© PASOS. Revista de Turismo y Patrimonio Cultural. ISSN 1695-7121
Vol. 17 N.o 1. Págs. 179-192. Enero-Abril 2019
https://doi.org/10.25145/j.pasos.2019.17.012
www .pasosonline.org
Resumo: Esta pesquisa de caráter qualitativo tem como objetivo trazer à compreensão como foi incorporado
o conceito de sustentabilidade à realização dos megaeventos esportivos. De método descritivo, foram
apresentados marcos decisórios nesse processo histórico ao qual o nexo ambientalista foi seu principal norte.
Para atingir tal proposta, foi realizada a pesquisa bibliográfica e a análise documental. Estas permitiram
identificar os fatos correlatos à inserção da sustentabilidade aos megaeventos e identificar o significado do
megaevento enquanto segmento e fenômeno complexo que o turismo engloba. A pesquisa na documentação
de órgãos e entidades referentes ao tema proposto convergiu nas duas maiores organizadoras deste tipo de
evento: o COI (Comitê Olímpico Internacional) e a FIFA (Federação Internacional de Futebol Associado). Este
resultou nas considerações de uma dessas mencionadas, ao qual foi elencado o basilar documento Football
Stadium: recomendation and requirements e o Green Goal, programa da FIFA – a organizadora da Copa do
Mundo entre outros campeonatos de futebol ‑
para possibilitar reflexões sobre desenvolvimento sustentável
e o impacto dos eventos na localidade anfitriã.
Palavras‑chave:
Turismo; Sustentabilidade; Megaeventos esportivos, Ambientalismo, instalação esportiva,
localidade anfitriã.
Landmarks in relation to sustainable development and the growing environmental emphasis in
sport mega‑events
Abstract: This qualitative research is directed at understanding how the concept of sustainability is
incorporated into sport mega events. Using a descriptive method, decision‑making
frameworks are
presented in this historical process where Nature and climate are the major guiding features together with
a review of the existing literature. These allowed us to identify how sustainability works in mega‑events
and also to identify the significance of said events in the braoder context of tourism. The documents
researched mainly converged on the two largest organizers of this type of event in our country: the
International Olympic Committee (IOC) and FIFA (International Federation of Associated Football). This
present article is limited to one major element, the sustainability of a Football Stadium: recommendations
and requirements and Green Goal, the FIFA programme ‑
the organizer of the World Cup among other
soccer championships ‑
to enable reflection on sustainable development and the impact of events on the
host location.
Keywords: Tourism; Sustainability; Sporting mega events; Environmentalism, sports installation, host city.
Marcos em relação ao desenvolvimento sustentável
e o crescente nexo ambientalista inserido no
fenômeno dos megaeventos esportivos
Elaine Gomes Borges da Silva*
EB Consultoria (Brasil)
Laila Borges da Silva**
Universidade Federal Fluminense (Brasil)
Elaine Gomes Borges da Silva, Laila Borges da Silva
* Mestre em Turismo e especialista em Gestão de Negócios Turísticos pela Universidade de Brasília – UnB; E‑mail:
elaineborgesturismo@hotmail.com
** Graduanda do curso de Sociologia no IFCS ‑
Instituto de Filosofia e Ciências Sociais da Universidade Federal Fluminense
‑
UFF e do curso de Ciência Política da Universidade Autonôma de Manizales (Colômbia); E‑mail:
lailaborgess@gmail.com
PASOS. Revista de Turismo y Patrimonio Cultural. 17 N° 1. Enero-Abril 2019 ISSN 1695-7121
180 Marcos em relação ao desenvolvimento sustentável e o crescente nexo ambientalista
1. Introdução
Na década de 1980, os megaeventos esportivos surgiram como novo modelo de entretenimento para
o público em geral, meio de divulgação do país sede no exterior e ampliação de divisas entre outros
fatores não menos relevantes. Na mesma época aconteceram as discussões mundiais sobre o meio
ambiente e a ecologia. Em 1987 foi instituído o conceito de sustentabilidade no relatório de Brundtland
(United Nations, 1987), que tem como princípio a utilização dos recursos no presente idealizando sua
manutenção e economia para a garantia de uso para gerações futuras.
Conjecturado que além do olhar economicista deveria ser preservado o meio ambiente e seus recursos
naturais, agregar o capital humano e a qualidade de vida, os organizadores de eventos deveriam acom‑panhar
este paradigma. Assim coube neste estudo como o ideário da sustentabilidade foi incorporado
ao turismo e acabou absorvido pelas organizadoras dos grandes eventos esportivos internacionais. Para
responder como elas anexaram a sustentabilidade aos seus negócios, o objetivo geral foi identificar
marcos que fizeram por incorporar o nexo ambientalista a este segmento tão importante para o Turismo.
Para viabilizar este estudo, os objetivos específicos foram: revisar a bibliografia e a documentação
de órgãos e entidades referentes ao tema proposto e identificar o significado do megaevento enquanto
segmento e fenômeno complexo que o turismo engloba. Na segunda etapa foram ordenadas as informações
obtidas pela data dos acontecimentos e resoluções em ordem crescente e identificado um modelo de
planejamento de sustentabilidade para o evento de uma dessas organizadoras.
A pesquisa convergiu ao encontro das duas maiores organizadoras deste tipo de evento da atualidade:
o Comitê Olímpico Internacional – COI e a Federação Nacional de Futebol Associado ‑
FIFA, sendo esta
última elencada para possibilitar análises e reflexões acerca das condições ideais para uma instalação
esportiva e para a localidade sede de megaevento. Além de introdução, método e considerações finais, o
artigo está disposto no arcabouço com os subtítulos: O Fenômeno Megaevento na Complexidade que o
Turismo de Eventos engloba; A Influência dos Megaeventos Esportivos na Infraestrutura das Cidades
Anfitriãs; Processos Decisórios na Inserção da Sustentabilidade aos Megaeventos Esportivos; e, As
Considerações da Entidade FIFA em relação à Instalação Esportiva e a Localidade Anfitriã.
O estudo se fez relevante pelo ineditismo do Brasil, país que tem expertise em construções sustentáveis
– o quarto colocado no ranking de edificações sustentáveis ‑
ser o pioneiro na América Latina em sediar
o megaevento esportivo Jogos Olímpicos 2016, ter sediado duas edições dos Jogos Pan Americanos (1963
e 2007) e também da Copa do Mundo de Futebol (1950 e 2014). Exceto o Pan Americano na cidade de
São Paulo, todos os demais utilizaram o estádio Mário Filho, a instalação esportiva do Maracanã na
cidade do Rio de Janeiro/BR. A Estratégia de Sustentabilidade aplicada ao estádio do Maracanã e aos
demais na Copa do Mundo 2014 conforme aponta a FIFA (2011) será paradigma para futuros eventos
internacionais. Acredita‑se
que a compreensão de como foi incorporado o conceito de sustentabilidade
para os eventos deve ser difundido tanto na comunidade acadêmica envolvida no estudo do turismo de
eventos quanto na sociedade civil, devido às implicações que a realização de megaeventos pode ocasionar
para os autóctones das cidades anfitriãs a que alguns autores citam como stakeholders, considerando
diferentes categorias.
