© PASOS. Revista de Turismo y Patrimonio Cultural. ISSN 1695-7121
Vol. 10 Nº 1 págs. 131-138. 2012
www.pasosonline.org
Roteiro de Agroturismo “Quatrilho” de Gramado (RS, Brasil):
Uma Análise Para o Reposicionamento
Isabel Angelica de Andrade Bock i
Edegar Luis Tomazzoni ii
Universidade de Caxias do Sul (Brasil)
i Mestranda do Programa de Pós-Graduação em Turismo da Universidade de Caxias do Sul – UCS, Bacharel em
Turismo pela Universidade Anhembi – Morumbi. (angelicabock@hotmail.com)
ii Doutor em Turismo pela Universidade de São Paulo - USP e Professor na Universidade de Caxias do Sul
- UCS (eltomazz@ucs.br)
Resumo: No município de Gramado (RS), são comercializados quatro roteiros de agroturismo:
“Mergulho no Vale”, “Raízes Coloniais”, “Encantos Coloniais” e “Quatrilho”. Lançados ou conso-lidados
comercialmente através da Festa da Colônia, alguns deles apresentam expressivo número
de visitantes, enquanto o “Quatrilho” (que inclui a localidade em que ocorreu o drama que inspirou
o livro) encontra-se em um momento crítico de seu ciclo de vida. Adotou-se como técnica de pes-quisa
a observação direta, entrevista não estruturada e pesquisa documental. Para a análise, de teor
refl exivo, foram considerados elementos da gestão participativa, do marketing e da comunicação,
objetivando a identifi cação de aspectos que possam auxiliar no reposicionamento do roteiro no mer-cado
e aumentar a demanda de visitantes. Tais contribuições teóricas apontam para a importância da
inovação e da participação na gestão regional do turismo como forma de prolongamento do ciclo de
vida desse produto turístico.
Palavras-chave: Agroturismo; Roteiro Turístico Quatrilho; Gestão Participativa; Reposicionamento.
Title: The “Quatrilho” agritourism route of Gramado (RS, Brazil): an analysis for the repositioning
Abstract: In Gramado (Rio Grande do Sul, Brazil) four agritourism routes are offered: “Mergulho
no Vale”, “Raízes Coloniais”, “Encantos Coloniais” and “Quatrilho”. Released and promoted through
the Festa da Colônia (Colonial Festival), some of them receive expressive number of visitors, while
the “Quatrilho” (that includes the village where the real drama that inspired the book took place)
faces a critical moment of its life cycle. As a research technique it was adopted the direct observa-tion,
unstructured interview, and documents research. This refl exive analysis is based on elements of
participant management, marketing and communication theories, aiming identifying aspects that can
contribute for the route repositioning in the market and increase its visitants demand. Such theoretical
contributions indicate the importance of innovation and participation of entrepreneurs in the regional
management of tourism as a way of extending the life cycle of this tourist product.
Keywords: Agritourism; Quatrilho Touristic Route; Participant Management; Repositioning.
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Roteiro de Agroturismo “Quatrilho” de Gramado (RS, Brasil)...
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Introdução
Os roteiros de agroturismo de Gramado, município lo-calizado
na Serra Gaúcha, tiveram sua origem na Festa
da Colônia, cuja primeira edição foi realizada em 1985.
Até o momento da realização de nossa pesquisa, três deles
eram comercializados, a saber: Mergulho no Vale, Raízes
Coloniais e Quatrilho. Todos estão fundamentados no
modo de vida das colônias de imigrantes, italianos e ale-mães,
que se estabeleceram na região serrana. Sua divul-gação
é realizada pela Secretaria de Turismo e Cultura do
município e a comercialização é realizada pelas agências
Terra Turismo e Vento Sul Turismo, ambas com sede em
Gramado.
O roteiro destacado para análise, denominado “Qua-trilho”,
consolidou-se em 2002, por ocasião da XII Festa
da Colônia. Seu nome decorre do sucesso conquistado pelo
romance homônimo, de autoria de José Clemente Pozena-to,
e do fi lme dirigido por Fábio Barreto. Três proprieda-des
integram o roteiro que perpassa dois distritos (Linha
Tapera e Campestre do Tigre) localizados cerca de quatro
quilômetros do centro de Gramado.
