© PASOS. Revista de Turismo y Patrimonio Cultural. ISSN 1695-7121
Revista de Turismo y Patrimonio Cultural
PAS S
www.pasosonline.org
Vol. 11 N.º 2 págs. 443-457. 2013
Percepção dos graduandos em turismo da Universidade
Federal do Rio Grande do Norte (UFRN)
sobre as dimensões de sustentabilidade turística
Raquel Fernandes de Macedo*
Juliana Cristina de Moura Soares**
Viviane Costa Fonseca de Almeida Medeiros***
Zwyla Alice Cabral Gouveia****
Mauro Lemuel de Oliveira Alexandre*****
Universidade Federal do Rio Grande do Norte (Brasil)
Resumo: O presente artigo analisa a percepção dos graduandos em Turismo da UFRN sobre o estudo das
dimensões da sustentabilidade turística ao longo do Curso. Os objetivos específicos foram: traçar o perfil
dos discentes; verificar a conscientização, competência e preparação dos discentes quanto às dimensões
da sustentabilidade turística; identificar as inquietações dos estudantes quanto ao Curso. A metodologia
teve um caráter descritivo-exploratório, com abordagem quali-quantitativa, através de análises em um
software estatístico. Constatou-se que a maioria dos discentes são jovens e não trabalha na área, apesar
de se capacitar; estão conscientes com relação às questões socioambientais, porém estão inseguros para
lidar com alguns aspectos sociais, tendo para tanto inquietações quanto às disciplinas e à conciliação da
teoria com a prática.
Palavras-chave: Curso de Turismo; Discentes de Turismo; Educação; Currículo; Dimensões da Susten-tabilidade.
Perception of graduation students of tourism in Universidade Federal do Rio Grande do Norte
(UFRN) about the dimensions of touristic sustainability
Abstract: This article examines the perceptions of students of tourism in UFRN, about the study of the
dimensions of touristic sustainability along the Course. The specific objectives were: to draw the learners’
profile; to verify awareness, competence and preparation of students in relation to the dimensions of
touristic sustainability; to identify the concerns of students in relation to the Course. The methodology
had a descriptive-exploratory character, with qualitative-quantitative approach, through analyzes using
a statistical software. It was found that most learners are young and does not work in the area, despite
their capacitation; they are aware about the environmental issues, but they are unreliable to deal with
some social aspects, they have concerns about the disciplines and the conciliation of theory with practice.
Keywords: Tourism Course. Tourism students. Education. Curriculum. Dimensions of Sustainability.
* Mestre em Turismo pela Universidade Federal do Rio Grande do Norte E-mail: raquelfmacedo@gmail.com
** Mestre em Turismo pela Universidade Federal do Rio Grande do Norte. E-mail: juliana_cms@yahoo.com.br
*** Mestre em Turismo pela Universidade Federal do Rio Grande do Norte. E-mail: liramedeiros@yahoo.com.br
**** Mestre em Turismo pela Universidade Federal do Rio Grande do Norte. E-mail: zwylacabral@yahoo.com.br
***** Professor Associado da Universidade Federal do Rio Grande do Norte. Doutorado em Ciências em Engenharia de
Produção pela Universidade de Federal do Rio de Janeiro. E-mail: mauro_alx@yahoo.com.br
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444 Percepção dos graduandos em turismo …
1. Introdução
A formação oferecida pelos cursos técnicos
e de nível superior em turismo são relevantes
para o desenvolvimento das pessoas enquanto
profissionais, tornando-as, também, indivíduos
críticos. Nesse sentido, mediante o expressivo
desenrolar da atividade turística no Estado do
Rio Grande do Norte, cabe investigar sobre como
os graduandos da área se percebem e se inse-rem
nesse contexto. Por esse motivo, o tema foi
escolhido como forma de preencher uma lacuna
do conhecimento sobre a percepção dos gradu-andos
em turismo da Universidade Federal do
Rio Grande do Norte (UFRN), sobre o estudo
das dimensões da sustentabilidade turística de
Sachs (1997), ao longo da trajetória acadêmica.
Para o seu alcance, determinaram-se os seguin-tes
objetivos específicos: traçar o perfil dos dis-centes;
verificar a conscientização, competência
e preparação dos discentes quanto às dimensões
da sustentabilidade turística; identificar as
inquietações dos estudantes quanto ao Curso de
Turismo da UFRN.
No que concerne à metodologia aplicada, a
abrangência do estudo teve caráter descritivo-exploratório,
pois descreve a visão dos referidos
estudantes, bem como explora novas questões
que não foram tratadas em pesquisas anteriores.
Assim, os dados foram coletados no ano de 2009,
considerando uma população de 317 alunos e
uma amostra de 55 graduandos, calculada atra-vés
da fórmula de Martins (1994), com um erro
amostral de 5,5% e uma margem de segurança
de 95%. A abordagem utilizada foi quali-quanti-tativa,
pois foram utilizadas técnicas estatísticas
para fazer um diagnóstico da análise e interpre-tação
dos resultados à luz da teoria pesquisada.
Para a coleta dos dados, foi utilizado como
instrumento de pesquisa um formulário online
(através da ferramenta googledocs) estruturado
com questões abertas e fechadas, onde os pes-quisados
acessaram um link, enviado anterior-mente
por e-mail, e selecionaram as respostas,
que foram, automaticamente, armazenadas no
sistema. Posteriormente, essas informações
foram transferidas para um software estatístico,
sendo realizadas técnicas de análise como esta-tística
descritiva (média e porcentagem) e multi-ples
responses.
2. Ensino Superior em Turismo no Brasil
O estudo da atividade turística começou a se
organizar e desenvolver profissionalmente, visto
que as pessoas elevaram seus padrões de exigên-cia
e também a demanda por produtos, serviços
e informações de maneira mais massiva, sem
deixar de lado a qualidade e a confiabilidade
(Cruz, 2008).
Assim, Santos Filho (2003) afirma que os
cursos de graduação em Turismo são muito
recentes, tendo em vista que datam da década
de 1970, num momento em que o Brasil pas-sava
por modificações políticas, econômicas e
sociais. Observa-se que esse curso foi criado em
pleno Regime Militar (1964-1985), numa época
conhecida como “Milagre Econômico Brasileiro”
(1968-1973), onde o crescimento da economia
brasileira foi acelerado. Entretanto, o fenômeno
do Milagre Brasileiro foi um crescimento sem
educação, posto que a economia se expandiu,
mas sobraram problemas de foco educacional,
social e ambiental.
No que tange à expansão da educação supe-rior
brasileira, esta aconteceu, principalmente,
através do setor privado, sem a obrigatoriedade
da atividade de pesquisa. Nesse período no Bra-sil
ocorreu um crescimento da atividade turís-tica,
desencadeando o aumento do fluxo turístico
e uma diversificação dos empreendimentos e
dos serviços turísticos. Desta forma, a institui-ções
particulares de ensino superior em turismo
passaram a ter como função a capacitação dos
recursos humanos para atender a demanda do
mercado (Ramos et. al., 2011). Posteriormente,
vieram a surgir alguns cursos superiores em
turismo em instituições públicas, mas, a princí-pio,
modelados também para servir o mercado.
