© PASOS. Revista de Turismo y Patrimonio Cultural. ISSN 1695-7121
Vol. 14 N.o 5. Págs. 1175-1185. 2016
www .pasosonline.org
Resumo: A qualidade da relação anfitrião‑hóspede
(hospitalidade) desempenha papel importante na
experiência do turista. Essa pesquisa teve por objetivo descrever e analisar as práticas da hospitalidade,
bem como suas ações no desenvolvimento dos diversos domínios da hospitalidade nas atividades turísticas.
A Região Serrana do Estado do Rio de Janeiro foi eleita para realização da pesquisa. Utilizou‑se
levantamento
de dados primários junto a 9 famílias rurais que trabalham com atividades turísticas, em 2012, por intermédio
de entrevistas em profundidade, além da técnica de diário de campo e registro fotográfico. Os resultados
revelaram que a base para a construção da hospitalidade comercial é a hospitalidade doméstica, sendo que
esta não se desintegra para a construção daquela porque as famílias que oferecem tais serviços não deixam
de receber, alimentar, hospedar e entreter seus amigos e familiares. Conclui‑se
que ocorre a hibridização da
hospitalidade doméstica com a comercial.
Palavras-chave: Hospitalidade; Turismo rural; Desenvolvimento rural; Relação rural‑urbano;
Multifuncionalidade.
Commercial and domestic hospitality in hybrid forms in rural tourist destinations in Nova
Friburgo/RJ, Brazil
Abstract: The quality of the host‑guest
ratio (hospitality) plays an important role in the tourist experience.
This research aimed to describe and analyze the hospitality practices and their actions in the development
of various fields of hospitality in tourism. The mountainous region of Rio de Janeiro State was elected to the
research. We used primary data collection at 9 rural families working with tourist activities in 2012, through
in‑depth
interviews, in addition to the field diary and photographic recording technique. The results revealed
that the basis for the construction of commercial hospitality is the domestic hospitality, and this does not
disintegrate for the construction of that because families providing such services do not cease to receive
feed, host and entertain your friends and family. We conclude that there is the hybridization of domestic
hospitality commercial.
Keywords: Hospitality; Rural tourism; Rural development; Rural‑urban
relationship; Multifunctionality.
A hospitalidade comercial e doméstica sob formas híbridas
em destinos turísticos rurais em Nova Friburgo/RJ, Brasil1
Dan Gabriel D’Onofre
Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (Brasil)
Marcelino de Souza
Universidade Federal do Rio Grande do Sul (Brasil)
Dan Gabriel D’Onofre, Marcelino de Souza
* Professor Assistente do Instituto de Ciências Sociais Aplicadas da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro. Doutorando
em Ciências Sociais/UFRRJ, Rio de Janeiro, Brasil; E‑mail:
donofretur@gmail.com
** Professor Associado da Faculdade de Ciências Econômicas e dos Programas de Pós‑Graduação
em Desenvolvimento Rural e
de Agronegócios da Universidade Federal do Rio Grande do Sul – UFRGS. Porto Alegre, Rio Grande do Sul, Brasil. E‑mail:
marcelino.souza@uol.com.br
1. Introdução
Encarar o turismo rural como uma prática social pode ser mais abrangente do que simplesmente como
uma atividade econômica porque permite entender as relações existentes entre os atores envolvidos no
processo turístico, bem como os impactos da atividade na comunidade receptora envolvendo as relações
de hospitalidade que o turismo provoca na mesma. Assim, como outras estratégias de desenvolvimento,
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1176 A hospitalidade comercial e doméstica sob formas híbridas
o turismo rural requer vários componentes para ser bem sucedido. O desenvolvimento do turismo rural
envolve cinco elementos, segundo Wilson et. al. (2001): (1) atrações; (2) promoção; (3) infraestrutura de
turismo; (4) serviços e (5) de hospitalidade: ou seja, como os turistas são tratados pelos moradores da
comunidade, pelos funcionários e proprietários dos emprendimentos.
