mdC
|
pequeño (250x250 max)
mediano (500x500 max)
grande
Extra Large
grande ( > 500x500)
Alta resolución
|
|
LIVRO DE RECEITAS TRADICIONAIS DA COZINHA DO MAR DE CABO VERDE RECETARIO DE COCINA MARINERA TRADICIONAL DE CABO VERDE A COOKBOOK OF CABO VERDE TRADITIONAL SEAFOOD CUISINE © Universidad de Las Palmas de Gran Canaria © Textos | Text: Autores | Authors © Receitas | Recetas | Recipes: Autores | Authors © Fotos | Photos: Alexander Manykin, Hélder Martins (p. 101), Tato Gonçalves (p. 112) © Fotos de pesca | Photos on fisheries: A. Martins (pp. 35, 52, 57, 67, 165-166) N. Almeida (pp. 39, 55, 82) I. Gaztañaga (pp. 40, 99) J.A. González (pp. 45, 46, 61, 62, 81, 87, 90, 91, 94, 95, 106) E. Lopes (pp. 51, 71, 72, 77) R.A. Pires (p. 98) Coordenação geral e estrutura de conteúdos | Coordinación general y estructura de contenidos | General coordination and structure of contents José A. González (ULPGC) & Filomena Ribeiro (EHTCV) Autoria da informação técnico-científica | Autoría de la información científico-técnica | Authorship of the scientific-technical information José A. González, Filomena Ribeiro, Sandra Correia, Evandro Lopes, José M. Lorenzo, Albertino Martins, Nuno Almeida, Carlos A. Monteiro, Carina Pires & Iñaki Gaztañaga Autoria das receitas gastronómicas | Autoría de las recetas gastronómicas | Authorship of gastronomic recipes EHTCV – Ângela Ferreira, Aleida Moreira Restaurante O Poeta – Carlos Monteiro, Sandra Cabral, Avinash Daswani Restaurante Bica d’Areia – Nádia Castelo Branco, Benedita Pereira Restaurante Tereru di Kultura – Hélder Martins Hotel Oásis Praiamar – Juan Carlos Guerra Composição e desenho gráfico | Composición y diseño gráfico | Composition and graphic design El Conejo Blanco S.L., Las Palmas de Gran Canaria Impressão | Impresión | Print Litografía San José, S.L., Las Palmas de Gran Canaria Tradução | Traducción | Translation Maria Cândida Gonçalves, com apoio de | con apoyo de | assisted by Filomena Ribeiro (EHTCV) & José A. González (ULPGC) Referência bibliográfica | Referencia bibliográfica | Bibliographic reference González, J.A., F. Ribeiro, S. Correia, E. Lopes, J.M. Lorenzo, A. Martins, N. Almeida, C.A. Monteiro, C. Pires, I. Gaztañaga, Á. Ferreira, A. Moreira, H. Martins, N. Castelo Branco, B. Pereira, A. Daswani, C. Monteiro, S. Cabral & J.C. Guerra. 2019. Livro de Receitas Tradicionais da Cozinha do Mar de Cabo Verde / Recetario de Cocina Marinera Tradicional de Cabo Verde / A Cookbook of Cabo Verde Traditional Seafood Cuisine. INTERREG V-A MAC 2014-2020 - MARISCOMAC (MAC/2.3d/097). Las Palmas de Gran Canaria, 164 pp. ISBN 978-84-09-16831-6 Depósito Legal GC 687-2019 Ficha técnica | Ficha técnica | Datasheet LIVRO DE RECEITAS TRADICIONAIS DA COZINHA DO MAR DE CABO VERDE RECETARIO DE COCINA MARINERA TRADICIONAL DE CABO VERDE A COOKBOOK OF CABO VERDE TRADITIONAL SEAFOOD CUISINE Índice | Índice | Contents Prólogo 7 Prólogo 9 Foreword 11 Prefácio 15 Prefacio 17 Preface 19 Agradecimentos 23 Agradecimientos 25 Acknowledgments 27 O projeto MARISCOMAC e seu Livro de Receitas tradicionais 31 El proyecto MARISCOMAC y su Recetario tradicional 37 The MARISCOMAC Project and its traditional Cookbook 43 As pescarias atuais em Cabo Verde 51 Las pesquerías actuales en Cabo Verde 61 Current fisheries in Cabo Verde 71 Recentes e novas pescarias nas águas de Cabo Verde 83 Pesquerías recientes y nuevas en aguas de Cabo Verde 87 Recent and new fisheries in Cabo Verde waters 91 Algumas receitas tradicionais da cozinha do mar de Cabo Verde 97 Algunas recetas tradicionales de la cocina marinera de Cabo Verde 97 Some traditional recipes of the seafood cuisine of Cabo Verde 97 Anexos 141 Anexos 141 Annexes 141 Produtos da pesca valorizados neste Livro de Receitas 142 Productos pesqueros valorizados en este Recetario 144 Fishery products valued in this Cookbook 146 Características do peixe indicando sua frescura 148 Características del pescado indicadoras de su frescura 150 Typical indicators of fish freshness 152 Efeitos benéficos do consumo de produtos haliêuticos 154 Efectos beneficiosos del consumo de productos pesqueros 156 Nutritional benefits of fishery products 158 Bibliografia 160 Bibliografía 160 References 160 7 A Universidade de Las Palmas de Gran Canaria sente-se muito honrada por ser a parceira das Canárias no Projeto MARISCOMAC sobre “Desenvolvimento de condições técnico-científicas, formação, transferên-cia de tecnologia e conhecimento para fomentar a exploração e comercialização sustentável de mariscos na Macaronésia” e por ser responsável pela sua coordenação em Cabo Verde. O Projeto MARISCOMAC (MAC/2.3d/097) recebeu co-financiamento FEDER da União Europeia no âmbito do Programa de Cooperação Territorial INTERREG V-A Madeira-Açores-Canárias (MAC) 2014-2020. O Projeto enquadra-se no eixo da melhoria da competitividade das pequenas e médias empresas (PMEs) e, mais concreta-mente, na prioridade de apoio à sua capacidade para crescer nos mercados (regional, nacional e internacional) e nos processos de inovação. O objetivo geral do projeto é criar condições técnicas e bases científicas para a exploração sustentável dos recur-sos haliêuticos das águas litorais e profundas da Macaronésia, assim como transferir conhecimento e tecnologia à cadeia de valor dos produtos da pesca. Para esta Instituição Académica é uma grande satisfação contar com eminentes parceiros, tais como a Secretaria Regional de Agricultura e Pescas de Madeira (beneficiário principal), a Câmara Municipal do Funchal, o Instituto Nacional de Desenvolvimento das Pescas (atualmente Instituto do Mar, IMar), a Universidade de Cabo Verde, a Escola de Hotelaria e Turismo de Cabo Verde e a Agência para o Desenvolvimento Empresarial e a Inovação – ADEI (instituição extinta em 2016) e atualmente substituída pelo Instituto de Apoio e Promoção Empresarial – Pro Empresa. O âmbito geográfico de MARISCOMAC é, portanto, Canárias, Madeira e Cabo Verde. Em futuros projetos sobre esta temática, apostamos na integração de novos parceiros que agreguem mais valias às propostas. Prólogo Prólogo Foreword 8 9 MARISCOMAC é um projeto de carácter eminentemente inovador, com a vista posta nas tradições dos nossos povos, com um grande valor agregado de cooperação. Não temos qualquer dúvida sobre o grande impacto deste “Livro de receitas tradicionais da cozinha do mar de Cabo Verde”, livro de receitas clássicas, embora atualizadas, valorizadas científica, técnica e socialmente, e que contribuirá para a qualidade e segurança alimentar de nacionais, visitantes e turistas. O Livro contém uma grande componente de divulgação científica e reúne informações úteis para profissionais, restauradores, hoteleiros, gastrónomos e o grande público. Para esta Universidade também é motivo de orgulho que o seu Centro Cultural “Ciência & Gastronomia” tenha colaborado assessorando na elaboração da estrutura e conteúdos desta obra. Para finalizar, desejo felicitar os nossos parceiros e as equipas participantes (cientistas, técnicos, pessoal de apoio, empresários, cozinheiros, fotógrafos e desenhadores gráficos) que tornaram possível este magnífico livro de recei-tas valorizado. Recomendo vivamente a leitura e a degustação das traditionais e sugestivas receitas gastronómicas aqui desenvolvidas e ilustradas. Las Palmas de Gran Canaria (Canárias) e Cidade da Praia (Cabo Verde), setembro de 2019. Rafael Robaina Reitor da Universidade de Las Palmas de Gran Canaria La Universidad de Las Palmas de Gran Canaria se siente muy honrada por ser el socio canario del Proyecto MARISCOMAC sobre “Desarrollo de condiciones científico-técnicas, formación, transferencia de tecnología y conocimiento para fomentar la explotación y comercialización sostenible de mariscos en la Macaronesia” y por ser responsable de su coordinación en Cabo Verde. MARISCOMAC (MAC/2.3d/097) ha recibido cofinanciación FEDER de la Unión Europea en el marco del Pro-grama de Cooperación Territorial INTERREG V-A Madeira-Azores-Canarias (MAC) 2014-2020. El Proyecto se encuadra en el eje de mejora de la competitividad de las pymes y, más concretamente, en la prioridad de apoyo a la capacidad de las pymes para crecer en los mercados (regionales, nacionales e internacionales) y en los procesos de innovación. Su objetivo general es crear condiciones técnicas y bases científicas para la explotación sostenible de los recursos pesqueros de las aguas litorales y profundas de la Macaronesia, así como trasferir conocimiento y tecnología a la cadena de valor de los productos de la pesca. Para esta Institución Académica supone una gran satisfacción contar con socios de la talla de la Secretaria Regional de Agricultura e Pescas de Madeira (beneficiario principal), la Câmara Municipal do Funchal, el Instituto Nacional de Desenvolvimento das Pescas (actualmente Instituto do Mar, IMar), la Universidade de Cabo Verde, la Escola de Hotelaria e Turismo de Cabo Verde y la Agência para o Desenvolvimento Empresarial e a Inovação – ADEI (insti-tución extinta en 2016) y actualmente sustituida por el Instituto de Apoio e Promoção Empresarial – Pro Empresa. El ámbito geográfico de MARISCOMAC es, por tanto, Canarias, Madeira y Cabo Verde. En futuros proyectos sobre esta temática, apostamos por la incorporación de nuevos socios que aporten plusvalías a las propuestas. Prólogo Prólogo Foreword 10 11 MARISCOMAC es un proyecto de carácter eminentemente innovador, con la mirada puesta en las tradiciones de nuestros pueblos, con un gran valor añadido de cooperación. No tenemos duda alguna sobre el gran impacto que logrará este “Recetario de cocina marinera tradicional de Cabo Verde”, libro de recetas clásicas, aunque actualizadas, valorizado científica, técnica y socialmente, que contribuirá a la calidad y seguridad alimentaria de nacionales, visitantes y turistas. El Recetario contiene un elevado componente de divulgación científica y atesora informaciones útiles para profesionales, restauradores, hoteleros, gastrónomos y gran público. Para esta Universidad también es motivo de orgullo que su Aula Cultural “Ciencia & Gastronomía” haya colabo-rado asesorando en la elaboración de la estructura y contenidos de esta obra. Para finalizar, deseo felicitar a nuestros socios y a los equipos participantes (científicos, técnicos, personal de apoyo, empresarios, cocineros, fotógrafos y diseñadores gráficos) que han hecho posible este magnífico recetario marinero valorizado. Recomiendo encarecidamente la lectura y el disfrute de las tradicionales aunque sugerentes recetas gastronómicas aquí desarrolladas e ilustradas. En Las Palmas de Gran Canaria (Canarias) y en Praia (Cabo Verde), septiembre de 2019. Rafael Robaina Rector de la Universidad de Las Palmas de Gran Canaria The University of Las Palmas de Gran Canaria feels much honoured to be the Canary partner in the MARIS-COMAC Project on “Development of technical and scientific conditions, training, technology transfer and knowledge aiming to promote sustainable exploitation and marketing of shellfish in Macaronesia” and to be responsible for its coordination in Cabo Verde. MARISCOMAC Project (MAC/2.3d/097) has received ERDF co-financing from the European Union under the Territorial Cooperation Programme, INTERREG Madeira-Açores-Canarias (MAC) 2014-2020. This project is a part of the strategy to improve the competitiveness of small and medium-sized enterprises (SMEs) and, more specifically, to support the capacity of SMEs to grow in markets (at regional, national and international levels), and in innovative processes. The overall objective of the project is to create technical conditions and scientific bases for the sustainable exploi-tation of the fishery resources from coastal and deep waters of Macaronesia, as well as to transfer knowledge and technology to the valued network of fishery products. For this Academic Institution, it is a great pleasure to count on distinguished partners, such as the Regional Secreta-riat for Agriculture and Fisheries of Madeira (main beneficiary), the Municipality of Funchal, the National Institute for Development of Fisheries (currently Instituto do Mar, IMar), the University of Cape Verde, the School of Ho-tel Industry and Tourism of Cape Verde and the former Agency for Business Development and Innovation – ADEI (institution extinct in 2016) and currently replaced by Institute for Business Support and Promotion, Pro-Empre-sa). The geographical scope of MARISCOMAC is, therefore, the Canary Islands, Madeira and Cabo Verde. It is our desire, in future projects on this subject, to continue integrating partners that add value to our proposals. Prólogo Prólogo Foreword 12 MARISCOMAC is a highly innovative project, focusing on the traditions of our peoples, and with a great surplus value of cooperation. We have no doubt about the great impact of this “A cookbook of Cabo Verde traditional seafood cuisine”. This book of classical recipes has been scientifically, technically and socially valorised, so it will contribute to the quality and food safety of nationals, visitors and tourists. It contains a large component of scienti-fic issues that gather useful information for professionals, restaurateurs, hoteliers, gourmets and the public at large. We are also proud of the contribution given by our Cultural Centre “Science and Gastronomy” in advising on the elaboration of the structure and contents of this work. To conclude, I would like to congratulate our partners and the participating teams (scientists, technicians, support staff, entrepreneurs, cooks, photographers and graphic designers) who have made this magnificent and valuable cookbook possible. I highly recommend reading and enjoying the traditional and suggestive gastronomic recipes here developed and illustrated. Las Palmas de Gran Canaria (Canary Islands) and Praia City (Cabo Verde), September 2019. Rafael Robaina Rector of the University of Las Palmas de Gran Canaria 15 O convite para escrever o Prefácio a este livro foi recebido pela Escola de Hotelaria e Turismo de Cabo Verde (EHTCV) com satisfação e orgulho, por se dirigir a uma das matérias, a gastronomia, a que confe-rimos grande parte do nosso tempo, esforço e dedicação. A EHTCV, a par da sua missão primeira, a formação, preocupa-se também com a defesa de uma gastronomia nacional, alicerçada em produtos locais e de época. Com essa convergência em pano de fundo, resolvemos escrever sobre o que mais gostamos no trabalho. O livro consegue deliciar-nos com diversas sugestões de confecção de receitas tão nossas conhecidas, mas repen-sadas, revisitadas e apresentadas de forma moderna e atraente. Contudo, não é tudo. Este livro faz-nos pensar, ainda, na sustentabilidade dos recursos marinhos de que dispomos nas nossas águas e numa exploração inteligente e transversal, aliada à economia e ao turismo. Prefácio Prefacio Preface 16 17 O livro envolve, também, vertentes científicas, pedagógicas e gastronómicas, que nos obrigam a repensar as nossas receitas tradicionais e elevar a fasquia para uma gastronomia moderna e contemporânea, sem esquecer a tradição e os costumes cabo-verdianos. Subscrevemos, assim, o trabalho desenvolvido e o empenho dos autores, em divulgar e eternizar o receituário revisitado de Cabo Verde. A gastronomia é cultura e, como tal, deve ser degustada e transmitida de forma sensorial e imaginativa. Cidade da Praia, Cabo Verde, 30 de maio de 2019. Sérgio Sequeira Presidente do Conselho de Administração da Escola de Hotelaria e Turismo de Cabo Verde La invitación para escribir el Prefacio a este libro fue recibida por la Escuela de Hotelería y Turismo de Cabo Verde (EHTCV) con satisfacción y orgullo, por dirigirse a una de las materias, la gastronomía, a la que confe-rimos gran parte nuestro tiempo, esfuerzo y dedicación. La EHTCV, a la par de su misión principal, la formación, también se preocupa por la defensa de una gastronomía nacional, enraizada en los productos locales y de temporada. Con esta convergencia en el trasfondo, decidimos escribir sobre lo que más nos gusta en el trabajo. El libro consigue deleitarnos con diversas sugerencias de elaboración de recetas tan conocidas por nosotros, aun-que repensadas, revisadas y presentadas de forma moderna y atractiva. Sin embargo, no es todo. Este libro nos hace pensar, además, en la sostenibilidad de los recursos marinos de que disponemos en nuestras aguas, y en una explotación inteligente y transversal, aliada a la economía y al turismo. Prefácio Prefacio Preface 18 19 El libro involucra, también, vertientes científicas, pedagógicas y gastronómicas, que nos obligan a repensar nuestras recetas tradicionales y elevar el listón para una gastronomía moderna y contemporánea, sin olvidar la tradición y las costumbres caboverdianas. Suscribimos, así, el trabajo desarrollado y el empeño de los autores en divulgar y eternizar el recetario revisitado de Cabo Verde. La gastronomía es cultura y, como tal, debe ser degustada y transmitida de forma sensorial e imaginativa. Praia, Cabo Verde, 30 de mayo de 2019. Sérgio Sequeira Presidente del Consejo de Administración de la Escuela de Hotelería y Turismo de Cabo Verde The invitation to write the Preface to this book was received by the School of Hotel Industry and Tourism of Cabo Verde (EHTCV) with satisfaction and pride, because it addresses gastronomy, one of the subjects to which we dedicate much of our time and effort. EHTCV, along with its first mission of training, is also concerned with the preservation of national gastronomy, based on local and season products. With these underpinning ideas, we have decided to write about what we enjoy most at work. This book delights us with a number of well-known recipes, which have been rethought, revisited and presented in a modern and attractive way. However that is not all. This book makes us think about the sustainability of the marine resources available in our waters, and in an intelli-gent and multisectoral exploration linked to the development of economy and tourism. Prefácio Prefacio Preface 20 The book also includes scientific, pedagogic and gastronomic aspects that make us to rethink our traditional re-cipes and raise the standard to a modern and contemporary gastronomy and, at the same time, to preserve the tradition and customs of Cabo Verde. Therefore, we highly support the work that has been developed and the authors’ commitment to divulging and preserving cooking recipes of Cabo Verde. Gastronomy is culture and, therefore, it must be tasted and transmitted in a sensory and creative way. Praia, Cabo Verde, May 30, 2019 Sérgio Sequeira Chairman of the Board of