© PASOS. Revista de Turismo y Patrimonio Cultural. ISSN 1695-7121
Vol. 14 N.o 5. Págs. 1229-1240. 2016
www .pasosonline.org
Resumo: O artigo tem como objetivo traçar um perfil dos usuários de segunda residência no Polo Costa
das Dunas e analisar o vínculo que estabelecem com o lugar que visitam regularmente para fins de lazer.
Utilizou‑se
da metodologia quantitativa, com amostras aleatórias utilizando‑se
da técnica de questionários
aplicada em municípios localizados no Polo Costa das Dunas/RN/Brasil. Constatou‑se
que o lugar onde
se localiza a segunda residência representa para o usuário‑proprietário
um local de “veraneio” “lazer e
diversão” “tranqulilidade” e de “reunião familiar”. A criação dos vínculos afetivos territoriais estabelecem‑se
a partir de um conjunto de significados construídos a partir do uso dessa tipología de imóvel, como permitir
a reunião familiar de forma integrada e desvinculada das obrigações diárias; além de propiciar novas formas
de sociabilidades, como relações afetivas com os vizinhos temporários. Conclui‑se
que as relações construídas
a partir do uso da residência secundária é composta por diversas representações sociais e simbólicas, que
permitem uma relação diferente e particular do sujeito com o lugar visitado.
Palavras-chave: Segunda residência;Vínculos afetivos e territoriais; Usuário; Turista; Lazer.
Second homes and the construction of emotional and territorial bonds in the Costa das Dunas
Pole / RN / Brazil
Abstract: The article aims to outline a profile of second home users in Polo Costa das Dunas and analyze
the relationship they establish with the place that regularly visit for leisure purposes.We used quantitative
methodology, with random samples using the technique of questionnaires applied in municipalities located in
the Costa das Dunas Pole/RN/Brasil. It was found that the place where one finds the second residence represents
for user‑owner
a place for “summer”, “leisure and recreation”, “tranquility” and “family reunion”. The creation of
emotional and territorial bonds are established from a set of meanings constructed from the use of this type of
property, as to allow the family reunion in an integrated manner and unlinked to the daily obligations; as well
as providing new forms of sociability, and affective relationships with the temporary neighbors. It is concluded
that the relationships built from the use of the secondary residence is composed by several social and symbolic
representations, which allow a different and particular relationship of the subject with the place visited.
Keywords: Second home; Emotional and territorial bonds; User; Tourist; Leisure.
Segunda residência e a construção dos vínculos afetivos
e territoriais no Polo Costa das Dunas / RN / Brasil
Maria Aparecida Pontes da Fonseca Maria* Maria Lúcia Bastos**
Alves Lúcia*** Renata Mayara Moreira de Lima Renata****
Universidade Federal do Rio Grande do Norte (Brasil)
Maria Fonseca Maria, Maria Bastos, Alves Lúcia, Renata Mayara Renata
* Doutora em Geografia pela UFRJ. Professora do Departamento de Geografia/UFRN. Lider do Grupo Interdisciplinar de
Pesquisa Turismo e Sociedade; E‑mail:
mariapontes@ufrnet.br
** Doutora em Sociologia pela USP. Professora do Departamento de Ciências Sociais/UFRN. Vice líder do Grupo Interdisciplinar
de Pesquisa Turismo e Sociedade; E‑mail:
mluciabastos29@yahoo.com.br
*** Doutoranda em Ciências Sociais pelo Programa de Pós‑Graduação
em Ciências Sociais da Universidade Federal do Rio Grande
do Norte. Bacharel em Turismo pela Universidade Federal do Rio Grande do Norte; E‑mail:
renatammlima@gmail.com
1. Introdução
Existem muitas localidades que assumem a função turística e passam a receber significativos fluxos de
turistas. Outras localidades, que não são propriamente destinações turísticas, caracterizam‑se
pela presença
significativa de segundas residências, especialmente destinadas para a prática do lazer e descanso dos
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usuários dessa tipologia de domicílios. Finalmente, encontramos algumas localidades que são frequentadas
tanto por turistas como por usuários de segundas residências, especializando‑se
na prática do lazer.
É sobre esta terceira tipologia de área, que congrega os dois tipos de fluxos (usuários de segundas
residências e turistas), que iremos nos deter neste trabalho, tendo como foco de análise empírica o Polo
Costa das Dunas (PCD), localizado na Costa Oriental do Estado do Rio Grande do Norte, na Região
Nordeste do Brasil.