Sendo assim, nas áreas rurais, para o turismo alacançar níveis de qualidade, os esforços de pesquisa
devem ser realizados para entender cada um destes componentes. Com o olhar centrado aos circuitos
turísticos rurais do Rio de Janeiro, este trabalho almeja aplicar o marco teórico dos tempos e espaços
da hospitalidade a fim de emergir a realidade local. Os objetos de análise são os serviços comerciais de
hospitalidade oferecidos no distrito do Campo do Coelho, no município fluminense de Nova Friburgo
(D’Onofre, 2013). Neste sentido, este artigo também pretende tratar como tais serviços surgiram,
bem como se desenvolvem na atualidade sob uma perspectiva descritiva. Tal esforço é embasado em
discussões transversais aos estudos turísticos. Dessa maneira, a primeira parte faz uma incursão pela
bibliografia referente à hospitalidade e sua relação com o turismo. Na segunda parte são apresentados os
procedimentos metodológicos utilizados na investigação. Logo em seguida, aponta‑se
como se sucedera o
fenômeno turístico no recorte espacial da pesquisa. Posteriormente, abordaram‑se
as especificidades da
hospitalidade comercial dos circuitos turísticos de Campo do Coelho com vistas a explicitar os pontos de
interpenetração do rural e do urbano, do doméstico e do privado. Por fim, apresentam‑se
as principais
conclusões da pesquisa.
2. A hospitalidade na literatura acadêmica
O termo hospitalidade tem raízes históricas que se iniciam no século XIII. Segundo Grinover (2002), a
etimologia da palavra tem origem latina hospitalitas, essa mesma derivada de hospitalis, hospício, casa
de repouso para viajantes e peregrinos. A expressão hospitalidade assumiu nas produções técnicas de
língua inglesa um caráter reducionista, cujo cunho é extremamente monetário, ao se referir à indústria
de catering2 e hotelaria como as únicas instâncias que compõem a hospitalidade. De fato, essa concepção
está segundo Lashley (2003: 2), atrelada aos serviços de oferta de alimentos, bebidas e acomodação,
sendo essas instâncias caracterizadas pelo autor como a “trindade” da hospitalidade.
Camargo complementa a visão de Lashley com a inserção do entretenimento à trindade. Segundo
Camargo (2003: 16), “receber pessoas implica entretê‑las
de alguma forma”, sendo essa uma característica
baseada na expansão dos hábitos de hospitalidade enquanto lazer. Por mais que a trindade de Lashley
pareça o bastante para definir a hospitalidade, o senso comum tende a associar, principalmente em
festejos, os hábitos que envolvem a alimentação e a acolhida às músicas, danças e outros aparatos lúdicos.
Apenas para fins comparativos, apresentam‑se
as disparidades conceituais entre aqueles que se
limitam aos aspectos econômicos da hospitalidade, e os teóricos que venceram esse paradigma ao expandir
os limites da área enquanto objeto de estudo. Segundo Dias (2002: 102), as publicações recentes dos
países anglo‑saxônicos
se debruçam sobre o fenômeno da hospitalidade com um recorte mais afinado
aos aspectos comerciais que a apropriação capitalista provoca à hospitalidade. Em contraponto, Dias
cita alguns autores que avançaram em abordagens que demonstram a amplitude da hospitalidade
enquanto fenômeno social e cultural.
Segundo Selwyn (2004: 37), a hospitalidade deriva do ato de dar e receber. Telfer (2004) por sua vez,
afirma que a hospitalidade pode ser definida como “a oferta de alimentos e bebidas e, ocasionalmente,
acomodação para as pessoas não membros regulares da casa”. Nessa relação, o fenômeno envolve tanto
anfitriões quanto os hóspedes. Lashley (2003: 4) defende que “a hospitalidade envolve, originalmente,
mutualidade e troca e, por meio dessas, sentimentos de altruísmo e beneficência”. Ao centrar o olhar
sobre a produção e o consumo de alimentos, bebidas e, em menor proporção, acomodação, Lashley
afirma que essas ações desempenham importante papel no estabelecimento de distinções entre os seres
humanos e os demais seres.
Com base nessas perspectivas, aventa‑se
que a função básica da hospitalidade é estabelecer um
relacionamento ou, para promover uma relação já estabelecia. Ou seja, o dar e receber de hospitalidade
envolve princípios de reciprocidade entre anfitriões e convidados, e, portanto, um conjunto complexo
de regras interacionais que envolvem valores compartilhados e confiança (Tucker, 2003). Os aspectos
da oferta da hospitalidade foram divididos por Lashley em três domínios (social, privado e comer‑cial),
o que permite a análise das atividades relacionadas em cada um desses. Sobre esses domínios,
Lashley afirma que podem assumir uma configuração independente, assim como apresentar caráter
de sobreposição. Vale lembrar que a hospitalidade, segundo as definições formatadas anteriormente,
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Dan Gabriel D’Onofre, Marcelino de Souza 1177
encaixa‑se
dentro do fenômeno turístico. Segundo Baptista (2009), a noção de hospitalidade atravessa
todas as manifestações sociais associadas ao turismo e à hotelaria, que são frequentemente associadas
à “indústria da hospitalidade”.