No decorrer do tempo houve uma preocupa-ção
das instituições de ensino superior públicas
e privadas com a quantidade de cursos e não
com a sua qualidade, o que, segundo Ramos et.
al. (2011: 785), levou ao “fechamento de vários
cursos de turismo, ou à redução das turmas,
mostrando um excedente na oferta dos mesmos.”
Após esse episódio, alguns cursos de gradu-ação
passaram a redefinir suas grades curricu-lares,
inserindo disciplinas que apontam para
que o indivíduo tenha uma compreensão ética
profissional e da cidadania, e que, a partir de
normas e regulamentos, colabore para a melho-ria
da qualidade de vida mundial (Ministério da
Educação-MEC, 2006).
Desse modo, Rodrigues (2001), cita que entre
as disciplinas ministradas no curso de turismo
deverão estar Turismo e Meio Ambiente, Geo-grafia
e Planejamento, uma vez que deve haver
discussão de temas relacionados com o meio
ambiente, desenvolvimento sustentável e cons-cientização
ecológica, bem como a relação entre
esses itens e o turismo. Ademais, não se pode
esquecer das disciplinas de cunho social, posto
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Raquel Fernandes de Macedo; Juliana Cristina de Moura Soares; Viviane Costa Fonseca de Almeida Medeiros et al 445
que deve-se estudar também cultura, sociologia
e psicologia (Pérez, 2009).
No que concerne à cultura, percebe-se que a
disciplina serve para que os estudantes venham
a refletir sobre o patrimônio cultural e as polí-ticas
de preservação do patrimônio no contexto
da atividade turística. Destarte, alguns autores
como Barretto (2000) e Funari e Pinsky (2004)
são referências para noções sobre o turismo cul-tural.
Quanto à sociologia, esta se faz importante
para que o turismólogo compreenda os fenôme-nos
sociais e sua relação com o turismo dentro
de uma perspectiva crítica e transformadora,
através do estudo de autores como Krippendorf
(2001) e Paiva (2003). Já no que tange à psico-logia
esta é relevante para o conhecimento do
perfil psicológico dos viajantes, através de suas
motivações para realização das viagens (Silva,
2000).
Diante do exposto, Neiman et. al. (2012) asse-gura
que as disciplinas devem ser vistas tam-bém
sob o âmbito transversal e não apenas como
temas separados, mas em algumas disciplinas
como, por exemplo, meio ambiente e turismo,
devem ser realizadas visitas técnicas com alunos
na tentativa de promover atitudes e valores refe-rentes
à sustentabilidade.
Não obstante, outras disciplinas como a de
patrimônio cultural e a de sociologia podem ser
trabalhadas em conjunto, com visitas técnicas,
pois quando visita-se determinada comunidade
para conhecer o seu patrimônio cultural mate-rial
e imaterial, como forma de pensar em tor-nar
esse patrimônio um atrativo turístico, está
se levando em consideração também a população
local, uma vez que a cultura imaterial depende
das manifestações culturais desses indivíduos.
Nesse sentido, Veloso (2000: 25) mostra que
“a visita técnica significa conhecer in loco o
atrativo turístico e saber decifrar, interpretar
e analisar a sua oferta”, ou seja, ela deve ser
entendida como um modo de auxilio no ensino
para que os graduandos de turismo tenham uma
compreensão do ensinamento dentro da perspec-tiva
educacional (Alexandre et. al., 2011).
Deste modo, vale lembrar que a disciplina
de planejamento turístico é uma forma de inte-grar
todos esses conhecimentos que, primeiro
são ensinados de maneira compartimentada,
porém nessa disciplina são integrados, posto
que a mesma irá trazer metodologias específicas
através de técnicas e instrumentos pertinentes
ao planejamento baseado no desenvolvimento do
turismo sustentável (Silveira et. al., 2008).
Além disso, salienta-se que, de acordo com
Graham Busby (2012), é pertinente que os currí-culos
dos cursos de turismo busquem formar pro-fissionais
que conheçam conceitos-chave e atuais
da atividade. Destarte, assevera-se que esses
conceitos são fatores de inovação para o sistema
educacional da área de turismo, aumentando
também a qualidade da hospitalidade, turismo
e lazer (Hang; Hsu, 2010; Morgan, 2004). Con-tudo,
o que se verifica em alguns currículos de
institutos de ensino superior em turismo brasi-leiro
é que alguns ainda resistem ao dinamismo
no aprendizado do turismo, pouco explorando,
por exemplo, as disciplinas voltadas para as
dimensões da sustentabilidade do turismo como
a social, cultural, ecológica, política e espacial,
que, juntamente com a econômica, são citadas
por Sachs (1997) como fundamentais e inerentes
à atividade. Isso ocorre tendo em vista que algu-mas
instituições ainda estão voltadas para um
mercado em específico, como ocorre também em
outros lugares fora do Brasil, segundo a visão de
King (1994).
Todavia, Fidgeon (2010) afirma que algumas
instituições estão revisando os seus currículos
na estrutura educacional do curso de turismo,
tentando dar mais ênfase sociológica e ecológica,
como forma de buscar vantagens competitivas
sustentáveis. Um exemplo disso, são os mode-los
desenvolvidos por estudiosos interessados
na área como Mazaro (2006), que desenvolveu
um modelo sobre a competitividade e sustenta-bilidade
para destinos turísticos, onde são mos-trados
alguns indicadores sociais como cultura
e patrimônio, capacitação turística, participa-ção
cidadã, emprego e ocupação, rendimento e
aspectos ecológicos.
Assim, enquanto os antigos currículos tinham
apenas o foco voltado para o lado economicista
do turismo, os mais atuais abordam também as
outras dimensões da sustentabilidade turística,
já que as mudanças nos cursos de turismo foram
necessárias devido a questões socioambientais,
ao processo de globalização e ao rápido avanço
da tecnologia que têm ocorrido, obrigando a inse-rir
esses temas nas grades curriculares (Buhalis,
2006; Go, 1998; Smith; Cooper, 1999).
3. Importância das dimensões da susten-tabilidade
turística no currículo do Curso
Superior em Turismo
No capítulo anterior foi visto que as dimen-sões
da sustentabilidade elencadas por Sachs
(1997) estão relacionadas à atividade turística,
embora sua abordagem nos currículos dos cur-sos
superiores em turismo, sobretudo no Brasil,
só tenha ganhado relevância com o amadure-cimento
do turismo, ocorrências de mudanças
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446 Percepção dos graduandos em turismo …
e impactos da atividade. Neste capítulo, então,
apresenta-se e analisa-se cada dimensão, especi-ficando,
através do esclarecimento da importân-cia
dos temas e disciplinas e sua relação com o
discente e futuro profissional de turismo.