O nome quatrilho tem sua origem em um jogo de cartas
popular, da cultura da imigração italiana, normalmente
praticado por quatro pessoas. Trata-se de um jogo, a prio-ri,
silencioso, cuja comunicação se dá através de sinais
com o intuito de iludir os adversários, e que requer cons-tantemente
a troca de parceiros (indicados pelas cartas).
O romance de autoria de José Clemente Pozenato, pu-blicado
em 1985, retrata a trajetória de duas famílias des-cendentes
de imigrantes italianos que se instalaram no
interior do Rio Grande do Sul para construir seu próprio
moinho de farinha e conseguir alcançar melhores con-dições
de vida. Baseado em fatos reais ocorridos na Linha
Tapera no fi nal do século XIX, o autor descreve especial-mente
a troca dos cônjuges entre dois casais. Explica-se aí
a analogia ao jogo. Na obra, as esposas são primas e seus
respectivos maridos tornam-se sócios num moinho de be-nefi
ciamento de farinha. A íntima convivência dos casais
acaba despertando a paixão entre uma das mulheres e o
marido de sua prima. Os dois fogem e nunca mais retor-nam
à localidade. O casal que permanece na comunidade
passa a viver em concubinato e seus negócios prosperam.
Em 1994, a história romanceada no livro obteve su-cesso
nacional por meio do cinema. Sob a direção de Fabio
Barreto, se tornou a primeira produção brasileira a con-correr
ao Oscar em Hollywood. Sua popularidade projetou
a comunidade de Linha Tapera, quando as evidências de
que a história do moinho e da troca dos cônjuges (que ins-piraram
o autor) haviam ocorrido ali foram confi rmadas.
Ao se pensar no apelo para comercialização do roteiro, se-ria
natural que o nome quatrilho possuísse qualidades su-fi
cientes para atrair visitantes em consequência do ima-ginário
construído pela obras, literária e cinematográfi ca.
É possível observar discrepâncias entre os roteiros de
Gramado, quando considerados fatores como atrativos e
número de visitantes, especialmente ao analisar-se o “Raí-zes
Coloniais” , que segundo Negrine e Bradacz (2006)
é mais bem estruturado, e o “Quatrilho”, que hoje enfren-ta
redução de visitantes. Neste artigo, pretende-se iden-tifi
car aspectos que possam auxiliar o reposicionamento
deste roteiro no mercado, com vistas ao revigoramento e
prolongamento de seu ciclo de vida como atrativo turísti-co.
As teorias relativas à gestão participativa, à comuni-cação
e ao marketing contribuem para essa análise, reve-lando
a importância de se estabelecer a cooperação entre
diferentes atores como um meio de se proporcionar o des-envolvimento
do turismo de forma mais equilibrada e du-radoura.
Adquirida a prática participativa, observando-se
tendências e colaborando para o desenvolvimento regio-nal,
a gestão do roteiro turístico poderá ser facilitada,
mais abrangente e proporcionalmente mais benéfi ca para
os empreendedores e gestores.
Aspectos Metodológicos
Para o desenvolvimento desse estudo de caso, de teor
refl exivo, adotou-se como técnica de coleta de dados a
análise documental (documentos pertencentes aos em-preendedores
integrantes do roteiro turístico, material
promocional impresso e virtual), a observação direta e en-trevistas
não estruturadas, realizadas entre abril e junho
de 2010. A triangulação dessas técnicas é indicada para o
aprofundamento da compreensão da trajetória desse pro-duto
(YIN, 2005).