Mitchell et al (1997) estabelecem uma classificação de stakeholders com base nos atributos: poder,
legitimidade e urgência. Para estes autores eles podem ser visíveis ou latentes, e podem se manifestar a
qualquer momento. Podem ser considerados stakeholders: os acionistas, os fornecedores, os empregados,
os administradores, a comunidade e os consumidores. (Freeman, 2010); funcionários, governo, mídia e
Organizações Não Governamentais ‑
ONG’s (Oliveira, 2008), os sindicatos e os concorrentes (Sousa e
Almeida, 2006). Aqui se justifica a sociedade civil na categoria de stakeholder, são os autóctones envolvidos
pelas implicações que os megaeventos podem causar, pelos impactos ao ambiente da localidade receptora,
alterando a rotina da comunidade e com outras externalidades que afetam esses atores sociais.
1.1. Metodologia
De método descritivo, este artigo tomou o cunho da pesquisa qualitativa. Conforme Duarte (2002),
nesse tipo de pesquisa cabe produzir interpretações e explicações que procurem dar conta do problema
e das questões que motivaram a investigação. As muitas leituras do material de que se dispõe, cruzando
informações aparentemente desconexas, interpretando respostas, notas e textos integrais que são codi‑ficados
no que o autor denomina de caixas simbólicas, categorias teóricas ou categorias nativas ajudam
a classificar com certo grau de objetividade o que se depreende da leitura daqueles diferentes textos.
Para a construção metodológica foi pesquisado Morin (2003; 2011). Conforme este autor, a educação
dominante troca o todo pela parte, separa os objetos do seu contexto, fragmentando o mundo, fracionando
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Elaine Gomes Borges da Silva, Laila Borges da Silva 181
os problemas e impedindo as pessoas que compreendam melhor a realidade. Para Morin (2003; 2011) a
produção do conhecimento e da elucidação de problemas deve ser realizada pelo todo, sem reducionismos
‑
o indivíduo deve olhar de maneira totalizante. Um pensamento não fragmentado que permite que
o homem, ao analisar a vida e o mundo, perceba tudo que está à sua volta para que ele construa um
entendimento mais abrangente a respeito dos problemas da humanidade em um contexto planetário
(Morin, 2003). Assim para compreender os marcos decisórios que chegaram ao que se verificou atualmente
nos megaeventos esportivos no quesito desenvolvimento sustentável, a autora do estudo observou ser
necessário buscar o olhar da pesquisa às reflexões do estudo do Turismo enquanto ciência e fenômeno
para compreender a atividade turística que insere o segmento de eventos.
O artigo englobou uma pesquisa bibliográfica da literatura acadêmica relacionada ao turismo, aos
eventos e a sustentabilidade. Assim viabilizou‑se
uma revisão bibliográfica que esclareceu sobre os
significados de eventos sustentáveis, megaeventos e megaeventos esportivos, instalações esportivas
necessárias para a realização dessa tipologia de eventos e suas influências para o turismo, para a
comunidade e as cidades, que deram suporte ao arcabouço do artigo. E a pesquisa documental indicou
que o artigo deveria ser recortado para análise no documento da FIFA, o Footbal Stadium: recomendation
and requirements. Neste estudo o foco principal era a busca pelo que iniciou o pensar do desenvolvimento
sustentável na tipologia desses eventos de porte macro.
O quadro interpretativo escolhido foi o método dialético, por permitir interpretação dinâmica e
totalizante da realidade uma vez que tudo se relaciona num contexto social, político e econômico.
2. O fenômeno megaevento na complexidade que o turismo de eventos engloba
Megaeventos têm o mesmo significado dos macroeventos que são, como conceitua Campos et al (2000),
aqueles que permitem a ocupação de todo o parque hoteleiro de uma ou várias cidades, mobilizam
milhares de pessoas nos processos de organização e operação e têm participação do setor público na esfera
‑
federal, estadual ou municipal. A coordenação geralmente é estabelecida para ficar a encargo de entidade
pública que costuma lançar mão da contratação de terceiros para atuar em diversas áreas, inclusive
com a participação do setor privado por meio de parcerias; a divulgação se dá a nível internacional;
costuma atrair e envolver diversos atores, mobilizando toda a região da sede; e geralmente, para sua
promoção as empresas escolhidas são as maiores do mercado nacional e internacional.
Megaeventos são acontecimentos raros, únicos, de duração limitada e de atenção em massa. Em
termos das dimensões físicas ou financeiras, podem atrair atenção por meio de propaganda paga ou da
publicidade gratuita devido ao crescente interesse midiático (Nielsen, 2002). À medida que a data do
evento se aproxima as coberturas midiáticas vão ganhando grandiosidade (Gastaldo, 2002) e essas ações
servem para o aumento da consciência, atração e lucratividade de um destino turístico a curto ou longo
prazo cujo sucesso depende de sua originalidade, status ou significado favorável para criar interesse
e atrair atenção (Ritchie e Yangzhou, 1987), “sua magnitude afeta economias inteiras e repercute na
mídia global” (Getz, 1997, p. 6).
O número de visitantes em um megaevento pode chegar a um milhão de pessoas, tem orçamento de
pelo menos US$ 500 milhões, é voltado para o mercado turístico internacional e pode ser caracterizado
pela grandiosidade ou significado no que compreende ao público e mercado‑alvo,
grau de envolvimento
financeiro do setor público, construção de instalações e pelos efeitos políticos, no sistema econômico e
social da comunidade anfitriã e a extensão de cobertura televisiva (Allen et al, 2008).
Campos et al (2000) denomina como macro evento essa tipologia que por sua dimensão, data e período
fixo de quatro em quatro anos, perfil dos participantes também são chamados de megaeventos. Com a
mesma formatação têm‑se
os Jogos Olímpicos, a Copa do Mundo e os Jogos Pan‑Americanos.
Raros e
um pouco mais recentes na história, Mascarenhas et al (2011) apontam que fazem poucas décadas que
os eventos esportivos internacionais ganharam a conotação de mega.