Directors of the School of Hotel Industry and Tourism of Cabo Verde 23 Os autores dos textos e imagens técnico-científicos deste livro de receitas gastronómicas tradicionais (mas também clássicas atualizadas) do projeto MARISCOMAC desejam expressar o seu mais sincero agrade-cimento e reconhecimento: À Parceria do Projeto (sobretudo à Universidade de Las Palmas de Gran Canaria e à Escola de Hotelaria e Tu-rismo de Cabo Verde), às equipas de investigadores e ao pessoal de apoio do MARISCOMAC. Em particular, a professora doutora Carmen M. Hernández Cruz, membro do Mariscomac ULPGC e uma ótima cozinheira, que aconselhou e esclareceu muitas questões culinárias. Às pequenas e médias empresas (PMEs) que participaram nesta tarefa do Projeto e colaboraram na elaboração deste livro de receitas, em particular: Restaurante O Poeta, Restaurante Bica d’Areia, Restaurante Terreru di Kultura, Hotel Oásis Praiamar, Marbello Produtos do Mar Lda., Remarpes Lda., Sopromar Lda., Macremar Lda., Alexander Manykin Photography e Maria Cândida Gonçalves, em Cabo Verde; Yoalca Canarias S.L., Antonio Ro-dríguez (chef ) e equipa (restaurante La Marisma) e Tato Gonçalves (fotógrafo), nas Canárias. Um agradecimento especial a Alex Manykin pela sua disponibilidade e excelente trabalho. A nossa sincera gratidão vai também para Nádia Castelo Branco e para Avinash Daswani pelo seu apoio e sua disponibilidade, mas sobretudo pelo seu excelente trabalho na conceção de várias receitas e na dinamização dos trabalhos nos restaurantes Bica d’Areia e O Poeta, respetivamente. Agradecimentos Agradecimientos Acknowledgements 24 25 À Escola de Hotelaria e Turismo de Cabo Verde (EHTCV), a toda sua equipa, em especial ao Presidente do Con-selho de Administração, Dr. Sérgio Sequeira, e ao Administrador Executivo, Dr. Fernando Cruz, pelos cuidados e pelo grande desempenho. Um agradecimento especial ao Dr. Virgílio Évora e aos chefes Ângela Ferreira, Aleida Moreira e Hélder Martins. O imenso trabalho de coordenação em Santiago e coragem da nossa coautora, a Dra. Filomena Ribeiro, Administradora não Executiva da EHTCV, têm sido absolutamente crucial. A nossa gratidão também é para a anterior PCA da EHTCV, a Dra. Nádia Firmino. Ao Instituto Nacional de Desenvolvimento das Pescas (INDP) e à Universidade de Cabo Verde (Uni-CV), os nossos parceiros fiéis e estratégicos destes últimos quinze anos. Em particular aos nossos colegas coautores dos departamentos de Investigação Haliêutica (INDP) e de Engenharia e de Ciências do Mar (Uni-CV), que contribuí-ram com grande entusiasmo nos textos, imagens e bibliografia deste livro. À Pro-Empresa (Instituto de Apoio e Promoção Empresarial) pelo seu apoio. Neste caso, expressamos também o nosso desejo para que este livro de receitas valorizadas preste como mais um ponto de partida para facilitar o empreendedorismo e o emprego dos jovens cabo-verdianos nos sectores da restauração, a hotelaria e peixaria, com recurso nos excelentes e variados produtos marinhos de Cabo Verde. Um agradecimento especial à Dra. Carina Pires. Ao pessoal dos órgãos de gestão e secretariado do Programa de Cooperação Territorial Interreg V-A Madei-ra- Açores-Canárias (MAC) 2014-2020. Ao Centro Cultural Ciência e Gastronomia da Vice-Reitoria de Cultura e Sociedade da Universidade de Las Palmas de Gran Canaria, por seu apoio na divulgação desses trabalhos e por nos "emprestar" a alguns de seus membros. Los autores de los textos e imágenes científico-técnicos de este recetario gastronómico tradicional (y también de recetas clásicas actualizadas) del proyecto MARISCOMAC desean expresar su más sincero agradecimien-to y reconocimiento a: El Partenariado del Proyecto (sobre todo a la Universidad de Las Palmas de Gran Canaria y a la Escola de Hotelaria e Turismo de Cabo Verde), a los equipos de investigadores y al personal de apoyo de MARISCOMAC. En parti-cular, a la profesora Dra. Carmen M. Hernández Cruz, miembro de Mariscomac ULPGC y gran cocinera, que ha asesorado y aclarado numerosas dudas culinarias. Las PYMEs que participaron en esta tarea del Proyecto y colaboraron en la elaboración de este recetario, en particular: Restaurante O Poeta, Restaurante Bica d’Areia, Restaurante Terreru di Kultura, Hotel Oásis Praiamar, Marbello Produtos do Mar Lda., Remarpes Lda., Sopromar Lda., Macremar Lda., Alexander Manykin Photography y a Maria Cândida Gonçalves, en Cabo Verde, Yoalca Canarias SL, chef Antonio Rodríguez y equipo (restaurante La Marisma) y Tato Gonçalves (fotógrafo), en Canarias. Un agradecimiento especial para Alex Manykin por su disponibilidad y excelente trabajo. Nuestra sincera gratitud va también para Nádia Castelo Branco y para Avinash Daswani por su apoyo y su dispo-nibilidad, aunque sobre todo por su excelente trabajo en la concepción de varias recetas y en la dinamización de los trabajos en los restaurantes Bica d’Areia y O Poeta, respectivamente. Agradecimentos Agradecimientos Acknowledgements 26 27 La Escola de Hotelaria e Turismo de Cabo Verde (EHTCV), todo su equipo, en especial al Presidente del Consejo de Administración, Dr. Sérgio Sequeira, y al Administrador Ejecutivo, Dr. Fernando Cruz, por sus atenciones y por el gran desempeño. Un agradecimiento especial al Dr. Virgílio Évora y a los chefs Ângela Ferreira, Aleida Moreira y Hélder Martins. El inmenso trabajo de coordinación en Santiago y el coraje de nuestra coautora, la Dra. Filomena Ribeiro, Administradora No-Ejecutiva de la EHTCV, ha sido absolutamente crucial. Nuestra gratitud también es para la anterior PCA de la EHTCV, la Dra. Nádia Firmino. El Instituto Nacional de Desenvolvimento das Pescas (INDP) (actualmente Instituto do Mar, IMar) y la Universi-dade de Cabo Verde (Uni-CV), nuestros socios fieles y estratégicos de estos últimos quince años. En particular a nuestros colegas coautores de los departamentos de Investigación Pesquera (INDP) y de Ingeniería y de Ciencias del Mar (Uni-CV), que contribuyeron con gran entusiasmo en los textos, imágenes y bibliografía de este libro. Pro-Empresa (Instituto de Apoio e Promoção Empresarial) por su apoyo. En este caso, expresamos también nuestro deseo para que este recetario valorizado sea útil como un nuevo punto de partida para facilitar el empren-dimiento y el empleo de los jóvenes cabo-verdianos en los sectores de la restauración, la hotelería y la pescadería, con base en los excelentes y variados productos marinos de Cabo Verde. Un agradecimiento especial a la Dra. Carina Pires. Al personal de los órganos de gestión y secretariado del Programa de Cooperación Territorial Interreg V-A Ma-deira- Açores-Canarias (MAC) 2014-2020. Al Aula Cultural Ciencia y Gastronomía del Vicerrectorado de Cultura y Sociedad de la Universidad de Las Palmas de Gran Canaria, por su apoyo en la difusión de estos trabajos y “prestarnos” a algunos de sus miembros. The authors of the scientific-technical texts and images of this cookbook of traditional and of updated classic recipes wish to express their sincere thanks and acknowledgment to the following institutions and individuals: The Project Partners, namely the University of Las Palmas de Gran Canaria and the School of Hotel Industry and Tourism of Cape Verde (EHTCV), the research teams and support staff of MARISCOMAC. In particular, to Professor Dr. Carmen M. Hernández Cruz, a member of Mariscomac ULPGC and a great cook, who has advised and clarified many culinary questions. The small and medium-sized enterprises (SMEs) that participated in this Project and collaborated in the elabora-tion of this cookbook, in particular: O Poeta Restaurant, Bica d'Areia Restaurant, Terreru di Kultura Restaurant, Oásis Praiamar Hotel, Marbello Produtos do Mar Lda, Remarpes Lda., Sopromar Lda., Macremar Lda., Alexander Manykin Photography. Thanks are also due to Maria Cândida Gonçalves in Cabo Verde, and Yoalca Canarias SL, chef Antonio Rodríguez and team (La Marisma Restaurant) and Tato Gonçalves (photographer), in the Canary Islands. Special thanks to Alex Manykin for his availability and excellent work. Our sincere gratitude also goes to Nádia Castelo Branco and Avinash Daswani for their support and availability, but above all for their excellent work in designing various recipes and revitalizing the work at Bica d'Areia and O Poeta restaurants, respectively. Agradecimentos Agradecimientos Acknowledgements 28 The entire team of the School of Hotel Industry and Tourism of Cabo Verde, in particular to the Chairman of the Board of Directors (COB), Dr. Sérgio Sequeira, and the Executive Director, Dr. Fernando Cruz, for their care and performance. Special thanks to Virgílio Évora and to chefs Ângela Ferreira, Aleida Moreira and Hélder Martins. The immense coordination work and the courage of our co-author, Dr. Filomena Ribeiro, Non-Execu-tive Director of the EHTCV, in Santiago, have been absolutely crucial. We extend our thanks to the former COB of EHTCV, Dr. Nádia Firmino. The National Institute of Fisheries Development (INDP) (currently Instituto do Mar, IMar) and the University of Cabo Verde (Uni-CV) have been our faithful and strategic partners for the last fifteen years. In particular, our co-authors from the Department of Fisheries Research (INDP) and the Department of Engineering and Marine Sciences (Uni-CV) have contributed enthusiastically to the development of the texts, images and bibliography of this book. Pro-Empresa (Institute for Business Support and Promotion) has given unfailing support. In this context, we also express our desire that this invaluable cookbook should be a starting point to facilitate entrepreneurship and employment for young Cabo Verdeans in the sectors of catering, hotel industry and fishery, using the excellent and varied marine products of Cabo Verde. Special thanks to Dr. Carina Pires. To the personnel of the management and secretariat bodies of the Interreg V-A Territorial Cooperation Pro-gramme Madeira-Açores-Canarias (MAC) 2014-2020. To the Cultural Centre Science and Gastronomy of the Vice-Rectorate for Culture and Society of the Univer-sity of Las Palmas de Gran Canaria, for its support in the dissemination of these works and "lend" us to some of its members. 31 O projeto MARISCOMAC O projeto de cooperação MARISCOMAC (MAC/2.3d/097) sobre “Desenvolvimento de condições téc-nico- científicas, formação, transferência de tecnologia e conhecimento para fomentar o aproveitamento e a comercialização sustentável de mariscos na Macaronésia”, é co-financiado pelo FEDER da União Eu-ropeia através do Programa de Cooperação Territorial INTERREG V-A Madeira-Açores-Canárias (MAC) 2014- 2020. O Projeto está a ser executado durante o período 2017-2020. Os parceiros de MARISCOMAC são os seguintes: na Madeira, a Direção Regional das Pescas (DRP) (coorde-nador) e a Câmara Municipal do Funchal através da sua Estação de Biologia Marinha do Funchal (EBMF); pelas Canárias, a Universidade de Las Palmas de Gran Canaria (ULPGC), que assume a direção técnico-científica e o plano financeiro em Cabo Verde; em Cabo Verde, o Instituto Nacional de Desenvolvimento das Pescas (INDP), a O projeto MARISCOMAC e seu Livro de Receitas tradicionais El proyecto MARISCOMAC y su Recetario tradicional The MARISCOMAC Project and its traditional Cookbook 32 33 O projeto MARISCOMAC e seu L O projeto MARISCOMAC e seu Livro de Receitas tradicionais ivro de Receitas tradicionais Universidade de Cabo Verde (Uni-CV) através da Faculdade de Engenharia e de Ciências do Mar, a Escola de Ho-telaria e Turismo de Cabo Verde (EHTCV) e a Agência para o Desenvolvimento Empresarial e a Inovação – ADEI (instituição extinta em 2016) e atualmente substituída pelo Instituto de Apoio e Promoção Empresarial – Pro Empresa. Além disso, diversas PMEs (pequenas e médias empresas) que operam na cadeia de valor dos produtos marinhos participam ativamente neste Consórcio, tendo demonstrado seu interesse na execução, prestação de serviços, resultados e / ou produtos finais do Projeto. Enquadrado na melhoria da competitividade das PMEs da pesca e sua cadeia de valor, MARISCOMAC tem como finalidade o desenvolvimento de condições técnicas e bases científicas para a exploração (responsável e susten-tável) de peixes e mariscos das águas da Madeira, das Canárias e de Cabo Verde e sua comercialização racional. O Projeto apoia-se nos pilares da transferência de conhecimento e tecnologia para as PMEs da cadeia de valor da pesca, da formação profissional para o aproveitamento adequado destes produtos marinhos (valorizados ou ino-vadores) e seu uso responsável nas atividades extrativas (pesca, apanha de mariscos), turísticas e de restauração. MARISCOMAC utiliza as TIC para a disseminação de conhecimento / tecnologia com vista à capacitação e ao fomento das PMEs da área das pescas, assim como a criação de emprego, contribuindo para a geração da deno-minada economia azul. Esta estratégia irá melhorar a competitividade dessas empresas e criará condições para a sua internacionalização. O Projeto também pretende promover o empreendedorismo nos sectores económicos relacionados. MARISCOMAC alinha-se com a Política Pesqueira Comum da União Europeia, em particular com os seus objeti-vos de exploração sustentável dos recursos e a monitorização / obtenção de um bom estado ambiental, de acor-do com a Diretiva-Quadro da Estratégia Marinha. O Projeto é coerente com as estratégias vigentes (a europeia, as nacionais e as regionais) nos respetivos domínios marinho-marítimos. O Projeto reflete, portanto, dois grandes objetivos específicos (OE): OE1 Valorização da pesca tradicional, desenvolvimento de novas pescarias, inovação e valor agregado dos produtos marinhos, para reforçar as interações na cadeia de valor da pesca. OE2 Fomento de novos modelos de negócio, associados a produtos valorizados / inovadores, para aumentar a competitividade do tecido socioeconómico da pesca, da restauração e do turismo. Inclui o incremento das sinergias entre os distintos subsectores económicos envolvidos. Além das atividades comuns de Coordenação e Comunicação, o Projeto MARISCOMAC foi estruturado nas seguintes atividades de Execução (AE): AE1 Determinação de parâmetros biológicos / genéticos de mariscos (moluscos e crustáceos) e peixes com interesse comercial, utilizando tecnologias responsáveis e respeitadoras do meio ambiente. MARISCOMAC está a determinar parâmetros biológicos de mariscos e peixes com interesse comercial, tais como lapas, caramujos e peixes escorpenídeos. Destacam-se as campanhas de prospeção seletivas dirigidas a camarões e grandes caranguejos de profundidade nas Canárias, e as campanhas com palangre de fundo dirigidas a charroco, fanhama e outros peixes em Cabo Verde. Também cabe ressaltar a elaboração e publicação de artigos divulgativos e científicos em revistas regionais e internacionais. AE2 Controlo de qualidade e segurança alimentar de produtos do mar (peixes e mariscos), assim como geração de valor agregado nas atividades produtivas através da formação, da ciência, da biotecnologia, da certificação e eco etiquetas. MARISCOMAC efetuou, na Madeira, estudos analíticos de contaminantes em lapas e caramujos, estudos genéticos de endo-simbiontes em caramujos e estudos de parasitologia em peixes com interesse comercial, para determinar eventuais impactos e precauções a ter em conta para a proteção da saúde do consumidor. Cabe também mencionar um estudo biotecnológico sobre potenciais aplicações inovadoras de camarões e caranguejos nas áreas de alimentação, cosmética, saúde entre outras. AE3 Reforço da competitividade das PMEs e suas organizações representativas, assim como apoio à valorização e comercialização de matérias-primas e a experiências de integração de produtos marinhos na restauração e no turismo. MARISCOMAC contribuiu para criar e lançar, nas Canárias, o Centro Cultural Ciência e Gastro-nomia da ULPGC. Esta plataforma é considerada uma experiência inovadora que visa a geração de sinergias entre os sectores produtivos (terrestres e marinhos) de Gran Canária e das Canárias, para valorizar, promover e priorizar o consumo do produto local, melhorando a sua comercia-lização. Também é de se destacar o abastecimento de matérias-primas do Projeto a PMEs para ensaios de transformação, valorização e comercialização, assim como para a realização de eventos promocionais que contribuam para o aumento do consumo de produtos marinhos na Macaro-nésia. Por último, destacam-se os trabalhos desenvolvidos pela ULPGC, em Cabo Verde e nas Canárias, para obtenção dos conteúdos do presente livro de receitas gastronómicas, de carácter tradicional, da cozinha do mar de Cabo Verde. AE4 Fomento de novos modelos de negócio associados à pesca e ao turismo através da transferência de conhecimento, incluindo propostas de normas adequadas e potenciadoras do seu desenvolvi-mento sustentável. 