Primeiramente, é importante mencionar a existência de uma diferença marcante entre estes dois
grupos, apontada por vários pesquisadores. Os usuários de segundas residências desenvolvem um vínculo
territorial em função do retorno periódico ao mesmo lugar, enquanto que no segundo grupo, constituído
pelos turistas, esse vínculo não ocorre, uma vez que está sempre procurando conhecer novas destinações,
ou seja, comumente não retornam para o lugar já visitado (Sánchez, 1991; Tulik, 2001; Cólas, 2003).
Apesar desse consenso entre os estudiosos, são necessárias mais pesquisas empíricas que esclareçam
e aprofundem a natureza desse vínculo territorial, pois como lembrou Janoschka (2013), apesar do
crescimento exponencial na última década da mobilidade transnacional, temporal ou permanente, e
das repercussões territoriais ocasionadas por esse fenômeno, tal dinâmica é pouco estudada, principal‑mente
no caso latino‑americano.
Procurando contribuir para avançar nessa discussão, o trabalho será
desenvolvido com o objetivo de traçar um perfil dos usuários de segunda residência no Polo Costa das
Dunas e analisar o vínculo que estabelecem com o lugar que visitam regularmente para fins de lazer.
2. Metodologia
O PCD se constitui na principal região turística do estado, englobando 21 municípios, localizados
ao longo do litoral oriental potiguar: Arês, Baía Formosa, Canguaretama, Ceará‑Mirim,
Extremoz,
Goianinha, Macaíba, Maxaranguape, Natal, Nísia Floresta, Parnamirim, Pedra Grande, Pureza, Rio do
Fogo, São Gonçalo do Amarante, São José do Mipibú, São Miguel do Gostoso, Senador Georgino Avelino,
Tibau do Sul, Touros, Vila Flor. Dentre esses, destacam‑se
as principais destinações turísticas do Rio
Grande do Norte: Natal, Tibau do Sul/Pipa e São Miguel do Gostoso (ver Mapa 1).
A partir da década passada inicia‑se
o processo de internacionalização do turismo no Rio Grande do
Norte, com a chegada de fluxos turísticos procedentes da Europa (portugueses, espanhóis, italianos,
holandeses, suecos, dentre outros) e de empresas hoteleiras de redes internacionais (Ex: Pestana, Accor,
Serhs). Tal processo desencadeou a dinamização do segmento imobiliário e a chegada de empresas de
capital estrangeiro (portuguesas espanholas, italianas e norueguesas) deste segmento de atividade
que começaram a produzir equipamentos imobiliários (segundas residências) para um público também
constituído de estrangeiro, a partir de uma concepção importada da península ibérica: condominios
fechados com áreas de lazer. (FONSECA; SILVA, 2012).
Dados do último censo do IBGE (2010) indicam que, atualmente, o fenômeno da segunda residência
vem assumindo relevância em vários municípios do PCD, apresentando significativo crescimento não
apenas em municípios litorâneos, mas também em outros que não são banhados pelo mar, localizados
na Região Metropolitana de Natal e, inclusive, no interior. Este polo abrange cerca de 47% do total
estadual dos domicílios destinados à segunda residencias (ver Gráfico 1), conforme dados do IBGE (2010).
A incidência espacial desse fenômeno no polo, justifica o recorte da presente pesquisa.
Gráfico 1: Distribuição das segundas residências nos Polos Turísticos do RN – 2010
Fonte: IBGE (2010).
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Maria Fonseca Maria, Maria Bastos, Alves Lúcia, Renata Mayara Renata 1231
Mapa 1: Localização da área de estudo: Polo Turístico Costa das Dunas‑
RN
Fonte: Secretaria de Turismo do Rio Grande do Norte ‑
SETUR
Elaboração: Pedro Freitas
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A metodologia da pesquisa consistiu num trabalho de campo onde foram aplicados 306 questionários
distribuídos nos seguintes municipios do polo: Nísia Floresta (119), Extremoz (77), Parnamirim (67),
Ceará‑Mirim
(16), Maxaranguape (10), Touros (7), Rio do Fogo (05) e Tibau do Sul (05). Este levanta‑mento
foi feito em janeiro de 2012, em plena alta estação. Os municípios selecionados localizam‑se
na
faixa litorânea e apresentam maior incidência dessa modalidade de domicílios, comparativamente aos
demais, conforme dados do IBGE (2010).