Todavia a hospitalidade não se encerra ali. Diferentemente do turismo, fenômeno que está ligado
ao desenvolvimento do capitalismo, da ascensão de classes trabalhadoras ao exercício do lazer e de
deslocamento voluntário de pessoas a localidades distintas de suas residências; a hospitalidade não é
recente. Recepcionar, hospedar, alimentar e entreter são atividades difíceis de datar, pois envolvem ações
que foram primordiais para a constituição de nossa civilização. O domínio da hospitalidade doméstica
apresenta ainda uma característica essencial: a família nuclear enquanto anfitriã. Por mais que a oferta
de alimentos, bebidas e acomodação venha a representar atos de amizade, sabe‑se
que nessa modalidade
de hospitalidade, o anfitrião possui um status de controle sobre estas práticas.
De acordo com Lashley (2003), a partilha da hospitalidade cria laços simbólicos e vínculos entre as
pessoas envolvidas, sendo sua finalidade a inversão dos papéis, quando o anfitrião se tornará hóspede
e vice e versa. A comercialização da hospitalidade rural, bem imaterial que envolve os serviços de
alimentação, recepção, hospedagem e entretenimento, presta‑se
como um dos fatores principais para
a criação de um mercado turístico.
A atividade comercial não é estendida aos entes que compõem o círculo de amigos e familiares. Assim,
enfatiza‑se
que há distinções explícitas e implícitas entre a hospitalidade privada e a comercial. Desta
forma, os relacionamentos decorrentes da hospitalidade podem servir para consolidar estruturas de
relações entre anfitrião e hóspede, tanto no campo simbólico quanto material, quer seja de domínio
comercial, privado e social, quer ela aconteça no meio rural ou urbano. Finalmente, vale destacar que a
criação da hospitalidade direcionada para uma determinada finalidade implica em desenvolver ações da
iniciativa privada e do setor público. As políticas públicas, na medida do possível, deveriam estimular
a criação de ambientes hospitaleiros, sejam estes de abrangência local, regional ou nacional.
3. Procedimentos metodológicos
O cerne do enquadramento teórico teve como fundamento o estudo dos tempos e espaços da hospita‑lidade
elaborados por Camargo (2003). Para tal, foram selecionados apenas alguns tempos e espaços da
hospitalidade, sendo eles: o recepcionar, o alimentar, o hospedar e o entreter nos domínios doméstico e
comercial. Em consonância com a situação de escassez documental sobre o fenômeno social da hospitalidade
na Serra Fluminense, priorizou‑se
a coleta de entrevistas dessas famílias enquanto anfitriãs, bem como
o desencadear de fenômenos a que essas estão sujeitas quando concedem hospitalidade. Logo, os dados
primários que fundamentaram o processo investigativo se baseiam nas entrevistas em profundidade
realizadas em todas as propriedades rurais (9 famílias) que recebiam comercialmente visitantes em
junho de 2012 (D’Onofre, 2013).
Através dos relatos orais e práticas dos atores sociais que estão na qualidade de anfitriões rurais,
pretendeu‑se
veicular esse conhecimento, o qual busca a repercussão do vivido, segundo a concepção
de quem viveu. As informações não orais, como os gestos, as ações, as cenas, foram catalogadas no
diário de campo. Também, com o auxílio de máquina fotográfica foram captadas imagens diversas que
se relacionavam à hospitalidade. Há de se ressaltar que, por intermédio de orientação do Grupo de
Pesquisa Mercados Não Agrícolas (UFRGS), não se captou imagem dos entrevistados.
Para o procedimento de coleta de dados, utilizou‑se
como técnica as entrevistas semi‑estruturados
e guiadas com perguntas abertas em questionário previamente elaborado. A manipulação dos dados
foi feita através da codificação, que foram agrupados em quadros referentes a cada tempo e espaço da
hospitalidade, com a utilização do programa Microsoft Office Word 2007, de acordo com as categorias
de análise que foram baseadas nas premissas teóricas de Lashley (2003) e Camargo (2003).
A ressaltar que nessas obras apenas os domínios doméstico (privado) e comercial serão passivos de
análise, tem‑se
as categorias que permitem reunir os dados coletados junto às famílias rurais de Nova
Friburgo. Os dados coletados juntos às famílias anfitriãs foram expostos de forma indireta a fim de
preservar o sigilo dos informantes, além de salvaguardar a intimidade das famílias (D’Onofre, 2013).
Elaborada a codificação, a técnica para a análise dos dados realizada foi a análise funcional com o
intuito de caracterizar o que é típico em cada tempo e espaço da hospitalidade humana, com algumas
pontuações sobre distinções que se evidenciaram e sua consequente ligação com os referenciais teóricos.