Gestão Participativa e Marketing para o Reposicio-namento
do Roteiro
O Brasil, seguindo uma tendência mundial, adotou a
gestão participativa nos seus programas de governo. No
turismo, isso vem se consolidando desde a implantação do
Macroprograma de Regionalização, cujas diretrizes orien-tam
sobre o ordenamento e a consolidação dos segmentos
turísticos, entre eles o turismo rural, por meio da articu-lação
e do fortalecimento de suas instâncias representa-tivas,
da formação de redes, da articulação intersetorial,
da capacitação e do fortalecimento das instâncias de go-vernança
regional (Brasil, 2007). Esse estímulo à gestão
regional do turismo (como representação do setor priva-do,
entidades públicas e comunidade regional) visando ao
fortalecimento das ligações entre diferentes atores, repre-senta
mais vantagens e retornos a serem desfrutados pela
comunidade regional e cria novas formas organizacionais
em todo o país (Tomazzoni, 2009). Ao observar-se a re-gião
de Gramado nota-se, porém, que o segmento rural
não foi integrado de forma igualitária em relação aos
outros, o que pode estar acarretando o insucesso de sua
consolidação. Essa situação parece ser sustentada tanto
pelo lado dos responsáveis pela gestão pública, como por
parte dos empreendedores privados, havendo a necessi-dade
de se criar uma sinergia para planejar estrategica-mente
seu desenvolvimento. Tomazzoni (2009) enfatiza a
importância de se ter um equilíbrio de forças, uma soma
de interesses para a ocorrência de uma coalizão, pois a
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sobrevivência das organizações (que não podem manter-se
isoladas do mundo competitivo da economia de livre
mercado) depende da gestão adequada das rivalidades, ou
seja, a promoção da cooperação mesmo em um ambiente
de competição.
Referenciando as concepções de Molina relativas ao
turismo na pós-modernidade, deve-se também levar em
consideração que a volatilidade desempenha um papel
relevante na reestruturação do mercado, e planejadores
deveriam atentar para o caráter efêmero de produtos e
serviços, para a velocidade de inovação e para a recicla-gem
permanente dos mesmos (incluindo aí os destinos),
agregando-lhes o que o autor denominou atributos simbó-licos
e valores lúdicos, dirigidos a distintos tipos de turis-tas,
que exigem cada vez mais viagens individualizadas,
que ofereçam a novidade e a surpresa (Molina, 2004).
Gramado e os roteiros de agroturismo poderiam se be-nefi
ciar do planejamento compartilhado, das formas coor-denadas
de cooperação ou colaboração, com a atuação de
organizações e atores de diferentes áreas, setores e níveis,
com o intuito de unir conhecimento, técnica e informações
e ganhar competitividade nesse mercado volátil. Vale res-saltar,
que de modo geral, as articulações estabelecidas
voluntariamente são mais consistentes por apresentarem
integrantes mais comprometidos com os objetivos propos-tos.
Essa organização em nível local pode facilitar a
compreensão dos estilos de vida, as motivações sociais e
comportamentos dos indivíduos, que aliada à operaciona-lização
de conceitos e de programas de qualidade, capa-citação
e competitividade em geral, gera o conhecimento
que orienta a reinvenção dos destinos turísticos (Molina,
2004). O valor gerado pela articulação coordenada entre
os gestores públicos, privados e sociedade civil, poderá ser
refl etido em produtos e serviços mais qualifi cados e alin-hados
às tendências e exigências do mercado. O sucesso
das empresas, conforme aponta Kotler (2008), decorre
do oferecimento do valor e mais satisfação para os clien-tes
do que o oferecido pelos seus concorrentes. O sucesso
mercadológico e os resultados no desenvolvimento de uma
localidade em longo prazo “dependem de uma vantagem
competitiva sustentável e duradoura” e também da pre-ferência
dos visitantes por esse destino (Silva, 2005: 88).
O universo de destinações turísticas é signifi cativo e,
nesse contexto, o planejamento de marketing e da comu-nicação
para o desenvolvimento, manutenção e renovação
de localidades têm grande importância. Kotler (2008) de-fende
que no marketing é importante ganhar vantagem
estratégica na mente dos consumidores, através de um
posicionamento mais agressivo que os concorrentes, e não
apenas adaptar-se às necessidades dos consumidores-alvos.
Ao tratar-se da promoção de um destino, verifi ca-se
que instigar a curiosidade e a imaginação dos visitantes
requer criatividade e que trabalhar esse imaginário, ou
seja, os sentimentos que se tem por um local ou objeto
mesmo antes de conhecê-lo, requer responsabilidade para
não se criar uma idéia falsa, correndo o risco de torná-lo
um fator negativo de atratividade. (Jappe, 2005; Gastal,
2005).
Além de outros fatores complexos (de ordem emocio-nal,
social e econômica), que envolvem a decisão de escol-ha
de um destino turístico, os estímulos promocionais e o
grau de confi ança que lhe é atribuído pelos visitantes são
decisivos (Castrogiovanni, 2002). Esse fato é confi rmado
por Cobra (2001) quando indica que a venda de um serviço
em turismo depende da atração que uma mensagem exer-ce
sobre um consumidor.