34 35 O projeto MARISCOMAC e seu L O projeto MARISCOMAC e seu Livro de Receitas tradicionais ivro de Receitas tradicionais Na Madeira, pôs-se em marcha a exposição itinerante Mariscos da Madeira, cujo objetivo é a divulgação de pro-dutos da pesca, novos ou emergentes. Também se fizeram progressos na revisão / elaboração das normas legais ligadas à regulação de mariscos tais como lapas e caramujos e à comercialização destes moluscos, tendo MARIS-COMAC proporcionado as bases científicas necessárias. Quanto às atuações de comunicação e aos destinatários / beneficiários das mesmas, MARISCOMAC realizou apresentações públicas, eventos de divulgação, seminários, palestras e difusão nos meios de comunicação so-cial. Este conjunto de ações, com ênfase no uso das TIC, inclui também atividades de promoção e divulgação complementares e de diferente natureza: publicações, dossiers, posters, painéis, audiovisuais e participação em congressos e feiras. Os destinatários principais das ações de comunicação são as PMEs e suas organizações repre-sentativas dos subsectores da pesca e a ela ligadas, tais como as de transformação, distribuição, comercialização, restauração, hotelaria e turismo, assim como a administração pública e os consumidores. Durante os anos de 2017 e 2018, MARISCOMAC foi apresentado em todas as áreas geográficas participantes envolvendo, no seu conjunto, todos os seus sócios. Foi feita publicidade do Projeto, ou seja, sua parceria, financia-mento, finalidade, objetivos, atividades e metas, em diferentes sedes institucionais na Madeira, nas Canárias e em Cabo Verde (São Vicente e Santiago) e estas notícias foram divulgadas nos vários meios de comunicação e redes sociais. O Projeto também foi apresentado em centros (públicos e privados) de ensino profissional de hotela-ria e turismo das Canárias (Gran Canária e Tenerife, e com menor intensidade noutras ilhas). As Receitas tradicionais MARISCOMAC Com vista a promover o consumo do pescado local em Cabo Verde e a confiança dos consumidores, os conteúdos do Livro de Receitas “Cozinha do mar de Cabo Verde” serão obtidos da Actividade 2.2.1 do Projeto MARISCOMAC, referida como AE3 no pon-to anterior, sob o título “reforço da competitividade das PMES e suas organizações representativas”, assim como apoio à valorização e comercialização de maté-rias- primas e a experiências de integração dos produ-tos marinhos na restauração e no turismo, tanto na sua descrição como nos resultados previstos. A memória técnica de MARISCOMAC vai mais além ao incluir, nos produtos finais previstos, o próprio Livro de Receitas e a avaliação do seu impacto social e eco-nómico. Para tal, a Universidade de Las Palmas de Gran Canária (ULPGC) não só contratou a obtenção dos con-teúdos (textos, imagens, receitas gastronómicas) do Livro de Receitas, adquiriu as matérias-primas, ingredientes e utensílios necessários como também contratou a assistência técnica de profissionais de fotografia especializada, maquetização e produção do presente Livro de Receitas gastronómicas. A ULPGC pretende ainda levar a cabo diversas apresentações públicas deste Livro de Receitas (tanto em Cabo Verde como nas Canárias e na Madeira) e avaliar o seu impacto socioeconómico. A execução dos trabalhos incluiu, portanto, tarefas de coordenação, gestão e planificação, seleção de entidades participantes, obtenção de matérias-primas e ingredientes, preparação / experimentação de pratos culinários e a sua elaboração final, fotografia de ambientes, cozinheiros / restauradores, confeção de pratos culinários, obtenção de textos de receitas, tratamento fotográfico e de textos, desenvolvimento de todos os conteúdos do presente Livro de Receitas valorizado, bem como a ilustração, composição e edição. Quanto à difusão do Livro de Receitas, tendo em conta que a produção do mesmo será essencialmente digital, MARISCOMAC previu a sua colocação e utilização gratuita no site do Projeto e nos sites oficiais dos Parceiros. 36 37 O projeto MARISCOMAC e seu Livro de Receitas tradicionais Desta forma teremos um indicador válido (número de consultas / downloads realizados) para avaliar objetiva-mente o impacto socioeconómico do Livro de Receitas. Durante a execução dos trabalhos em Cabo Verde, a ULPGC contou com a inestimável participação, colaboração e apoio logístico da Escola de Hotelaria e Turismo de Cabo Verde (EHTCV), assim como de diversas PMEs da ilha de Santiago colaboradoras, que se integraram neste projeto cheio de desafios: Marbello Produtos do Mar Lda., a sociedade Pexi di Terra através do seu restaurante Bica d’Areia, o restaurante O Poeta e o Hotel Oásis Praiamar na cidade da Praia, capital do País, assim como o restaurante Tereru di Kultura na localidade de Cidade Velha, situada no Município de Ribeira Grande de Santiago. O Livro de Receitas em números Vamos agora falar deste Livro de Receitas em termos de números, quantificando as suas características e con-teúdos. O presente “Livro de Receitas Tradicionais da Cozinha do Mar de Cabo Verde” recolheu um total de 20 receitas gastronómicas, com a participação de 8 restauradores / cozinheiros (dos quais 5 são mulheres), atribuí-dos a 5 restaurantes ou entidades gastronómicas participantes, tendo valorizado e promovido 18 matérias-primas marinhas (peixes e mariscos) cabo-verdianas. Os produtos marinhos consistem em 8 mariscos (representados por diversos tipos de crustáceos e moluscos), 3 peixes magros, 2 peixes semi-gordos e 5 peixes gordos. O Anexo 1 apresenta uma lista das receitas tradicionais ou clássicas desenvolvidas por MARISCOMAC para o pre-sente Livro de Receitas, com indicação da entidade realizadora, o / a cozinheiro / cozinheira responsável, o nome da receita e o produto marinho utilizado (principal e secundário), incluindo o seu nome comum e científico. Na tabela, as receitas foram ordenadas de acordo com as características nutricionais das matérias-primas marinhas: mariscos, peixes magros, peixes semi-gordos e peixes gordos. El proyecto MARISCOMAC El proyecto de cooperación MARISCOMAC (MAC/2.3d/097) sobre “Desarrollo de condiciones científico-téc-nicas, formación, transferencia de tecnología y conocimiento para fomentar el aprovechamiento y la comercia-lización sostenibles de mariscos en la Macaronésia”, cofinanciado por el FEDER de la Unión Europea a través del Programa de Cooperación Territorial INTERREG V-A Madeira-Azores-Canarias (MAC) 2014-2020, está siendo ejecutado a lo largo del cuatrienio 2017-2020. El Partenariado de MARISCOMAC presenta la siguiente composición. Por Madeira, la Direção Regional das Pescas (DRP) (coordinador) y la Câmara Municipal do Funchal a través de la Estação de Biologia Marinha do Funchal (EBMF). Por Canarias, la Universidad de Las Palmas de Gran Canaria (ULPGC), que asume la dirección científico-técnica y el plan financiero en Cabo Verde. Por Cabo Verde, el Instituto Nacional de Desenvolvimento das Pescas (INDP), O projeto MARISCOMAC e seu Livro de Receitas tradicionais El proyecto MARISCOMAC y su Recetario tradicional The MARISCOMAC Project and its traditional Cookbook 38 39 El proyecto MARISCOMAC El proyecto MARISCOMAC y su Recetario tradicional y su Recetario tradicional la Universidade de Cabo Verde (Uni-CV) a través de la Faculdade de Engenharia e de Ciências do Mar, la Escola de Hotelaria e Turismo de Cabo Verde (EHTCV) y la Agência para o Desenvolvimento Empresarial e a Inovação – ADEI (institución extinta en 2016) y actualmente sustituida por el Instituto de Apoio e Promoção Empresarial – Pro Empresa. Por otra parte, diversas PYMES que operan en la cadena de valor de los productos marinos participan activamente en este Consorcio y/o han demostrado su interés en la ejecución, servicios, resultados y/o productos finales del Proyecto. Enmarcado en la mejora de la competitividad de las PYMES de la pesca y su cadena de valor, MARISCOMAC tiene como finalidad el desarrollo de condiciones técnicas y bases científicas para la explotación (responsable y sostenible) de mariscos y peces de las aguas de Madeira, Canarias y Cabo Verde y su comercialización racional. El Proyecto se apoya en los pilares de la transferencia de conocimiento y tecnología hacia las PYMES de la cadena de valor de la pesca, la formación profesional para el adecuado aprovechamiento de estos productos marinos (valori-zados o innovadores) y su uso responsable en las actividades extractivas (pesca, marisqueo), de restauración y tu-rísticas. MARISCOMAC utiliza TICs para la diseminación de conocimiento/tecnología con vistas a la capacitación y al fomento de las PYMES, así como a la creación de empleo, contribuyendo a la generación de la denominada economía azul. Esta estrategia mejorará la competitividad de las PYMES y creará condiciones para su internacio-nalización. El Proyecto también pretende promover el emprendimiento en los sectores económicos involucrados. MARISCOMAC se alinea con la Política Pesquera Común de la Unión Europea, en particular con sus objetivos de explotación sostenible de los recursos y monitorización/obtención del buen estado ambiental, de acuerdo con la Directiva Marco de la Estrategia Marina. El Proyecto es coherente con las estrategias vigentes (la europea, las nacionales y las regionales) en los respectivos dominios marino-marítimos. El Proyecto persigue, por tanto, dos grandes objetivos específicos (OE): OE1 Valorización de la pesca tradicional, desarrollo de nuevas pesquerías, innovación y valor añadido de los productos marinos, para reforzar las interacciones en la cadena de valor de la pesca. OE2 Fomento de nuevos modelos de negocio asociados a productos valorizados/innovadores, para aumentar la competitividad del tejido socioeconómico de la pesca, la restauración y el turismo. Incluye el incremento de las sinergias entre los distintos subsectores económicos involucrados. Además de las actividades troncales de Coordinación y Comunicación, el Proyecto MARISCOMAC ha sido es-tructurado en las siguientes actividades de Ejecución (AE): AE1 Determinación de parámetros biológicos/genéticos de mariscos (moluscos y crustáceos) y peces con interés comercial, utilizando tecnologías responsables y respetuosas con el medio ambiente. MARISCOMAC está determinando parámetros biológicos de mariscos y peces con interés co-mercial, tales como lapas, burgados y peces escorpénidos. Destacan las campañas de prospección con nasas selectivas dirigidas a camarones y grandes cangrejos de profundidad en Canarias, y las campañas con palangre de fondo dirigidas a cantarero, peje obispo y otros peces en Cabo Verde. También cabe resaltar la elaboración y publicación de artículos divulgativos y científicos en revistas regionales e internacionales. AE2 Control de calidad y seguridad alimentaria de productos marisqueros y pesqueros, así como ge-neración de valor agregado en las actividades productivas a través de la capacitación, la ciencia, la biotecnología, la certificación y el eco-etiquetado. MARISCOMAC ha efectuado, en Madeira, estudios analíticos de contaminantes en lapas y burga-dos, estudios genéticos de endo-simbiontes en burgados y estudios de parasitología en pescados de interés comercial, para determinar eventuales impactos y precauciones a tomar en cuenta para la protección de la salud del consumidor. También cabe resaltar un estudio biotecnológico sobre potenciales aplicaciones innovadoras de camarones y cangrejos, en las áreas de alimentación, cosmética, salud y otras. AE3 Refuerzo de la competitividad de las PYMES y sus organizaciones representativas, así como apoyo a la valorización y comercialización de materias primas y a experiencias de integración de produc-tos marinos en la restauración y el turismo. MARISCOMAC ha contribuido a crear y lanzar, en Canarias, el Aula Cultural “Ciencia & Gas-tronomía” de la ULPGC. Esta plataforma ha de considerarse como una experiencia innovadora que persigue la generación de sinergias entre los sectores productivos (terrestres y marinos) de Gran Canaria y de Canarias, para valorizar, promover y priorizar el consumo del producto local, mejorando su comercialización. También hay que destacar el suministro de materias primas del Proyecto a PYMES para ensayos de transformación, valorización y comercialización, así como para la realización de eventos promocionales que contribuyan al incremento del consumo de produc-tos marinos en la Macaronesia. Por último, destacan los trabajos desarrollados por la ULPGC, en Cabo Verde y Canarias, para la obtención de los contenidos del presente libro de recetas gastro-nómicas, de carácter tradicional, de la cocina marinera cabo-verdiana. AE4 Fomento de nuevos modelos de negocio asociados a la pesca y al turismo a través de la trans-ferencia de conocimiento, incluyendo propuestas de normativa adecuada y potenciadora de su desarrollo sostenible. 40 41 El proyecto MARISCOMAC El proyecto MARISCOMAC y su Recetario tradicional y su Recetario tradicional En Madeira, se ha puesto en marcha la exposición itinerante Mariscos da Madeira cuyo objetivo es la divulgación de estos productos pesqueros nuevos o emergentes. También se han hecho progresos en la revisión/elaboración de normativa legal ligada a la regulación del marisqueo de lapas y burgados y a la comercialización de estos molus-cos, habiendo proporcionado MARISCOMAC las bases científicas necesarias. En cuanto a las actuaciones de comunicación y los destinatarios/beneficiarios de las mismas, MARISCOMAC ha llevado a cabo presentaciones públicas, eventos de divulgación, seminarios, charlas y difusión en los media. Este conjunto de acciones, con énfasis en el uso de herramientas TIC, incluye también actuaciones de promoción y divulgación complementarias y de diferente naturaleza: publicaciones, dosieres, carteles, paneles, audiovisuales y participación en congresos y ferias. Los destinatarios principales de las acciones de comunicación son las PYMES y sus organizaciones representativas de los subsectores de la pesca y los ligados a la misma, tales como transfor-mación, distribución, comercialización, restauración, hotelería y turismo, así como las administraciones públicas y los consumidores. Durante 2017 y 2018, MARISCOMAC fue presentado en todas las áreas geográficas participantes involucrando, en su conjunto, a todos sus Socios. El Proyecto, es decir, su Partenariado, financiación, finalidad, objetivos, activida-des y metas, fue publicitado en diferentes sedes institucionales en Madeira, Canarias y Cabo Verde (São Vicente y Santiago) y estas noticias fueron divulgadas por varios medios de comunicación y redes sociales. El Proyecto tam-bién ha sido presentado en centros (públicos y priva-dos) de enseñanza profesional de hostelería, hotelería y turismo de Canarias (Gran Canaria y Tenerife, y con menor intensidad en otras islas). El Recetario tradicional MARISCOMAC La Actividad 2.2.1 del Proyecto MARISCOMAC, referi-da como AE3 en el apartado anterior, titulada refuerzo de la competitividad de las PYMES y sus organizaciones representativas, así como apoyo a la valorización y co-mercialización de materias primas y a experiencias de integración de los productos marinos en la restauración y el turismo, tanto en su descripción como en los resul-tados previstos recoge que serán obtenidos los conteni-dos del libro de recetas “Cocina de mar de Cabo Verde” para promover el consumo de pescado local en Cabo Verde y la confianza de los consumidores. La Memoria técnica de MARISCOMAC va más allá al incluir, entre los productos finales previstos, el propio Recetario y la evaluación de su impacto social y econó-mico. Para ello, la Universidad de Las Palmas de Gran Canaria (ULPGC) contrató, por un lado, la obtención de los contenidos (textos, imágenes, recetas gastronómicas) del Recetario, adquirió las materias primas, ingredientes y utensilios necesarios y contrató las asistencias técnicas profesionales de fotografía especializada, maquetación y producción del presente libro de recetas gastronómicas. La ULPGC pretende llevar a cabo diversas presenta-ciones públicas de este Recetario (tanto en Cabo Verde como en Canarias y en Madeira) y evaluar su impacto socioeconómico. La ejecución de los trabajos, por tanto, ha incluido tareas de coordinación, gestión y planificación, selección de entidades participantes, obtención materias primas e ingredientes, preparación/ensayo de platos culinarios y su elaboración final, fotografiado de ambientes, cocineros/restauradores, cómo se hace y platos culinarios, obten-ción de textos de recetas, tratamiento fotográfico y de textos, desarrollo de todos los contenidos del presente Recetario valorizado, ilustración, composición y edición del arte final. En cuanto a la difusión del Recetario, teniendo en cuenta que la producción del mismo será esencialmente digital, MARISCOMAC ha previsto su alojamiento y descarga gratuita en la web del Proyecto y en las webs oficiales de 42 43 El proyecto MARISCOMAC y su Recetario tradicional los Socios del Partenariado. De esta forma tendremos un indicador válido (número de descargas realizadas) para valorar objetivamente el impacto socioeconómico del Recetario. Durante la ejecución de los trabajos en Cabo Verde, la ULPGC ha contado con la inestimable participación, cola-boración y apoyo logístico del socio Escola de Hotelaria e Turismo de Cabo Verde (EHTCV), así como de diversas PYMES de la isla de Santiago colaboradoras que se han integrado en este ilusionante proyecto: Marbello Produtos do Mar Lda., la empresa Pexi di Terra a través de su restaurante Bica d’Areia, el restaurante O Poeta y el hotel Oásis Praiamar en el municipio de Praia, capital del país, así como el restaurante Tereru di Kultura en la localidad de Cidade Velha en el municipio de Ribeira Grande de Santiago. El Recetario en cifras Toca ahora hablar de este Recetario en términos de cifras, cuantificando sus características y contenidos. El pre-sente Recetario tradicional de cocina marinera de Cabo Verde recoge un total de 20 recetas gastronómicas, con la participación de 8 restauradores/cocineros (de los cuales 5 son mujeres), adscritos a 5 restaurantes o entidades gastronómicas participantes, habiendo valorizado y promocionado 18 materias primas marinas (pescados y ma-riscos) cabo-verdianas. Los productos marinos han consistido en 8 mariscos (representados por diversos tipos de crustáceos y moluscos), 3 pescados magros, 2 pescados semigrasos y 5 pescados grasos. En el Anexo 1 se presenta una tabla con la lista de las recetas tradicionales o clásicas desarrolladas por MARISCO-MAC para el presente Recetario, con indicación de la entidad realizadora, el/la restaurador/cocinero responsa-ble, el nombre de la receta y el producto marino utilizado (principal y secundario) incluyendo su nombre común y científico. En la tabla, las recetas han sido ordenadas de acuerdo con las características nutricionales de las materias primas marinas: mariscos, pescados magros, pescados semigrasos y pescados grasos. The MARISCOMAC project The MARISCOMAC cooperation project (MAC/2.3d/097) on “Development of technical and scientific conditions, training, transfer of technology and knowledge to promote sustainable exploitation and marke-ting of shellfish in Macaronesia” is co-financed by the European Union ERDF through the Territorial Coo-peration Programme INTERREG V-A Madeira-Azores-Canary Islands (MAC) 2014-2020. It is being implemented during the during the four-year period 2017-2020. The partners of MARISCOMAC are the following: in Madeira, the Regional Directorate of Fisheries (DRP) (coor-dinator) and the Municipality of Funchal through its Marine Biology Station of Funchal (EBMF); in the Canary Islands, the University of Las Palmas de Gran Canaria (ULPGC), which provides the technical-scientific direction and the financial plan in Cabo Verde; in Cabo Verde, the National Institute of Fisheries Development (INDP), the O projeto MARISCOMAC e seu Livro de Receitas tradicionais El proyecto MARISCOMAC y su Recetario tradicional The MARISCOMAC Project and its traditional Cookbook 44 45 The MARISCOMAC Project The MARISCOMAC Project and its traditional Cookbook and its traditional Cookbook University of Cabo Verde (Uni-CV) through the Faculty of Engineering and Marine Sciences, the School of Hotel Industry and Tourism (EHTCV) and the Agency for Business Development and Innovation – ADEI (institution extinct in 2016) and currently replaced by Institute for