De acordo com Proni et al (2016) os impactos provocados por um megaevento esportivo podem ser
classificados por diferentes critérios: positivos ou negativos, passageiros ou duradouros, tangíveis ou
intangíveis, locais ou nacionais. Também podem ser diferenciados de acordo com o campo de interesse:
econômico, político, social, ambiental e esportivo. Segundo este autor os impactos de natureza econômica
(diretos ou indiretos) são os que despertam maiores esforços de mensuração. Os impactos diretos são
os associados imediatamente à preparação e realização do torneio (estímulo a segmentos econômicos,
contratação de trabalhadores, movimento e gasto médio de turistas, composição do gasto público etc.),
enquanto os indiretos são os seus desdobramentos na economia causados pelo gasto adicional das
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182 Marcos em relação ao desenvolvimento sustentável e o crescente nexo ambientalista
empresas que foram diretamente estimuladas e pelo consumo dos trabalhadores que foram contratados
em função do megaevento (esses impactos são estimados com base numa matriz de insumo‑produto).
Desde a candidatura e a conquista do direito de sediar o megaevento até a véspera de sua realização,
o governo e demais grupos de interesse tentam demonstrar, por meio de estudos ex ante, os benefícios
que podem resultar para toda a população, como o aumento do número de empregos, a expansão das
oportunidades de negócio, o incremento no turismo, o crescimento do PIB, entre outros. A intenção
desses grupos é legitimar as medidas tomadas nas cidades sede e justificar os gastos do uso de fundos
públicos na construção ou reforma de instalações esportivas assim como no atendimento das exigências
impostas pelos responsáveis pelo megaevento. (OWEN, 2005).
Em Del Río Rama et al (2016) está que, conforme explicam Shipway e Fyall (2012) eventos esportivos
podem gerar benefícios nos campos do esporte por meio de maior participação; impactar nos aspectos
sociais no caso da comunidade anfitriã, incluindo a regeneração social, o orgulho nacional e regional ou
o aumento do trabalho voluntário; gerar benefícios econômicos em termos de emprego, investimentos
nacionais ou investimentos em infra‑estrutura;
apoiar iniciativas ambientais através de instalações
sustentáveis, acessíveis; e, finalmente, proporcionar oportunidades para a melhoria do turismo, incluindo
o aumento de padrões de serviço, substituição de destino e a criação de uma marca.
3. A influência dos megaeventos na infraestrutura da cidade e no turismo
Os megaeventos esportivos costumam reunir diversas outras tipologias de eventos no arcabouço de
seu projeto (Dacosta et al, 2008). Assim, uma gama de eventos estará integrada ao evento principal
(Britto e Fontes, 2002). De acordo com a importância e a abrangência do evento, os critérios de avaliação
são proporcionalmente rigorosos: elevação do nível de geração de emprego; incremento no número das
vagas de trabalho temporário; maior produtividade no trade turístico (o segmento que recebe maior
impacto com a captação de eventos). De porte; prestígio internacional para a entidade, investidores e
coordenadores; e elevação da arrecadação de impostos, é lucrativa fonte de arrecadação devido ao gasto
per capita mais elevado do que o turismo de lazer (Martin, 2003). De acordo com Del Río Rama et al
(2016), as partes interessadas e beneficiárias dos megaeventos dividem‑se
em três grupos. São elas as
administrações políticas locais, as empresas locais e, não menos importante nessa rede, a população local.
Megaeventos esportivos trazem novas instalações específicas para o desporto em suas cidades sede,
custos com a manutenção física e do quadro de colaboradores na ordem de 10% do seu valor, que se
justificam na utilização para o município por meio de algum programa de prática esportiva, aluguel do
espaço ou parcerias para dar uma nova utilização à instalação (Dacosta et al, 2008). Para Bonnenfant
(2001) é fácil compreender que os encargos gerados por essas instalações produzam ônus, havendo
grande risco de deterioração daquele patrimônio se a manutenção não for apropriada e permanentemente
assegurada. Conforme Preuss (2000), as estruturas primárias e algumas secundárias são frequente‑mente
construídas especificamente para o megaevento programado, enquanto que estrutura terciária
contempla as já existentes ou previstas no plano diretor urbano da cidade independente da realização
do megaevento, tendo seu desenvolvimento apenas antecipado ou acelerado.
Às cidades dos megaeventos ainda requerem organizar instalações potencialmente disponíveis.
Considerando que infra‑estruturas
primárias e algumas secundárias frequentemente são construídas
de maneira específica, o legado deve ser planejado na estruturação destas instalações para os jogos.
As instalações esportivas primárias/permanentes, devem receber um planejamento inteligente a partir
da análise das necessidades da comunidade, objetivando pós evento determinar os possíveis programas a
serem implementados no conjunto das instalações esportivas (Preuss, 2005) (Vigneau, 1998). A instalação
esportiva pode ser do tipo permanente ou temporário e cabe aos planejadores e projetistas não perder
o foco que será um legado tão mais positivo quanto maior for a capacidade em atender alternativas
de pós‑uso,
além daquelas de alto rendimento para as quais foram basicamente construídas. Estudos
prévios na construção dessas instalações farão com que os planejadores fiquem atentos à demanda da
população local, dando assim um sentido aos custos acarretados. (Ribeiro, 2008).
As instalações inerentes aos megaeventos esportivos podem ser do tipo estádio, a princípio construídos
para esporte único; arena ‑
espaço para esportes, cultura, entretenimento, convenções ou feiras de
negócios. Em geral, já existentes em cidades que sediam grandes eventos ou eventos em larga escala;
pavilhão (inicialmente era o pavilhão de exposições, originado no séc. XIX no âmbito das grandes
exposições e feiras industriais, atualmente de uso alternativo é o pavilhão de feiras de negócios e centros
de convenções que frequentemente são convertidos de modo temporário em instalações esportivas;
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pequenos estádios e ginásios, em geral são instalações desprovidas de grande arquibancada, funcionando
para o treinamento das delegações; velódromos e piscinas: instalações especiais, os velódromos podem
ser montados para serem instalações temporárias devido ao seu uso limitado. Já as piscinas servem a
algumas modalidades de esportes aquáticos e têm ainda as instalações de uso padrão, que são os clubes
esportivos, as piscinas públicas, as quadras de escolas entre outros (Preuss, 2000).
Conforme Preuss (2000) harmonizar ou compatibilizar as estruturas necessárias para os megaeventos
com a construção de uma instalação economicamente sustentável após os jogos é algo muito difícil. A
instalação deve ser suficientemente flexível para que, por meio de eventos culturais, políticos, religiosos
se possam cobrir seus custos de manutenção.
Atualmente, pós evento, há tendência em transformar as instalações esportivas em atrações por
meio do estímulo ao turismo, ao comércio, às atividades cívicas e a realização de tour arquitetônico
pelos estádios (Dacosta et al, 2008). Como exemplo vide o caso do estádio do Maracanã na cidade do
Rio de Janeiro e o seu tour oferecido pós a Copa do Mundo de 2014 (Silva, 2015). Nos estádios há maior
valorização dos espectadores porque os eventos esportivos são fontes primárias do inesperado e do
imprevisível. Os estádios ganham importância como novos ícones, demandando mais que competência
técnica para sua construção que daqueles especialistas de outrora. (Ribeiro, 2008). Standeven e De Knop
(1999) apontam para a possibilidade de encontrar exemplos de turismo que gera valor permanente ao
esporte na comunidade local em instalações construídas com um objetivo turístico, mas que possuem
desmembramentos que ultrapassam sua função inicial. Instalações construídas de acordo com padrões
internacionais geralmente são sofisticadas demais para o uso da comunidade (Nielsen, 2002).