Além de considerar a complexidade do setor e a com-petição
acirrada existente entre as destinações turísticas,
os planejadores devem ter especial atenção à qualidade
da informação a ser transmitida, uma vez que são altos
os custos de criação, confecção e distribuição de material
de divulgação. Deve-se compreender que “a mídia hoje
transcende os limites naturais dos meios de comunicação
e busca o impacto sobre o consumidor onde quer que ele
esteja” (Franzão, 2006: 71).
As ações de mídia e sua mensagem têm que chegar
à pessoa certa, na intensidade, no momento, no ambien-te
correto, adequada e de forma precisa e real (Franzão,
2000, apud Jappe, 2005: 28). Apesar disso, não há ga-rantia
que a mídia possa concretizar ligações entre os
objetivos de informação e os desejos comerciais, uma vez
que o comportamento referente à tomada de decisão do
consumidor é dinâmico e imprevisível. E o turismo, além
de tudo, enfrenta diversos problemas relacionados às in-formações
e comunicações, “quanto a clareza do objetivo
e da mensagem, a lacunas de credibilidade nos emissores
[...] e a informações erradas” (Nielsen, 2002: 59).
Uma vez atraídos para o destino, os visitantes pas-sam
a conhecer as áreas circunvizinhas em busca de
outros atrativos (desconhecidos ou diferenciados). Isso
signifi ca a expansão do espaço turistifi cado, que por ação
dos agentes de mercado, acaba estimulando a oferta de
outros serviços e produtos, criando alternativas e varian-tes,
de forma a provocar maior permanência do turista
numa região, portanto, maior consumo (Bahl 2004; Fra-tucci,
2009). Uma vez que as empresas são impulsiona-das
a aumentar sua competitividade e superar sua perda
de participação de mercado (marketshare), manter os vi-sitantes
por mais tempo em sua localidade é um desafi o
(Barquero, 2002).
Após a consolidação do destino (maturidade) é natural
que comecem a ser notados sinais de seu declínio. Em ra-zão
disso, é necessária a utilização de ferramentas que os
detectem a tempo de levar a destinação à fase do rejuve-nescimento.
Um dos sinais é a diminuição dos elementos
que compõe a defi nição do destino, além do decréscimo de
sua participação no mercado. E algumas ações que podem
auxiliar no reposicionamento da destinação incluem a
inovação, o treinamento de gestores públicos e privados
e o estabelecimento de parceiras (Manente e Pechlaner,
2006).
Também será importante considerar se há concorrên-cia
interna, que segundo Schuch (2001) se estabelece den-tro
da própria cadeia produtiva, em decorrência da não
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sincronização e da falta de cooperação entre seus com-ponentes
(fator complicador na obtenção da confi ança do
consumidor e na sua percepção de valor com relação ao
produto turístico oferecido).
Complementa-se a abordagem com a ideia de Beni
(2004) de que é necessária a participação de todos os
atores de uma comunidade no planejamento turístico (e
a consciência com relação ao seu patrimônio material e
imaterial) para que decidam o que será compartilhado,
como e onde, justifi cando ainda que o empreendedor con-hece
melhor que os outros as operações recorrentes de
sua experiência cotidiana. Portanto, seus desejos e ne-cessidades
devem ser respeitados para que as decisões
sejam tomadas de forma a trazer benefícios a todos, sem
sobrecarregá-los ou gerar desconforto. Essa “descentra-lização
das decisões e a convergência dos colaboradores,
na verdade constituem a base do sucesso do modelo [pro-dutivo]”
(Beni, 2004: 19).
A proposta da inovação por meio das ações tomadas
em conjunto poderá contribuir para o fortalecimento de
laços com outros atores, fomentando o capital social, e
consequentemente, a criação de uma vantagem compe-titiva
sobre seus concorrentes, proporcionando o prolon-gamento
do ciclo de vida do roteiro. Ao aceitar-se que
o turismo é submetido constantemente a situações de
incerteza, instabilidade e riscos, é necessária a determi-nação
e decisão da comunidade em apostar na conquista
de resultados em longo prazo (Tomazzoni, 2009).