Partindo da análise da dimensão social,
percebe-se que esta envolve a população no
turismo. Um exemplo é o turismo comunitário,
que segundo Ruiz et. al.(2008) se refere à organi-zação
comunitária para controle e gestão social,
onde os indivíduos se encontram integrados no
desenvolvimento turístico local. Ademais, a eco-nomia
solidária pode ser outra forma de inser-ção
da comunidade local na atividade turística,
pois, de acordo com Mariani e Arruda (2011), os
empreendimentos econômicos solidários compre-endem
uma diversidade de práticas econômicas
e sociais, organizadas sob a forma de cooperati-vas
e associações. Nesse sentido, deve-se levar
em consideração que o turismo comunitário e a
economia solidária no turismo têm como orien-tação
o Turismo Pró-pobre que trata do benefício
do turismo para os menos favorecidos (Mowforth;
Munt, 2003).
Assim, os currículos de turismo costumam
abordar essas temáticas, por exemplo, em dis-ciplinas
como ética no turismo e gestão social,
uma vez que levam à reflexão sobre o lado
social, buscando inserir de alguma maneira a
comunidade no turismo, pois, caso seja ignorada,
poderão surgir problemas sociais em determina-das
localidades turísticas como o turismo sexual,
a exploração sexual infanto-juvenil, o tráfico de
drogas ou, segundo Macedo e Dantas (2010), os
mendigos que se encontram próximos a atrati-vos
turísticos naturais e culturais. Desse modo,
pode-se dizer que o estudo desses temas se faz
necessário para que os estudantes aprendam
como lidar como tais problemas através, por
exemplo, do desenvolvimento de planos de ação
ou projetos específicos para essa camada menos
favorecida da população.
No que concerne à dimensão econômica, esta
está relacionada à geração de emprego e renda
para a população, ao lucro dos empresários e a
uma arrecadação de impostos por parte do setor
público. Assim, observa-se que, de acordo com
os dados do Instituto Brasileiro de Geografia e
Estatística (IBGE, 2007), os recursos econômi-cos
que gerem a atividade turística podem ser
adquiridos através dos setores de alimentação,
transporte aéreo, aquaviário e rodoviário, hospe-dagem,
agências de viagens, serviços de lazer e
aluguel de automóveis, pois os mesmos podem
compreender empregos para população, lucro e
arrecadação de impostos.
Contudo, vale a pena mencionar que essa
dimensão deve ser devidamente estudada para
que não venha a ocorrer nos destinos o que acon-tece
na Colômbia, visto que, segundo Brida et.
al. (2011), alguns valores das elasticidades na
economia deste país não são iguais para suas
regiões, assim há necessidade de políticas públi-cas
que apoiem iniciativas de desenvolvimento
turístico de modo regional. Nesse contexto, o
estudo de disciplinas como economia de serviços,
administração contemporânea e política pública
pode ser fundamental para o desenvolvimento
das atribuições inerentes à dimensão econômica
no turismo em todos os âmbitos. Esse entendi-mento
se faz necessário para que o turismólogo,
ao desenvolver um projeto turístico, saiba quais
são os setores mais necessitados e o orçamento
para o desenvolvimento do mesmo, na perspec-tiva
de se obter algum retorno para os envolvi-dos
no turismo.
No que tange à dimensão cultural, esta diz
respeito ao patrimônio cultural material e ima-terial
que pode ser devidamente explorado pela
atividade turística. Assim, Yang (2011) afirma
que cultura é um conceito que é construído e
representado simbolicamente. Tal representação
é realizada, na visão de Barretto (2000) através
de obras monumentais, propriedades de grande
luxo, associadas a classes dominantes, perten-centes
à sociedade política ou civil que são con-sideradas
patrimônios culturais materiais. Por
outro lado, a mesma autora também lembra do
patrimônio cultural imaterial que são a dança, a
literatura, o teatro e a música, que constituem
parte da cultura que podem ser inseridas no
turismo.
Destarte, para que tais patrimônios possam
ser conservados deve-se promover a educação
da população local, dando à mesma experiências
educativas que criem sentimentos de identifica-ção
do cidadão com seu espaço social, seus hábi-tos
culturais e as manifestações que implicam
diretamente em experiências turísticas (Fonseca
Filho, 2010).
Para Valecillo (2009) a educação patrimonial
requer que se criem bases teóricas e metodológi-cas
que correspondam às necessidades da edu-cação
em geral e da gestão patrimonial, pois se
deve estudar as diversas reflexões e experiências
educativas que vêm se desenvolvendo, muitas
vezes isoladas, para sistematizar as bases con-ceituais.
Desse modo, percebe-se que os cursos
superiores em turismo costumam inserir nos
seus currículos a disciplina de Patrimônio His-tórico
Artístico e Cultural, como forma de levar
os discentes a entenderem o turismo cultural,
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e qual a sua importância para destinos que
tenham vocação turística para esse segmento.
Quanto à dimensão ambiental, esta corres-ponde
aos recursos naturais que são importan-tes
para a continuidade da atividade turística
do destino, posto que são atrativos para os turis-tas.
Dessa maneira, Cid (2005) assegura que
os recursos naturais são limitados e devem ser
conservados, visto que o ser humano necessita
deles para sobreviver, assim como o turismo.
Todavia, algumas localidades degradam os atra-tivos
naturais através dos esgotos clandestinos
dos meios de hospedagens, restos de alimentos,
garrafas, deixados por turistas, população e ven-dedores
ambulantes (Macedo; Dantas, 2010).
Por esse motivo, as grandes corporações passa-ram
a incorporar o discurso do desenvolvimento
e turismo sustentáveis para a sobrevivência da
atividade turística (Mowfort; Munt, 2003).
Neste sentido, a educação ambiental tam-bém
deve ser inserida dentro dos currículos
dos cursos superiores de turismo, através de
matérias como Turismo e Meio Ambiente, e
Gestão Ambiental, pois elas darão um suporte
de como se trabalhar com os recursos naturais e
conservá-los, buscando formar profissionais que
estejam preparados para saberem como lidar
com esse tipo de problema e quais os outros
profissionais que podem trabalhar com o turis-mólogo
num projeto de cunho ambiental, como
engenheiros ambientais e florestais, geógrafos,
geólogos, dentre outros que conheçam os aspec-tos
ambientais.
Nesta perspectiva, percebe-se que os dis-centes
aprendem sobre as questões ambientais
através de autores como Fonteles (2007), Rodri-gues
(2000) e Theobald (2002), formando um
pensamento crítico sobre tais questões e como
lidar com as mesmas, pois passam a conhecer
os impactos ambientais, a entender a dificul-dade
da conservação da natureza frente à socie-dade
de consumo e a levar em consideração em
trabalhos que venham a desempenhar junta-mente
com a iniciativa privada e pública. Desta
maneira, pode-se dizer que tais autores darão
suporte também na disciplina de Planejamento
Turístico, uma vez que poderá despertar no
aluno a necessidade de um plano de ação voltado
para a parte ecológica quando desenvolvido em
um local que têm os atributos ambientais para o
desenvolvimento do mesmo.
No que concerne à dimensão política observa-se
que se trata de um fator importante para o
desenvolvimento do turismo, pois embora ele
tenha um caráter privado, é, na sua gestão,
altamente dependente do poder público. Desta
forma, comprova-se que o turismo implica a arti-culação
de setores público e privado, sem a qual
a atividade não será completa para o visitante
(Dias; Pimenta, 2005).