A técnica utilizada para compor o plano amostral foi de uma Amostra Aleatória Estratificada (AAE),
onde cada município foi considerado um estrato. Para esse estudo é importante ressaltar que não foi
incluído o município de Natal, onde se verifica a maior incidência dessa categoria de domicílio no conjunto
estadual, por apresentar especificidades que dificultaria o trabalho de campo.
Também é importante esclarecer que os questionários foram aplicados nos imóveis distribuídos
isoladamente, não sendo foco da pesquisa os condomínios horizontais e verticais fechados, geralmente
destinados a um público estrangeiro de maior poder aquisitivo, devido à dificuldade de acesso aos
usuários destes condomínios, de modo que 98,70% da população entrevistada é composta por brasileiros
que frequentam o litoral potiguar para fins de lazer.
Para traçar o perfil dos usuários (demanda), contabilizaremos a totalidade da população alvo da
pesquisa, ou seja, 306 respondentes. No entanto, para analisar o vínculo com o lugar faremos uma distinção
entre os proprietários das segundas residências (202 respondentes) e os que não eram proprietários
(104 respondentes), constituídos por pessoas que alugam ou em casos em que a residência é cedida.
O grupo de não proprietários era constituído por pessoas que estavam alugando as residências ou
então que estas eram cedidas ou emprestadas. Segundo nosso entendimento, as pessoas que compõem
esse segundo grupo caracterizam‑se
como turistas e, nesse caso, as segundas residências assumem o
papel de alojamento turístico. A seguir, aprofundaremos essa discussão.
3. A segunda residência no contexto da atividade turística
No Brasil, “residência secundária” ou “segunda residência” são denominações comumente aplicadas às
propriedades particulares utilizadas, temporariamente, por pessoas que tem sua residência permanente
em outro lugar. Indica então o deslocamento e o desvinculamento temporário da vida cotidiana/rotineira
que ocorre na residência principal ou primeira residência. Também são popularmente denominadas de
“casa de praia”, “casa de veraneio”, “chácara”, “sítio”, “casa de campo”, “rancho” “granja”, entre outros
menos conhecidos. Em outros países, a residência secundária também assume diversas denominações.
Na França: residence secondair, maison de campagne, residence touristique; na Espanha: segunda casa,
segundo hogar, casas vacacionales; na Itália: seconda casa; em países de língua anglo‑saxônica:
second
home, vacation home. (Tulik, 2001)
Uma definição que compreende a discussão atual sobre a segunda residência foi elaborada pelo
Instituto Nacional de Estatística (INE), da Espanha:
Uma residência familiar é considerada secundária quando é utilizada somente parte do ano, de forma
estacional, periódica ou esporádica e não constitui residência habitual de uma ou várias pessoas. Pode
ser, portanto, uma casa de campo, praia ou cidade utilizada nas férias, verão, finais de semana, trabalhos
temporais ou em outras ocasiões. (apud Colás, 2003:29).
Esta definição representa um avanço, na medida em que não há um vinculamento direto e estreiro
entre segunda residência e uso para o lazer e o descanso, adotando‑se
outras possibilidades de uso,
como para o trabalho; respeitando‑se
sempre a temporalidade, uma vez que seu uso é esporádico.
Neste sentido, a segunda residência não se caracteriza como um tipo de alojamento com finalidade bem
definida, podendo ser utilizada para os mais variados propósitos.
Sendo assim, a perspectiva deste trabalho se contrapõe, no que se refere ao aspecto conceitual, com
Tulik, 2001 e Hiernaux‑Nicolas,
2005 que classificam as segundas residências como um alojamento
turístico per si. É importante ressaltar que, em certas ocasiões, o imóvel poderá assumir a função de
alojamento turístico, quando for ocupado por um turista.
Este é turista independentemente do alojamento em que se hospeda, podendo ser até em casa
de parentes e amigos. No entanto, nem todo usuário de segunda residência pode ser considerado
um turista.
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Conforme a definição do INE, acima referida, as segundas residências podem ser utilizadas para fins
distintos do lazer e inclusive para o trabalho, portanto não se pode afirmar que a segunda residência
é um alojamento turístico se não for considerado a finalidade de seu uso e quem são seus usuários.
Na literatura existente atualmente, há muitas lacunas e contradições sobre a natureza da segunda
residência e de seus usuários, chegando inclusive alguns autores a definir um novo tipo de turismo: o
“turismo residencial”, o que tem causado muitas dificuldades entre estudiosos do turismo que tentam
fazer a interface entre os fenómenos da segunda residência e turismo, encontrando muitas contradições.