Business Support and Promotion, Pro-Empresa). In addi-tion, several SMEs - Small and medium-sized companies- operating in the value chain of marine products actively participate in this Consortium, demonstrating their interest in the execution, delivery of services, results and/or final products of the Project. In order to improve the competitiveness of small and medium-sized fisheries (of SMEs) and their value chain, MARISCOMAC aims to develop technical conditions and scientific bases for responsible and sustainable exploi-tation of fisheries resources from the waters of Madeira, the Canary Islands and Cabo Verde and its rational commercialization. The Project builds on the pillars of knowledge and technology transfer to SMEs in the fishing value chain, of vocational training for the appropriate use of these valued or innovative marine products and their responsible use in extractive (fishing, harvesting), touristic and catering activities. MARISCOMAC uses IT to disseminate knowledge/technology in order to promote job creation, and to train and develop SMEs in the fisheries sector, thus contributing to the generation of the so-called blue economy. This strategy will improve the competitiveness of these companies and create conditions for their internationalization. The Project also aims to promote entrepreneurship in related economic sectors. MARISCOMAC is aligned with the Common Fisheries Policy of the European Union, in particular with its objec-tives for the sustainable exploitation of resources and the monitoring/obtaining of good environmental status, in accordance with the Marine Strategy Framework Directive. The project is consistent with the existing (European, national and regional) strategies in their respective marine-maritime domains. The Project therefore reflects two main specific objectives (SO): SO1 Enhancement of traditional fisheries, development of new fisheries, innovation and added value of marine products, with a view to strengthening interactions in the value chain of seafood products. SO2 Promotion of new business models, associated with valued/innovative products, to increase the competitiveness of the socio-economic tissue of fisheries, catering and tourism. It includes the increase of synergies between the different economic sub-sectors involved. In addition to the common Coordination and Communication activities, the MARISCOMAC Project was structu-red in the following Execution Activities (EA): EA1 Determination of biological/genetic parameters of shellfishes (molluscs and crustaceans) and fi-shes of commercial interest, using responsible and environmentally friendly technologies. MARISCOMAC is determining biological parameters of shellfish and fish of commercial interest, such as limpets, marine snails and scorpaenid fishes. Particularly noteworthy are the selective ex-ploration campaigns directed at pandalid shrimps and large deep-sea crabs in the Canary Islands, and the bottom longline campaigns targeting red scorpionfish, offshore rockfish and other fishes in Cabo Verde. It is also worth mentioning the elaboration and publication of informative/popular and scientific articles in regional and international journals. EA2 Quality control and food safety of seafood (fish and shellfish), as well as the generation of added value in productive activities through training, science, biotechnology, certification and eco-labels. In Madeira, MARISCOMAC carried out analytical studies of pollutants in limpets and marine snai-ls, genetic studies of endosymbionts in marine snails and parasitological studies on fish of commer-cial interest in order to determine possible impacts and precautions to be taken into account for protection of consumer health. It is also worth mentioning a biotechnological study on potential innovative applications of shrimps and crabs in the areas of food, cosmetics and health, among others. EA3 Reinforcement of the competitiveness of SMEs and their representative organizations, as well as support for the valorisation and commercialization of raw materials and experiences of integra-tion of marine products in catering and tourism. MARISCOMAC contributed to the creation and implementation of the Cultural Centre “Scien-ce & Gastronomy”, at the ULPGC, in the Canary Islands. This platform is considered to be an innovative experiment aimed at generating synergies between the productive sectors (terrestrial and marine) of Gran Canaria and the Canary Islands, to value, promote and prioritize the con-sumption of the local product, thus improving its commercialization. It is also worth mentioning the raw materials supplied by the Project to SMEs for trials of transformation, valorisation and commercialization, as well as the support given for promotional events that contribute to the increase of the consumption of marine products in Macaronesia. Finally, it is worth highlighting the work developed by the ULPGC in Cabo Verde and in the Canary Islands in order to obtain the contents of the present Cookbook. EA4 Promotion of new business models associated with fishing and tourism through the transfer of knowledge, including proposals for appropriate norms and enhancing their sustainable develop-ment. 46 47 The MARISCOMAC Project The MARISCOMAC Project and its traditional Cookbook and its traditional Cookbook The Mariscos da Madeira (= Madeira Seafood) itinerant exhibition was launched in Madeira. Its objective is to disseminate new or emerging fishery products. Progress has also been made in the revision/elaboration of the legal rules related to the regulation of shellfishes such as limpets and marine snails and the commercialization of these molluscs. MARISCOMAC provided the necessary scientific bases. Regarding communication activities and the beneficiaries, MARISCOMAC held public presentations, dissemina-tion events, seminars, lectures and diffusions in the media. This set of actions, with emphasis on the use of IT, also includes promotion activities and complementary dissemination of different nature: publications, dossiers, posters, panels, audio-visuals and participation in congresses and fairs. These communication actions were mainly targeted at the SMEs and their representative organizations in the fisheries subsectors, such as those dealing with product processing, distribution and marketing, catering, hotel business, tourism, and at other sectors like public administration and consumers in general. During the years 2017 and 2018, MARISCOMAC was presented in all participating geographical areas, involving all its members. The Project, including its consortium, funding, purpose, objectives, activities and goals, was pu-blicized in different institutional headquarters in Madeira, the Canary Islands and Cabo Verde (São Vicente and Santiago), and this news was disclosed in the various media and social networks. The Project was also presented at public and private centres for hotel business and tourism training in the Canary Islands (Gran Canaria and Tenerife, and with less emphasis in other islands). The traditional MARISCOMAC Recipes With a view to promoting consumption of local fish in Cabo Verde and consumer confidence, the contents of the “A cookbook of Cabo Verde traditional seafood cuisine” will be obtained from Activity 2.2.1 of the MA-RISCOMAC Project, referred to as EA3 above, under the heading “Reinforcing the competitiveness of SMEs and their representative organizations”; this also inclu-des the valorisation and marketing of raw materials and experiences of integration of marine products in catering and tourism, both in its description and in the expected results. The final report of MARISCOMAC goes even further by including in the expected final products the Cook-book itself and the evaluation of its social and econo-mic impact. To this end, the University of Las Palmas de Gran Canaria (ULPGC) contracted not only the obtaining of the contents (texts, images, gastronomic recipes) of the Cookbook but also acquired the neces-sary raw materials, ingredients and utensils, and hired professional and technical assistance for specialized photography, layout and production of this book of gastronomic recipes. The ULPGC also intends to carry out several public presentations of this Cookbook (in Cabo Verde as well as in the Canary Islands and Madeira) and to assess its socioeconomic impact. The execution of the work included, therefore, tasks of coordination, management and planning, selection of participating entities, the obtaining of raw materials and ingredients, preparation/experimentation of culinary di-shes and their final elaboration, photography of environments, cooks/restaurateurs, confection of culinary dishes, the obtaining of texts of recipes, photographic and text processing, development of all contents of this valorised Cookbook, as well as illustration, organisation and edition. Taking into account that this Cookbook will be mainly produced in digital format, MARISCOMAC intends to make it available in the Project website and in the official sites of the Project Partners for free download and use. In this way, we will have a valid indicator (number of visits/downloads performed) for objective assessment of the socioeconomic impact of the Cookbook. 48 The MARISCOMAC Project and its traditional Cookbook During the execution of the work in Cabo Verde, the ULPGC benefited from the invaluable participation, colla-boration and logistical support of the School of Hotel Business and Tourism of Cabo Verde (EHTCV), as well as from several SMEs in the island of Santiago, who joined this challenging project: Marbello Produtos do Mar Lda., Pexi di Terra company through its Bica d’Areia restaurant, O Poeta restaurant and Oásis Praiamar Hotel in Praia, the capital city of the country, as well as Tereru di Kultura restaurant at Cidade Velha located in the Municipality of Ribeira Grande de Santiago. The cookbook in figures Let us now speak of this Cookbook in terms of figures, quantifying its characteristics and contents. The present “A cookbook of Cabo Verde traditional seafood cuisine” is a collection of 20 gastronomic recipes, with the parti-cipation of 8 restaurateurs/cooks (of whom 5 are women), assigned to 5 restaurants or participating gastronomic entities, having valued and promoted 18 marine raw materials including fish and shellfish from Cabo Verde. The marine products consist of 8 shellfishes (represented by various species of crustaceans and molluscs), 3 lean fishes, 2 semi-fatty fishes and 5 fatty fishes. Annex 1 presents a list of the traditional or classic recipes developed by MARISCOMAC for this Cookbook, indi-cating the producer, the cook responsible for the preparation, the name of the recipe and the marine product used (main and secondary) including common and scientific names. In the table, the recipes were ordered according to the nutritional characteristics of the marine raw materials: shellfish, lean fish, semi-fatty fish and fatty fish. 51 A atividade pesqueira constitui um sector primário de extrema importância económica e social para o ar-quipélago de Cabo Verde ocupando um lugar de destaque no plano estratégico de desenvolvimento da economia do País. O sector têm desempenhado um papel importante no fortalecimento da segurança alimentar, na redução da pobreza, na criação de emprego, no equilíbrio da balança de pagamentos e no aumento do valor da produção nacional (BO 2009). O peixe fresco representa a principal proteína animal mais consumida pelos cabo-verdianos, sendo o consumo per-capita de pescado estimado em 26,5 kg nos últimos anos (FAO 2016). Em 1998, o consumo per-capita de pescado foi de 19 kg; nos anos seguintes este consumo elevou-se para 23 kg em 2003 e 26,5 em 2004 (González & Tariche 2009), portanto este valor parece permanecer invariável na última década. O potencial haliêutico conhecido para Cabo Verde é moderado - estimado entre 36.000 e 44.000 toneladas - mesmo localizado numa zona de produtividade primária relativamente alta e apesar da vasta extensão da Zona Económica Exclusiva (com 734.265 km2). Isto se deve às características das plataformas insulares limitadas (5.394 km2 no conjunto do arquipélago até a isobática de 200 metros), à natureza vulcânica e bastante acidentada das ilhas, bem como à raridade e pouca expressividade dos fenómenos de ressurgência, à irregularidade e escassez das chuvas e ao regime hidrológico e oceanográfico, muitas vezes pouco favorável à retenção de matéria biológica (González & Tariche 2009). As dificuldades hoje enfrentadas pelo sector pesqueiro muitas vezes residem no elevado grau de imprevisibilidade, na sazonalidade, na perecibilidade do produto pesqueiro, nos riscos associados à atividade, bem como no baixo nível de escolaridade da maioria dos operadores. Estes desafios constituem fatores limitativos de investimento. As pescarias atuais em Cabo Verde Las pesquerías actuales en Cabo Verde Current fisheries in Cabo Verde 52 53 As pescarias atuais em Cabo Verde As pescarias atuais em Cabo Verde Contudo, desde muito cedo, os sucessivos governos e ONGs internacionais têm vindo a posicionar esse sector como estratégico e de grande importância para o desenvolvimento social e económico do País. De acordo com o anuário estatístico (INE 2015), entre os produtos mais exportados por Cabo Verde estão os peixes, os crustáceos e os moluscos, representando 44,5%, seguido dos preparados e conservas de peixe (40%). No total, os dois subgrupos de produtos das pescas representaram 84,5% das exportações de bens em 2015. Em 2016 a tendência hegemónica do sector das pescas no nível de exportações de bens continuou apesar de ter registado uma ligeira redução no valor (INE 2016). Com base nas contas nacionais estima-se um peso de 2-3% do sector das pescas no produto interno bruto (PIB), se se tiver em conta a contribuição dos ramos da atividade de pesca que se situam a jusante das capturas, tais como a transformação e a comercialização de pescado. São nesses dois ramos que se agrega valor ao produto e acredita-se que o “resgate” de todas as atividades que gravitam à volta do sector das pescas, em sentido lato, dará um posicionamento diferente do sector no PIB, que extravasa a sua importância meramente como produção pri-mária. De acordo com as informações disponíveis (INE 2015), a contribuição das capturas de pescado no PIB é de 1,2%. De ressaltar que se trata da contribuição, enquanto sector primário, ou seja, atividade até primeira venda no porto de desembarque, por conseguinte, o produto da pesca é praticamente sem agregar valor. Nota-se a mesma tendência comparativamente a 2008, em que González & Tariche (2009) publicaram que a atividade primária do sector pesqueiro não superava 1,5% do PIB. As potencialidades de emprego e de geração de postos de trabalho são bem visíveis. Em 2016, por exemplo, foi estimada a existência de 7.000 postos de trabalho na pesca extrativa, pesca artesanal, semi-industrial e industrial (DNEM 2017). As indústrias de transformação e conservação de pescado (Frescomar e Sucla) geram 1.350 pos-tos de trabalho (FAO 2016) e na comercialização do pescado o número de postos de trabalho estimados é de 987 (INDP 2012). Outros empregos indiretos são gerados, nomeadamente os relacionados com a atividade de estiva, armazenagem e processamento de pescado, aproveitamento de farinha de peixe para ração animal, construção e reparação de apetrechos e equipamentos navais para a pesca. Estima-se que o sector emprega 5% da população ativa (FAO 2016). Este valor parece permanecer em níveis parecidos (em 2008 a pesca empregava perto de 2,1% da população total de Cabo Verde e 5,2% da população ativa, González & Tariche 2009). De salientar ainda que as compensações dos acordos e as licenças de pesca, sejam de embarcações nacionais ou estrangeiras, representam também contribuições importantes do sector pesqueiro para a economia do País. Segundo o Plano Executivo de Gestão dos Recursos da Pesca para o biénio 2016-2017 (Resolução nº 29/2016, 16 de março, BO nº 16 Serie I), com prorrogação até junho de 2018 (Resolução nº 8/2018, 1 de fevereiro, BO nº 6 Serie I) (BO 2018), o tipo de frota, engenho e recursos-alvo identificam seis pescarias industriais e cinco pescarias artesanais. A frota opera nas pescarias de linha / vara de atum e afins, cerco de pequenos peixes pelágicos e covos de crustáceos. Da nossa perspetiva, as pescarias nacionais (recentes ou atuais) em Cabo Verde podem ser classificadas assim: Apanha de mariscos litorais Pesca artesanal Pesca semi-industrial e industrial Lapa Redes de cerco-arrasto de praia Cerco para cavala-preta e outros Perceve Linhas para demersais Covos para lagosta-rosa Búzio-cabra Cerco para pequenos peixes pelágicos costeiros Lagostas costeiras (mergulho) Linhas para tunídeos Cefalópodes (polvo e choco) Redes de emalhar A zona no interior das 3 milhas náuticas é reservada exclusivamente à pesca artesanal constituída por pequenas embarcações em madeira (sendo algumas revestidas em fibra de vidro), de boca aberta e com reduzida autonomia no mar. Geralmente são embarcações de 3,5 a 8 m de comprimento e 1,5 a 2,5 m de largura, motorizadas (mo-tor fora de borda) ou não, cuja potência do motor varia entre 5 e 25 HP. Esta frota dedica-se à pesca de linha de peixes demersais, assim como grandes pelágicos e afins, ao mergulho para a captura de peixes demersais, lagostas costeiras e moluscos (búzio, polvo e choco). Em 2017, de acordo com os dados da Direção Nacional de Economia 54 55 As pescarias atuais em Cabo Verde Marítima (DNEM) (Tabela 1), havia 5.078 pescadores operando em 1.588 botes, uma média de três pescadores por bote, sendo os rendimentos baseados no sistema de partilha (2.200$00 a 4.400$00 semanais por pescador). Comparativamente ao ano 2005, na frota artesanal havia 3.108 pescadores operando em 1.036 botes, dos quais 74% motorizados (González & Tariche 2009). Portanto, nos últimos 12 anos os pescadores artesanais aumenta-ram 63% e as suas embarcações 53%. O interior das 12 milhas náuticas é reservado exclusivamente à frota semi-industrial e industrial. Esta frota tem como alvo os pequenos peixes pelágicos, tunídeos, tubarões, crustáceos, entre outros, sendo as artes de pesca as redes de cerco, as redes de emalhar e/ou as redes de cerco-arrasto de praia. As embarcações da pesca semi-industrial e industrial são heterogéneas, com comprimento variando entre 8 e 25 m, potência do motor interno entre 25 e 500 HP e arqueação entre 2,5 e 121 TAB, com uma média de 10 tripulantes por embarcação. Conforme dados da DNEM, em 2017 existia