Para Jimenéz et. al. (2010) a dimensão polí-tica
pode ser vista a partir de uma rede de
política pública que poderia representar uma
ferramenta efetiva de gestão que possibilite
melhores perspectivas de desenvolvimento
local que envolvam atores como: Secretaria
de Turismo do Estado, Secretaria de Turismo
Federal ou Ministério do Turismo e Governo
Municipal. Deste modo, o estudo da política
pública se faz necessário para o futuro turis-mólogo,
visto que este, quando inserido no
mercado, pode trabalhar como um coordenador
de turismo de uma localidade ou mesmo em
uma consultoria turística que presta serviços
aos municípios que pretendem desenvolver ou
organizar sua atividade turística. Assim, vale
salientar que é imprescindível que as propostas
colocadas no plano de ação venham a ter con-tinuidade
no ambiente político e o turismólogo
que trabalha nesse meio, deve saber se articu-lar
com os governantes sobre a importância do
desenvolvimento de projetos turísticos, pois o
que se costuma verificar, na visão de Yasarata
et. al. (2010), é que muitos projetos são deixados
para trás na transição de um governo a outro.
O curso de turismo busca, então, através de
disciplinas como: Planejamento Turístico, bem
como Sociedade, Estado e Política do Turismo,
levar o aluno a refletir sobre a política pública
dentro do turismo, na perspectiva de trazer o
entendimento a esse discente para que o mesmo
possa compreender que uma gestão pública
eficiente pode ser fator decisivo para o sucesso
de um destino, considerando que, segundo Hall
(2004), sem o apoio do poder público no que con-cerne
à coordenação, legislação, regulamentação,
empreendimentos, incentivo e planejamento
do turismo, haverá consequências que levam o
destino a ser desorganizado no que se refere à
receptividade ao turista, não conseguindo des-pontar
como competitivo.
Nesse contexto, assegura-se que o desenvolvi-mento
do turismo sustentável envolve a tomada
de medidas políticas, baseadas em trocas com-plexas
nos níveis: social, cultural, ambiental,
econômico e espacial. Isso autoriza afirmar que
o currículo do curso de turismo que não englobe
a parte política em meio às suas disciplinas, por
ter como foco apenas o mercado, poderá compro-metê-
lo, tendo em vista que algumas decisões
políticas influenciam direta ou indiretamente
o mesmo, assim como, as classes sociais mais
abastadas, a cultura e o meio ambiente natural,
uma vez que essas outras dimensões dependem
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das decisões políticas implantadas para o desen-volvimento
turístico sustentável.
Quanto à dimensão espacial, Sachs (2008)
assegura que está relacionada a distribuição
espacial dos recursos, das populações e das ati-vidades
que estão vinculadas ao turismo. Para
Magalhães (2002) essa distribuição espacial
pode ser feita por meio de um Plano Diretor
Turístico que define o zoneamento, as normas e
procedimentos de uso do solo, agrupamento fun-cional
das instalações e das atividades turísti-cas.
Nessa perspectiva, percebe-se que este é um
modo de resguardar os ambientes físicos e cultu-rais
do município que devem ser implementados
por um setor específico. No curso de turismo
pode-se observar a existência dessa dimensão
nas disciplinas de Geografia do Turismo, Polí-tica
Pública de Turismo e Planejamento Turís-tico,
pois dará uma noção do que é esse espaço
e sobre a importância do Plano Diretor turístico
que servirá de diretriz para o desenvolvimento
do turismo sustentável.
Face ao exposto, cabe ressaltar que, pelo que
foi descrito no decorrer do capítulo, as dimen-sões
citadas por Sachs (1997) são complementa-res
umas às outras. Sendo assim, pode-se dizer
que quando o curso de turismo insere em seu
quadro de disciplinas tais dimensões, estará con-tribuindo
para que o discente, quando se tornar
turismólogo, possa ser capaz de tomar decisões
em meio a um ambiente interdisciplinar e pra-xiológico,
ou seja, de transformação da realidade
social.
4. Análise do perfil e percepções dos dis-centes
de graduação em Turismo da UFRN
Como mencionando no início do trabalho,
a seguinte pesquisa foi realizada no ano de
2009 com 55 estudantes do Curso Superior em
Turismo da Universidade Federal do Rio Grande
do Norte (UFRN), que consiste em 4 anos de
estudo ou 8 períodos. Neste sentido, primeira-mente
se pretendeu conhecer o perfil dos entre-vistados,
utilizando-se as seguintes variáveis:
sexo, idade, naturalidade, estado civil, período
do curso, outras formas de educação/treinamento
e empregabilidade. Posteriormente, se analisou
a visão dos alunos quanto a temas trabalhados
no Curso e sugestões para melhoria.
Assim, 76% dos entrevistados eram do sexo
feminino e 24% do masculino, possuindo faixa
etária entre 18 e 39 anos, com uma maior inci-dência
entre 20 e 24 anos (92%), enquanto que
o estado civil indicado foi solteiro (89%) e casado
(11%). A maioria era natural do Rio Grande do
Norte (88%), sendo grande parte deles da cidade
do Natal (58%).
Em relação ao período do Curso de Turismo
estudado, 4% indicaram do 1º ao 4º período, 13%
o 5º período, 22% o 6º, 25% o 7º e 36% indicaram
o 8º período. Salienta-se que foram priorizados
durante a pesquisa os discentes do 5° período
em diante, na perspectiva de se ter uma melhor
visão de como foi construído o conhecimento dos
alunos no decorrer do curso, pois são os períodos
finais.
Ademais, quando questionados sobre outras
formas de educação/ treinamento, 44% dos
graduandos falaram não ter feito, 31% indi-cou
outros cursos profissionalizantes, 7%
curso técnico, 4% curso de especialização (pós-graduação)
e 1% tem curso de Mestrado. Isso
implica dizer que, geralmente, os estudantes
de turismo que realizaram ou realizam algum
tipo de curso, passam a ter uma noção mais
específica de algumas áreas, como os que fize-ram
cursos de hotelaria e para agente de via-gens,
mais voltados para o setor economicista
que, no entanto, abordam pouco as dimensões
da sustentabilidade turística de Sachs (1997).
Apesar disso, os que fizeram cursos como o de
Guia de Turismo tiveram a oportunidade de
ampliar seus conhecimentos sobre algumas
dessas dimensões como, por exemplo, os aspec-tos
culturais que são observados durante uma
visita técnica em um tour pela cidade para
se conhecer os monumentos históricos que,
segundo Barretto (2000), são caracterizados
como patrimônio cultural material. Já os cur-sos
de especialização ou mestrado foram rea-lizados
por aqueles estudantes que já possuem
outro tipo de graduação, podendo contribuir
dentro da própria área de turismo, por levar
o discente a fazer melhores reflexões sobre a
atividade turística e as dimensões que possam
colaborar com a continuidade da mesma.