Analisando a expansão do “turismo residencial” nas últimas décadas, alguns autores têm questionado
até que ponto seu usuário se constitui um turista ou um migrante. Segundo Mateu i Ladó (2003:200) “o
que se denomina turismo residencial se baseia na confusão precisamente entre o ‘turista’ e o ‘residente’”.
A realidade atual, em que se observa a especialização de áreas para o consumo turístico e recreativo
em algumas áreas do mundo, com a participação da residência secundária de modo cada vez mais
significativo, tem contribuído, no entendimento desse autor, para embaralhar ainda mais os limites
entre um e outro.
Uma das características mais marcantes que distinguem os usuários de segunda residência dos
turistas é o vínculo que os primeiros estabelecem com o lugar, sendo esta característica um consenso
entre os pesquisadores.
Os usuários de segundas residências diferem dos turistas propriamente ditos na medida em que o
retorno frequente a uma dada localidade possibilita a criação de um vínculo territorial que se expressa
de distintas formas: 1‑
vínculo afetivo e psicológico com o lugar, sendo esta uma das distinções mais
importantes entre o usuário da segunda residência e o turista; 2‑
vínculos de vizinhanças e sociabilidade
com outros usuários de segundas residências e moradores locais. Diferentemente dos proprietários, os
turistas necessariamente não retornam para a mesma localidade, estando sempre procurando conhecer
novas destinações, portanto não criam vínculo com o lugar visitado. Assim, seu tempo é fugidio e mais
restrito comparativamente ao usuario de segunda residencia, de modo que o consumo do espaço e a
relação estabelecida com o mesmo é diferente. (Fonseca; Lima, 2012).
O crescimento da mobilidade de pessoas, ora abordadas como turistas, ora como imigrantes por
passarem longas temporadas nas destinações turísticas, muitas vezes adquirindo propriedades nestas
localidades (segundas residências) tem sido denominado como “migração por amenidade” ou “lifestyle
migration” (migração por estilo de vida), conforme apontam estudos desenvolvidos por (Benson y O’Reilly,
2009). Sua ocorrência está relacionada ao deslocamento de um número cada vez maior de pessoas a
procura de lugares com grande valor paisagístico e atributos naturais valorizados, frequentemente
associadas às destinações turísticas (González, Mantecón, 2014).
Huete e Mantecón (2010) fazem uma ampla revisão da literatura e apontam diversas abordagens na
análise do que alguns autores chamam de “turismo residencial” e sua diferença em relação a imigração.
Baseando‑se
ainda em estudos empíricos realizados em Alicante/Espanha, os autores afirmam que
imigrantes são pessoas que se deslocam de seus países de origem para outros, passando a ser recenseados
no novo lugar de moradia, sejam ou não proprietários, nos quais residem de forma permanente. Já
não são imigrantes aqueles que passam no destino turístico curtas temporadas, não são recenseados,
e mantém uma residência principal em seus países de origem, bem como aqueles que se hospedam
em residência privada (alugada, de amigos ou parentes), também não sendo recenseados, mesmo que
passem um tempo considerado longo na referida localidade.
Para os autores, a expressão turistas deve ser reservada aquelas pessoas que querem voltar aos
seus países de origen, que estão de passagem, aproveitando as férias, mesmo que em uma residência
de sua propriedade. E denomina os imigrantes, aqueles que não sabem ou não querem voltar aos seus
países de origem e que se registram no censo da localidade.
O entendimento dos referidos autores vai de encontro a nossa compreensão do que são turistas,
concordamos com o fato de o turista ser aquele que está de passagem e vai voltar ao seu local de moradia
permanente, porém não concordamos com o fato do turista poder ter a propriedade do imóvel, pois isso
descaracteriza, na nossa compreensão, o turista e o turismo, na medida em que fortalece os vínculos
com o lugar (Fonseca; Lima, 2012).
As autoras chegaram a esta conclusão após pesquisa realizada no Estado do Rio Grande do Norte/
Brasil na qual estudou‑se
a produção e o consumo de segunda residência no espaço turístico Potiguar,
entre os anos de 2010 e 2012. Apesar do Polo Costa das Dunas/Brasil ser muito distinto do Polo Costa
Blanca/Espanha no que se refere a intensidade dos fenômenos do turismo, da segunda residencia e da
imigração, a natureza dos processos estudados é similar. Assim, a residência secundária assume o papel
de alojamento turístico quando seus usuarios não são proprietários do imóvel.