Os projetos das cidades postulantes referem sempre em proposta de que estas instalações ficarão de
legado para a comunidade do entorno da instalação. Porém a sofisticação dada a estas instalações costuma
significar alta nos preços dos ingressos e o requinte técnico dos equipamentos os torna mais interessantes
como locais de comercialização que espaço de práticas sociais ou comunitárias da população autóctone.
4. Processos decisórios na inserção da sustentabilidade aos megaeventos
A partir da década de 1980, num contexto de escassez de transferência de recursos com cortes dos
investimentos do governo central americano, mudanças na política urbana e no acirramento da competição
global, iniciou o interesse dos políticos de administrações locais pelos megaeventos para nortear a gestão
do seu território de modo empreendedor. Observou‑se
que os megaeventos poderiam ser utilizados como
estratégia de diferenciação para atrair investimentos para o núcleo urbano oportunizando novo cenário
de desenvolvimento (Andranovich et al, 2001).
O termo sustentabilidade popularizou‑se
a partir de 1986 por meio da World Comission on Envi‑roment
and Development (Comissão Mundial de Desenvolvimento Ambiental), cuja ideia era que a
saúde do planeta dependeria da busca de meios que atendessem as necessidades do presente sem o
comprometimento das necessidades das gerações futuras (Ribeiro, 2008). No Relatório Brundtland
(1987) foi criado o conceito de Sustentabilidade e se destacam a proteção ambiental, o crescimento
econômico e a equidade social que para muitos autores estes são os três componentes fundamentais para
o desenvolvimento sustentável. Os três itens se complementam de modo inter‑relacionado.
(Elkington,
1999); (Ciegis et al, 2009).
Na década de 1990, refletindo as discussões mundiais que culminaram no conceito de sustentabilidade
de 1987, surgiram as primeiras tentativas de aplicar esse novo paradigma aos megaeventos esportivos.
(Mascarenhas et al., 2011). Iniciou também nessa mesma época uma maior preocupação com o meio
ambiente diretamente relacionado à regeneração urbana. (Leme, 2008).
Na Conferência Mundial de Turismo Sustentável, realizada pela Organização Mundial do Turismo
‑
OMT em 1990 (OMT, 1996) foram elencados os benefícios desta atividade: assegurar uma distribuição
justa dos benefícios e custos; gerar empregos locais, diretos e indiretos; gerar entrada de divisas para o
país, injetar capital na economia local; estimular o desenvolvimento do transporte local, comunicações
e outras infraestruturas para a comunidade; estimular indústrias domésticas lucrativas; estimular a
compreensão dos impactos do turismo; diversificar a economia local, sobretudo em áreas rurais onde o
emprego agrícola pode ser esporádico ou insuficiente; procurar ser participativo na tomada de decisões
entre os atores, e incorporar o planejamento e o zoneamento assegurando o desenvolvimento do turismo
adequado à capacidade de carga do ecossistema; criar facilidades de recreação que podem ser usadas pela
comunidade local; intensificar a autoestima da comunidade local através do turismo cultural; o fato de
que demonstrar a importância dos recursos naturais e culturais para a economia de uma comunidade
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184 Marcos em relação ao desenvolvimento sustentável e o crescente nexo ambientalista
e seu bem‑estar
social pode ajudar a preservá‑los;
monitorar e administrar os impactos do turismo e
opor‑se
a qualquer efeito negativo (Swarbrooke, 2001).
Em 1992, a Conferência Mundial do Meio ambiente e Desenvolvimento – Cnumad da Organização
das Nações Unidas ‑
ONU, realizada no Rio de Janeiro com a presença de chefes de Estado de mais
de 170 países, resultou em cinco documentos que servem de base para as negociações que envolvem
o meio ambiente até os dias atuais (Senado Federal, 2012). Tem‑se
a Agenda 21, um instrumento de
planejamento para a construção de sociedades sustentáveis em diferentes bases geográficas, que concilia
métodos de proteção ambiental, justiça social e eficiência econômica (MMA, 2014). Assim, o conceito
de turismo começou a ser alinhado a questão do desenvolvimento sustentável (Bartholo et al, 2005).
Vale lembrar que na atividade turística se promove e vende destinos e produtos, ou seja, a cidade e os
espaços construídos voltados a atender uma demanda turística.
Destacam‑se
a Agenda 21 voltada à Indústria da Viagem e Turismo ao Desenvolvimento do Turismo
Sustentável (OMT, 1994), que delineou diretrizes para os departamentos de governo e organizações
comerciais, apontando oito áreas de ação prioritárias para aqueles departamentos, as autoridades de
turismo nacional, as organizações comerciais representativas e também empresas, são elas: (Irving, 1998)
•• Avaliação da capacidade de quadro regulatório, econômico e voluntário para viabilização do
turismo sustentável no sentido de apoiar o desenvolvimento de políticas que facilitem o alcance
das metas desejadas;
•• Avaliação das implicações econômicas, sociais, culturais e ambientais das operações da organização/
instituição, no sentido de examinar sua própria capacidade para atuar na direção da perspectiva
de Desenvolvimento Sustentável;
•• Treinamento, educação e consciência pública, no sentido do desenvolvimento de formas mais
sustentáveis de turismo e com o objetivo de viabilizar a capacidade necessária para a execução
de tarefas nesta direção;
•• Planejamento para o desenvolvimento do turismo sustentável, a partir do desenvolvimento e
implementação de medidas que assegurem o efetivo planejamento do uso do solo e mecanismos que
maximizem benefícios ambientais e sociais e minimizem potenciais danos culturais ou ambientais;
•• Facilitação de intercâmbio de informações, habilidades e tecnologias relativas ao turismo sustentável
entre países desenvolvidos e países em desenvolvimento;
•• Fomento ao envolvimento da participação de todos os setores da sociedade, incluindo as minorias;
•• Monitoramento permanente de progresso para alcançar metas de desenvolvimento sustentável, a
partir de indicadores realistas de turismo sustentável aplicáveis a nível local e nacional;
•• Desenvolvimento de parceiras para a facilitação de iniciativas responsáveis.