No que se refere à empregabilidade dos dis-centes,
69% deles não estão empregados na
área de turismo, sendo que dos outros 31%, 4%
estão trabalhando em agência, 2% na hotelaria
e restaurante e 24% em outras áreas do turismo
(não foram especificadas quais). Nesse sentido,
apesar da busca pelo aprimoramento do conhe-cimento
e técnicas na área, a maioria destes
graduandos não se encontra empregada na sua
área de formação, o que se dá, provavelmente,
pela falta de reconhecimento que este profissio-nal
encontra no mercado.
Iniciando a análise da visão crítica dos alu-nos,
primeiramente, foi pedido que, a partir de
uma lista de situações indesejáveis que surgem
ou aumentam na medida em que as atividades
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turísticas se desenvolvem, os mesmos enume-rassem
as frases que mais representavam sua
opinião na tentativa de sanar alguns impactos
negativos do turismo no âmbito da sua cons-cientização,
das próprias competências para pos-teriores
ações, e do que foi ensinado no Curso,
na perspectiva de contribuir para o desenvolvi-mento
turístico sustentável.
Analisando, então, as situações no âmbito da
conscientização dos graduandos, na Tabela 01, é
possível perceber o que a maioria dos entrevista-dos
acredita caber ao turismólogo.
Percebe-se que os estudantes sabem da neces-sidade
de conhecimento sobre os fatores ambien-tais,
sociais e econômicos. Isso implica dizer que
os alunos estão cada vez mais conscientes de que
sem os recursos naturais, sem o comprometi-mento
dos empresários quanto às questões socio-ambientais
e sem o desenvolvimento de projetos
voltados para a área social, a atividade turística
poderá declinar.
Nesse sentido, Macedo e Dantas (2010) e
Silva e Ávilla (2010), expõem que os problemas
sociais como: a questão dos pedintes em locais
onde se encontram os atrativos turísticos; o
tráfico de drogas e a exploração sexual de crian-ças
e adolescentes podem denegrir a própria
imagem do destino, tornando-o insustentável.
Além disso, Macedo e Dantas (2010) afirmam
que, quanto aos fatores ambientais, é preciso se
ter o conhecimento inerente à importância dos
mesmos para a atividade turística. Entretanto,
Cintra (2008) avisa que o processo de conscien-tização
se faz por meio do processo de educação
ambiental para com os indivíduos.
Destarte, Bustelo et. al. (2010) assegura que
um meio de suprir essa carência a título de aca-demia
é inserir disciplinas que abordem assun-tos
inerentes à sensibilização socioambiental
dentro dos cursos de turismo, a fim de tornar
esses profissionais mais éticos, atualizados e
com embasamento teórico e prático.
Quanto a esse embasamento prático, os dis-centes
consideram que alguns atores são os prin-cipais
responsáveis pelo tratamento das dimen-sões
da sustentabilidade turística, conforme se
verifica na Tabela 02.
Assim, percebe-se que 35,2% dos entrevista-dos
afirmaram que os órgãos públicos de caráter
federal, estadual e municipal são os responsáveis
pela promoção da atividade turística, bem como
pelo tratamento das questões socioambientais
do destino turístico. Dentre os discentes, 24,1%
mencionou que a responsabilidade é do profis-
Tabela 01- Conscientização dos discentes quanto ao que cabe ao Profissional de Turismo
para promover a sustentabilidade turística
Afirmações %*
Deve, ativamente, buscar e procurar reverter a degradação ambiental aumentada pela atividade turística, em
todo momento
53%
Deve, ativamente, buscar e procurar reverter o desinteresse dos empresários e gerentes do setor turístico
sobre a responsabilidade socioambiental, em todo momento
46%
Deve estar sempre alerto para evitar o surgimento da prostituição infanto-juvenil estimulada pelo aumento
das atividades turísticas, bem como deve estar disposto a combatê-la caso já exista
40%
Deve, ativamente, buscar e procurar reverter a ignorância da população local sobre responsabilidade socioam-biental
de modo geral, em todo momento
35%
Deve, ativamente, buscar e procurar reverter o desinteresse geral dos profissionais de Turismo sobre situações
socialmente e ambientalmente incorretas, em todo momento
35%
Deve assumir a responsabilidade de tomar atitudes e ações para remediar o desinteresse ou desconhecimento
dos colegas de trabalhos sobre a responsabilidade socioambiental, como em qualquer outro atributo de sua
profissão
33%
Deve, ativamente, buscar e procurar reverter a situação sobre a exploração indevida do turista, em todo
momento
33%
Deve, ativamente, buscar e procurar reverter a exclusão de mão-de-obra local nas atividades econômicas
turísticas, em todo momento
31%
Deve assumir a responsabilidade de tomar atitudes e ações para remediar a situação sobre o aumento do
número de pedintes de esmola estimulado pelo turismo, como em qualquer outro atributo de sua profissão
27%
Deve estar sempre alerto para evitar o surgimento e aumento do tráfico de drogas estimulado pelo turismo,
bem como deve estar disposto a combatê-lo caso já exista
26%
*Cada afirmação corresponde a um tema específico e, por isso, a porcentagem total de cada uma é igual a 100% .
Fonte: Dados da Pesquisa, 2009.
PASOS. Revista de Turismo y Patrimonio Cultural, 11(2). 2013 ISSN 1695-7121
450 Percepção dos graduandos em turismo …
sional de turismo, 13,9% da iniciativa privada e
12% dos agentes envolvidos.
Nesse sentido, constata-se que a consci-ência
dos discentes é de que a organização do
turismo em primeira instância depende do
poder público, dos turismólogos e da iniciativa
privada, de forma que integre a sociedade nesse
contexto, pois caso não seja levada em conside-ração
provocará a degradação ambiental e/ou a
marginalização dos indivíduos da camada social,
aumentando a criminalidade, o alcoolismo, den-tre
outros problemas que levam à insustentabi-lidade
do destino. Diante disso, acredita-se que
alguns estudantes ainda citaram os agentes
envolvidos, posto que estes impactos negativos
colocam em risco a própria sociedade e tiram o
interesse do turista em relação à localidade.
Dias e Pimenta (2005) afirmam que os seto-res
públicos e privados estão cada vez mais tra-balhando
em conjunto, pois sem essa articulação
a atividade turística não será completa. Assim, o
setor público, na visão de Jiménez et. al. (2010),
é formado a partir de uma rede que engloba:
Secretaria de Turismo do Estado, Secretaria
de Turismo Federal ou Ministério do Turismo
e Governo Municipal. Enquanto que o setor
privado, segundo King (1994) são setores como:
hospedagem e transporte. Assim, percebe-se que
articulação dos setores público-privados é impor-tante
para que o destino tenha infraestrutura
básica e turística, porém não se devem esquecer
os fatores socioambientais envolvidos como: a
população e os recursos naturais.
Mais adiante, analisando as ações, os pesqui-sados
indicaram o nível da própria competência
profissional para atuar na tentativa de sanar as
situações indesejáveis, cujas respostas constam
na Tabela 03, a seguir.