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1178 A hospitalidade comercial e doméstica sob formas híbridas
4. O fenômeno turístico no espaço em questão
Nova Friburgo atualmente faz parte de uma região turística consolidada e de projeção internacional:
a Serra Verde Imperial cujo município referência é Petrópolis (ver Imagem 1). Sua proximidade com a
metrópole fluminense, assim como a gastronomia variada e a tradição cultural das diversas etnias que
o compõe são fatores para a atratividade (Rio de Janeiro, 2006).
Imagem 1: Reprodução gráfica do destino Serra Verde Imperial, Rio de Janeiro, 2012
Fonte: Rio de Janeiro, 2012.
O distrito do Campo do Coelho (ver Imagem 2) apresenta dois circuitos turísticos, onde um é intermunicipal
e o outro está dentro dos limites de Nova Friburgo. O Circuito Turístico Tere ‑
Fri (CTTF) partiu da iniciativa
de empreendedores que lidavam com o turismo, mas de maneira desintegrada, cuja constatação os levou a
se unirem em torno de uma iniciativa privada. No início da década de 2000, o CTTF se concretizou e recebeu
esse nome pelo fato de estar disposta às margens da Estrada Teresópolis – Nova Friburgo ou Tere‑Fri.
Imagem 2: Reprodução gráfica dos distritos turísticos de Nova Friburgo, 2009.
Fonte: Empresa de Turismo Receptivo de Nova Friburgo, 2009.
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Dan Gabriel D’Onofre, Marcelino de Souza 1179
De acordo com D’Onofre (2013), o Circuito Turístico dos Três Picos (CTTP) teve sua consolidação
posterior ao CTTF, apesar de os entrevistados revelarem que ele é mais antigo. A segunda fase do CTTP
ocorreu por intermédio do contato com o CTTF. Algumas das famílias residentes no Parque Estadual
dos Três Picos (PETP) se propuseram em participar do CTTF, entretanto os próprios gestores deste
circuito turístico revelaram que o fato de os empreendimentos do PETP se situarem mais afastados
da rodovia RJ 130 impediria o pleno desenvolvimento dos mesmos. Assim, os moradores do parque
decidiram retomar o CTTP e desenvolvê‑lo
independente ao CTTF, embora de modo sinérgico.
Para tanto, é necessário revelar que o turismo na região está atrelado aos esportes desenvolvidos
em regiões de topografia elevada e escarpada. De acordo com os depoimentos dos entrevistados,
a iniciativa dos montanhistas, a partir da década de 1940, fez com que se iniciasse o fluxo dos
primeiros turistas na região. A partir de 1970, inicia‑se
o processo de inserção de novos turistas que
não demonstravam interesse único em esportes montanhistas, mas desejavam um espaço longe da
agitação dos grandes centros urbanos. Estes turistas demonstram o desprezo pela vida urbana e o
gosto pela paisagem campestre, o ideal de uma vida simples e integrada à natureza, além da busca
pelo equilíbrio espiritual.
Nesse período, o município de Nova Friburgo recebeu levas desses grupos estabelecendo o turismo
em diversos distritos, como o de Lumiar, São Pedro da Serra e o de Campo do Coelho conforme Teixeira
(1998); D’Onofre (2010). O que difere esse segundo fluxo turístico do primeiro, é que muitos desses
turistas decidiram residir nas localidades friburguenses, como foi o caso de Campo do Coelho (ver
Imagem 3). Muitos deles se dedicaram à agricultura orgânica, à criação de trutas, além de atividades
culturais como o montanhismo, a estamparia em tecidos, gastronomia, cerâmica. Após a instalação dos
primeiros neorrurais, seus parentes também se instalaram na localidade.
Imagem 3: Bucolismo Serrano Fluminense3, distrito do Campo
do Coelho, Nova Friburgo [RJ], 15 jun. 2012 [doc. Fot.]
Fonte: Fotógrafo, Dan Gabriel D’Onofre.
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1180 A hospitalidade comercial e doméstica sob formas híbridas
Vale salientar que ambos os fluxos coexistem e continuaram a frequentar o local até os dias de
hoje. Entretanto, há uma terceira geração de turistas, cujo grupo é composto por pessoas da classe
média, possuidores de automóveis que frequentam o distrito friburguense durante os fins de semanas,
recessos escolares, bem como feriados. Esses são os turistas de pequenos intervalos4 que usufruem do
automóvel como meio de transporte para se deslocar às localidades turísticas que não ultrapassem 300
quilômetros de sua residência.