um total de 119 embarcações de pesca semi-industrial e industrial (Tabela 2), sendo apenas 1 embarcação de pesca industrial nacional a operar dentro e fora da ZEE. Relati-vamente às frotas semi-industrial e industrial, em 2005 havia 840 pescadores operando em 70 embarcações (González & Tariche 2009). Portanto, nos últimos 12 anos os pescadores destas categorias aumentaram 43% e as suas embarcações 71%. Fora das 12 milhas é realizada a pesca estrangeira (palangre de superfície e cerco para grandes peixes pelágicos). Esta frota somente pode operar na ZEE de Cabo Verde ao abrigo de acordos de pesca. Destaca-se o acordo com a União Europeia, aprovado através do Decreto nº 2/2007, de 26 de março, BO nº 12, que têm sido executado mediante assinaturas periódicas de protocolos e anexos. Atualmente está em curso o protocolo que determina as condições de acesso dos navios da Comunidade Europeia aos recursos da pesca nas águas de Cabo Verde, com duração de quatro anos (2014-2018), conforme publicação no BO nº 1 de 15 de abril de 2015. Nesse período, 71 navios de pesca da União Europeia (28 atuneiros cercadores, 13 atuneiros caneiros e 30 palangreiros de su-perfície) podem exercer a atividade de pesca na ZEE de Cabo Verde mediante autorização. As espécies mais cap-turadas pela frota estrangeira são o patudo (Thunnus obesus), a albacora (Thunnus albacares), o espadarte (Xiphias gladius) e os tubarões (Prionace glauca, Isurus oxyrinchus e outros). Os desembarques da pesca artesanal são feitos em regra em portos dentro ou próximo das comunidades pis-catórias (segundo o INDP, existem 97 pontos de desembarque de pesca artesanal no País). Em relação à pesca industrial, as descargas são efetuadas maioritariamente no cais do Complexo de Pesca de Cova d’Inglesa na ilha de São Vicente, no cais de pesca da Praia na ilha de Santiago e no cais de Tarrafal na ilha de São Nicolau podendo, no entanto, ocorrer esporadicamente nas ilhas do Sal e de Santo Antão. A seguir aos desembarques, a trajetória das atividades do sector das pescas continua por via da comercialização do pescado, numa cadeia de intermediações e de agregação de valor até chegar ao consumidor final. A comple-xidade pós-desembarque se põe mais nos produtos da pesca destinados às fábricas de conservas e à exportação, tendo em conta os períodos de tempo de armazenamento antes dos processos de transformação, conservação e exportação, bem como as exigências sanitárias tanto no mercado interno como no externo (Correia 2017). O pescado adquirido pelas famílias para o consumo final, nos mercados ou nos restaurantes, é vendido maioritaria- Tabela 1. Distribuição do número de botes e pescadores da pesca artesanal por ilhas em Cabo Verde (Fonte: DNEM 2017). Ilhas Embarcações artesanais Nº de botes Nº de pescadores Santo Antão 156 640 São Vicente 113 514 São Nicolau 94 267 Sal 151 482 Boa Vista 140 318 Maio 103 229 Santiago 571 1863 Fogo 157 514 Brava 103 251 Total Nacional 1588 5078 Tabela 2. Distribuição do número de embarcações e tripulantes do sector de pesca semi-industrial e industrial por ilhas em Cabo Verde (Fonte: DNEM 2017). Ilhas Embarcações semi-industriais e industriais Nº de embarcações Nº de tripulantes Santo Antão 6 72 São Vicente 45 502 São Nicolau 5 58 Sal 7 63 Boa Vista 6 25 Maio 0 0 Santiago 45 456 Fogo 4 35 Brava 1 9 Total Nacional 119 1220 56 57 As pescarias atuais em Cabo Verde As pescarias atuais em Cabo Verde mente fresco, sendo ou não refrigerado com gelo. Só uma pequena parte do pescado é comercializada a seco, salgado ou em salmoura. Nos últimos anos têm-se verificado algumas casas comerciais nas ilhas de São Vicente e Santiago que vendem pescado congelado (Correia 2017). As fileiras para a entrada da matéria-prima e serviços no mercado poderão resumir-se na pesca industrial e semi-industrial, artesanal, importação, transbordo e, futuramente, perspectiva-se a aquacultura (Barbosa et al. 2015). Com a entrada em funcionamento em 2015 da Plataforma de Frio do Mindelo (sob gestão, atualmente, pela empresa Atunlo CV) houve um aumento e melhoria nos serviços de transbordo, de descargas e outras prestações de serviço relacionados com os produtos provenientes da pesca. Em geral, as melhores infraestruturas de pesca (em termos de portos, instalações de frio e de transformação) es-tão localizadas nas ilhas de São Vicente, Santiago e Sal. O pescado é maioritariamente comercializado no mercado local, mas existe uma pequena quantidade que é exportada e que é compreendida principalmente por lagostas e peixe fresco (atuns e peixes demersais). O Plano de Gestão dos Recursos da Pesca referiu em 2003 um potencial pesqueiro conhecido de 36.000 a 44.000 toneladas, como já foi dito acima. Deste potencial, 55 a 70% são constituídos pelos tunídeos, basicamente de carácter migratório, dos quais o gaiado (Katsuwonus pelamis) e a albacora (Thunnus albacares) são os mais capturados. Outros pelágicos oceânicos com repre-sentatividade nos desembarques são o serra (Acantho-cybium solandri), o patudo (Thunnus obesus), a merma (Euthynnus alletteratus) e o judeu ou cachorrinha (Auxis rochei e A. thazard) (Monteiro 2008, Fernández-Gil et al. 2013). Os tunídeos são, até a altura, o único grupo de entre as pescarias que poderão ser negociadas à luz de acordos de pesca. Do grupo dos pequenos peixes pelágicos costeiros, as espécies mais capturadas são da família dos Carangí-deos, a constar a cavala-preta (Decapterus macarellus), a cavala-branca (Decapterus punctatus), o chicharro / olho-largo (Selar crumenophthalmus) e a dobrada (Spicara melanurus). Ainda são desembarcadas outras espécies de Carangídeos com relativo valor comercial dos géneros Caranx (bonitos e enforcados) e Serio-la (esmoregais) (Monteiro 2008, Fernández-Gil et al. 2013). As principais medidas de gestão adotadas para esse grupo passam por reservar a pescaria a nacionais e o estabelecimento de um período de defeso para o chicharro/olho-largo de 15 de junho a 14 de julho e para a cavala-preta de 15 de julho a 14 de setembro (Reso-lução nº 29/2016, 16 de março, BO nº 16 Serie I). A ictiofauna demersal que é explorada em Cabo Verde se subdivide em dois grandes grupos: os recursos de fundos rochosos e os de fundos arenosos. No primeiro grupo, os peixes demersais de rocha, estão incluídos os Serranídeos (garoupa Cephalopholis taeniops, manelinhas Serranus atricauda e S. heterurus, méro Epinephelus goreen-sis, mérote E. marginatus, badejo Mycteroperca fusca), as moreias (Muraena e Gymnothorax), os gorazes (Lutjanus agennes, L. fulgens e L. goreensis), o fatcho ou dobradão (Apsilus fuscus), a bica-de-rocha (Lethrinus atlanticus), a ruta (Spondyliosoma cantharus), a benteia (Virididentex acromegalus), o barbeiro (Acanthurus monroviae), a bedja (Bo-dianus speciosus), a corvina (Bodianus scrofa) e os bidiões (Scarus hoefleri, Sparisoma choati e S. cretense). No grupo dos peixes demersais de areia estão incluídos os sargos (Lithognathus mormyrus e Diplodus), o barbo (Galeoides decadactylus), o salmonete (Pseudupeneus prayensis), o fótche (Mulloidichthys martinicus), as façolas (Heteropria-canthus fulgens e Priacanthus arenatus), o besugo (Pomadasys incisus) e o abroto (Pomadasys rogerii). Nos fundos arenosos ou coralinos pescam-se os fambils ou cangulos (Balistes e Canthidermis) (Monteiro 2008, González & Tariche 2009, Fernández-Gil et al. 2013). 58 59 As pescarias atuais em Cabo Verde Relativamente aos crustáceos, destacam-se a lagosta-rosa (Palinurus charlestoni) - endémica de Cabo Verde - e as lagostas costeiras: a lagosta-verde (Panulirus regius), a lagosta-castanha (Panulirus echinatus) e a lagosta-pedra ou carrasco (Scyllarides latus) (González & Tariche 2009, Fernández-Gil et al. 2013). A pescaria de lagosta-rosa é reservada para a frota nacional e é feita com covos de fundo seletivos por embarcações de pesca industrial. Esta é uma espécie de grande interesse devido ao seu alto valor económico no mercado interno e externo, sendo tradicionalmente exportada viva para a União Europeia. No entanto a espécie têm dado sinal de sobreexploração, levando a limitar o esforço de pesca a um máximo de três embarcações, um período de defeso de 1 de julho a 30 de novembro, um tamanho mínimo de captura de 11 cm de comprimento de carapaça e estabelecido um TAC (captura total admissível) de 12 toneladas por ano e por embarcação (Resolução nº 29/2016 de 16 de março, BO nº 16 Serie I). A captura das lagostas costeiras é feita com mergulho livre, mas na sua maioria os mergulhadores têm recorrido ao uso de garrafas, apesar de essa prática ser proibida no seio das atividades de pesca. Para este grupo de recursos foi estabelecido um período de defeso de 1 de maio a 30 de outubro, um tamanho mínimo de captura de 9 cm de comprimento de carapaça e proibição de captura de fêmeas ovadas. Outros recursos tais como o perceve (Pollicipes caboverdensis) - espécie endémica -, o búzio-cabra (Persististrom-bus latus), a lapa (Patella lugubris) e os cefalópodes (polvo e choco) são bastante capturados, mas o seu potencial é ainda desconhecido. As capturas de lulas (Ommastrephidae) são ocasionalmente feitas, em baixa quantidade, pelas embarcações que trabalham com redes pelágicas. A média anual das capturas dos produtos da pesca nos últimos dez anos (2007-2017) foi estimada em 10.400 to-neladas (Tabela 3, figura 1), nos quais predominam os tunídeos e os pequenos peixes pelágicos (Tabela 4, figura 2). Na década 1998-2007 este valor rondava as 9.300 toneladas, também com predomínio dos pequenos pelágicos e os atuns e afins (González & Tariche 2009). Os peixes demersais, os tubarões, os crustáceos e os moluscos repre-sentam uma fração relativamente baixa (Tabela 4, figura 2). Das capturas globais, 61% provêm da pesca industrial. Quando comparados os desembarques com o potencial estimado, de forma global poderia considerar-se que os recursos pesqueiros de Cabo Verde estão sendo subexplorados. Entretanto é preciso ter em conta que mais da metade deste potencial corresponde aos tunídeos (nomeadamente o gaiado, a albacora e o judeu), pelo que a pesca de atum é, à partida, a que apresenta maiores potencialidades de desenvolvimento. A procura do judeu pe-las conserveiras nacionais têm impulsionado os desembarques da pescaria industrial, enquanto para os pequenos pelágicos a tendência é inversa. Já para os outros recursos as possibilidades de expansão das pescarias são limi-tadas, sobretudo para as espécies demersais (lagostas, peixes de fundo, moluscos), que estarão a ser exploradas perto ou já para além dos limites sustentáveis na maioria dos bancos de pesca do arquipélago. As estatísticas e os resultados da investigação pesqueira (e.g. González & Tariche 2009) mostram que, apesar da grande dimensão da ZEE de Cabo Verde, os seus recursos pesqueiros são diversos, mas de biomassas relativa-mente pequenas. Assim, esses recursos são sensíveis a altos níveis de esforço e têm capacidade relativamente baixa de recuperação uma vez sobreexplorados. Tabela 3. Capturas (em toneladas) anuais (2007-2017) artesanais e industriais em Cabo Verde. Ano Captura artesanal Composição relativa Captura industrial Composição relativa Captura total 2007 4599 51% 4456 49% 9055 2008 4018 49% 4110 51% 8128 2009 4552 51% 4329 49% 8881 2010 4552 48% 4839 52% 9391 2011 4617 50% 4693 50% 9310 2012 4310 42% 5955 58% 10265 2013 4374 36% 7715 64% 12089 2014 4418 31% 9839 69% 14256 2015 4574 30% 10794 70% 15368 2016 4156 44% 5339 56% 9494 2017 3512 39% 5463 61% 8975 16.000 14.000 12.000 10.000 8.000 6.000 4.000 2.000 0 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 Toneladas Captura Artesanal Captura Industrial Captura Total Figura 1. Evolução anual comparada (2007-2017) das capturas (em toneladas) artesanais e industriais em Cabo Verde. 60 61 La actividad pesquera constituye un sector primario de extrema importancia económica y social para el ar-chipiélago de Cabo Verde ocupando un lugar destacado en el plan estratégico de desarrollo de la economía del País. El sector ha desempeñado un papel importante en el fortalecimiento de la seguridad alimentaria, en la reducción de la pobreza, en la creación de empleo, en el equilibrio de la balanza de pagos y en el aumento del valor de la producción nacional (BO 2009). El pescado fresco representa la principal proteína animal más consumida por los cabo-verdianos, estimándose el consumo per capita de pescado en 26,5 kg en los últimos años (FAO 2016). En 1998, el consumo per capita de pescado fue de 19 kg; en los años siguientes este consumo se elevó a 23 kg en 2003 y a 26,5 en 2004 (González & Tariche 2009), por tanto este valor parece permanecer invariable en la última década. El potencial pesquero conocido para Cabo Verde es moderado -estimado entre 36.000 y 44.000 toneladas- a pesar de estar localizado en una zona de productividad primaria relativamente alta y a pesar de la vasta extensión de la Zona Económica Exclusiva (con 734.265 km2). Esto se debe a las características de las plataformas insulares limitadas (5.394 km2 para el conjunto del archipiélago hasta la isobata de 200 metros), la naturaleza volcánica y bastante accidentada de las islas, así como a la rareza y poca expresión de los fenómenos de afloramiento, a la irre-gularidad y escasez de lluvias y al régimen hidrológico y oceanográfico, muchas veces poco favorable a la retención de materia biológica (González & Tariche 2009). Las dificultades actuales a las que se enfrenta el sector pesquero muchas veces residen en el elevado grado de imprevisibilidad, en la estacionalidad, en el carácter perecedero del producto pesquero, en los riesgos asocia-dos a la actividad, así como en el bajo nivel de escolarización de la mayoría de los operadores. Estos desafíos Tubarões, 41 Crustáceos e Moluscos, 41 0% Tunídeos, 4.392 42% 0% Diversos, 720 7% Demersais, 720 13% Pequenos peixes pelágicos, 4.392 38% Tabela 4. Composição das capturas totais (em toneladas) por grupos de recursos nos últimos dez anos (2007-2017) em Cabo Verde. Grupos Capturas Percentagem Tunídeos 4392 41,5% Pequenos peixes pelágicos 3972 37,5% Peixes demersais 1426 13,5% Crustáceos e Moluscos 41 0,4% Diversos 720 6,8% Tubarões 40 0,5% Total 10591 100% Figura 2. Composição das capturas médias por grupo de espécies da pesca artesanal e industrial (2007-2017). em Cabo Verde As pescarias atuais em Cabo Verde Las pesquerías actuales en Cabo Verde Current fisheries in Cabo Verde 62 63 Las Las pesquerías actuales en Cabo Verde pesquerías actuales en Cabo Verde constituyen factores limitadores de inversión, no obstante, desde muy pronto, los sucesivos gobiernos y ONGs internacionales han posicionado a este sector como estratégico y de gran importancia para el desarrollo social y económico del País. De acuerdo con el anuario estadístico (INE 2015), entre los productos más exportados por Cabo Verde están los pescados, los crustáceos y los moluscos, representando el 44,5%, seguido de los preparados y conservas de pes-cado (40%). En total, los dos subgrupos de productos de las pescas representaron el 84,5% de las exportaciones de bienes en 2015. En 2016 la tendencia hegemónica del sector de las pescas en el ámbito de las exportaciones de bienes continuó a pesar de haber registrado una ligera reducción en valor (INE 2016). Los datos oficiales nacionales estiman un peso del 2-3% del sector de las pescas en el producto interior bruto (PIB), si se tiene en cuenta la contribución de los subsectores de la actividad de pesca que operan directamente sobre las capturas, tales como la transformación y la comercialización de pescado. Es en esos dos subsectores donde se agrega valor al producto, aceptándose que el “rescate” de todas las actividades que gravitan alrededor del sector de las pescas, en sentido amplio, dará un posicionamiento diferente del sector en el PIB, que va más allá de su importancia meramente como producción primaria. De acuerdo con las informaciones disponibles (INE 2015), la contribución de las capturas de pescado en el PIB es de 1,2%. Es preciso remarcar que se trata de la contribución, como sector primario, o sea, de la actividad hasta la primera venta en el puerto de desembar-que donde, por consiguiente, el producto de la pesca está prácticamente sin agregar valor. Se observa la misma tendencia comparativamente con 2008, en que González & Tariche (2009) publicaron que la actividad primaria del sector pesquero no superaba el 1,5% del PIB. Las potencialidades de empleo y de generación de puestos de trabajo son bien visibles. En 2016, por ejemplo, fue estimada la existencia de 7.000 puestos de trabajo en la pesca extractiva, pesca artesanal, semi-industrial e industrial (DNEM 2017). Las industrias de transformación y conservas de pescado (Frescomar y Sucla) ge-neraron 1.350 puestos de trabajo (FAO 2016) y en la comercialización del pescado el número de puestos de trabajo estimados fue de 987 (INDP 2012). Otros empleos indirectos son generados, a saber los relacionados con la actividad de estiba, almacenamiento y procesado de pescado, aprovechamiento de harina de pescado para pienso animal, construcción y reparación de pertrechos y equipamientos navales para la pesca. Se estimó que el sector empleaba un 5% de la población activa (FAO 2016). Este valor parece permanecer en niveles parecidos (en 2008 la pesca empleaba cerca del 2,1% de la población total de Cabo Verde y del 5,2% de la población activa, González & Tariche 2009). También cabe ser destacado que las compensaciones de los acuerdos y las licencias de pesca, ya sean de embar-caciones nacionales o extranjeras, representan igualmente contribuciones importantes del sector pesquero para la economía del País. Según el Plan Ejecutivo de Gestión de los Recursos de la Pesca para el bienio 2016-2017 (Resolução nº 29/2016, 16 de março, BO nº 16 Serie I), con prórroga hasta junio de 2018 (Resolução nº 8/2018, 1 de fevereiro, BO nº 6 Serie I) (BO 2018), el tipo de flota, sistema de pesca y recursos objetivo identifican seis pesquerías industriales y cinco pesquerías artesanales. La flota opera en las pesquerías de liña/caña de atún y afines, cerco de pequeños peces pelágicos y nasa de crustáceos. Desde nuestra perspectiva, las pesquerías nacionales (recientes o actuales) en Cabo Verde pueden ser clasificadas como sigue: Marisqueo de especies litorales Pesca artesanal Pesca semi-industrial e industrial Lapa Redes de cerco-arrastre de playa (artes de playa) Cerco para macarela o caballa del Sur y otros Percebe Liñas para peces demersales Nasas para langosta de Cabo Verde o rosa Bucio Cerco para pequeños peces pelágicos costeros Langostas costeras (buceo) Liñas para túnidos Cefalópodos (pulpo y choco) Redes de enmalle La zona interior a las 3 millas náuticas está reservada exclusivamente para la pesca artesanal constituida por pequeñas embarcaciones de madera (estando algunas revestidas de fibra de vidrio), sin cubierta y con reducida autonomía en el mar. Generalmente son embarcaciones de 3,5 a 8 m de eslora y 1,5 a 2,5 m de manga, motori- 64 65 Las pesquerías actuales en Cabo Verde zadas (motor fuera borda) o no, cuya potencia motriz varía entre 5 y 25 CV. Esta flota se dedica a la pesca de liña para peces demersales, así como a grandes peces pelágicos y afines, al buceo para la captura de peces demersales, langostas costeras y moluscos (bucio, pulpo y choco). En 2017, de acuerdo con los datos de la Direção Nacional de Economia Marítima (DNEM) (Tabla 1), había 5.078 pescadores operando en 1.588 botes, con una media de tres pescadores por bote, estando los rendimientos basados en el sistema a la parte (2.200 a 4.400 escudos cabo-ver-dianos semanales por pescador). Comparativamente con el año 2005, en la flota artesanal había 3.108 pescadores operando en 1.036 botes, de los cuales 74% motorizados (González & Tariche 2009). Por tanto, en los últimos 12 años los pescadores artesanales aumentaron un 63% y sus embarcaciones un 53%. La zona interior de las 12 millas náuticas está reservada exclusivamente para la flota semi-industrial e industrial. Esta flota tiene como objetivo los pequeños peces pelágicos, túnidos, tiburones y crustáceos, entre otros, siendo las artes de pesca utilizadas las redes de cerco, las redes de enmalle y/o las redes de cerco-arrastre de playa. Las embarcaciones de la pesca semi-industrial e industrial son heterogéneas, con eslora variando entre 8 y 25 m, potencia del motor interno entre 25 y 500 CV y arqueo entre 2,5 y 121 TRB, con una media de 10 tripulantes por embarcación. De acuerdo con los datos de la DNEM, en 2017 había un total de 119 embarcaciones de pesca semi-industrial e industrial (Tabla 2), con tan solo 1 embarcación de pesca industrial nacional operando dentro y fuera de la ZEE. Relativamente a las flotas semi-industrial e industrial, en 2005 había 840 pescadores operando en 70 embarcaciones (González & Tariche 2009). Por tanto, en los últimos 12 años los pescadores de estas categorías aumentaron un 43% y sus embarcaciones un 71%. Fuera de las 12 millas náuticas se realiza la pesca extranjera (palangre de superficie y cerco para grandes peces pelági-cos). Esta flota solamente puede operar en la ZEE de Cabo Verde al abrigo de acuerdos de pesca. Destaca el acuerdo con la Unión Europea, aprobado a través del Decreto nº 2/2007, de 26 de março, BO nº 12, que ha sido ejecutado mediante firmas periódicas de protocolos y anexos. Actualmente está en curso el protocolo que determina las con-diciones de acceso de los navíos de la Comunidad Europea a los recursos de la pesca en aguas de Cabo Verde, con duración de cuatro años (2014-2018), conforme a lo publicado en el BO nº 1 de 15 de abril de 2015. En ese período, 71 navíos de pesca de la Unión Europea (28 atuneros cerqueros, 13 atuneros cañeros y 30 palangreros de superficie) pueden ejercer la actividad de pesca en la ZEE de Cabo Verde mediante autorización. Las especies más capturadas por la frota extranjera son la tuna o atún obeso (Thunnus obesus), el rabil o albacora (Thunnus albacares), el pez espada (Xiphias gladius) y los tiburones (Prionace glauca, Isurus oxyrinchus y otros). Los desembarques de la pesca artesanal son por lo general efectuados en puertos adscritos o próximos a las co-munidades (asociaciones) de pescadores (según el INDP, existen 97 puntos de desembarque de pesca artesanal en el País). En relación con la pesca industrial, las descargas son efectuadas mayoritariamente en el muelle del Complexo de Pesca de Cova de Inglesa en la isla de São Vicente, en el muelle de pesca da Praia en la isla de Santiago y en el de Tarrafal en la isla de São Nicolau pudiendo, no obstante, ocurrir esporádicamente en las islas de Sal y de Santo Antão. Tabla 1. Distribución del número de botes y pescadores de la pesca artesanal por islas en Cabo Verde (Fuente: DNEM 2017). Islas Embarcaciones artesanales Nº de botes Nº de pescadores Santo Antão 156 640 São Vicente 113 514 São Nicolau 94 267 Sal 151 482 Boa Vista 140 318 Maio 103 229 Santiago 571 1863 Fogo 157 514 Brava 103 251 Total Nacional 1588 5078 Tabla 2. Distribución del número de embarcaciones y tripulantes del sector de pesca semi-industrial e industrial por islas en Cabo Verde (Fuente: DNEM 2017). Islas Embarcaciones semi-industriales e industriales Nº de embarcaciones Nº de tripulantes Santo Antão 6 72 São Vicente 45 502 São Nicolau 5 58 Sal 7 63 Boa Vista 6 25 Maio 0 0 Santiago 45 456 Fogo 4 35 Brava 1 9 Total Nacional 119 1220 66 67 Las Las pesquerías actuales en Cabo Verde pesquerías actuales en Cabo Verde Tras los desembarques, la trayectoria de las actividades del sector de las pescas continúa vía comercialización del pescado, en una cadena de intermediaciones y de agregación de valor hasta llegar al consumidor final. La complejidad post-desembarque es mayor en los productos de la pesca destinados a las fábricas de conservas y a la exportación, teniendo en cuenta los períodos de tiempo de almacenaje antes de los procesos de transformación, conservación y exportación, así como las exigencias sanitarias tanto en el mercado interior como en el exterior (Correia 2017). El pescado adquirido por las familias para consumo final, en los mercados o en los restaurantes, es vendido mayorita-riamente en fresco, siendo o no refrigerado con hielo. Sólo una pequeña parte del pescado es comercializada como producto seco, salado o en salmuera. En los últimos años se han acreditado algunas casas comerciales en las islas de São Vicente y Santiago que venden pescado congelado (Correia 2017). Las cadenas de entrada de materia prima y servicios en el mercado pueden ser resumidas en la pesca industrial y semi-industrial, artesanal, importación, transbordo y, futuramente, la acuicultura (Barbosa et al. 2015). Con la entrada en funcionamiento en 2015 de la Plataforma de Frio do Mindelo (gestionada, actualmente, por la empresa Atunlo CV) hubo un aumento y mejora en los servicios de transbordo, de descargas e otras prestaciones de ser-vicio relacionadas con los productos provenientes de la pesca. En general, las mejores infraestructuras de pesca (en términos de puertos, instalaciones de frío y de transforma-ción) están localizadas en las islas de São Vicente, Santiago y Sal. El pescado es mayoritariamente comercializado en el mercado local, aunque una pequeña cantidad es exportada estando principalmente constituida por langostas y pescado fresco (atunes y peces demersales). El Plan de Gestión de los Recursos de la Pesca reportó en 2003 un potencial pesquero conocido de 36.000 a 44.000 toneladas, como ya fue dicho anteriormente. De este potencial, el 55 a 70% está constituido por los túnidos, básicamente de carácter migratorio, de los cuales el bonito listado (Katsuwonus pelamis) y el rabil o albacora (Thunnus albacares) son los más capturados. Otros pelágicos oceánicos con representatividad en los desembarques son el peto (Acanthocybium solandri), la tuna o atún obeso (Thunnus obesus), la albacoreta (Eu-thynnus alletteratus) y las melvas (Auxis rochei y A. tha-zard) (Monteiro 2008, Fernández-Gil et al. 2013). Los túnidos son, a día de hoy, el único grupo de entre las pesquerías que podría ser negociado a la luz de acuer-dos de pesca. En el grupo de los pequeños peces pelágicos costeros, las especies más capturadas son de la familia de los Ca-rángidos, a saber la macarela o caballa del Sur (Decap-terus macarellus), la macarela blanca (Decapterus puncta-tus), el chicharro ojón (Selar crumenophthalmus) y la sucla (Spicara melanurus). También son desembarcadas otras especies de Carángidos con relativo valor comercial de los géneros Caranx (jureles ojones y jureles negros) y Seriola (medregales) (Monteiro 2008, Fernández-Gil et al. 2013). Las principales medidas de gestión adoptadas para este grupo pasan por reservar la pesquería a los nacionales y el estabelecimiento de un período de veda para el chicharro ojón del 15 de junio al 14 de julio y para la macarela o caballa del Sur del 15 de julio al 14 de septiembre (Resolução nº 29/2016, 16 de março, BO nº 16 Serie I). La ictiofauna demersal que es explotada en Cabo Verde se subdivide en dos grandes grupos: los recursos de fondos rocosos y los de fondos arenosos. En el primer grupo, los peces demersales de roca, están incluidos los Serránidos (cherne colorada Cephalopholis taeniops, cabrillas Serranus atricauda y S. heterurus, mero de Gorea Epinephelus go-reensis, mero E. marginatus, abade Mycteroperca fusca), las morenas (Muraena y Gymnothorax), los roncos (Lutjanus agennes, L. fulgens y L. goreensis), el pargo tijera (Apsilus fuscus), el emperador atlántico (Lethrinus atlanticus), la chopa (Spondyliosoma cantharus), la sama bocona (Virididentex acromegalus), el cirujano (Acanthurus monroviae), la vieja lomo-negro (Bodianus speciosus), el pejeperro (Bodianus scrofa) y los peces loro o viejas (Scarus hoefleri, Sparisoma choati y S. cretense). En el grupo de los peces demersais de arena están incluidos la herrera (Lithognathus mormyrus) y los sargos (Diplodus spp.), el barbudo enano africano (Galeoides decadactylus), el salmonete barbudo (Pseudupeneus prayensis), el salmonete amarillo (Mulloidichthys martinicus), las catalufas (Heteropriacanthus fulgens y Priacanthus arenatus), el ron-cador (Pomadasys incisus) y el ronco trompudo (Pomadasys rogerii). En los fondos arenosos o coralinos se pescan los gallos o peces ballesta (Balistes y Canthidermis) (Monteiro 2008, González & Tariche 2009, Fernández-Gil et al. 2013). 68 69 Las pesquerías actuales en Cabo Verde Relativamente a los crustáceos, destacan la langosta rosa (Palinurus charlestoni) -endémica de Cabo Verde- y las langostas costeras: la langosta verde (Panulirus regius), la langosta marrón (Panulirus echinatus) y la langosta canaria o cigarra de mar (Scyllarides latus) (González & Tariche 2009, Fernández-Gil et al. 2013). La pesquería de langosta rosa está reservada para la flota nacional y es efectuada con nasas de fondo selectivas por medio de embarca-ciones de pesca industrial. Esta es una especie de gran interés debido a su alto valor económico en el mercado interno y externo, siendo tradicionalmente exportada viva para la Unión Europea. Sin embargo, habiendo dado el recurso síntomas de sobreexplotación, el esfuerzo de pesca sobre el mismo fue limitado a un máximo de tres embarcaciones, un período de veda desde el 1 de julio hasta el 30 de noviembre, un tamaño mínimo de captura de 11 cm de longitud de caparazón y a la fijación de un TAC (captura total admisible) de 12 toneladas por año y por embarcación (Resolução nº 29/2016 de 16 de março, BO nº 16 Serie I). La captura de las langostas costeras es realizada con buceo libre, aunque en su mayoría los buceadores han recu-rrido al uso de botellas de buceo, a pesar de que esta práctica está prohibida para las actividades de pesca. Para este grupo de recursos fue establecido un período de veda desde el 1 de mayo hasta el 30 de octubre, un tamaño mínimo de captura de 9 cm de longitud de caparazón y prohibición de captura de hembras ovígeras. Otros recursos tales como el percebe (Pollicipes caboverdensis) -especie endémica-, el bucio (Persististrombus latus), la lapa (Patella lugubris) y los cefalópodos (pulpo y choco) son bastante capturados, aunque su potencial es aún desconocido. Las capturas de potas (Ommastrephidae) son hechas ocasionalmente, en cantidades bajas, por las embarcaciones que trabajan con redes pelágicas. La media anual de las capturas de los productos de la pesca en los últimos diez años (2007-2017) fue estimada en 10.400 toneladas (Tabla 3, figura 1), en los cuales predominan los túnidos y los pequeños peces pelágicos (Tabla 4, figura 2). En la década 1998-2007 este valor rondaba las 9.300 toneladas, también con predominio de los peque-ños pelágicos y los atunes y afines (González & Tariche 2009). Los peces demersales, los tiburones, los crustáceos y los moluscos representan una fracción relativamente baja (Tabla 4, figura 2). De las capturas globales, el 61% proviene de la pesca industrial. Cuando los desembarques son comparados con el potencial estimado, de forma global podría considerarse que los recursos pesqueros de Cabo Verde están siendo infra-explotados. En este sentido es preciso tener en cuenta que más de la mitad de este potencial corresponde a los túnidos (a saber, el bonito listado, el rabil y las melvas), por lo que la pesca de los túnidos es el segmento con mayores potencialidades de desarrollo. La búsqueda de melva por las conserveras nacionales ha impulsado los desembarques de la pesquería industrial, mientras que en el caso de los pequeños pelágicos la tendencia es inversa. Para los otros recursos las posibilidades de expansión de las pesquerías son limitadas, sobre todo para las especies demersales (langostas, peces de fondo, moluscos), que estarían siendo explotadas cerca o ya más allá de los límites sostenibles en la mayoría de los caladeros de pesca del archipiélago. 16.000 14.000 12.000 10.000 8.000 6.000 4.000 2.000 0 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 Toneladas Captura Artesanal Captura Industrial Captura Total Tabla 3. Capturas (en toneladas) anuales (2007-2017) artesanales e industriales en Cabo Verde. Año Captura artesanal Composición relativa Captura industrial Composición relativa Captura total 2007 4599 51% 4456 49% 9055 2008 4018 49% 4110 51% 8128 2009 4552 51% 4329 49% 8881 2010 4552 48% 4839 52% 9391 2011 4617 50% 4693 50% 9310 2012 4310 42% 5955 58% 10265 2013 4374 36% 7715 64% 12089 2014 4418 31% 9839 69% 14256 2015 4574 30% 10794 70% 15368 2016 4156 44% 5339 56% 9494 2017 3512 39% 5463 61% 8975 Figura 1. Evolución anual comparada (2007-2017) de las capturas (en toneladas) artesanales e industriales en Cabo Verde. 70 71 Las estadísticas y los resultados de la investigación pesquera (e.g. González & Tariche 2009) muestran que, a pesar de la gran dimensión de la ZEE de Cabo Verde, sus recursos pesqueros son diversos, aunque de biomasas rela-tivamente pequeñas. Por ello, estos recursos son sensibles a altos niveles de esfuerzo y presenta una capacidad relativamente baja de recuperación una vez sobreexplotados. Figura 2. Composición de las capturas medios por grupo de especies de la pesca artesanal e industrial (2007-2017) en Cabo Verde. Tabla 4. Composición de las capturas totales (en toneladas) por grupos de recursos en los últimos diez años (2007-2017) en Cabo Verde. Grupos Capturas Porcentaje Túnidos 4392 41,5% Pequeños Peces pelágicos 3972 37,5% Peces demersales 1426 13,5% Crustáceos y Moluscos 41 0,4% Otros 720 6,8% Tiburones 40 0,5% Total 10591 100% As pescarias atuais em Cabo Verde Las pesquerías actuales en Cabo Verde Current fisheries in Cabo Verde The fishing activity is a primary sector of extreme economic and social importance for the archipelago of Cabo Verde, and has a prominent place in the country’s strategic economic development plan. This sector has played an important role in strengthening food security, reducing poverty, job creation, equilibrium of the balance of payments and increase in the value of national production (BO 2009). Fresh fish represent the main animal protein most consumed by Cabo Verdeans, with per-capita fish consumption estimated at 26.5 kg in recent years (FAO 2016). In 1998, the per-capita consumption of fish was 19 kg; in the following years this consumption rose to 23 kg in 2003 and 26.5 in 2004 (González & Tariche 2009), so this value seems to have remained unchanged in the last decade. The halieutic potential of Cabo Verde is moderate – it was estimated between 36,000 and 44,000 tons – although this archipelago is located in a relatively high primary productivity zone and despite the vast extension of the Exclusive Economic Zone (734,265 km2). This is due to the characteristics of the limited island platforms (5,394 km2 in the ar-chipelago as a whole up to the 200-meter isobath), to the volcanic and rather abrupt nature of the islands seabeds, as well as to the rarity and low impact of upwelling, irregularity and scarcity of rainfall and to the hydrological and ocea-nographic regime, which is often not conducive to the retention of biological material (González & Tariche 2009). Tiburones, 41 Crustáceos y Moluscos, 41 0% Túnidos, 4.392 42% 0% Otros, 720 7% Peces demersales, 720 13% Pequeños peces pelágicos 4.392 38% 72 73 Current Current fisheries in Cabo Verde fisheries in Cabo Verde The difficulties faced today by the fishing sector often stem from the high degree of unpredictability, seasonality, the perishability of the fishery product, the risks associated with the activity, as well as the low level of education of most operators. These challenges are limiting factors for investment, although very early on, the successive governments and international NGOs have considered this sector as strategic and of great importance for the country’s social and economic development. According to the statistical yearbook (INE 2015), among the products most exported by Cabo Verde are fish, crustaceans and molluscs, accounting for 44.5%, followed by prepared and preserved fish (40%). In total, the two subgroups of fishery products accounted for 84.5% of exports of goods in 2015. In 2016, the hegemonic trend of the fishery sector regarding exports of goods continued despite a slight reduction in value (INE 2016). On the basis of the national accounts data, it is estimated that the fishery sector will account for 2-3% of gross domestic product (GDP), if we take into account the contribution of the fishing industry downstream from the catches, such as fish processing and commercialization. It is in these two areas that value is added to the product and it is believed that the “rescue” of all the activities that gravitate towards the return of the fishing sector, in a broad sense, will have a different impact of the sector on GDP, which is far beyond its mere importance as primary production. According to available information (INE 2015), the contribution of fish catches to GDP is 1.2%. It should be noted that this is the contribution, as far as the primary sector is concerned, that is, the activity until first sale at the landing port, therefore, the fishery product has practically no added value. The same trend is observed in relation