Roteiros em Áreas Rurais e os Roteiros de Agrotu-rismo
de Gramado (RS – Brasil)
Os roteiros podem ser entendidos como vias de circu-lação
selecionadas pelo trânsito turístico que permitem a
visitação de atrativos turísticos (Boullón, 2002), ou seja,
percursos ou rotas percorridas por turistas com objeti-vo
de usufruir de um contexto e são compostos por um
encadeamento de atrações (e equipamentos) que podem
ser apreciadas em conjunto. Como formas de legitimação
de uma cultura e da identidade de uma comunidade ou
região, são produtos da criatividade reinventora da tra-dição,
traduzidos em vantagem comparativa e competiti-va
do mundo moderno (Brambatti, 2002).
Tidos como facilitadores do desenvolvimento e uma
tendência mercadológica, roteiros turísticos em áreas
rurais têm sido criados por meio da mobilização de dife-rentes
atores (setor público, setor privado e comunidades
rurais) com o objetivo de estimular a economia local, con-fi
gurando-se como sinônimos de “sucesso entre os peque-nos
proprietários”, embora não seja um “negócio pequeno”
considerando-se a criação de pólos de turismo no meio ru-ral
(Oliveira, 2005).
O “Quatrilho” é caracterizado como roteiro de agro-turismo,
aqui compreendido como “atividades internas
à propriedade, que geram ocupações complementares às
atividades agrícolas” (Silva, 1999: 145 apud Almeida,
2000: 32). Na Europa, com exceção da Itália, agroturismo
é um termo genérico para designar o turismo em espaço
rural. No Brasil se confunde com o turismo rural, e na
prática percebe-se que as características a eles atribuídas
não são concretizadas (Tulik, 1993).
Os roteiros rurais, apesar de apresentarem similitu-des,
oferecem variações de paisagem, de características
históricas, de tradições culturais e um imenso leque de
amenidades (Veiga, 2003). Portanto, é natural que um
roteiro sendo um encadeamento de atrativos, possa tam-bém
apresentar diversidade, seja ela cultural ou histórica
numa mesma região.
O “Quatrilho” é um roteiro que apresenta as caracte-rísticas
acima, proporcionando o contato com a cultura das
imigrações italiana e alemã e, ao mesmo tempo, revive a
história de personagens que fi caram conhecidos através
de uma obra literária fi ccional. Inclui três propriedades
com produções distintas e um atrativo natural. Os demais
roteiros de agroturismo de Gramado oferecem contato
com a cultura dos descendentes de imigrantes italianos e
possuem estruturas semelhantes entre si.
Os roteiros de agroturismo de Gramado surgiram como
alternativa de passeio aos visitantes da Festa da Colônia,
e sua criação decorreu da determinação dos planejadores
em inovar, da valorização dos agricultores da região e das
experiências bem-sucedidas da Festa da Colônia (Negri-ne
e Badracz, 2006). Os dois primeiros roteiros a serem
integrados ao evento, em 1999, foram “Raízes Coloniais
de Gramado” e “Linha 28” – atualmente comercializados
como “Raízes Coloniais” e “Mergulho no Vale”. Posterior-mente
foram agregados os roteiros “Jeep Tour” (já desati-vado)
e o “Quatrilho”.
Entre as propriedades do “Mergulho no Vale” en-contra-
se um café colonial (Família Baretta), outra que
comercializa produtos orgânicos (Família Marcon), um
alambique (Família Rossa) e ainda uma reserva natural
(Família Sperry). A região do roteiro é caracterizada por
cachoeiras e áreas de intensa vegetação.
O “Raízes Coloniais” inclui as colônias de Linha Boni-ta
e Linha Nova, que originaram a cidade de Gramado e
abrigaram os primeiros imigrantes italianos e alemães.
Negrine e Bradacz (2006) observam que esse era o úni-co
roteiro que recebia grandes grupos de operadoras de
turismo, entre elas, da CVC. Integram-no as seguintes
atrações: uma casa centenária (Família Ferrari) de arqui-tetura
típica colonial, em madeira sobre base de pedra;
um moinho colonial (Família Cavichion), movido a roda
d’água; uma fábrica de erva-mate (Família Marcon); um
museu com objetos coloniais antigos (Fiorese); e um local
para degustação de produtos coloniais ao som de música
típica regional (Família Foss).