5. O hibridismo nos domínios da hospitalidade: confluências entre o doméstico e o comercial
5.1 O receber
A forma que os empreendedores do CTTF e CTTP têm para convidar e receber aqueles que não conhecem
a localidade é as mídias virtuais; as brochuras elaboradas pelos integrantes do mesmo e que são expostas
no Centro de Turismo de Nova Friburgo, bem como nos eventos onde a cidade é representada; além
das reportagens que são reivindicadas junto aos sistemas de comunicação de massa de Nova Friburgo.
Apesar de muitos aparecerem de forma espontânea, os empreendedores turísticos rurais da localidade
contam com um sistema de reservas operado por eles mesmos. Entre os turistas montanhistas há uma
espécie de rede de sociabilidade fundamentada na amizade e na reciprocidade positiva. Consequentemente,
esses montanhistas anfitriões em Nova Friburgo acabam por ser acolhidos por outros montanhistas
quando longe de lá, a fazer com que aqueles retribuam a recepção a estes quando estão na Serra
Fluminense. Assim, muitos desses turistas montanhistas que frequentam o PETP não necessariamente
estão passivos ao pagamento dos serviços de hospitalidade presentes na região.
Muitos turistas que circulam pelo Circuito Tere‑Fri
fazem diversas paradas nos estabelecimentos
dispostos à beira da rodovia. Assim, eles têm a oportunidade de consumir os produtos produzidos no
local, bem como receber informações sobre o CTTF e demais atratividades da região. Esse fenômeno
é típico da atividade turística, pois movimenta toda sua cadeia produtiva nos três setores econômicos.
5.2 O hospedar
Em Nova Friburgo, muito do que foi desenvolvido para a hospedagem no CTTP se deve à adaptação
provocada pelo fluxo espontâneo de turistas. A primeira forma de recepção no local partiu dos agricultores
e pecuaristas que acolhiam os primeiros desbravadores que se propuseram em abrir as trilhas para
alcançar os picos mais altos da Serra do Mar. Bem próximo ao sopé desses picos, uma antiga construção
serviu durante muito tempo como abrigo aos primeiros montanhistas da região. Esse tipo de meio de
hospedagem é resultado do aprimoramento dos refúgios de montanha.
Com a finalidade de favorecer a estada de montanhistas que vêm de toda a parte, muitos desses
neorrurais se dedicaram na construção de refúgios. Os serviços oferecidos nesses meios de hospedagem
são simples e economicamente acessíveis. Por uma pequena taxa (15 a 28 reais5), os hóspedes têm
acesso a um local para dormir que pode tanto ser uma cama (beliche), quanto um colchão em um quarto
coletivo; além de banheiros com chuveiros elétricos, sanitários, pias, espelhos; e cozinha equipada.
A disposição topográfica desses refúgios obedece a uma lógica local, visto que eles sempre estão
num patamar abaixo das residências dos anfitriões, as quais não são anexadas. Os refúgios locais são
construções que ou foram as primeiras casas dos anfitriões, ou foram edificados para a finalidade de
serem refúgios de montanhistas. A força de trabalho para erguê‑los
é da própria comunidade, com a
ajuda de seus vizinhos e hóspedes. Os materiais utilizados na obra são majoritariamente da localidade.
Com a existência do fluxo de turistas de pequenos intervalos estes requisitam maiores necessidades
quanto à permanência no local. Assim, alguns moradores locais decidiram ofertar hospedagem com
mais opções de serviços e amenidades, as quais contemplam as demandas das famílias de hóspedes.
Na maioria das vezes, essas pousadas surgiram por conta da demanda desse tipo de turista, onde os
donos de casas ou chalés desocupados adaptaram os espaços para o comércio da hospedagem. O que fica
evidente é que a vulnerabilidade de hóspedes ao ambiente externo determina a qualidade e quantidade
de serviços oferecidos pelos anfitriões.
Os serviços das pousadas extrapolam o que já é oferecido nos refúgios. A privacidade é um dos diferenciais,
visto que nessas pousadas a existência de cômodos separados é superior aos refúgios. Entretanto, não se
pode concluir que um serviço é melhor que o outro, visto que ambos atendem adequadamente aos públicos
com demandas específicas. A diária por pessoa oscila entre R$ 30,00 a R$ 45,00 (aproximadamente US$
15 a US$ 27,50, em 2012). Os serviços de alimentação não são padronizados. Todos oferecem roupa de
cama, banheiros com chuveiro de água quente, bem como acesso à cozinha equipada e churrasqueira.
