre outros aspectos relevantes desta UC.
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Leandro Baptista, Jasmine Cardozo Moreira 207
Após a capacitação teórica e prática sobre noções básicas de condução, estas pessoas se tornariam
condutores locais de visitantes, cuidando da segurança dos mesmos, prestando informações e esclare‑cimentos,
contribuindo para a redução de resíduos no interior do PNCG, entre outros.
Certamente os efeitos multiplicadores de programas como este trarão novos benefícios com o
investimento através do repasse de informações para familiares. Em caso de interesse, os cursos podem
também incluir demais integrantes das comunidades para que se consiga estabelecer a Educação
Ambiental para adultos e principalmente para crianças, que aprenderão desde cedo a necessidade de
se adotar práticas sustentáveis ambientais no dia‑a‑dia.
•• Deficiências
As hipóteses preliminares de identificação dos entrevistados foram confirmadas no que tange
aos aspectos físicos, como a manutenção das vias de acesso, a sinalização, o transporte público e a
segurança. Contudo, as respostas que as comunidades forneceram demonstram que a preocupação em
relação à saúde e o acesso à telecomunicação também se fazem presentes no cotidiano das famílias.
Sabendo que a problemática que envolve a tríplice dos serviços públicos que mais são citados como
de qualidade precária (saúde, educação e segurança) trata‑se
de um fenômeno de ordem nacional e
não cabe à resolução destes quesitos através de UCs. Entretanto, políticas que tratem de ações que
amenizem estes problemas como a disponibilidade de ambulância que faça o transporte de doentes para
centros urbanos próximos devem ser formuladas.
Em relação à visitação, as estradas, a sinalização, a segurança e o transporte público são os itens
que mais chamam a atenção, pois representam necessidades básicas para que a atividade turística
possa desenvolver‑se.
Demais elementos, como a construção de ciclovias, saneamento básico e a
administração dos resíduos sólidos são itens que não foram citados, podendo ser interpretados no item
infraestrutura, porém, quando questionava‑se
o que poderia envolver este conceito, os entrevistados
não sabiam se posicionar. Este resultado pode demonstrar que as entrevistas são instrumentos
complementares de análise, tendo em vista a probabilidade de carências no nível de instrução dos
entrevistados.
Percebe‑se
que para o desenvolvimento turístico da potencialidade existente na área do PNCG
dependerá do investimento público na região. Dificilmente a iniciativa privada irá construir equipamentos
hoteleiros, serviços de alimentação, agências receptivas sem que aja em contrapartida do poder público
em um maior cuidado com solidificação desta UC.
13. Outras oportunidades identificadas
Além das propostas trabalhadas no tópico anterior, percebeu‑se
também através das saídas a campo,
demais oportunidades para ampliar os benefícios do PNCG para as comunidades de entorno, mas não
identificadas pelos moradores. Neste caso, optou‑se
por registrar estas impressões através da metodologia
de análise SWOT, detalhada previamente, onde destacam‑se
quatro estratégias, discutidas a seguir.
•• Produtos artesanais
A venda de souvenirs contribui para aumentar a experiência do visitante com a viagem, remetendo‑o
a memórias que vão além de fotografias. O artesanato local deve ser estimulado por representar um
objeto que só pode ser encontrado no PNCG, possuindo características que o distingue de produtos
globais. Além desta função simbólica, também gera renda e ocupação dos artesãos. Assim, verifica‑se
que o artesanato pode ser aproveitado no comércio local como bares, lanchonetes, restaurantes ou
pousadas.
De acordo com Cascudo (1971, apud Horodyski, 2006), artesanato é todo objeto utilitário, não
importando o material utilizado para sua produção. Neste sentido, madeira, papel reciclado, sementes
de araucária ou cascas do pinhão podem servir como matéria prima para a execução dos trabalhos,
como porta retratos, por exemplo. Camisetas e bonés com estampas relacionadas ao PNCG, seus
atrativos ambientais, geológicos, culturais e sua biodiversidade representam alternativas viáveis.
PASOS. Revista de Turismo y Patrimonio Cultural. 15 N° 1. Enero 2017 ISSN 1695-7121
208 Ecoturismo de base comunitária no Parque Nacional dos Campos Gerais
Em relação a produtos alimentícios verificou‑se
que na comunidade do Cerradinho, o grupo da Terceira
Idade, elabora doces em conserva, sem a adição de conservantes artificiais e os frutos utilizados para este
fim, são em grande maioria, cultivados no próprio vilarejo. Agregar valor a este trabalho, vinculando‑o
ao cotidiano dos moradores de entorno do PNCG constitui mais uma oportunidade, como um produto
alimentar artesanal, com mão‑de‑obra
predominantemente familiar.
•• Participação de moradores em serviços do Parque Nacional dos Campos Gerais
A necessidade de contratação de colaboradores para atuar como monitores, atendentes, brigadistas, fiscais
dos recursos naturais, formação de equipes de resgate em caso de acidentes, entre outros, terá que ser suprida e
também pode absorver em certo grau a participação de moradores das comunidades de entorno nestes serviços.
Em relação a uma UC como o PNCG, o trabalho de monitoria são fundamentais para a avaliação
do turismo sustentável. Os resultados imediatos com estas ações podem ser resumidos na redução
de importação de mão‑de‑obra
de cidades próximas, o estimulo ao crescimento de empreendimentos
pertencentes aos moradores do entorno e a diversificação de atividades econômicas locais.
Para tanto, os gestores do Parque devem expor as limitações e as oportunidades existentes, incluindo
os aspectos relacionados aos processos de terceirização previstos. Este encontro do poder público com
as comunidades pode servir para incentivar e criar oportunidade para o diálogo, para que os moradores
visualizem oportunidades de negócios e possam firmar ações cooperadas para atuar nestas deficiências.