O roteiro “Quatrilho” consolidou-se em 2002. No en-tanto,
a recepção de visitantes e o passeio pelas comuni-dades
eram realizados desde 1999 com o veículo particu-lar
da família Ramm. Três propriedades compõem esse
roteiro. A primeira dedica-se ao cultivo de uvas e outras
frutas, à produção de vinho colonial, graspa, doces e bis-coitos
(Família Lazaretti); a segunda tem como principal
atividade a extração de madeira (Família Grings), porém,
o principal atrativo da propriedade é um moinho colonial;
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a terceira produz carnes defumadas e embutidos e oferece
café colonial (Família Ramm). Além dos empreendimen-tos,
há outros pontos de parada, como o cemitério e um
mirante instalado a 900 metros de altura no alto do Morro
da Polenta.
Aspectos da Visitação e Diagnóstico do Roteiro
“Quatrilho”
Esse roteiro turístico tem como característica o atendi-mento
de pequenos grupos, previamente agendados junto
às agências Vento Sul e Terra Turismo. A visitação sem
a intermediação das agências é possível, desde que pre-viamente
agendada com os proprietários que recebem no
mínimo, grupos de quatro pessoas, uma vez que envolve
serviço de alimentação (café colonial).
Transmitindo a tradição herdada de seus ancestrais,
tanto no modo de produção como de vida, os proprietá-rios
que participam desse roteiro têm orgulho em acolher
os visitantes. Tal demonstração, conforme destaca Vaz
(1999: 174), é elemento essencial para a realização do que
considera turismo de raízes - "[...] mostrar aos habitantes
parada é realizada na propriedade da Família Ramm, que
oferece aos visitantes o café colonial típico alemão, pionei-ro
na região.
O material de divulgação do “Quatrilho” (folhetos e pá-ginas
eletrônicas), elaborado e distribuído pela Secretaria
de Turismo e Cultura de Gramado e pela a agência Ven-to
Sul Turismo, apresenta informações incorretas, como a
falta de informações a respeito das condições de saída dos
passeios (dias, horários, número mínimo de pessoas), erros
gramaticais e informações confusas a respeito dos perso-nagens
reais e fi ctícios da história. Tais informações vêm
sendo apropriadas por terceiros para a reprodução de no-vos
textos postados na web (jornais online, blogs e páginas
eletrônicas de hotéis), o que pode vir a comprometer a per-cepção
do visitante com relação à qualidade dos serviços
oferecidos pelo roteiro como um todo.
A visitação organizada às localidades de Tapera e
Campestre do Tigre é realizada exclusivamente por duas
agências que se utilizam de uma terceira empresa para
realizar o transporte dos passageiros que percorre o rotei-ro
duas vezes por semana em um ônibus “colonial” (Prin-
Quadro 1: Síntese do diagnóstico do Roteiro Turístico “Quatrilho”. Fonte:
acervo dos autores.
cesinha), o que impede a concorrência entre outras empre-sas
da região serrana. Outro fato observado por ocasião de
nossa pesquisa é que não sendo atingido o número míni-mo
de seis pessoas, os passageiros (sem aviso prévio) são
direcionados para outro roteiro, o que signifi ca prejuízo
para os integrantes do roteiro, acarretando inclusive a
perda dos alimentos preparados para a recepção.
Além das características em comum com os outros dois
roteiros, relativas à imigração e suas tradições, o “Qua-trilho”
oferece uma história de personagens que protago-nizaram
a quebra dos costumes sociais de uma época. O
moinho (remontado na parte frontal do terreno da famí-lia
Grings), construção objeto da relação dos personagens
reais, abriga um acervo de importância histórica que deve
ser preservado. A trilha existente nessa propriedade fi n-da
à beira de um rio que conserva a fundação do moinho
de um país, com tradição histórica colonizadora, os
locais que guardam as marcas de sua cultura e de
seus antepassados".
O primeiro ponto de parada é realizado na pro-priedade
da Família Lazaretti, onde visitantes po-dem
observar parreirais, um alambique e uma micro-vinícola.