No plano internacional, em 1992 o momento era propício para que as lideranças mundiais avançassem
na agenda em prol do meio ambiente, com perspectivas de crescimento na economia depois da queda do
Muro de Berlim e do bloco socialista no Leste Europeu (Senado Federal, 2012). Embora algumas cidades
sede já apresentassem melhoras ambientais intencionalmente projetadas em consequência da própria
regeneração urbana, como Tóquio, 1964, Seul, 1988 e os Jogos Olímpicos de Inverno (Leme, 2008), as
Olimpíadas de Barcelona 92, na Espanha, que foi o primeiro megaevento esportivo a seguir uma nova
tendência – o paradigma de planejamento de legado. (Mascarenhas et al., 2011).
A partir do ano de 1994 a questão ambiental passou a ser uma das prioridades do Comitê Olímpico
Internacional – COI, o organizador dos Jogos Olímpicos, quando em Paris foi realizado o Congresso
Olímpico junto à comemoração pelo centenário das Olimpíadas. Neste evento ficou estabelecido que
o meio ambiente fosse, após o esporte e a cultura, o terceiro quesito em importância do movimento,
apontando que a realização dos jogos deveria visar o estímulo à conscientização sobre o ambiente e o
desenvolvimento sustentável (Trigueiro, 2003), reforçou formalmente seu posicionamento a favor da
responsabilidade ambiental, sobretudo refletindo as decisões da Conferência da ONU. Em 1995, a carta
olímpica foi emendada para inclusão do nexo ambientalista. (Leme, 2008)
Em 1997, foi criada a Declaração Ostersund do Turismo de Megaeventos na I Conferência Acadêmica
do Estudo de Megaeventos. Esta recomenda que as pesquisas devem ser direcionadas para melhor
compreender quesitos relativos àquele documento, foram eles: os efeitos desse segmento na criação
da imagem dos países, regiões e turismo local; efeitos de curto e longo prazo relacionados a atração
de visitantes e as consequências sociais e econômicas por ele originadas; a importância desses para
realização de metas econômicas e sociais essenciais; o desenvolvimento de estratégias para a estruturação
geral da política de planejamento turístico local, regional e nacional, as abordagens para otimizar os
PASOS. Revista de Turismo y Patrimonio Cultural. 17 N° 1. Enero-Abril 2019 ISSN 1695-7121
Elaine Gomes Borges da Silva, Laila Borges da Silva 185
impactos turísticos de megaeventos e ainda a recomendação que estes sejam analisados em função
dos efeitos sociais, econômicos, ambientais, culturais e físicos, para que haja um aperfeiçoamento na
coordenação global da administração e pesquisa dos megaeventos, nos padrões e na metodologia que
possibilitem comparações globais consistentes entre os eventos e maior cooperação entre governos,
universidades e setores especializados para auxiliar o desenvolvimento social e econômico originado
pelos megaeventos (Nielsen, 2002).
As Olímpiadas de Sidney 2000, na Austrália, foi o primeiro concebido com a tentativa de realizar um
evento sustentável de porte macro, seguiu as orientações do COI priorizando a consciência ambiental e o
desenvolvimento sustentável, previa ações como o controle do impacto de suas instalações, investimentos
em novas linhas de transporte ferroviário, mínimo uso de materiais descartáveis e redução do uso de
papel. (Mascarenhas et al., 2011). Recebeu a marca de Green Games (Jogos Verdes), buscou a colaboração
de saberes e análises de organizações não governamentais ambientalistas como o Greenpeace. Eles foram
o primeiro megaevento esportivo examinado por aquela organização que emitiu um relatório detalhado
e razoavelmente positivo sobre o evento esportivo internacional. (Leme, 2008).
Desde o ano de 2008, o fato de principalmente os países desenvolvidos passarem por uma crise
econômica que trouxe altos níveis de desemprego e insatisfação da população em relação aos seus líderes
‑
até o ano de 2012 na Europa, 11 chefes de governo já haviam sido substituídos ‑
fez com que muitas
negociações sobre o meio ambiente emperrassem desde a conferência Rio 92. (Senado Federal, 2012)
Em 2009, a Assembleia Geral da ONU decidiu realizar uma conferência para celebrar o 20º aniversário
da Cnumad ‑
a Rio 92 ou Cúpula da Terra ‑
no ano de 2012 na cidade do Rio de Janeiro/RJ. Dois itens
da agenda da Rio+20 foram “A Economia Verde no Contexto do Desenvolvimento Sustentável e da
Erradicação da Pobreza” e “Estrutura Internacional para o Desenvolvimento Sustentável” (UNEP, 2011).
Assim foi realizada de 13 a 22 de junho de 2012, a Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento
Sustentável – Cnuds com a missão de renovar compromissos com o desenvolvimento sustentável em
meio a urgências ambientais, sociais, econômicas e políticas que entravavam a definição de metas para
evitar degradação do meio ambiente (Senado Federal, 2012).
De acordo com Silberberg e MC Dowel (2010), na escolha de materiais, produtos e serviços que
norteiam os aspectos socioambientais devem ser considerados os princípios dos “quatro R” ‑
repensar,
reduzir, reutilizar, reciclar. Desde o planejamento este deve ditar todas as escolhas na busca de uma
gestão socioambiental: repensar processos, produtos e tecnologias; reduzir o uso de materiais e recursos
naturais; reutilizar o máximo possível e reciclar os materiais não reutilizados; analisar o ciclo de vida de
um material antes de optar por usá‑lo
no evento; analisar a origem dos produtos e mitigar os excessos
no consumo de água e energia.
Pela garantia da sustentabilidade na realização de eventos hoje em dia são consideradas abordagens na
esfera da ecologia, da economia, do social, da cultura e da política que podem ser reaplicadas a depender
de fatores como o tempo, o lugar, as pessoas e os recursos disponíveis. Desse modo, existiriam apenas
caminhos possíveis para a prática da sustentabilidade nos eventos e não fórmulas prontas (Fontes et
al, 2008). A gestão ambiental e a responsabilidade social devem permear todo o processo sensibilizando
e informando a todos, com o objetivo de divulgar a importância em preocupar‑se
com as questões da
sustentabilidade, em construção conjunta para a superação de dificuldades (Silberberg e Mc Dowel, 2010).
5. Análises sobre as considerações da entidade fifa em relação a instalação esportiva e a
localidade anfitriã
De acordo com FIFA (2011), a Copa do Mundo requer um estádio cujo local e ambiente aceitem muitos
outros usos além dos exigidos durante a temporada normal de jogos. Têm melhor chance de serem
escolhidos para sede de megaevento esportivo os locais com capacidade de expansão para atender as
necessidades das funções adicionais como vilas de hospedagem dos atletas, instalações para a mídia,
unidades de transmissão, centros de voluntários, centros de credenciamento e inúmeras áreas de
estacionamento.
O Football Stadiums ‑
technical recommendations and requirements é o documento que guia as
intervenções na instalação esportiva. Este documento FIFA (2007) é basilar para as decisões pré
construção, segurança, orientação e estacionamento, campo, jogadores e partidas oficiais, espectadores,
hospitalidade, mídia, fornecimento de luz e energia, comunicações e as áreas adicionais. Para a Copa
2014 foi lançada sua versão em português, a 5ª edição, em FIFA (2011).