Os dados observados indicam que os estudan-tes
se consideram pouco preparados ou comple-tamente
despreparados nas decisões corretivas
para tentar diminuir problemas como o número
de pedintes e o tráfico de drogas estimulado pelo
turismo. Entretanto, informaram que se sentem
preparados para tentar diminuir a prostituição
infanto-juvenil, estimular os colegas de trabalho
e ou empresários a contribuir com responsabi-lidade
socioambiental, sensibilizar a população
quanto à responsabilidade socioambiental, con-tribuir
para diminuir a degradação ambiental e
incluir a população local nas atividades turísti-cas.
Nesse contexto, ressalta-se que a competência
dos alunos nas ações de âmbito socioambiental
são importantes para o desenvolvimento turís-tico
local, pois percebe-se que somente por meio
de projetos turísticos da ordem pública que
levem em consideração as dimensões da sus-tentabilidade,
ou mesmo de algumas ações da
própria população e empresários influenciados
pelos profissionais de turismo que atuam nessas
áreas, é que o turismo ocorrerá de forma contí-nua
no destino.
Desse modo, alguns autores como Fonteneles
(2007), Macedo e Dantas (2010) e Silva e Ávila
(2010) são referências para o estudo das ques-tões
socioambientais, posto que promovem a
reflexão em torno da sustentabilidade turística.
Por sua vez, Bustelo et. al. (2010) mostra que
esses assuntos devem ser levados em considera-ção
quando a grade curricular do curso for cons-truída,
em meio a seus aspectos instrumentais,
pessoais e sistêmicos.
Quanto ao nível de preparação que o Curso
de Turismo oferece na tentativa de tornar o
aluno profissionalmente competente para lidar
Tabela 02 – Responsabilidade no tratamento das dimensões da sustentabilidade
relacionadas ao turismo
Responsáveis Frequência % Respostas
Órgãos públicos 38 35,2%
Profissionais de turismo 26 24,1%
Iniciativa privada 15 13,9%
Agentes envolvidos 13 12%
Sociedade civil organizada 9 8,3%
Outros profissionais (Sociólogo, ambientalista) 6 5,6%
Sem opinião 1 0,9%
Total de respostas 108 100%
*Questão de múltipla escolha, que permitia a indicação de mais de uma resposta.
Fonte: Dados da Pesquisa, 2009.
PASOS. Revista de Turismo y Patrimonio Cultural, 11(2). 2013 ISSN 1695-7121
Raquel Fernandes de Macedo; Juliana Cristina de Moura Soares; Viviane Costa Fonseca de Almeida Medeiros et al 451
com tais situações, os estudantes afirmaram o
que segue na Tabela 04.
Percebe-se, que quanto à preparação propor-cionada
aos alunos do curso de turismo, algu-mas
partes não foram devidamente tratadas,
pois foram colocadas de modo superficial como:
a questão da prostituição infanto-juvenil, a
exploração indevida aos turistas, o desinteresse
dos colegas de trabalho e dos profissionais de
turismo sobre a responsabilidade socioambien-
Tabela 03 – Nível de competência dos discentes para exercerem ações enquanto Profissional de Turismo
Afirmações %*
Possui alguma capacidade profissional para contribuir na correção do desinteresse ou desconhecimento dos
colegas de trabalho sobre a responsabilidade socioambiental
53%
Possui alguma capacidade profissional para contribuir na correção da prostituição infanto-juvenil estimulada
pelo aumento das atividades turísticas
47%
Está profissionalmente competente para fazer uma contribuição significante na correção da degradação
ambiental aumentada pelo desenvolvimento da do turismo
44%
Está pouco preparado, profissionalmente, para tomar decisões corretivas sobre o aumento do número de
pedintes de esmola estimulado pelo turismo
42%
Possui alguma capacidade profissional para contribuir na correção do desinteresse dos profissionais de turismo
sobre situações socialmente e ambientalmente incorretas
42%
Possui alguma capacidade profissional para contribuir na correção do desinteresse dos empresários e gerentes
do setor turístico sobre responsabilidade socioambiental
40%
Possui alguma capacidade profissional para contribuir na correção da exploração indevida dos turistas 39%
Está completamente despreparado para tomar ações corretivas sobre o aumento do tráfico de drogas estimu-lado
pelo turismo
36%
Possui alguma capacidade profissional para contribuir na correção da ignorância da população local sobre
responsabilidade socioambiental de modo geral
35%
Possui alguma capacidade profissional para contribuir na correção da exclusão da mão-de-obra local nas
atividades econômicas turísticas
35%
*Cada afirmação corresponde a um tema específico e, por isso, a porcentagem total de cada uma é igual a 100% .
Fonte: Dados da Pesquisa, 2009.
Tabela 04 – Nível de preparação proporcionado aos discentes pelo Curso de Turismo
da UFRN
Afirmações %*
A prostituição infanto-juvenil estimulada pelo aumento do turismo foi tratada apenas de forma superficial 58%
O aumento do numero de pedintes de esmola estimulado pelo turismo nunca foi tratado no Curso 49%
A exploração indevida dos turistas foi tratada apenas de forma superficial 46%
A degradação ambiental aumentada pelo desenvolvimento das atividades turísticas foi tratada, mas não de
forma completa
42%
O desinteresse dos empresários e gerentes do setor turístico sobre responsabilidade socioambiental foi
adequadamente tratado no Curso
40%
A exclusão da mão-de-obra local nas atividades econômicas turísticas foi adequadamente tratada no Curso 38%
O desinteresse ou desconhecimento dos colegas de trabalho sobre a responsabilidade socioambiental foi
tratado apenas de forma superficial
35%
O desinteresse geral dos profissionais de turismo sobre situações socialmente e ambientalmente incorretas foi
tratado apenas de forma superficial
35%
A ignorância da população local sobre responsabilidade socioambiental de modo geral, foi tratada, mas não de
forma completa
35%
O aumento do tráfico de drogas estimulado pelo turismo foi tratado apenas de forma superficial 29%
*Cada afirmação corresponde a um tema específico e, por isso, a porcentagem total de cada uma é igual a 100%.
Fonte: Dados da Pesquisa, 2009.
PASOS. Revista de Turismo y Patrimonio Cultural, 11(2). 2013 ISSN 1695-7121
452 Percepção dos graduandos em turismo …
tal e o aumento do tráfico de drogas. Outros
assuntos nunca foram tratados no curso como
o aumento do número de pedintes, ou mesmo
foram tratados, mas não de forma completa
como a degradação ambiental e a ignorância da
população local sobre a responsabilidade socio-ambiental
de modo geral.
Apesar de alguns problemas encontrados na
preparação do curso, há alguns assuntos que
têm sido tratados de maneira adequada, são
eles: o desinteresse dos empresários e gerentes
do setor turístico sobre a responsabilidade socio-ambiental
e a exclusão da mão-de-obra local nas
atividades econômicas turísticas.
No que se refere ao desinteresse dos empre-sários
e gerentes do setor turístico sobre a res-ponsabilidade
socioambiental, conforme citaram
os alunos, têm sido devidamente tratado no
curso, pois é discutido nas disciplinas de Gestão
Ambiental e de Elaboração e Avaliação dos Pro-jetos
Turísticos.