to 2008, when González & Tariche (2009) reported that the primary activity of the fishing industry did not exceed 1.5% of GDP. The potential of employment and job creation is very clear. In 2016, for example, there were an estimated 7,000 jobs in extractive, artisanal, semi-industrial and industrial fishing (DNEM 2017). The fish processing and conserva-tion industries (Frescomar and Sucla) generated 1,350 jobs (FAO 2016) and in fish commercialization the estima-ted number of jobs is 987 (INDP 2012). Other indirect jobs are generated, namely those related to the activity of stowage, storage and fish processing, use of fish meal for animal feed, construction and repair of naval equipment for fishing. It was estimated that the sector employs 5% of the active population (FAO 2016). This figure seems to remain at similar levels (in 2008 fishing employed close to 2.1% of Cabo Verde’s total population and 5.2% of the active population, González & Tariche 2009). It should be noted, however, that the compensation of agreements and fishing licenses, whether of national or foreign vessels, also represent important contributions of the fishing sector to the country’s economy. According to the Executive Plan for the Management of Fishery Resources for the biennium 2016-2017 (Resolu-tion No. 29/2016, March 16, BO No. 16, Series I), with extension until June 2018 (Resolution 8/2018, February 1st, BO No. 6 Series I) (BO 2018), the type of fleet, equipment and target resources, identify six industrial fisheries and five artisanal ones. The fleet operates on pole-and-line for tuna fish and related fisheries, purse seines for small pelagic fish and selective traps for crustaceans (lobsters). From our perspective, national (recent or current) fisheries in Cabo Verde can be classified as follows: Harvesting of coastal shellfish Artisanal fishing Semi-industrial and industrial fishing Limpet Beach seines Purse seines for mackerel scad and others Cape Verde goose barnacle Lines for demersal fishes Traps for Cape Verde spiny lobster Whelk Purse seines for small pelagic coastal fishes Coastal spiny and locust lobsters (diving) Lines for tunas Cephalopods (octopus and cuttlefish) Gillnets The zone within the 3 nautical miles is reserved exclusively for small-scale fishing, consisting of small wooden open-beam vessels (some of them are covered with fiberglass), with reduced autonomy at sea. They are generally vessels of 3.5 to 8 m in length and 1.5 to 2.5 m in width, motorized (outboard motor) or not, whose engine power varies between 5 and 25 HP. This fleet is engaged in handlines for demersal and large pelagic fish, and in diving for the capture of demersal fish, coastal lobsters and molluscs (whelk, octopus and cuttlefish). In 2017, according to the data from the National Directorate of Maritime Economy (DNEM) (Table 1), there were 5,078 fishermen 74 75 Current fisheries in Cabo Verde operating in 1,588 boats, an average of three fishermen per boat, with earnings based on the sharing system (2,200 CVE to 4,400 CVE per week per fisherman). Compared to 2005, in the artisanal fleet there were 3,108 fishermen operating in 1,036 boats, of which 74% were motorized (González & Tariche 2009). Therefore, in the last 12 years the number of artisanal fishermen has increased by 63% and their vessels by 53%. The interior of the 12 nautical miles is reserved exclusively for the semi-industrial and industrial fleet. This fleet tar-gets small pelagic fish, tunas, sharks, crustaceans, among others, with fishing gear being purse seines, gill nets and/ or beach seine nets. The semi-industrial and industrial fishing vessels are heterogeneous, ranging in length from 8 to 25 m, internal engine power between 25 and 500 HP and tonnage between 2.5 and 121 GRT, with an average of 10 crew members per vessel. According to DNEM data, in 2017 there were a total of 119 semi-industrial and industrial fishing vessels (Table 2), with only one national industrial fishing vessel operating inside and outside the Exclusive Economic Zone (EEZ). With regard to the semi-industrial and industrial fleets, in 2005 there were 840 fishermen operating on 70 vessels (González & Tariche 2009). Therefore, in the last 12 years the number of fisher-men of these categories has increased by 43% and their vessels by 71%. Beyond 12 miles, foreign fishing (surface longlines and purse seines for large pelagic fish) is carried out. This fleet may only operate in Cabo Verde’s EEZ under fishery agreements. Of particular note is the agreement with the European Union, approved by Decree No. 2/2007, of March 26, BO No. 12, which has been implemented throu-gh periodic signatures of protocols and annexes. The Protocol establishing the conditions of access of European Community vessels to Cabo Verde’s fishery resources for four years (2014-2018) is currently in progress, as pu-blished in BO No. 1 of April 15, 2015. During this period, 71 European Union fishing vessels (28 tuna seiners, 13 tuna bait boats and 30 surface longliners) may engage in fishing in the Cabo Verde EEZ upon authorization. The species most caught by the foreign fleet are bigeye tuna (Thunnus obesus), albacore (Thunnus albacares), swordfish (Xiphias gladius) and sharks (Prionace glauca, Isurus oxyrinchus and others). Landings of artisanal fishing are usually made in ports in or near fishing communities (according to the National Institute for Fisheries Development -INDP, there are 97 artisanal fishing landing points in the country). In relation to industrial fishing, the unloading is carried out mainly on the quay of the Cova de Inglesa Fishing Complex on the island of São Vicente, on the Fishing Pier of Praia on the island of Santiago and on the quay of Tarrafal on the island of São Nicolau, although it may occur sporadically on the islands of Sal and Santo Antão. Following the landings, the activities of the fishery sector continue through commercialization of the fish, in a chain of intermediaries and added values until reaching the final consumer. The post-shipment complexity is more concentrated on fishery products for canning and export, taking into account the periods of storage before processing, preservation and export, as well as sanitary requirements both in the internal and foreign markets (Correia 2017). Fish purchased by households for final consumption in markets or restaurants are sold mostly fresh, whether they are chilled with ice or not. Only a small part of the fish is marketed dry, salted or in brine. In recent years frozen fish has also been sold by some commercial houses on the islands of São Vicente and Santiago (Correia 2017). Table 2. Distribution of the number of vessels and crew of the semi-industrial and industrial fishing sector by islands in Cabo Verde (Source: DNEM 2017). Islands Semi-industrial and industrial fishing vessels Nº of vessels Nº of crew Santo Antão 6 72 São Vicente 45 502 São Nicolau 5 58 Sal 7 63 Boa Vista 6 25 Maio 0 0 Santiago 45 456 Fogo 4 35 Brava 1 9 National Total 119 1220 Table 1. Distribution of the number of artisanal fishing boats and fishermen by islands in Cabo Verde (Source: DNEM 2017). Islands Artisanal fishing boats Nº of boats Nº of fishermen Santo Antão 156 640 São Vicente 113 514 São Nicolau 94 267 Sal 151 482 Boa Vista 140 318 Maio 103 229 Santiago 571 1863 Fogo 157 514 Brava 103 251 National Total 1588 5078 76 77 Current Current fisheries in Cabo Verde fisheries in Cabo Verde The lines for the entry of raw material and services into the market may be summarized as industrial, semi-in-dustrial and artisanal fishing, import, transhipment and, in the future, aquaculture prospects (Barbosa et al. 2015). With the entry in operation in 2015 of the Mindelo Cold Platform (currently under management by the Atunlo CV company) there was an increase and improvement in the services of transhipment, unloading and other services related to fishing products. In general, the best fishing infrastructure (in terms of ports, cold storage and processing) is located on the islands of São Vicente, Santiago and Sal. The fish is mostly marketed in the local market, but there is a small amount that is exported, which is mainly comprised of lobsters and fresh fish (tunas and demersal fish). The Fisheries Resource Management Plan reported in 2003 a known fishing potential of 36,000 to 44,000 tons, as mentioned above. Of this potential, 55 to 70% are tunas, basically migratory, of which the skipjack tuna (Katsuwo-nus pelamis) and the yellowfin tuna (Thunnus albacares) are the most caught. Other oceanic pelagic fish of some importance in landings are the wahoo (Acanthocybium solandri), the bigeye tuna (Thunnus obesus), the little tunny (Euthynnus alletteratus) and the bullet and frigate tuna (Auxis rochei and A. thazard) (Monteiro 2008, Fernández-Gil et al. 2013). Up to now, tuna fish is the only group of fisheries that can be traded under the fisheries agreements. From the group of small coastal pelagic fish, the most captured species belong to the Carangidae family, in-cluding mackerel scad (Decapterus macarellus), round scad (Decapterus punctatus), bigeye scad (Selar crume-nophthalmus) and blackspot picarel (Spicara melanurus). Other species of Carangidae with relative commercial value of genus Caranx (jacks) and genus Seriola (amber-jacks) are still unloaded (Monteiro 2008, Fernández-Gil et al. 2013). The main management measures adopted for this group are to reserve the fishery for nationals and to establish a closed season for the bigeye scad from June 15 to July 14 and for the mackerel scad from July 15 to September 14 (Resolution No. 29/2016, March 16, BO No. 16 Series I). The demersal ichthyofauna that is exploited in Cape Verde is subdivided into two large groups: the rocky bottom resources and the sandy bottom resources. In the first group, the demersal rock fishes include se-rranids (bluespotted seabream Cephalopholis taeniops, blacktail comber Serranus atricauda and S. heterurus, Dungat grouper Epinephelus goreensis, dusky grou-per E. marginatus, island grouper Mycteroperca fusca), moray eels (Muraena and Gymnothorax), red snappers Lutjanus agennes, L. fulgens and L. goreensis, the African forktail snapper (Apsilus fuscus), the Atlantic emperor (Lethrinus atlanticus), the black seabream (Spondyliosoma cantharus), the Cape Verde dentex (Virididentex acromegalus), the Monrovia doctor fish (Acanthurus monroviae), the blackbar hogfish (Bodianus speciosus), the red hogfish (Bodianus scrofa), and parrotfishes (Scarus hoefleri, Sparisoma choati and S. cretense). In the group of demersal sand fishes are included seabreams (Lithognathus mormyrus and Diplodus), the lesser African threadfin (Galeoides decadactylus), the West African goatfish (Pseu-dupeneus prayensis), the yellow goatfish (Mulloidichthys martinicus), glasseyes (Heteropriacanthus fulgens and Pria-canthus arenatus), the bastard grunt (Pomadasys incisus) and the pigsnout grunt (Pomadasys rogerii). In the sandy or coral bottoms, the triggersfishes (Balistes and Canthidermis) are caught (Monteiro 2008, González & Tariche 2009, Fernández-Gil et al. 2013). Regarding crustaceans, the most outstanding are the Cape Verde spiny lobster (Palinurus charlestoni) - endemic to Cape Verde - and the coastal spiny lobsters: the royal spiny lobster (Panulirus regius), the brown spiny lobster (Panulirus echinatus) and the greater locust lobster (Scyllarides latus) (González & Tariche 2009, Fernández-Gil et al. 2013). The Cabo Verde spiny lobster fishery is reserved for the national fleet and is made with selective bottom traps by industrial fishing vessels. This is a species of great interest due to its high economic value in the internal and external market, being traditionally exported alive to the European Union. However the species has given a 78 79 Current fisheries in Cabo Verde sign of overexploitation, leading to limit fishing effort to a maximum of three vessels, a closed period from July 1 to November 30, a minimum catch size of 11 cm carapace length and TAC (total allowable catch) of 12 tons per year per vessel (Resolution No. 29/2016 of 16 March, BO No. 16 Series I). The catch of the coastal lobsters is done with free diving, but most divers have resorted to the use of bottles, although this practice is prohibited in the fishing activities. For this group of resources a closed period from May 1st to October 30th was established, as well as a minimum size capture of 9 cm carapace length and prohibition of capture of egg-bearing females. Other resources such the barnacle (Pollicipes caboverdensis) - an endemic species-, the whelk (Persististrom
Click tabs to swap between content that is broken into logical sections.
Calificación | |
Título y subtítulo | Livro de receitas tradicionais da cozinha do mar de Cabo Verde : Recetario de cocina marinera tradicional de Cabo Verde : a cookbook of Cabo Verde traditional seafood cuisine |
Autor principal | González Pérez, José Antonio |
Tipo de documento | Libro |
Fecha | 2019 |
Páginas | 164 p. |
Materias |
Cocina Recetas Cabo Verde Canarias Pescado Restauración Cocina canaria |
Enlaces relacionados | https://mdc.ulpgc.es/cdm/singleitem/collection/MDC/id/184687/rec/1 |
Formato Digital | |
Tamaño de archivo | 15.8 Mb |
Notas | Proyectos: INTERREG V-A-MAC 2014-2020 ; MARISCOMAC (MAC/ 2.3D/097)Proyectos: INTERREG V-A-MAC 2014-2020 ; MARISCOMAC (MAC/ 2.3D/097) |
Procedencia | Autor |
Texto | LIVRO DE RECEITAS TRADICIONAIS DA COZINHA DO MAR DE CABO VERDE RECETARIO DE COCINA MARINERA TRADICIONAL DE CABO VERDE A COOKBOOK OF CABO VERDE TRADITIONAL SEAFOOD CUISINE © Universidad de Las Palmas de Gran Canaria © Textos | Text: Autores | Authors © Receitas | Recetas | Recipes: Autores | Authors © Fotos | Photos: Alexander Manykin, Hélder Martins (p. 101), Tato Gonçalves (p. 112) © Fotos de pesca | Photos on fisheries: A. Martins (pp. 35, 52, 57, 67, 165-166) N. Almeida (pp. 39, 55, 82) I. Gaztañaga (pp. 40, 99) J.A. González (pp. 45, 46, 61, 62, 81, 87, 90, 91, 94, 95, 106) E. Lopes (pp. 51, 71, 72, 77) R.A. Pires (p. 98) Coordenação geral e estrutura de conteúdos | Coordinación general y estructura de contenidos | General coordination and structure of contents José A. González (ULPGC) & Filomena Ribeiro (EHTCV) Autoria da informação técnico-científica | Autoría de la información científico-técnica | Authorship of the scientific-technical information José A. González, Filomena Ribeiro, Sandra Correia, Evandro Lopes, José M. Lorenzo, Albertino Martins, Nuno Almeida, Carlos A. Monteiro, Carina Pires & Iñaki Gaztañaga Autoria das receitas gastronómicas | Autoría de las recetas gastronómicas | Authorship of gastronomic recipes EHTCV – Ângela Ferreira, Aleida Moreira Restaurante O Poeta – Carlos Monteiro, Sandra Cabral, Avinash Daswani Restaurante Bica d’Areia – Nádia Castelo Branco, Benedita Pereira Restaurante Tereru di Kultura – Hélder Martins Hotel Oásis Praiamar – Juan Carlos Guerra Composição e desenho gráfico | Composición y diseño gráfico | Composition and graphic design El Conejo Blanco S.L., Las Palmas de Gran Canaria Impressão | Impresión | Print Litografía San José, S.L., Las Palmas de Gran Canaria Tradução | Traducción | Translation Maria Cândida Gonçalves, com apoio de | con apoyo de | assisted by Filomena Ribeiro (EHTCV) & José A. González (ULPGC) Referência bibliográfica | Referencia bibliográfica | Bibliographic reference González, J.A., F. Ribeiro, S. Correia, E. Lopes, J.M. Lorenzo, A. Martins, N. Almeida, C.A. Monteiro, C. Pires, I. Gaztañaga, Á. Ferreira, A. Moreira, H. Martins, N. Castelo Branco, B. Pereira, A. Daswani, C. Monteiro, S. Cabral & J.C. Guerra. 2019. Livro de Receitas Tradicionais da Cozinha do Mar de Cabo Verde / Recetario de Cocina Marinera Tradicional de Cabo Verde / A Cookbook of Cabo Verde Traditional Seafood Cuisine. INTERREG V-A MAC 2014-2020 - MARISCOMAC (MAC/2.3d/097). Las Palmas de Gran Canaria, 164 pp. ISBN 978-84-09-16831-6 Depósito Legal GC 687-2019 Ficha técnica | Ficha técnica | Datasheet LIVRO DE RECEITAS TRADICIONAIS DA COZINHA DO MAR DE CABO VERDE RECETARIO DE COCINA MARINERA TRADICIONAL DE CABO VERDE A COOKBOOK OF CABO VERDE TRADITIONAL SEAFOOD CUISINE Índice | Índice | Contents Prólogo 7 Prólogo 9 Foreword 11 Prefácio 15 Prefacio 17 Preface 19 Agradecimentos 23 Agradecimientos 25 Acknowledgments 27 O projeto MARISCOMAC e seu Livro de Receitas tradicionais 31 El proyecto MARISCOMAC y su Recetario tradicional 37 The MARISCOMAC Project and its traditional Cookbook 43 As pescarias atuais em Cabo Verde 51 Las pesquerías actuales en Cabo Verde 61 Current fisheries in Cabo Verde 71 Recentes e novas pescarias nas águas de Cabo Verde 83 Pesquerías recientes y nuevas en aguas de Cabo Verde 87 Recent and new fisheries in Cabo Verde waters 91 Algumas receitas tradicionais da cozinha do mar de Cabo Verde 97 Algunas recetas tradicionales de la cocina marinera de Cabo Verde 97 Some traditional recipes of the seafood cuisine of Cabo Verde 97 Anexos 141 Anexos 141 Annexes 141 Produtos da pesca valorizados neste Livro de Receitas 142 Productos pesqueros valorizados en este Recetario 144 Fishery products valued in this Cookbook 146 Características do peixe indicando sua frescura 148 Características del pescado indicadoras de su frescura 150 Typical indicators of fish freshness 152 Efeitos benéficos do consumo de produtos haliêuticos 154 Efectos beneficiosos del consumo de productos pesqueros 156 Nutritional benefits of fishery products 158 Bibliografia 160 Bibliografía 160 References 160 7 A Universidade de Las Palmas de Gran Canaria sente-se muito honrada por ser a parceira das Canárias no Projeto MARISCOMAC sobre “Desenvolvimento de condições técnico-científicas, formação, transferên-cia de tecnologia e conhecimento para fomentar a exploração e comercialização sustentável de mariscos na Macaronésia” e por ser responsável pela sua coordenação em Cabo Verde. O Projeto MARISCOMAC (MAC/2.3d/097) recebeu co-financiamento FEDER da União Europeia no âmbito do Programa de Cooperação Territorial INTERREG V-A Madeira-Açores-Canárias (MAC) 2014-2020. O Projeto enquadra-se no eixo da melhoria da competitividade das pequenas e médias empresas (PMEs) e, mais concreta-mente, na prioridade de apoio à sua capacidade para crescer nos mercados (regional, nacional e internacional) e nos processos de inovação. O objetivo geral do projeto é criar condições técnicas e bases científicas para a exploração sustentável dos recur-sos haliêuticos das águas litorais e profundas da Macaronésia, assim como transferir conhecimento e tecnologia à cadeia