PASOS. Revista de Turismo y Patrimonio Cultural. 17 N° 1. Enero-Abril 2019 ISSN 1695-7121
186 Marcos em relação ao desenvolvimento sustentável e o crescente nexo ambientalista
Neste consta o conceito de sustentabilidade para a FIFA que está explicitado na dimensão ambiental
através do Programa Green Goal – Gol Verde. O programa norteia como os gestores das cidades sede por
meio dos seus comitês organizadores locais devem preparar a arena para as competições e cerimônias.
Sobre a compatibilidade ambiental do local do estádio, a FIFA (2011) registra que é uma consideração
de suma importância a seleção do local para realizar o evento, complexa e com grande peso político, a
localidade deve ser cuidadosamente analisada. Como exemplo é citado que a maioria dos residentes ficaria
bastante preocupada com a possibilidade de ter suas casas sombreadas por um novo e grande estádio.
A proximidade com áreas residenciais é questão delicada e deverá ser evitada no desenvolvimento de
um novo estádio. Entre outras, as preocupações ambientais usuais na elaboração de um novo estádio
incluem: o aumento do tráfego de veículos; a grande quantidade de torcedores/pedestres barulhentos
e frequentemente agressivos; o ruído dos eventos; a forte iluminação da edificação e dos eventos; o
sombreamento nas propriedades adjacentes; e, a falta de atividade nos arredores do estádio nos períodos
em que eventos não estão programados.
As principais metas do programa são relativas à água, à energia, aos rejeitos, ao transporte, à
certificação indicadora de sustentabilidade e à pegada de carbono. Observa‑se
como exemplo que, para
adentrar o estádio o público participante precisará ter mobilidade e acesso garantido. Assim o documento
prevê ainda abrangências para o entorno do estádio. A respeito do uso da água o requerimento é prezar
pela redução, pelo uso mais responsável da água potável, avaliar seu uso para os fins de irrigação, o
armazenamento da água pluvial, a reutilização da água fluvial e da água das torneiras reaproveitando
nos banheiros do estádio. No documento é defendido que um maior potencial econômico pode ser atingido
através da instalação de tecnologia de economia de água em instalações sanitárias durante a fase de
construção. (FIFA, 2011)
Conforme o documento, a emissão e a remoção de resíduos representam um elevado custo administrativo
de um estádio. Deste modo é orientado evitar, reduzir e limitar a quantidade de rejeitos gerados por
meio da reutilização de recipientes de bebidas, reciclando‑os
através de coleta seletiva e também pela
introdução de alimentos e produtos promocionais sem embalagens. (FIFA, 2011). No quesito energia, o
projeto de construção de estádios deve empregar atividades de baixo consumo de energia com a criação
de sistemas de abastecimento mais eficientes. As áreas com potencial de economia de energia incluem
o uso de tecnologia fotovoltaica. (FIFA, 2011)
Outro aspecto é a obtenção de certificação na categoria de construção sustentável. (FIFA, 2011).
Alegando que a agenda de meio ambiente e sustentabilidade tem se desenvolvido intensamente em todo
o mundo, o surgimento de vários métodos e sistemas de certificação tem facilitado o processo de definição
de objetivos e a avaliação de impactos. A Certificação selecionada como indicadora de sustentabilidade
dos estádios do megaevento esportivo foi a Leadership in Energy Efficient Design ‑
LEED, Método de
Avaliação da Sustentabilidade de Edifícios (Building Research Establishment Environmental Assessment
Method ‑
BREEAM), seu selo desenvolvido em 2002 pelo US Green Building Council ‑
USGBC (Conselho
de Construção Sustentável dos Estados Unidos) é considerado o principal selo para edificações no
mundo ‑
utilizado em 143 países ‑
objetiva incentivar a transformação dos projetos, obra e operação
das edificações, com foco na sustentabilidade de suas atuações. O nível do selo pode variar nas escalas
de pontos: Certificado (40–49), Prata (50‑59),
Ouro (60‑79)
e Platina (80 – 110). (US Green Building
Council, 2014)
No Football Stadiums ‑
technical recommendations and requirements está descrito que os benefícios da
certificação LEED abrangem o valor econômico com a diminuição dos custos operacionais; a diminuição
dos riscos regulatórios; a valorização do imóvel para revenda ou arrendamento; o aumento na ocupação;
o aumento da retenção; modernização e menor obsolescência da edificação; pelo valor social na melhora
da segurança e na priorização da saúde dos trabalhadores e ocupantes da arena; pela inclusão social e o
aumento do senso de comunidade; capacitação profissional; conscientização de trabalhadores e usuários;
o aumento da produtividade dos funcionários; a melhora na recuperação de pacientes em hospitais e no
desempenho dos alunos nas escolas; no comércio, há o aumento no ímpeto de compra dos consumidores;
o incentivo aos fornecedores com maiores responsabilidades socioambientais; o aumento da satisfação e
do bem estar dos usuários; o estímulo às políticas públicas de fomento a construções sustentáveis e ao
valor ambiental; o uso racional e a redução da extração dos recursos naturais; a redução do consumo de
água e energia; a implantação consciente e ordenada; a mitigação dos efeitos das mudanças climáticas;
o uso de materiais e tecnologias de baixo impacto ambiental; e, a redução, o tratamento e o reuso dos
resíduos da construção e da operação do estádio. (GHG Protocol, 2004)
Questões adicionais a serem conjecturadas conforme FIFA (2011) são as vias adequadas para os eixos
de transporte e áreas de estacionamento; os serviços para os espectadores no local que devem incluir
PASOS. Revista de Turismo y Patrimonio Cultural. 17 N° 1. Enero-Abril 2019 ISSN 1695-7121
Elaine Gomes Borges da Silva, Laila Borges da Silva 187
toaletes e instalações sanitárias; produtos promocionais; alimentos e bebidas; o conhecimento das
construções adjacentes e do uso do solo para que não afetem a função do estádio durante o campeonato;
o conhecimento dos direitos de comercialização local e implantação de medidas de segurança para a
prevenção de riscos.
Sobre o transporte, a FIFA (2011) requer o aumento do uso do transporte público nos eventos que
organiza. Idealmente, para que tal atitude ocorra por parte dos participantes recomenda que a locali‑zação
perfeita seja um local em um grande centro urbano com bom acesso ao transporte público, ruas
largas, rodovias e estacionamento que possam ser utilizados para outros fins quando não haja jogos.