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Sob os aspectos relacionais, o que se constatou segue a análise de Lashley (2003), pois no CTTP
ao pagar pela hospedagem, o turista se exime de quaisquer obrigações para com seu anfitrião. Dessa
forma, é possível compreender que grande parte dos hóspedes deseja o mínimo possível de controle
por parte dos anfitriões. O que eles desejam é uma relação em que seja favorável as suas demandas,
as quais os anfitriões podem exercer poucas interferências quando dentro do domínio do local cedido
temporariamente aos seus hóspedes. Em compensação, as regras de convivência ficam mais explícitas
quanto aos aspectos proibitivos, como não fumar dentro dos meios de hospedagem, a manutenção da
limpeza e organização das cozinhas, copas e banheiros compartilhados, além da separação do lixo
reciclável dos demais. Além disso, a transação monetária exime o hóspede em retribuir a hospitalidade
comprada, salvo exceções em que os anfitriões são convidados pelos hóspedes a serem recebidos em suas
residências. Tal inversão de papéis raramente ocorre, pois, como a maioria dos hóspedes das pousadas
vem do Rio de Janeiro, os anfitriões já possuem suas redes de contato na capital fluminense, o que de
certa forma influencia na não requisição do convite feito muitas vezes por praxe.
5.3 O alimentar
A fim de proporcionar recomposição biofísica aos turistas, empreendedores de Nova Friburgo lançam
mão de suas habilidades culinárias para ofertar alimentos e bebidas. Ao redor da Tere‑Fri
é constante
a presença de restaurantes, bares, lanchonetes e mercados. Em Campo do Coelho, a maioria dos
empreendimentos que oferecem alimentação, sobretudo os dispostos à beira da rodovia RJ‑130,
surgiu
pela demanda que os viajantes imputaram quando em trajeto entre Nova Friburgo e Teresópolis.
No CTTF, os empreendimentos que se dedicam especialmente à alimentação ficam no município de
Teresópolis (Circuito Turístico Tere‑Fri,
2012), fora do recorte espacial da pesquisa. Todavia, outros
empreendimentos que se dedicam às atividades de compras, acabam por oferecer alimentação aos seus
hóspedes, como é o caso do Apiário “Amigos da Terra” e da “Queijaria e Chocolataria Suíça” de Nova
Friburgo. O apiário, além da produção apícola cujo mel, própolis e derivados abastecem o mercado
consumidor fluminense, comercializa seus produtos numa loja própria. O local não oferece refeições,
apesar de comercializar alimentos como mel, pães de mel, entre outros.
Outro empreendimento híbrido integrante do CTTF é a Queijaria Suíça de Nova Friburgo (FRIALP)
e Chocolataria Escola, a qual surgiu como uma parceria entre o governo suíço e a prefeitura de Nova
Friburgo ainda na década de 1980. Parte integrante do Instituto Fribourg Nova Friburgo – Casa Suíça,
o objetivo da parceria é estreitar os laços culturais entre os suíços e seus descendentes brasileiros, além
de propiciar o intercâmbio tecnológico com o fomento da produção leiteira na região e seus derivados.
Muitos turistas frequentam o empreendimento com a finalidade de degustar queijos, requeijões,
chocolates e outros produtos comercializados ali. Internamente, há um restaurante que privilegia os
queijos em seus pratos, bem como chocolates em suas sobremesas.
Dessa forma, é possível verificar que empreendimentos turísticos tendem a ser multifuncionais a
fim de contemplar a demanda das mais variadas necessidades humanas. Isso também foi detectado no
CTTP, onde os refúgios e pousadas se dedicam a oferta de alimentação que é remunerada à parte da
diária. O café da manhã custa em torno de R$ 10,00 por pessoa (cerca de US$ 5). É também possível
solicitar outras refeições cujo preço oscila entre R$ 10,00 a R$ 20,00 (de US$ 5 a US$ 10). A depender
do refúgio, o hóspede que solicita uma refeição encontra uma variedade de estilos gastronômicos, visto
que muitos dos empreendedores seguem filosofias alimentares de origem urbana como o veganismo
e o vegetarianismo. Estar num refúgio ou pousada não impede que o turista se alimente em outro
empreendimento, pois o ambiente não é de concorrência, mas de cooperação. Entretanto, na maioria dos
empreendimentos que oferecem alimentação, o preparo da refeição é acordado entre hóspedes e anfitriões.
Outro aspecto relativo à alimentação é a difusão dos rodízios de pizzas a organizá‑los
com o intuito de
oferecer uma opção de refeição no horário noturno, além de ser um momento de confraternização entre
a comunidade local e os turistas que prestigiam o momento.