O proprietário, apesar da idade avançada,
demonstra boa disposição para o atendimento ao
visitante, narrando histórias de sua juventude e do
local. Na época desta pesquisa, a recepção era tam-bém
realizada por sua nora, responsável pela confe-cção
da maioria dos produtos que estão à venda, num
galpão anexo à casa principal.
O moinho da Família Grings, segundo atrativo do
roteiro, está conservado, embora tenha sido desati-vado
no início da década de 1970. No seu interior, os
visitantes têm a oportunidade de conhecer aspectos
da chegada e da vida dos Grings, após a compra do
moinho pertencente às famílias Trentin e Dal Ri, os
primeiros proprietários do moinho e protagonistas da
história romanceada no livro “O Quatrilho”. Recentemen-te,
o porão de pedra, que alicerça a casa da propriedade, foi
adaptado para servir de sala de projeção, onde os visitan-tes
podem conhecer a trajetória desses personagens. Há na
propriedade uma trilha desativada que leva ao local onde
o moinho originalmente foi construído, à beira de um rio.
Na saída da comunidade é possível também conhecer
o cemitério da localidade, que fi ca ao lado de uma igre-ja
católica, e identifi car os túmulos dos dois personagens
reais da história (Nicodemo Trentin e Maria Baretta), que
permaneceram em Linha Tapera após a fuga de seus côn-juges.
Seguindo para Campestre do Tigre, encontra-se o quar-to
atrativo, o Mirante do alto do Morro da Polenta, que
proporciona uma vista panorâmica das regiões compreen-didas
entre Gramado e Nova Petrópolis. A quinta e última
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original construído pelos Trentin e Dal Ri. A trilha está
desativada por não oferecer equipamentos de segurança,
como corrimões e calçamento antiderrapante.
Tomando como referência a declaração de uma das
proprietárias e coordenadora do roteiro Raízes Coloniais
(considerado o mais visitado, de fácil acesso e bem estru-turado),
nota-se que nem sempre uma propriedade está
apta para integrar o grupo. Sua propriedade passou por
reformas para ser incluída como ponto de parada, tendo
sua criação de suínos extinta (Negrine e Bradacz, 2006).
O mirante no alto do Morro da Polenta é outro atrati-vo
que não oferece equipamentos de segurança adequados
e não possui iluminação, e por servir de ponto de obser-vação
do pôr-do-sol, o retorno para a rua de acesso é difi -
cultado. A sinalização existente de acesso e de restrições
à visitação é insufi ciente e sofreu a ação de vândalos.
Num relato obtido por Negrine e Bradacz (2006: 139) e
constatado em 2010, pode-se observar que a região ainda
necessita de serviços básicos (e complementares) como é
o caso da telefonia, que apesar da proximidade da área
urbana de Gramado é inexistente. Numa época em que
a tecnologia e a comunicação podem determinar a sobre-vivência
de destinos turísticos, a falta de infraestrutura
pode afetar a demanda de visitantes.
Considerações Finais
Algumas ações podem vir a auxiliar no reposiciona-mento
do roteiro no mercado, prolongando seu ciclo de vida
como produto turístico. A gestão regionalizada do turismo
promovida por diferentes atores (gestores públicos, pri-vados
e comunidade local) tem se mostrado produtiva em
algumas regiões do país, cujo comprometimento leva a no-vas
formas de organização e cooperação. Tal articulação na
região de Gramado deve ser promovida no sentido de fa-cilitar
o atendimento das demandas dos empreendedores
integrantes do roteiro turístico “Quatrilho”, como também
de todos os demais envolvidos na cadeia do setor, objeti-vando
a obtenção de vantagens e benefícios para visitantes
e comunidade em geral. Nesse caso, o pensar coletivo a
respeito do segmento turismo em meio rural e sua valo-rização
poderá resultar em um planejamento estratégico
de longo prazo, buscando a inovação e a reciclagem dos
atributos simbólicos (lúdicos), a capacitação de mão-de-obra,
a obtenção de recursos para adequação de equipa-mentos
e serviços públicos básicos (de acesso, telecomu-nicação
e segurança), o desenvolvimento e sustentação de
produtos e serviços qualifi cados e alinhados às tendências
de mercado, o que inclui ações de marketing pontuais e
planejamento da comunicação, a fi m de se obter vantagem
estratégica na mente dos consumidores e competitiva em
relação aos concorrentes.