Isso também reduz a possibilidade de que grandes áreas de estacionamento sejam usadas por períodos
inferiores a 100‑200
horas por ano. Para os organizadores de eventos internacionais é mais interessante
que haja hotéis e centros comerciais e pelo menos um aeroporto internacional nas proximidades do
estádio/arena. Para melhor avaliar as exigências de transporte de potencial localização de estádio, as
autoridades devem envolver engenheiros e planejadores de serviços de transporte, além de realizar uma
detalhada avaliação do impacto dos transportes antes da escolha final do local. Conforme está descrito
no documento o desenvolvimento da infraestrutura de transporte é dispendioso. Nesse, se sugere que
a decisão final sobre a localização do estádio considere a proximidade da infraestrutura de transporte
público aquático, terrestre e aeroviário.
A melhora no sistema de transporte coletivo deve ser o que mais beneficiará a comunidade local,
principalmente o transporte rodoviário e ferroviário muito utilizado cotidianamente pela população.
Contudo isto somente será garantido com obras estruturais e com a aquisição de equipamentos de
mobilidade e acesso que permaneçam pós evento.
Para a FIFA (2011), os estádios devem ser localizados em um lugar suficientemente espaçoso para a
circulação e para manter as atividades do público externo com segurança e para a manobra de veículos
de serviço e operações. Enquanto é normal que os espectadores cheguem ao estádio espaçadamente
durante um longo período de tempo para evitar filas desnecessárias nas catracas, a maioria tende a
sair do estádio ao mesmo tempo, o que aumenta a necessidade de espaço. Como referência, a área
considerada ideal para a realização do evento está entre 18 e 24 ha, o que depende da fase do campeonato
a ser realizada no estádio.
Parece contraditório imaginar um centro urbano na atualidade com capacidade para realizar um
megaevento, receber a quantidade de participantes que o evento compreende e considerar que tal espaço
para o estádio/arena possa ter tal área disponível. Caberia uma resposta mais clara nesses documentos
do que é um local “suficientemente espaçoso” e como seria possível reservar tal espaço para um evento
que provavelmente seja realizado uma única edição na localidade ou demorará muitos anos para ser
realizado novamente na mesma cidade sede.
O documento da FIFA (2011) também prevê o paisagismo do entorno do estádio. Segundo as infor‑mações
contidas nele deve ser considerado um paisagismo abrangente. Neste é alegado que as áreas
verdes presentes no local do estádio melhora a percepção e a realidade de que a instalação respeita o
meio ambiente e sua vizinhança. O plantio de arbustos, árvores e jardins ao redor do projeto poderiam
produzir um grande benefício visual para quem utiliza o estádio e para a comunidade local. O impacto
sobre lençóis freáticos de rios e lagos próximos ao local do estádio e, consequentemente, a capacidade
de drenagem do campo também deve ser considerado pelos comitês organizadores.
Há de se considerar até que ponto uma vegetação como meio de intervenção urbanística deve ser
colocada no rol da garantia da sustentabilidade ecológica. Atenta‑se
que são recomendações requerimentos
da entidade, e não obrigações ou regulamentos de obrigatoriedade para execução dos planejadores,
comitê organizador local ou gestores públicos das cidades anfitriãs. Uma dimensão ambientalista
deve primar pela preservação e a garantia de espécies locais. O paisagismo neste documento aparece
mais como uma alegoria decorativa do espaço do entorno da instalação esportiva. Dentro do estádio,
as recomendações são seguidas de modo mais categórico, enquanto no entorno caberá principalmente
das decisões dos entes governamentais se a farão ou não, visto que a plataforma Leed caberá às obras
do estádio para certificação.
A respeito das relações com a comunidade, no documento FIFA (2011) está descrito que é vital o contato
prévio e a consulta junto aos representantes das comunidades locais, grupos ambientais e autoridades
locais e nacionais do futebol durante a escolha do local e o projeto de um estádio. Com comunicação
adequada, a expectativa de um novo estádio no ambiente deve ser uma experiência positiva, que para
esta organizadora do megaevento esportivo, os benefícios locais de um novo estádio são consideráveis e
incluem: acesso conveniente a esportes e eventos de entretenimento de qualidade; empregos durante a
construção e na operação das instalações; novos visitantes, os quais aumentarão a viabilidade financeira
PASOS. Revista de Turismo y Patrimonio Cultural. 17 N° 1. Enero-Abril 2019 ISSN 1695-7121
188 Marcos em relação ao desenvolvimento sustentável e o crescente nexo ambientalista
da economia local, incluindo visitantes a lojas, restaurantes e hotéis. De acordo com o documento,
frequentemente o estádio inclui instalações como ginásio, salas de preparo físico, piscina, creche, salas
de atividades, salas de reuniões, lojas e outros centros culturais e sociais, as quais são primariamente
utilizadas pelos habitantes da região. Em caso do campo ser de grama sintética, está que ele poderá ser
disponibilizado para programas de recreação local. Sobre a promoção de eventos nos estádios é defendido
que melhora significativamente a exposição e o perfil da comunidade sob a alegação que estes estádios
aumentam a auto‑estima
da comunidade devido à natureza especial de sua estrutura e de seus eventos.
Segundo FIFA (2011), todos os fatores acima devem aumentar a qualidade de vida dos habitantes
da área, assegurando que o estádio permaneça integrado ao cotidiano da comunidade e proporcione
maior estabilidade financeira. E devido à natureza especial dos deles, frequentemente são objetos de
rumores negativos e receios na mídia. Por esta razão é essencial que seja mantida uma comunicação
direta com a comunidade local e com a imprensa durante o período de desenvolvimento e toda a vida
operacional do estádio.
Conforme está descrito em FIFA (2011) a disponibilidade de espaço externo também permitirá futuras
expansões ou novos desenvolvimentos, posto que muitos dos estádios famosos em todo o mundo estão
localizados em áreas intensamente urbanizadas, rodeados por vias de tráfego, edifícios e canais nas
imediações. Por estes fatores que são apresentados suas possibilidades de reforma e redesenvolvimento
são limitadas pela sua área de localização, o que é indesejável. Grandes áreas reduzem a probabilidade
de necessidade de futura mudança seja a curto ou longo prazo. E as áreas maiores também aumentam
a possibilidade de oferta de áreas de estacionamento – uma exigência que provavelmente continuará
no futuro próximo. Quanto mais suburbano e isolado for o local do transporte público, maiores são os
requisitos de espaço de estacionamento. Nessa situação, é essencial a existência de acessos múltiplos
e convenientes às principais vias e rodovias. Com uma boa análise, projeto e controles operacionais, a
maioria desses problemas pode ser reduzida para satisfazer os moradores da região. Os exemplos que
constam em FIFA (2011) incluem planos de tráfego e de gerenciamento de multidões nos dias de jogos,
zonas de acesso restrito, abafadores de ruído e controles defletores de iluminação, construção do estádio
abaixo do nível do solo para reduzir sua altura e a inclusão de atividade durante os períodos ociosos.