Os donos dos refúgios revelam que se ocupar com o preparo de refeições, por mais que traga lucrativi‑dade
aos mesmos, acaba por sobrecarregá‑los
e tal tarefa começa a competir com demais atividades que
já são desenvolvidas pelos mesmos. Assim, os donos de refúgios indicam tanto os serviços de refeições
congeladas, quanto à trutaria “Arco Íris” e o restaurante “Lua Cheia” (ver Imagem 4) que também
fazem parte do circuito. Todos os empreendimentos que lidam com a alimentação têm suas cozinhas
abertas aos turistas. O ambiente é de intensa interação. Tanto as cozinhas, como as copas são os locais
onde ocorrem as confraternizações, trocam‑se
receitas e informações, experimentam‑se
novos sabores,
aprendem‑se
novas técnicas culinárias, criam‑se
laços e redes de sociabilidade.
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1182 A hospitalidade comercial e doméstica sob formas híbridas
Imagem 4: De curral a restaurante: o restaurante “Lua Cheia”, distrito
do Campo do Coelho, Nova Friburgo [RJ], 16 jun. 2012 [doc. Fot.]
Fonte: Fotógrafo, Dan Gabriel D’Onofre.
5.4 O entreter
Uma das estratégias que os empreendedores do turismo no espaço rural em Nova Friburgo utilizam
para atrair turistas são eventos. Muitos deles têm objetos específicos para comemoração. No CTTF, os
empreendedores do Apiário da Terra tiveram a ideia de construir um museu com a finalidade de expor
de forma lúdica e pedagógica a vida das abelhas. Dessa forma, por iniciativa do sucesso da produção
apícola, surgiu nas margens da Tere‑Fri
o Museu do Mel, o único do Brasil. A função principal do Museu
do Mel é ser um atrativo para o desenvolvimento do turismo rural pedagógico, cujo público é composto
principalmente por crianças e adolescentes em fase escolar.
Ainda no CTTF, a Casa Suíça (ver Imagem 5) apresenta uma diversidade de atrativos turísticos
que tem a finalidade de entreter os visitantes que ali passam. O Memorial do Colonizador é um espaço
dedicado à memória da colonização helvética no Brasil, que dispõe de diversos materiais em seu acervo
em permanente exposição, como as bagagens, vestimentas, utensílios, entre outros artefatos trazidos
pelos primeiros suíços que vieram para viver em Nova Friburgo. O local apresenta dispositivos multi‑mídias
que divulgam a adaptação e miscigenação dos helvéticos à estrutura social, cultural e múltipla
do Brasil. Por parte dos anfitriões e gestores, há uma constante preocupação em trazer elementos de
outras culturas que vieram a somar para a formação não só do povo friburguense, mas de toda a Região
Centro‑Norte
fluminense.
O local ainda conta com uma loja que vende lembranças que aludem à construção de um sentimento
de pertença étnica helvética onde há canivetes, blusas, livros, entre outros produtos suíços. Outro
ponto que chama atenção é o Museu de Taxidermia que possui mais de 200 animais empalhados, todos
oriundos da Mata Atlântica. Segundo os mesmos, a intenção vai além da promoção da arte, visto que
tem proposta de demonstrar a diversidade da fauna local.
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Dan Gabriel D’Onofre, Marcelino de Souza 1183
Imagem 5: Casa Suíça, distrito do Campo do Coelho,
Nova Friburgo [RJ], 17 jun. 2012 [doc. Fot.]
Fonte: Fotógrafo, Dan Gabriel D’Onofre.
Por conta da iniciativa local dos moradores e empreendedores do PETP, diversos eventos são
desenvolvidos com a finalidade de celebrar tradições e culturas locais, como também promover os
esportes de montanha. Sobre esse último ponto, diversos encontros de excursionistas, bem como
campeonatos de escaladas em blocos de pedra (bolders) são realizados com a finalidade de atrair
turistas que já possuem experiência com os esportes de montanha, além de angariar o público
interessado em tal.
Muitos dos neorurais que hoje vivem e se dedicam ao turismo na localidade perceberam que
algumas tradições dos primeiros agricultores e pecuaristas na região estavam por se extinguir, como
é o caso do “mineiro pau”, uma dança típica difundida pelo interior fluminense. Dessa forma, com
o consentimento e envolvimento da vizinha comunidade agrícola de Salinas, os empreendedores
turísticos realizaram não apenas festas que celebrassem o “mineiro pau”, como também avançaram
na questão com os músicos da região que se dedicam à sanfona, a realizar periodicamente o Encontro
de Sanfoneiros. Nesses eventos, além de trazerem pessoas de diversas partes do interior do Rio de
Janeiro, muitos turistas e visitantes aproveitam para celebrar e usufruir os serviços turísticos que
o CTTP dispõe à clientela.