Em relação ao Curso de Turismo da UFRN,
de forma geral, foi pedido que os estudantes
indicassem seu nível de concordância sobre qua-tro
afirmações, utilizando uma escala Likert de
1 a 5 (1=discordo totalmente; 2=discordo muito;
3=nem discordo nem concordo; 4=concordo
muito; 5=concordo totalmente), segundo consta
na Tabela 05.
Conforme observado, no que se refere ao fato
do Curso de Turismo da UFRN preparar o aluno
para atender a complexidade e a dinâmica do
setor, a média de respostas foi de 3,29, corres-pondendo
a uma avaliação entre “nem discordo
nem concordo” e “concordo muito”. Já sobre o ofe-recimento
de ferramentas para agir de maneira
correta e eficiente na resolução dos problemas e
no aproveitamento de oportunidades, a média foi
de 2,60, indicando uma avaliação entre “discordo
muito” e “nem discordo nem concordo”.
Quanto à preparação oferecida para o aluno
ser consciente da responsabilidade socioambien-tal
dentro da profissão de turismólogo, a média
foi de 3,44, indicando uma avaliação entre “nem
discordo nem concordo” e “concordo muito”. E,
por último, a afirmação sobre o oferecimento
pelo Curso de ferramentas para agir na reso-lução
das questões de responsabilidade socio-ambiental
dentro da profissão de turismólogo,
apresentou média de 2,98, indicando um nível
de concordância entre “discordo muito” e “nem
discordo nem concordo”.
Com base nessas informações, percebe-se
que os estudantes concordam relativamente que
o Curso de Turismo prepara o aluno para ser
consciente quanto às questões socioambientais
dentro da profissão de turismólogo e para aten-der
à complexidade e à dinâmica do setor turís-tico,
visto que este último pode ser observado
na disciplina de Análise Estrutural do Turismo
que mostra o turismo como um sistema, onde se
apresentam componentes identificados nos con-juntos
das Relações Ambientais, da Organização
Estrutural e das Ações Operacionais propostos
por Beni (2007). Já a conscientização sobre as
questões socioambientais pode ser vista em dis-ciplinas
como Ética e a de Gestão Ambiental,
por fazerem o estudante refletir sobre as normas
e regulamentos para melhoria da qualidade de
vida dos indivíduos (Ministério da Educação-
MEC, 2006).
Diante dos fatos expostos nas tabelas ante-riores,
as quais mostram os pontos positivos e
negativos do currículo do Curso Superior em
Turismo, teve-se como necessidade pedir que os
discentes sugerissem algumas melhorias para o
curso, a fim de contribuir com a sustentabilidade
turística dos destinos que precisam dos serviços
dos futuros turismólogos. Assim, tais sugestões
podem ser observadas na Tabela 06 a seguir:
Tabela 05 – Nível de concordância com afirmações sobre o Curso de Turismo
Afirmações Média
O curso de turismo prepara o aluno adequadamente para atender a complexidade e a dinâmica do setor
turístico
3,29
O curso de turismo oferece ferramentas profissionais adequadas para agir correta e eficientemente na
resolução de problemas e no aproveitamento de oportunidades criadas pela natureza volátil do setor
2,60
O curso de turismo prepara o aluno adequadamente para ser consciente sobre questões de responsabili-dade
socioambiental na profissão de turismólogo
3,44
O curso de turismo oferece ferramentas profissionais adequadas para agir corretamente na resolução de
questões de responsabilidade socioambiental na profissão de turismólogo
2,98
Total 3,08
Fonte: Dados da Pesquisa, 2009.
PASOS. Revista de Turismo y Patrimonio Cultural, 11(2). 2013 ISSN 1695-7121
Raquel Fernandes de Macedo; Juliana Cristina de Moura Soares; Viviane Costa Fonseca de Almeida Medeiros et al 453
Desta forma, constata-se que os discentes
possuem uma maior preocupação em relação à
vivência e aulas práticas no Curso, com 27%
das respostas, que também deve trabalhar
questões da realidade para que encaminhe o
aluno para o mercado do trabalho (11% das
respostas), conciliando teoria e prática no
desenvolvimento de projetos e planejamento
(10% das respostas).
Tais sugestões demonstram a insatisfação
dos alunos, quanto à estrutura do Curso de
Turismo, que, ao não trabalhar devidamente
o desenvolvimento das competências profis-sionais
dos discentes, acaba comprometendo
seu reconhecimento no atual cenário competi-tivo.
Ademais, as insatisfações dos estudantes
podem ser observadas na conciliação da teoria
e prática para o desenvolvimento de proje-tos
e o planejamento, posto que são vistos de
maneira superficial nas disciplinas de Elabora-ção
e Avaliação de Projetos Turísticos; e Plane-jamento
Turístico.
5. Conclusões
Diante do exposto neste estudo, pode-se che-gar
a algumas conclusões no que diz respeito ao
perfil dos discentes do Curso de Graduação em
turismo da Universidade Federal do Rio Grande
do Norte (UFRN), à sua visão do curso e inquie-tações,
bem como sobre uma série de lacunas
existentes na formação deste profissional.
Primeiramente, observa-se que as mulheres
podem representar a maioria dos futuros pro-fissionais
de turismo no mercado, formados por
esta Universidade. Além disso, pela maioria dos
pesquisados serem jovens, podem possuir menor
resistência a mudanças, maior facilidade de
aprendizagem durante o curso e maior tempo de
dedicação aos estudos, o que é facilitado por pou-cos
serem casados. Infere-se, ainda, que, como
a maioria dos estudantes são naturais do Rio
Grande do Norte tenderão a conhecer melhor as
localidades do Estado onde está situado o curso
de turismo, contribuindo assim para desenvolvi-mento
do turismo nessa região.
Tabela 06 – Sugestões para a melhoria do Bacharel em Turismo
Sugestões Frequência % Respostas
Vivência da prática e mais aulas práticas, treinamento 19 27,1%
Os cursos de turismo devem trabalhar a realidade e encaminhar o aluno para o mer-cado
de trabalho
8 11,4%
Desenvolvimento de projetos (conciliar teoria e prática) e planejamento 7 10,0%
Mudança curricular, investindo em disciplinas como administração e gestão, não apenas
em lazer
5 7,1%
Regularizar e dar importância a profissão de turismólogo de maneira a evitar os impac-tos
negativos do turismo, enfatizando seus atributos profissionais
5 7,1%
Inserção e participação dos alunos de turismo em programas sociais, voltando-se a gerar
benefícios para a população local
5 7,1%
Comprometimento dos alunos e professores do curso em produzir conhecimento 4 5,7%
Tratar nas aulas questões como exploração sexual infanto-juvenil, responsabilidade
social, degradação ambiental e atuação do turismólogo
4 5,7%
Contribuir para a sustentabilidade da atividade (encontrar o equilíbrio entre os envol-vidos)
4 5,7%
Exercer as funções de forma competitiva, ética e utilizar de princípios de cidadania 3 4,3%
Empenho e amor aquilo que o turismólogo faz (conscientização do bacharel em turismo
sobre o ambiente fora da instituição)
2 2,9%
Assistência da universidade para com o curso de turismo (melhorar livros, infra-estru-tura,
professores da área)
2 2,9%
Preparar para novas formas de fazer turismo, menos explorativas e adaptadas 1 1,4%
Sem opinião 1 1,4%
Total 70 100%
* Questão de múltipla escolha, que permitia a indicação de mais de uma resposta.