•• Agricultura familiar
O cultivo de alimentos por proprietários rurais da região pode ser utilizado por equipamentos que
ofereçam alimentos aos visitantes, como bares, lanchonetes ou restaurantes. A compra deste produto
cultivado no entorno do Parque, favorece a economia solidária, fenômeno recente que vem ganhando
destaque na atualidade e que agrega valor ao produto final.
Além do consumo direto destes alimentos, roteiros que incluam a visitação ao local de produção,
permitindo que o visitante possa degustar os produtos colhidos por eles mesmos, vivenciar e aprender
sobre o modo de cultivo são desdobramentos que formam o diferencial da viagem. Além disto, agrega‑se
valor pelo consumo imediato da produção, mesmo em pequena escala, no sentido de beneficiar de produtos
in natura, transformando‑os
para que possam ser oferecidos ao visitante, sob a forma de conservas,
produtos lácteos, refeições entre outros.
A atividade pode ainda receber certificações pela Secretaria da Agricultura Familiar, chamado Selo
da Agricultura Familiar. Esta certificação agrega valor ao produto, uma vez que para recebê‑lo,
os
produtores ou as cooperativas promovem a sustentabilidade, responsabilidade social, ambiental e da
cultura local por valorizarem a produção regional.
Entende‑se,
portanto, que a prestação de serviços relacionados à hospitalidade ao visitante fazem
com que foco na produção primária de alimentos seja compartilhada com às práticas comuns à vida
no campo, onde a criação de animais, o cultivo da terra, as manifestações culturais, a culinária e a
paisagem, passam a compor um novo produto turístico.
•• Cadeias produtivas
A articulação entre a competitividade local oferece um melhor retorno de investimentos e a valorização
dos produtos de base comunitária. Cadeias articuladas que envolvam os meios de hospedagem, os serviços
de alimentação (restaurantes, bares e lanchonetes), comércio de artesanato e de produtos típicos e os
prestadores de serviços (guias), tendem a caracterizar a destinação, construindo uma identidade para si.
Esta infra‑estrutura
que dá forma a atividade turística ao prestar serviços e oferecer produtos visando
garantir conforto aos visitantes e gera riquezas por meio da comercialização destes, multiplicando
seus benefícios para provedores de insumos e matéria prima. Além destes, a necessidade de recursos
humanos capacitados e o uso de tecnologias representam também impactos positivos com a adoção de
uma estratégia competitiva através das cadeias produtivas.
Por fim, resume‑se
no Quadro 1, as propostas identificadas através das entrevistas em campo e pela
análise do autor através deste estudo.
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Quadro 1: Resumo das propostas levantadas em campo
Propostas obtidas através das entrevistas Propostas a partir da análise SWOT
Comércio – Produtos alimentícios
industrializados e manipulados
Produtos Artesanais – Souvenirs com materiais que
remetam ao PNCG
Guia – Interpretação e Educação Ambiental Agricultura Familiar – Fornecimento de produtos e
segmento potencial de desenvolvimento: Turismo Rural
Hospedagem – Caráter domiciliar
Serviços – Brigadistas; Monitores da qualidade
de trilhas, recursos naturais; Equipe de Resgate;
Beneficiamento de resíduos recicláveis; Atendentes, etc.
Cooperativa de Turismo ‑
Multisegmentar
Cadeias Produtivas – Articulação entre prestadores
de serviços com a participação de demais atores,
como Grupo de Terceira idade que produz doces
em conserva; Produção de bombons; Incorporação
do cultivo de folhosas (hidroponia) em demais
estabelecimentos; Estruturação de um “Selo Local”
Restaurante – Culinária local para fortalecer a identidade da região.
Fonte: Os autores, 2013.
14. Considerações finais
Verificou‑se
através dos resultados obtidos com a pesquisa que o Parque Nacional dos Campos
Gerais – PR possui um considerável potencial de agregar renda, ocupação, valorização sócio‑ambiental
e cultural para as comunidades presentes em seu entorno.
Contudo, devido às dimensões desta UC e a delimitação gerada pelo recorte espacial aplicado
neste estudo, pressupõe‑se
que diversas outras oportunidades, não somente no segmento do Turismo,
Educação e Interpretação Ambiental devam fazer parte de Parque. Da mesma maneira, os benefícios
devem também ser absorvidos por demais comunidades não abrangidas no atual cenário, bem como
às populações urbanas de Ponta Grossa, Castro e Carambeí, já que a infra‑estrutura
básica destes
municípios oferecem condições de uso e atratividade para os visitantes.
Neste sentido, espera‑se
que este trabalho possa contribuir para a gestão do PNCG e que novas
propostas possam nascer, visando sobretudo, garantir a divisão equânime dos benefícios gerados a
partir da criação desta Unidade de Conservação.
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Notas
1 Também fazem parte deste grupo as UCs: Área de Proteção Ambiental; Área de Relevante Interesse Ecológico; Floresta
Nacional; Reserva de Fauna; Reserva de Desenvolvimento Sustentável e Reserva Particular do Patrimônio Natural.
2 Sigla referente ao original em inglês: Strongness, Weakness, Opportunities e Threats – SWOT.
3 APL’s são glomerações de empresas, localizadas em um mesmo território, que apresentam especialização produtiva e
mantêm vínculos de articulação, interação, cooperação e aprendizagem entre si e com outros atores locais, tais como:
governo, associações empresariais, instituições de crédito, ensino e pesquisa.
Recibido: 01/11/2014
Reenviado: 06/03/2016
Aceptado: 11/05/2016
Sometido a evaluación por pares anónimos