Outras festividades têm sido desenvolvidas em diversos empreendimentos, os quais apresentam
diversas temáticas e forma de organizar. O fato dos neorurais ainda guardarem seus hábitos culturais
de origem urbana permite a inserção de eventos que não seriam possíveis sem a iniciativa dos mesmos.
Assim, muitos dos momentos de entretenimento comercial são permeados pela profusão entre os
elementos culturais urbanos e rurais cuja territorialização no espaço rural de Nova Friburgo traz
novas experiências aos convidados, os quais estão mais propensos à assimilação dessas práticas
culturais híbridas.
PASOS. Revista de Turismo y Patrimonio Cultural. 14 N° 5. Octubre 2016 ISSN 1695-7121
1184 A hospitalidade comercial e doméstica sob formas híbridas
6. Considerações Finais
A análise da hospitalidade nos destinos turísticos rurais estudados no Estado do Rio de Janeiro revela
em si a hibridização dos domínios comercial e doméstico antes do que mesmo uma anulação de uma
categoria perante a outra. Vale destacar que o fenômeno turístico é por excelência um dos fatores que
promove ressignificações. Assim, no caso que se descreveu é possível ver que a base para a construção da
hospitalidade comercial é a hospitalidade doméstica, sendo que esta não se desintegra para a construção
daquela porque as famílias que comercializam tais serviços não deixam de receber, alimentar, hospedar
e entreter seus amigos e familiares de maneira generosa e gratuita. Ou seja, as respostas demonstram
que não há uma perspectiva de sucessão eliminatória nos processos de formação dos serviços comerciais
de hospitalidade. A exceção recai apenas à Casa Suíça, haja vista que este empreendimento não surgira
como um esforço de uma família local para atender uma demanda turística, mas sim como uma estratégia
surgida entre entes públicos para a manutenção de laços comerciais e culturais.
Salienta‑se
que os tempos e espaços da hospitalidade não são cadeias teóricas que tornam os âmbitos
sociais e culturais campos herméticos e bem definidos. A própria multifuncionalidade das estruturas
criadas para atender visitantes sugere que suas relações desempenhadas com os anfitriões não se cerceiem
apenas ao receber, alimentar, hospedar e entreter. Todas essas ações, permeadas de elementos culturais,
podem ocorrer aos mais variados espaços sociais, como é o caso do museu que oferece alimentação ou a
pousada que apresenta opções de entretenimento. De fato, o constructo teórico possibilita a visualização
do fenômeno social da hospitalidade, mesmo que com ressalvas quanto à aplicabilidade em casos reais nos
mais variados modelos de gestão de destinos turísticos. Assim, com base na realidade empírica estudada,
abre‑se
uma agenda de pesquisa para a realização de trabalhos futuros que venha a trazer e aprofundar
o debate sobre o complexo fenômeno da hospitalidade e seu relacionamento com o desenvolvimento rural.
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Notas
1 O presente trabalho consiste como um resultado de dissertação intitulada “Hospitalidade de famílias rurais da Serra
Fluminense: olhares de anfitriões” sob a orientação de Marcelino Souza, em 2013 junto ao Programa de Pós‑Graduação
em Desenvolvimento Rural da Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Em sua forma mais acabada, o mesmo foi
apresentado junto ao IX Congresso Internacional sobre Turismo Rural e Desenvolvimento Sustentável, o qual ocorreu
junto à Escola de Comunicações e Artes da Universidade de São Paulo, em setembro de 2014, no Grupo de Trabalho 7:
Temáticas emergentes em turismo rural sob o título de “Os tempos e espaços da hospitalidade nos circuitos turísticos de
Nova Friburgo, Rio de Janeiro, Brasil: o hibridismo do doméstico e do comercial, do rural e do urbano”.
2 A promoção de serviços alimentares em lugares remotos ou de difícil alcance, assim como a realização dos mesmos em
eventos.
3 Menção Honrosa na categoría adulto pela III Semana do Patrimônio Fluminense, Petrópolis/RJ, 2013.
4 Utilizo a expressão de turista de pequeno intervalo como referência ao turismo de short break, o qual pode ser caracterizado
como “viaje vacacional de corta duración, resultado de la fragmentación de las vacaciones laborales anuales en periodos
más breves [...]” (Collado, 2010).
5 De acordo com o Histórico de Cotações de Dólar Turismo do UOL, a compra de um dólar turismo norte americano durante
o período de 01 de junho a 31 de julho de 2012 variara de R$1,91 a R$ 2,02 (ver mais em: http://economia.uol.com.br/
cotacoes/cambio/dolar‑turismo‑estados‑unidos/?
historico).
Recibido: 23/03/2015
Reenviado: 11/11/2015
Aceptado: 20/02/2016
Sometido a evaluación por pares anónimos