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Dessa forma, interessa‑nos
neste trabalho analisar o vínculo que o usuário estabelece com o lugar, já
que este é ponto central na distinção entre o turista e o usuario de segunda residencia. Portanto, nossa
análise focará os proprietários. Quanto a isso Huete e Mantecón (2010) concordam com o fato de que
um cidadão que se instala em uma determinada localidade e que compra uma residência neste lugar,
tende a desenvolve laços de pertencimento maiores e mais fortes do que aqueles que alugam, sem estar
submetidos a regulações burocráticas.
Janoschka (2011, 2013), mostrou através do caso da Costa Rica, de que forma a localidade de Guanacaste
transformou‑se
em um destino importante para estrangeiros, principalmente para norte‑americanos,
não
apenas em termos de turismo de massa, mas também enquanto um local de dissiminação de segundas
residencias destinadas à uma população com altos poderes aquisitivos e com condições de migrar (lifestyle
migration), constituída em grande parte por aposentados, mas não somente.
O autor vai mostrando ao longo desses trabalhos que quem opta por establecer residência em um local
que não é o seu, cria diversos laços com a localidade, o que envolve apropriações simbólicas dos espaços
e lugares e negociações de pertencimento, gerando uma reconfiguração da paisagem e dos lugares e uma
mudança na composição das comunidades locais. Envolve inclusive pensar em cidadania e participação
social/política em uma sociedade transnacional (Janoschka, 2013). Ao considerarmos essas questões
profundas que a mobilidade contemporânea gera, temos mais motivos para acreditar que a partir do
momento em que pessoas se estabelecem em lugares diferentes do seu, adquirindo imóveis e que se
sentem, por isso, afetadas pelas mudanças que ocorrem no entorno, passando a sentir necessidade de
participar das decisões que a comunidade local toma, estas perderam as características de turistas e
adquiriram as de residentes, mesmo que temporários.
Apesar da realidade tratada no presente estudo não abordar processos destacados nos estudos anteriores
envolvendo imigração internacional, procuraremos contribuir para a discussão conceitual na medida
em que será abordado os vínculos territoriais estabelecidos pelos usuarios de segundas residencias nas
localidades turísticas focadas no presente estudo. É com esta finalidade que apresentaremos, a seguir,
alguns resultados da pesquisa.
4. A expansão das segundas residências no Rio Grande do Norte e o perfil do usuário
O Nordeste brasileiro apresentou considerável crescimento desta tipología de domicílios nas últimas.
Históricamente, conforme Cruz (2009) ressalta de acordo com os dados do IBGE (2000), há uma prepon‑derância
de segundas residências nas Regiões Sul e Sudeste do país, correspondendo, respectivamente,
a 19% e 39% do total nacional.
No entanto, o Nordeste brasileiro tem apresentado um crescimento representativo, de acordo com
Assis (2009), entre 1980 e 2000, o número de residências secundárias cresceu na região à uma taxa
anual de 8%, maior do que a média nacional de 6,9%, passando de 116. 938 para 552.198 de imóveis
nesse período. Sendo os estados da Bahia, Pernambuco, Ceára e Rio Grande do Norte, os que mais
recebem investimentos nesta modalidade de domicílio.
Analisando os dados do último censo do IBGE (ver Tabela 1), podemos observar os altos percentuais de
crescimento das segundas residencias entre 2000 e 2010 tanto para o conjunto do país (46%), assim como
em todas as Grandes Regiões e, particularmente, na Região Nordeste, onde apresenta o maior percentual
de crescimento (74%). No ano de 2010, o Nordeste brasileiro abrangia 24, 56% do total existente no país.