Vale um questionamento sobre o ressignificado desses espaços em que estão localizados os estádios
que pós evento costumam se transformar em arenas multiuso e, ao invés de receber alguns eventos
deverão ter a maior parte do tempo ocupado com várias tipologias de eventos de grande porte para
justificar as intervenções no espaço físico e a demanda financeira de alto custo que realizar um evento
de porte macro requer. (Campos et al, 2004)
Outro ponto divergente que se observou com esta pesquisa documental foi que, quando se coloca o
desenvolvimento sustentável em pauta, é pensar em maiores áreas para estacionamento principalmente em
centros já urbanizados. A sustentabilidade ecológica e a ambiental prima pelo uso de meios de transporte
menos poluentes, valorização do uso de bicicletas, de caminhadas, do transporte coletivo em benefício da
saúde da sociedade e do planeta. Não parece que “pensar” estacionamentos e aumentar a carga no espaço
seja algo que defenda os pilares da sustentabilidade. O aumento do uso de veículos e da carga, visto que
não se pode aumentar a capacidade de um local receber a carga é contrário à manutenção da vida no
agora para garantia da qualidade de vida para as gerações futuras como conceituou Brundtland (1987).
Sabem os defensores dos princípios do desenvolvimento sustentável que se deve levar em conta o repensar,
readaptar, reciclar, reaproveitar. Pensar em sustentabilidade é readequar, ir e voltar em ideias que se
uma hora parecem cabíveis devem ser reavaliadas a todo instante. Assim não parece cabível aumentar
os impactos ambientais ou danos ecológicos, nem os sociais em uma localidade para receber um evento
alienígena àquela comunidade sob a égide que estádios que depois ficam caracterizados como arenas e que
aumentariam a auto‑estima
daquela comunidade devido à natureza especial de sua estrutura e eventos.
“Um dos motivos pelos quais as verbas de impostos municipais e estaduais são investidas no esporte pro‑fissional
é a crença que este atua como catalisador para a construção da comunidade civil. Os megaeventos
esportivos atendem funções similares em nível global. As cidades gastam quantias enormes de dinheiro
para concorrer a eventos esportivos grandes e de alta visibilidade e recebê‑los
como maneira de promover
a ‘imagem’ da cidade para o resto do mundo. A construção do estádio e da infraestrutura esportiva está
ligada aos planos de regeneração urbana por meio da crença que os times e eventos dos esportes de elite
estimulam a economia local e a geram empregos. No entanto, os acadêmicos que estudam o desenvolvimento
urbano relativo ao esporte refutam a ideia que esse tipo de investimento cívico proporciona benefícios reais
para a cidade como um todo. A evidência empírica revela que, embora alguns grupos de uma cidade possam
lucrar, os outros são onerados.” (Schimmel, 2013, p. 105‑6).
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Elaine Gomes Borges da Silva, Laila Borges da Silva 189
6. Considerações finais
Ao ler o marco histórico traçado para o conceito de sustentabilidade ser inserido nos megaeventos,
podemos melhor compreender o viés escolhido sobre a valorização da questão ambiental impregnada de
significados pela complexidade desse evento dentro de tudo que se faz necessário para sua realização.
Embora não seja o caso em discussão, contudo depreende‑se
inclusive o discurso de legado que gestores
de cidades candidatas carregam.
Tanto o Comitê Organizador Internacional que adicionou em seus ideais olímpicos o terceiro interesse e
também na FIFA tem‑se
estabelecido um contundente nexo ambientalista. Fatores como o uso consciente
da água e da energia, o repensar a produção e o descarte de rejeitos, as intervenções para garantia de
acesso por meio de transporte adequado às necessidades dos participantes e da população autóctone,
da ressignificação das instalações esportivas que são transformadas em arenas dos mais diversificados
usos para espetáculos da era moderna viabilizando‑as
economicamente. Ficam registrados os Jogos
Olímpicos de Sydney pela tentativa de um megaevento sustentável e o Programa Green Goal como
paradigma para eventos futuros da FIFA.
Cada vez mais pesquisas cujo interesse deve levar em consideração a Declaração Ostersund do
Turismo de Megaeventos é item relevante e inesgotável, visto que é crescente o mercado de eventos e
têm sido realizados em toda a esfera terrestre. E principalmente esse segmento dos megaeventos que
requer tantas condições para sua estruturação em uma localidade receptora, na qual sua organização
ultrapassa os limites do coração do evento, a instalação esportiva. Vislumbrando que sejam conhecidas
as consequências sociais e econômicas inclusive as de longo prazo, a autora deste estudo sugere que
seja realizada uma pesquisa que aprofunde os estudos sobre os efeitos desses megaeventos esportivos
na criação da imagem dos países, das regiões e da localidade anfitriã e os relacionados à atração de
turistas pós evento; o desenvolvimento de estratégias para a realização dentro da estrutura geral da
política de planejamento turístico local, regional e nacional e outras abordagens sobre os impactos
turísticos. Análises em função dos impactos sociais, econômicos, ambientais, culturais e físicos devem ser
conjecturadas não apenas para que haja um aperfeiçoamento na coordenação global da administração,
mas as pesquisas dos megaeventos devem de antemão contribuir para a sociedade do núcleo receptor
e comunidade autóctone do entorno do espaço de realização do evento propriamente dito em auxílio
ao desenvolvimento social e econômico, que prezem pela sustentabilidade em ângulos maiores que a
priorização do nexo ambientalista ou nexo ecológico.
O People é um dos tripés da sustentabilidade na visão empresarial, trata do social quando este
menciona ser vital o contato prévio e a consulta junto aos representantes de comunidades que poderão
ser afetadas pela realização do megaevento esportivo. Os grupos que deveriam ser consultados segundo
esse tripé nesse caso são as comunidades locais, grupos ambientais e autoridades locais e nacionais do
futebol durante a escolha do local e o projeto de um estádio. Com comunicação adequada e benefícios
locais de: acesso conveniente a esportes e eventos de entretenimento de qualidade; empregos durante a
construção e na operação das instalações; aumento do fluxo turístico, os quais aumentarão a viabilidade
financeira local, programas de recreação e que a promoção de eventos melhora significativamente a
exposição; a autoestima da comunidade por meio do aumento da sua qualidade de vida e bem estar.
Espera‑se
que isto ocorra ao menos para as populações que vivem no entorno das instalações esportivas
permanentes e que são construídas especificamente para os megaeventos, abrangendo o capital humano
quer seja da empresa ou da sociedade. Assim sugere‑se
que um próximo estudo possa inserir a consulta
aos autóctones da região receptora de um megaevento para avaliar se estes preceitos que são indicados
pela entidade FIFA aos gestores e comitê organizador foram satisfatoriamente alcançados na percepção
destes residentes do entorno da instalação esportiva nas sedes de megaeventos.
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Recibido: 08/07/2016
Reenviado: 04/01/2018
Aceptado: 08/06/2018
Sometido a evaluación por pares anónimos