Considerando que a decisão de escolha de um destino
turístico é infl uenciada por estímulos promocionais, pelo
grau de confi ança e pelo imaginário que ele pode repre-sentar,
propõe-se a reavaliação de todo o material de di-vulgação
do “Quatrilho”. É importante também que se
discutam estratégias de valorização do potencial e de re-lançamento
do nome do roteiro, uma vez que já se passa-ram
uma década desde a sua consolidação e duas do lança-mento
do fi lme. Acredita-se que o resgate da história e
seus personagens é necessário para o (re)despertar de sen-timentos,
pois aqueles que não tiverem contato com a obra
não terão a mesma percepção a respeito da peculiaridade
desse roteiro turístico. Fatores como a proximidade de um
centro receptor (Gramado), tarifa (o mesmo dos outros dois
roteiros) e imaginário (em torno dos personagens) são po-sitivos
e podem despertar interesse, se bem gerenciados
e divulgados. Retomando a afi rmação de Fratucci (2009),
uma vez atraídos para o destino, os visitantes passam a
conhecer as áreas circunvizinhas em busca de outros atra-tivos,
desconhecidos ou diferenciados.
Considerando as tendências observadas por Molina
(2004), a (re)signifi cação do moinho colonial da família
Grings poderia se dar através de sua restauração (para
funcionamento total ou parcial) e na impossibilidade
desta, uma representação de seu funcionamento. A re-cuperação
das máquinas e a capacitação de pessoas para
operá-las poderiam gerar renda e trabalho para a família
e comunidades próximas, que eventualmente forneceriam
os insumos para a fabricação de variadas farinhas. Nesse
aspecto, os outros roteiros apresentam uma vantagem es-tratégica,
pois seus gestores mantêm suas estruturas em
funcionamento.
As fotos e objetos expostos no interior do moinho de-vem
ser preservados. Apesar da cuidadosa arrumação
organizada pela família, é oportuno o estabelecimento
de parceria para a conservação do acervo e para um novo
arranjo museológico, respeitando a cultura local e suas ca-racterísticas
rurais.
Estando sujeito às exigências das agências e aceitando
no inicio as regras impostas pelo mercado, os proprietários
passam a ter que lidar com um ritmo a que não estão acos-tumados.
Passado o primeiro momento (de entusiasmo),
as repercussões negativas, ignoradas até então, passam a
causar danos. Os relatos obtidos na localidade expõem o
descontentamento com relação à atual condição de comer-cialização
e o cansaço por realizar tarefas da agricultura e
as do turismo simultaneamente.
Se por um lado, o aumento da demanda de visitantes
pode signifi car melhores condições de vida para as comu-nidades,
por outro, para se alcançar um atendimento de
qualidade, alguns investimentos são necessários, entre
eles a capacitação de mão-de-obra local para auxiliar nas
tarefas, mesmo que isso demande tempo e paciência até
se obterem resultados. As comunidades adequadamente
preparadas poderiam pensar em desenvolver produtos te-máticos,
a exemplo dos já destacados no mercado nacional
Senhora das Especiarias (Gonçalves - MG), Companhia
das Ervas (Morungaba - SP), Gente de Fibra (Maria da
Fé - MG), entre outros.
No entanto, sem o caráter participativo e a mobili-zação,
a integração dos diversos atores de todo o entorno
de Gramado, possivelmente o ciclo de vida desse roteiro
não será prolongado. A reformulação ou adaptação dos
atrativos, o estabelecimento de parcerias e a busca de al-
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ternativas em mercados em expansão, podem criar mais
valor e proporcionar mais satisfação para os visitantes e
comunidade. Com as ações de renovação aqui propostas
não se têm a intenção de alterar a percepção da rurali-dade
esperada pelos visitantes, porém, proporcionar um
caráter profi ssional que possa ser traduzido em vanta-gem
competitiva sobre outros núcleos de agroturismo.
Também a proposta de estimular ações coletivas poderá
contribuir para o fortalecimento de laços com outros em-preendedores
hoje distantes, e consequentemente se pen-sar
na criação de vantagem competitiva e sustentação do
segmento na região.
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Recibido: 11/03/2011
Reenviado: 17/06/2011
Aceptado: 22/06/2011
Sometido a evaluación por pares anónimos