Tabela 1: Evolução do número das segundas residências
nas grandes regiões do Brasil – 2000/2010
Regiões 2000 2010 %00/10
Sudeste 1.355.698 1.831.867 35
Nordeste 552.198 966.263 74
Sul 511.525 690.999 35
Centro‑Oeste
142.594 231.300 62
Norte 123.686 212.842 72
Brasil 2.685.701 3.933.271 46
Fonte: IBGE (2000; 2010)
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Mapa 2: Evolução das segundas residências no PCD – 1991/2000/2010
O Rio Grande do Norte tem uma participação tímida no contexto regional nordestino, englobando
6,88% do total, no entanto, na última década, apresentou um crescimento de 99,36% (IBGE, 2010) ou
seja dobrou o número desta tipología de residência. Em 2000 o estado potiguar contava com 33.321
unidades habitacionais destinadas as segundas residencias e no ano de 2010 esse contingente aumentou
para 66.432
A expansão recente desses domicílios está vinculada a associação do capital imobiliário com os
negócios turísticos, isto é, os empresários do setor imobiliário encontraram novas oportunidades de
negócios nas destinações turísticas e desenvolveram produtos que conjugam alojamentos turísticos
e residências secundárias. Se até o final do século XX a produção e consumo desses domicílios era de
âmbito regional/estadual, na fase atual verifica‑se
a forte presença de investidores estrangeiros tanto
na produção como no consumo desses bens imobiliários, cuja finalidade agora não é apenas o lazer e o
descanso, mas também um negócio em busca de rentabilidade (Fonseca; Silva, 2012).
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O crescimento do turismo e a proliferação dos domicílios destinados ao uso ocasional verificada nas
últimas décadas tem ocasionado intenso processo de ocupação em vários municípios que compõem o
PCD, desencadeando um processo de urbanização pulverizada e difusa por todo litoral oriental potiguar,
decorrente do consumo do espaço para atividades de lazer. No Mapa 2 abaixo, é possivel observar a
expansão das segundas residências no PCD, ao longo das três últimas décadas, destacando‑se
os muni‑cipios
que compõem a Região Metropolitana de Natal, incluíndo os muncípios não banhados pelo mar.
Em 1991, o IBGE começa a disponibilizar dados sobre os domicílios de uso ocasional (DUO) e a partir
de então é possível avaliar de modo mais preciso sua dinâmica espacial no litoral potiguar. Apenas cinco
municípios (Natal, Parnamirim, Nísia Floresta, Extremoz e Ceará Mirim) englobam cerca de 70% do
total desses domicílios existentes no Polo nos três momentos analisados, isto é, ano de 1991, 2000 e 2010.
Ou seja, verifica‑se
crescimento em toda faixa litorânea, porém a produção e consumo desses domicílios
continuam bastante concentrada em Natal e nos municípios litorâneos adjacentes que compõem a Região
Metropolitana de Natal. Para o conjunto do Polo, verifica‑se
expressivo crescimento dos DUO na década
de noventa (84,44%), como também na última década (89,29%) (IBGE, 1991; 2000; 2010).
Quadro 1: Perfil dos usuários de segundas residências
Procedência
Os usuários de segundas residências procedem, predominantemente, de Natal (73,31%).
Também se verifica a presença de usuários de outros municípios potiguares (18,89%),
outros Estados da federação (7,82%) e outros países (0,98). Com relação à participação
dos estrangeiros, é importante mencionar que a informação está subdimensionada,
já que os condomínios fechados, que se constituem a tipologia privilegiada pelos
estrangeiros, não foram alvo desta pesquisa;
Faixa etária A idade dos usuarios é média e elevada, sendo que 68,40% dos respondentes têm 45
anos ou mais;
Profissão
ocupação
Relacionado com a faixa etária elevada, temos os aposentados como a profissão/ocupação
com maior incidência, participando com 25,08%; em seguida aparece os funcionários
públicos (23,13%) e os profissionais liberais (11,07%);
Nível de
instrução
O grau de instrução da maior parte dos usuários é superior, englobando 51,14% dos
respondentes; em segundo lugar aparece ensino médio (39,08%);
Situação
conjugal
A grande maioria dos usuários de segunda residência é composta por pessoas casadas
(68,08%) e com filhos (84,69%);
Rendimentos
A faixa salarial dos usuários não é elevada, sendo que 32,57% possuem uma renda
mensal entre 2 ‑
4 salários mínimos; 26,06% entre 5 ‑
8 salários mínimos; 14,98%
entre 9 – 11 salários mínimos; e apenas 16,94% possuem rendimentos acima de 12
salários mínimos.
Fonte: Pesquisa de campo realizada no Polo Costa Dunas (Janeiro de 2012)
No Quadro 1 acima, apresenta‑se
um breve perfil dos usuários de segundas residências, distribuídas
ao longo do Polo Costa das Dunas, em termos de procedência, faixa etária, profissão, nível de instrução,
situação conjugal e rendimentos. É relevante mencionar que esta caracterização referem‑se
a totalidade
da população pesquisada e não apenas os proprietários de imóveis destinados a segundas residências,
conforme esclarecimento acima (ver metodología).