Fonte: Dados da Pesquisa, 2009.
PASOS. Revista de Turismo y Patrimonio Cultural, 11(2). 2013 ISSN 1695-7121
454 Percepção dos graduandos em turismo …
Apesar das capacitações buscadas além
do curso de graduação e de a maioria estar
próxima de concluir o curso, foi notado que
somente uma minoria está inserida no mer-cado
de trabalho do turismo. Assim, os discen-tes
demonstram-se preocupados em relação à
empregabilidade, devido ao pouco reconheci-mento
da iniciativa privada e do poder público
quanto ao profissional de turismo.
Destarte, os pesquisados admitem que o
turismólogo deve-se conscientizar sobre a
degradação ambiental aumentada pelo turismo,
o desinteresse dos empresários e gerentes do
setor turístico a respeito da responsabilidade
social e estar sempre alertos para evitar a
exploração sexual infanto-juvenil.
Embora acreditem possuir alguma capaci-dade
profissional para contribuir com temas
como a correção do desinteresse dos colegas
de trabalho sobre responsabilidade social e da
prostituição infanto-juvenil, e ser profissional-mente
competentes para correção da degra-dação
ambiental, boa parte deles se considera
pouco preparada para tomar decisões a res-peito
de alguns problemas como o aumento do
número de pedintes estimulado pelo turismo.
De forma geral, percebe-se que há ainda
muito para se melhorar no aprendizado dos
estudantes de graduação em turismo, pois
algumas dimensões da sustentabilidade turís-tica
não têm sido tratadas em sua totalidade,
por serem temas que ainda buscam relevância
dentro da trajetória dos cursos de turismo no
Brasil. Na dimensão social, por exemplo, tem
sido discutida no curso sobre a necessidade de
incluir a população local no turismo, porém
têm sido pouco expostos os problemas com a
prostituição infanto-juvenil, o tráfico de drogas
e a exploração econômica para com os turistas,
pois, apesar de serem mencionados em sala de
aula, não se ensina sobre as soluções cabíveis.
Entretanto, para questões como a inserção da
população local na atividade turística já exis-tem
algumas soluções apontadas como, por
exemplo, a economia solidária, que segundo
Mariani e Arruda (2011) compreende práticas
econômicas e sociais que podem ser vistas de
diversas formas no turismo como em associa-ções
que produzem artesanato, produtos de
culinárias e de cama, mesa e banho para serem
vendidos aos turistas ou às empresas turísti-cas.
O
utra dimensão que tem sido tratada, mas
não de maneira completa é a ambiental, pois
é mencionada a degradação ambiental e o que
a causa, porém falta uma explicação mais téc-nica.
Um exemplo disso é a questão da capa-cidade
de carga que uma Área de Proteção
Ambiental (APA) pode suportar, mas não se
ensina ao certo sobre seu cálculo e os fatores
ambientais. Assim, percebe-se que disciplinas
como Gestão Ambiental não têm cumprido
totalmente sua função, deixando interrogações
nas mentes dos estudantes.
Em contrapartida, vale a pena lembrar que
a dimensão ambiental também pode ser vista
juntamente com a dimensão espacial, pois
quando se fala sobre o Plano Diretor de uma
cidade, por exemplo, se está envolvendo tanto
a geografia como o meio ambiente natural, ou
seja, quais as áreas devem ser realizadas as
construções e quais serão destinadas às áreas
verdes.
Assim, as ferramentas profissionais adequa-das
para a preparação do aluno deveriam ser
fornecidas em meio ao programa das discipli-nas,
posto que Bustelo et. al. (2010) cita que o
currículo do Curso Superior em turismo deve
colocar como uma das prioridades incentivo de
habilidades instrumentais como ferramentas
para solucionar problemas através da tomada
de algumas decisões consideradas importantes.
Desse modo, observa-se que alguns currículos
de algumas instituições até estão incluindo os
aspectos sociológicos e ecológicos propostos por
Fidgeon (2010), mas não de forma completa.
Face ao exposto, dada a relevância dos ensi-namentos
obtidos no decorrer da graduação, os
pesquisados demonstram inquietações, sendo
verificadas questões proeminentes a serem
consideradas para o melhor aproveitamento
das disciplinas e da estrutura da universidade,
como por exemplo, as sugestões mencionadas a
seguir: mesclar teoria com a prática; compro-metimento
dos alunos e professores, assistên-cia
da universidade com livros e professores da
área; mudança curricular, retirando o excesso
de disciplinas de lazer e inserindo outras vol-tadas
para o mercado de trabalho; desenvolver
projetos e tratar nas aulas as questões ineren-tes
à exploração sexual infanto-juvenil, res-ponsabilidade
social, degradação ambiental e
atuação do turismólogo, dentre outras.
Em outras palavras, o que se tem observado
quanto às dimensões da sustentabilidade de
Sachs (1997) no turismo é que elas se comple-mentam
umas às outras e são fundamentais
no processo de aprendizado do profissional de
turismo, pois irão colaborar para despertar no
estudante a reflexão em torno das mesmas,
a fim de ajuda-los a pensar nelas como um
fator de impulso do turismo nas localidades.
Ademais, ao se depararem com algum tipo de
problema inerente a tais dimensões na elabo-
PASOS. Revista de Turismo y Patrimonio Cultural, 11(2). 2013 ISSN 1695-7121
Raquel Fernandes de Macedo; Juliana Cristina de Moura Soares; Viviane Costa Fonseca de Almeida Medeiros et al 455
ração de um plano de ação para o desenvolvi-mento
do turismo em determinada localidade,
poderão ter uma ideia de como proceder na sua
formulação.
Desse modo, poderá se aproximar um pouco
ao juramento proferido pelos concluintes da
graduação em turismo, no qual se afirma que
os mesmos se dedicarão “à pesquisa e ao desen-volvimento
sustentável do turismo, de maneira
a empenhar-se pelo engrandecimento do fenô-meno
turístico, no Brasil e no Mundo, preser-vando
o turismo como um instrumento de paz,
bem estar e entendimento entre os povos, res-peitando
os princípios éticos da profissão e as
leis do país” (Associação Brasileira de Bacha-réis
em Turismo – ABBTUR, 2012).
Conclui-se que o Curso de Turismo da
UFRN precisa estar a par das exigências do
mercado e, com isso, propiciar aos seus alunos
o contato com a realidade vivida em sua futura
área de trabalho, levando-os à aquisição do
conhecimento apropriado.
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Recibido: 16/07/2011
Reenviado: 14/09/2012
Aceptado: 18/09/2012
Sometido a evaluación por pares anónimos