5. O usuário de segunda residência e o estabelecimento de vínculos afetivos e territorial no
Polo Costa das Dunas
Conforme mencionado acima, há um distinção fundamenal entre o usuário de segunda residência e
o turista. O primeiro cria um vínculo territorial, na medida em que periodicamente frequenta o mesmo
lugar para a prática do lazer, diferentemente do turista que está sempre procurando conhecer novas
localidades e, portanto, não establece vínculo algum com o territorio visitado.
Procurando contribuir para esta discussão, a seguir será apresentado alguns resultados obtidos na
pesquisa sobre a natureza desse vínculo que os usuários de segundas residências estabelecem no Polo
Costa das Dunas.
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Maria Fonseca Maria, Maria Bastos, Alves Lúcia, Renata Mayara Renata 1237
Na pesquisa foi constatado que 80,21% dos proprietários frequentam a localidade há mais de dez anos,
sendo que, deste total, 55,45% frequentam a localidade há mais de 20 anos. Os fatores que explicam a
frequência ao local onde se encontra a segunda residência é, em primeiro lugar, o “descanso” (40,80%)
e, em segundo lugar, a “reunião familiar” (35,32%), conforme podemos observar no Gráfico 2.
Gráfico 2: Fatores que explicam a frequência ao lugar
Fonte: Pesquisa de campo realizada no Polo Costa Dunas (Janeiro de 2012)
Na pesquisa foi constatado que o lugar onde se localiza a segunda residência representa para o
usuário‑proprietário
um local de “veraneio” (25,87%), “lazer e diversão” (23,88%), “tranqulilidade” (15,42%)
e de “reunião familiar” (11,44%). Quando questionado sobre o principal vínculo que é estabelecido com
o lugar, a resposta com maior incidência é “vínculo familiar” (88,37%), conforme dados apresentados
no Gráfico 3.
Gráfico 3: Vínculo do proprietário com o lugar onde se localiza a segunda residência
Fonte: Pesquisa de campo realizada no Polo Costa Dunas (Janeiro de 2012)
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Com relação ao lazer, mais específicamente, os “banhos de mar” (28,14%) e “caminhadas” (25,635)
são as atividades que mais aparecem nas respostas. A segunda residência também tem como uma de
suas principais funções o “descanso” de seus usuários, sendo apontado por 18,59% dos respondentes.
Quando questionados sobre os aspectos que mais apreciam na localidade onde se localiza a segunda
residência, as respostas com maior incidência foram: “tranquilidade” (39,20%), “passeios” (25,13%) e
“clima” (22,11%).
Através da pesquisa, foi constatado que uma das principais motivações para o uso da segunda
residência é a reunião familiar, onde o grupo familiar pode desfrutar do lazer e se divertir de forma
compartilhada. Os proprietários das segundas residências apontam esse fator como primordial
para justificar sua utilização e a manutenção do imóvel. Assim, a reunião familiar se constitui um
elemento importante para compreensão do aumento crescente dessa modalidade de residência.
Com relação aos vínculos de sociabilidade, 76,73% dos usuários‑proprietários
responderam que
mantém algum tipo de relação com os moradores locais, ou seja, aqueles que possuem residência
pemanente no local. Tais relações são principalmente “social” (61,88%) e “profissional” (12,87%). Os
respondentes alegam que em virtude de frequentarem durante muitos anos a mesma localidade,
acabam estabelecendo vínculos sociais com os moradores, estabelecendo, inclusive, laços de amizade
(ver Gráfico 4).
Gráfico 4: Tipo de relações estabelecidas com os moradores locais
Fonte: Pesquisa de campo realizada no Polo Costa Dunas (Janeiro de 2012)
Os usuários‑proprietários
também estabelecem relações com outros veranistas, sendo confirmado
por 78,22% dos respondentes. As principais relações são de ordem “social” (52,97%) e de “vizinhança”
(21,78%) (ver Gráfico 5).
Atividades como reuniões familiares, pescaria, praia, surf, velejar, fazer caminhadas em trilhas,
entre outras, fazem parte da agenda de lazer e, constituem um dos principias itens afetivos e familiares
a ser considerados em relação à satisfação dos moradores com o lugar.
No periodo de permanência, os moradores de segunda residencia, intensificam o contato com a
natureza, estabecem novos laços sociais e reafirmam as relações familiares. Esta última remete a um
ethos arraigado a cultura brasileira, particularmente nordestina, onde os valores familiares ainda são
fundamentais na formação dos laços afetivos e sociais.
No mundo moderno onde o individualismo contribui para o distanciamento das relações familiares,
a segunda residência surge na contramão desse movimento caracterizando‑se
como um momento de
encontro e pausa do cotidiano. Desse modo, a segunda residência como local de encontro confere um
caráter de pertença e identificação com o lugar.
PASOS. Revista de Turismo y Patrimonio Cultural. 14 N° 5. Octubre 2016 ISSN 1695-7121
Maria Fonseca Maria, Maria Bastos, Alves Lúcia, Renata Mayara Renata 1239
Gráfico 5: Relações estabelecidas com outros usuarios de segundas residências
Fonte: Pesquisa de campo realizada no Polo Costa Dunas (Janeiro de 2012)
6. Considerações Finais
A relação estreita entre o turismo e o fenômeno da segunda residência gerou um equívoco fundamental,
que foi a consideração por parte da literatura acadêmica da existência de um novo tipo de turismo, o
conhecido como “turismo residencial ou “turismo de segunda residência”.
Conforme posto no artigo, encontra‑se
duas observações fundamentais no que se refere à refutação
dessa hipótese: a primeira refere‑se
à finalidade do uso da segunda residência; e a segunda refere‑se
ao vinculo específico que o usuário proprietário estabelece com o lugar de visitação temporária. Neste
sentido, verifica‑se
que: 1) a residência secundária possui diferentes usos, que não somente ligados ao
turismo, como os usos para fins de trabalho; e 2) o usuário da segunda residência possui um vínculo
com o lugar, seja este territorial, afetivo ou social.
Esta constatação permite aferir que a segunda residência não é um alojamento turístico per si.
Entretanto, pode assumir a função de alojamento turístico, desde que seja ocupada por um turista.
Observação que nos leva a fazer outra: o usuário da residência secundária somente é um turista quando
não possui a posse do imóvel (propriedade e/ou alugada), o que indica a falta de vínculo territorial e
consequentemente o caracteriza como um turista.
Consoante a isso e procurando clarificar essa relação, buscou‑se
no presente artigo abordar o aspecto da
criação dos vínculos identitários dos usuários de segunda residência com relação à falta de vínculo dos turistas.
Neste sentido, o objetivo do presente artigo foi traçar o perfil dos usuários de segunda residência no Pólo Costa
das Dunas e analisar o vínculo que estabelecem com o lugar que visitam regularmente para fins de lazer.
Os usuários de segundas residências apresentam o seguintes perfil: possuem idade média e elevada,
a maioria é constituído de aposentados, funcionários públicos ou profissionais liberais, são casados e
com filhos, possuem uma renda média e metade dos respondentes tem escolaridade superior.
Com relação ao vínculo, percebe‑se
uma forte predominância da valoração referente à residência
secundária como propiciadora da reunião familiar. Esse tipo de imóvel também propicia, segundo a
pesquisa, o descanso e a prática de atividades tidas como mais “tranquilas”, como, caminhadas e banhos
de mar. Sendo estas localidades apreciadas pelos usuários, por proporcionar, entre muitas outras coisas,
um clima agradável, e passeios/entretenimentos interessantes.
No caso específico do Polo Costa das Dunas, percebe‑se
que a pretensão de reunir a família e a busca
de um maior contato com a natureza estão entre os principais valores atribuídos para as localidades
de segunda residência, e são neste sentido, propiciadoras de novas relações identitárias com o lugar.
A transposição do modelo ibérico para o Nordeste brasileiro na última década, baseado em grande
parte na construção de segundas residências para estrangeiros em condominios fechados, se constitui
em uma nova forma de urbanização até então não manifestada nas áreas de lazer enfocadas no presente
estudo. Possivelmente este modelo implicará em mudanças em relação ao vínculo que estes estrangeiros
estabelecerão com o lugar. Este se contitui em um tema para as próximas pesquisas.
PASOS. Revista de Turismo y Patrimonio Cultural. 14 N° 5. Octubre 2016 ISSN 1695-7121
1240 Segunda residência e a construção dos vínculos afetivos e territoriais no Polo Costa das Dunas
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Nota: Este trabalho foi finaciado com recursos do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico
– CNPq/Brasil.
Recibido: 29/08/2014
Reenviado: 04/12/2015
Aceptado: 21/02/2016
Sometido a evaluación por pares anónimos