de valor dos produtos da pesca. Para esta Instituição Académica é uma grande satisfação contar com eminentes parceiros, tais como a Secretaria Regional de Agricultura e Pescas de Madeira (beneficiário principal), a Câmara Municipal do Funchal, o Instituto Nacional de Desenvolvimento das Pescas (atualmente Instituto do Mar, IMar), a Universidade de Cabo Verde, a Escola de Hotelaria e Turismo de Cabo Verde e a Agência para o Desenvolvimento Empresarial e a Inovação – ADEI (instituição extinta em 2016) e atualmente substituída pelo Instituto de Apoio e Promoção Empresarial – Pro Empresa. O âmbito geográfico de MARISCOMAC é, portanto, Canárias, Madeira e Cabo Verde. Em futuros projetos sobre esta temática, apostamos na integração de novos parceiros que agreguem mais valias às propostas. Prólogo Prólogo Foreword 8 9 MARISCOMAC é um projeto de carácter eminentemente inovador, com a vista posta nas tradições dos nossos povos, com um grande valor agregado de cooperação. Não temos qualquer dúvida sobre o grande impacto deste “Livro de receitas tradicionais da cozinha do mar de Cabo Verde”, livro de receitas clássicas, embora atualizadas, valorizadas científica, técnica e socialmente, e que contribuirá para a qualidade e segurança alimentar de nacionais, visitantes e turistas. O Livro contém uma grande componente de divulgação científica e reúne informações úteis para profissionais, restauradores, hoteleiros, gastrónomos e o grande público. Para esta Universidade também é motivo de orgulho que o seu Centro Cultural “Ciência & Gastronomia” tenha colaborado assessorando na elaboração da estrutura e conteúdos desta obra. Para finalizar, desejo felicitar os nossos parceiros e as equipas participantes (cientistas, técnicos, pessoal de apoio, empresários, cozinheiros, fotógrafos e desenhadores gráficos) que tornaram possível este magnífico livro de recei-tas valorizado. Recomendo vivamente a leitura e a degustação das traditionais e sugestivas receitas gastronómicas aqui desenvolvidas e ilustradas. Las Palmas de Gran Canaria (Canárias) e Cidade da Praia (Cabo Verde), setembro de 2019. Rafael Robaina Reitor da Universidade de Las Palmas de Gran Canaria La Universidad de Las Palmas de Gran Canaria se siente muy honrada por ser el socio canario del Proyecto MARISCOMAC sobre “Desarrollo de condiciones científico-técnicas, formación, transferencia de tecnología y conocimiento para fomentar la explotación y comercialización sostenible de mariscos en la Macaronesia” y por ser responsable de su coordinación en Cabo Verde. MARISCOMAC (MAC/2.3d/097) ha recibido cofinanciación FEDER de la Unión Europea en el marco del Pro-grama de Cooperación Territorial INTERREG V-A Madeira-Azores-Canarias (MAC) 2014-2020. El Proyecto se encuadra en el eje de mejora de la competitividad de las pymes y, más concretamente, en la prioridad de apoyo a la capacidad de las pymes para crecer en los mercados (regionales, nacionales e internacionales) y en los procesos de innovación. Su objetivo general es crear condiciones técnicas y bases científicas para la explotación sostenible de los recursos pesqueros de las aguas litorales y profundas de la Macaronesia, así como trasferir conocimiento y tecnología a la cadena de valor de los productos de la pesca. Para esta Institución Académica supone una gran satisfacción contar con socios de la talla de la Secretaria Regional de Agricultura e Pescas de Madeira (beneficiario principal), la Câmara Municipal do Funchal, el Instituto Nacional de Desenvolvimento das Pescas (actualmente Instituto do Mar, IMar), la Universidade de Cabo Verde, la Escola de Hotelaria e Turismo de Cabo Verde y la Agência para o Desenvolvimento Empresarial e a Inovação – ADEI (insti-tución extinta en 2016) y actualmente sustituida por el Instituto de Apoio e Promoção Empresarial – Pro Empresa. El ámbito geográfico de MARISCOMAC es, por tanto, Canarias, Madeira y Cabo Verde. En futuros proyectos sobre esta temática, apostamos por la incorporación de nuevos socios que aporten plusvalías a las propuestas. Prólogo Prólogo Foreword 10 11 MARISCOMAC es un proyecto de carácter eminentemente innovador, con la mirada puesta en las tradiciones de nuestros pueblos, con un gran valor añadido de cooperación. No tenemos duda alguna sobre el gran impacto que logrará este “Recetario de cocina marinera tradicional de Cabo Verde”, libro de recetas clásicas, aunque actualizadas, valorizado científica, técnica y socialmente, que contribuirá a la calidad y seguridad alimentaria de nacionales, visitantes y turistas. El Recetario contiene un elevado componente de divulgación científica y atesora informaciones útiles para profesionales, restauradores, hoteleros, gastrónomos y gran público. Para esta Universidad también es motivo de orgullo que su Aula Cultural “Ciencia & Gastronomía” haya colabo-rado asesorando en la elaboración de la estructura y contenidos de esta obra. Para finalizar, deseo felicitar a nuestros socios y a los equipos participantes (científicos, técnicos, personal de apoyo, empresarios, cocineros, fotógrafos y diseñadores gráficos) que han hecho posible este magnífico recetario marinero valorizado. Recomiendo encarecidamente la lectura y el disfrute de las tradicionales aunque sugerentes recetas gastronómicas aquí desarrolladas e ilustradas. En Las Palmas de Gran Canaria (Canarias) y en Praia (Cabo Verde), septiembre de 2019. Rafael Robaina Rector de la Universidad de Las Palmas de Gran Canaria The University of Las Palmas de Gran Canaria feels much honoured to be the Canary partner in the MARIS-COMAC Project on “Development of technical and scientific conditions, training, technology transfer and knowledge aiming to promote sustainable exploitation and marketing of shellfish in Macaronesia” and to be responsible for its coordination in Cabo Verde. MARISCOMAC Project (MAC/2.3d/097) has received ERDF co-financing from the European Union under the Territorial Cooperation Programme, INTERREG Madeira-Açores-Canarias (MAC) 2014-2020. This project is a part of the strategy to improve the competitiveness of small and medium-sized enterprises (SMEs) and, more specifically, to support the capacity of SMEs to grow in markets (at regional, national and international levels), and in innovative processes. The overall objective of the project is to create technical conditions and scientific bases for the sustainable exploi-tation of the fishery resources from coastal and deep waters of Macaronesia, as well as to transfer knowledge and technology to the valued network of fishery products. For this Academic Institution, it is a great pleasure to count on distinguished partners, such as the Regional Secreta-riat for Agriculture and Fisheries of Madeira (main beneficiary), the Municipality of Funchal, the National Institute for Development of Fisheries (currently Instituto do Mar, IMar), the University of Cape Verde, the School of Ho-tel Industry and Tourism of Cape Verde and the former Agency for Business Development and Innovation – ADEI (institution extinct in 2016) and currently replaced by Institute for Business Support and Promotion, Pro-Empre-sa). The geographical scope of MARISCOMAC is, therefore, the Canary Islands, Madeira and Cabo Verde. It is our desire, in future projects on this subject, to continue integrating partners that add value to our proposals. Prólogo Prólogo Foreword 12 MARISCOMAC is a highly innovative project, focusing on the traditions of our peoples, and with a great surplus value of cooperation. We have no doubt about the great impact of this “A cookbook of Cabo Verde traditional seafood cuisine”. This book of classical recipes has been scientifically, technically and socially valorised, so it will contribute to the quality and food safety of nationals, visitors and tourists. It contains a large component of scienti-fic issues that gather useful information for professionals, restaurateurs, hoteliers, gourmets and the public at large. We are also proud of the contribution given by our Cultural Centre “Science and Gastronomy” in advising on the elaboration of the structure and contents of this work. To conclude, I would like to congratulate our partners and the participating teams (scientists, technicians, support staff, entrepreneurs, cooks, photographers and graphic designers) who have made this magnificent and valuable cookbook possible. I highly recommend reading and enjoying the traditional and suggestive gastronomic recipes here developed and illustrated. Las Palmas de Gran Canaria (Canary Islands) and Praia City (Cabo Verde), September 2019. Rafael Robaina Rector of the University of Las Palmas de Gran Canaria 15 O convite para escrever o Prefácio a este livro foi recebido pela Escola de Hotelaria e Turismo de Cabo Verde (EHTCV) com satisfação e orgulho, por se dirigir a uma das matérias, a gastronomia, a que confe-rimos grande parte do nosso tempo, esforço e dedicação. A EHTCV, a par da sua missão primeira, a formação, preocupa-se também com a defesa de uma gastronomia nacional, alicerçada em produtos locais e de época. Com essa convergência em pano de fundo, resolvemos escrever sobre o que mais gostamos no trabalho. O livro consegue deliciar-nos com diversas sugestões de confecção de receitas tão nossas conhecidas, mas repen-sadas, revisitadas e apresentadas de forma moderna e atraente. Contudo, não é tudo. Este livro faz-nos pensar, ainda, na sustentabilidade dos recursos marinhos de que dispomos nas nossas águas e numa exploração inteligente e transversal, aliada à economia e ao turismo. Prefácio Prefacio Preface 16 17 O livro envolve, também, vertentes científicas, pedagógicas e gastronómicas, que nos obrigam a repensar as nossas receitas tradicionais e elevar a fasquia para uma gastronomia moderna e contemporânea, sem esquecer a tradição e os costumes cabo-verdianos. Subscrevemos, assim, o trabalho desenvolvido e o empenho dos autores, em divulgar e eternizar o receituário revisitado de Cabo Verde. A gastronomia é cultura e, como tal, deve ser degustada e transmitida de forma sensorial e imaginativa. Cidade da Praia, Cabo Verde, 30 de maio de 2019. Sérgio Sequeira Presidente do Conselho de Administração da Escola de Hotelaria e Turismo de Cabo Verde La invitación para escribir el Prefacio a este libro fue recibida por la Escuela de Hotelería y Turismo de Cabo Verde (EHTCV) con satisfacción y orgullo, por dirigirse a una de las materias, la gastronomía, a la que confe-rimos gran parte nuestro tiempo, esfuerzo y dedicación. La EHTCV, a la par de su misión principal, la formación, también se preocupa por la defensa de una gastronomía nacional, enraizada en los productos locales y de temporada. Con esta convergencia en el trasfondo, decidimos escribir sobre lo que más nos gusta en el trabajo. El libro consigue deleitarnos con diversas sugerencias de elaboración de recetas tan conocidas por nosotros, aun-que repensadas, revisadas y presentadas de forma moderna y atractiva. Sin embargo, no es todo. Este libro nos hace pensar, además, en la sostenibilidad de los recursos marinos de que disponemos en nuestras aguas, y en una explotación inteligente y transversal, aliada a la economía y al turismo. Prefácio Prefacio Preface 18 19 El libro involucra, también, vertientes científicas, pedagógicas y gastronómicas, que nos obligan a repensar nuestras recetas tradicionales y elevar el listón para una gastronomía moderna y contemporánea, sin olvidar la tradición y las costumbres caboverdianas. Suscribimos, así, el trabajo desarrollado y el empeño de los autores en divulgar y eternizar el recetario revisitado de Cabo Verde. La gastronomía es cultura y, como tal, debe ser degustada y transmitida de forma sensorial e imaginativa. Praia, Cabo Verde, 30 de mayo de 2019. Sérgio Sequeira Presidente del Consejo de Administración de la Escuela de Hotelería y Turismo de Cabo Verde The invitation to write the Preface to this book was received by the School of Hotel Industry and Tourism of Cabo Verde (EHTCV) with satisfaction and pride, because it addresses gastronomy, one of the subjects to which we dedicate much of our time and effort. EHTCV, along with its first mission of training, is also concerned with the preservation of national gastronomy, based on local and season products. With these underpinning ideas, we have decided to write about what we enjoy most at work. This book delights us with a number of well-known recipes, which have been rethought, revisited and presented in a modern and attractive way. However that is not all. This book makes us think about the sustainability of the marine resources available in our waters, and in an intelli-gent and multisectoral exploration linked to the development of economy and tourism. Prefácio Prefacio Preface 20 The book also includes scientific, pedagogic and gastronomic aspects that make us to rethink our traditional re-cipes and raise the standard to a modern and contemporary gastronomy and, at the same time, to preserve the tradition and customs of Cabo Verde. Therefore, we highly support the work that has been developed and the authors’ commitment to divulging and preserving cooking recipes of Cabo Verde. Gastronomy is culture and, therefore, it must be tasted and transmitted in a sensory and creative way. Praia, Cabo Verde, May 30, 2019 Sérgio Sequeira Chairman of the Board of Directors of the School of Hotel Industry and Tourism of Cabo Verde 23 Os autores dos textos e imagens técnico-científicos deste livro de receitas gastronómicas tradicionais (mas também clássicas atualizadas) do projeto MARISCOMAC desejam expressar o seu mais sincero agrade-cimento e reconhecimento: À Parceria do Projeto (sobretudo à Universidade de Las Palmas de Gran Canaria e à Escola de Hotelaria e Tu-rismo de Cabo Verde), às equipas de investigadores e ao pessoal de apoio do MARISCOMAC. Em particular, a professora doutora Carmen M. Hernández Cruz, membro do Mariscomac ULPGC e uma ótima cozinheira, que aconselhou e esclareceu muitas questões culinárias. Às pequenas e médias empresas (PMEs) que participaram nesta tarefa do Projeto e colaboraram na elaboração deste livro de receitas, em particular: Restaurante O Poeta, Restaurante Bica d’Areia, Restaurante Terreru di Kultura, Hotel Oásis Praiamar, Marbello Produtos do Mar Lda., Remarpes Lda., Sopromar Lda., Macremar Lda., Alexander Manykin Photography e Maria Cândida Gonçalves, em Cabo Verde; Yoalca Canarias S.L., Antonio Ro-dríguez (chef ) e equipa (restaurante La Marisma) e Tato Gonçalves (fotógrafo), nas Canárias. Um agradecimento especial a Alex Manykin pela sua disponibilidade e excelente trabalho. A nossa sincera gratidão vai também para Nádia Castelo Branco e para Avinash Daswani pelo seu apoio e sua disponibilidade, mas sobretudo pelo seu excelente trabalho na conceção de várias receitas e na dinamização dos trabalhos nos restaurantes Bica d’Areia e O Poeta, respetivamente. Agradecimentos Agradecimientos Acknowledgements 24 25 À Escola de Hotelaria e Turismo de Cabo Verde (EHTCV), a toda sua equipa, em especial ao Presidente do Con-selho de Administração, Dr. Sérgio Sequeira, e ao Administrador Executivo, Dr. Fernando Cruz, pelos cuidados e pelo grande desempenho. Um agradecimento especial ao Dr. Virgílio Évora e aos chefes Ângela Ferreira, Aleida Moreira e Hélder Martins. O imenso trabalho de coordenação em Santiago e coragem da nossa coautora, a Dra. Filomena Ribeiro, Administradora não Executiva da EHTCV, têm sido absolutamente crucial. A nossa gratidão também é para a anterior PCA da EHTCV, a Dra. Nádia Firmino. Ao Instituto Nacional de Desenvolvimento das Pescas (INDP) e à Universidade de Cabo Verde (Uni-CV), os nossos parceiros fiéis e estratégicos destes últimos quinze anos. Em particular aos nossos colegas coautores dos departamentos de Investigação Haliêutica (INDP) e de Engenharia e de Ciências do Mar (Uni-CV), que contribuí-ram com grande entusiasmo nos textos, imagens e bibliografia deste livro. À Pro-Empresa (Instituto de Apoio e Promoção Empresarial) pelo seu apoio. Neste caso, expressamos também o nosso desejo para que este livro de receitas valorizadas preste como mais um ponto de partida para facilitar o empreendedorismo e o emprego dos jovens cabo-verdianos nos sectores da restauração, a hotelaria e peixaria, com recurso nos excelentes e variados produtos marinhos de Cabo Verde. Um agradecimento especial à Dra. Carina Pires. Ao pessoal dos órgãos de gestão e secretariado do Programa de Cooperação Territorial Interreg V-A Madei-ra- Açores-Canárias (MAC) 2014-2020. Ao Centro Cultural Ciência e Gastronomia da Vice-Reitoria de Cultura e Sociedade da Universidade de Las Palmas de Gran Canaria, por seu apoio na divulgação desses trabalhos e por nos "emprestar" a alguns de seus membros. Los autores de los textos e imágenes científico-técnicos de este recetario gastronómico tradicional (y también de recetas clásicas actualizadas) del proyecto MARISCOMAC desean expresar su más sincero agradecimien-to y reconocimiento a: El Partenariado del Proyecto (sobre todo a la Universidad de Las Palmas de Gran Canaria y a la Escola de Hotelaria e Turismo de Cabo Verde), a los equipos de investigadores y al personal de apoyo de MARISCOMAC. En parti-cular, a la profesora Dra. Carmen M. Hernández Cruz, miembro de Mariscomac ULPGC y gran cocinera, que ha asesorado y aclarado numerosas dudas culinarias. Las PYMEs que participaron en esta tarea del Proyecto y colaboraron en la elaboración de este recetario, en particular: Restaurante O Poeta, Restaurante Bica d’Areia, Restaurante Terreru di Kultura, Hotel Oásis Praiamar, Marbello Produtos do Mar Lda., Remarpes Lda., Sopromar Lda., Macremar Lda., Alexander Manykin Photography y a Maria Cândida Gonçalves, en Cabo Verde, Yoalca Canarias SL, chef Antonio Rodríguez y equipo (restaurante La Marisma) y Tato Gonçalves (fotógrafo), en Canarias. Un agradecimiento especial para Alex Manykin por su disponibilidad y excelente trabajo. Nuestra sincera gratitud va también para Nádia Castelo Branco y para Avinash Daswani por su apoyo y su dispo-nibilidad, aunque sobre todo por su excelente trabajo en la concepción de varias recetas y en la dinamización de los trabajos en los restaurantes Bica d’Areia y O Poeta, respectivamente. Agradecimentos Agradecimientos Acknowledgements 26 27 La Escola de Hotelaria e Turismo de Cabo Verde (EHTCV), todo su equipo, en especial al Presidente del Consejo de Administración, Dr. Sérgio Sequeira, y al Administrador Ejecutivo, Dr. Fernando Cruz, por sus atenciones y por el gran desempeño. Un agradecimiento especial al Dr. Virgílio Évora y a los chefs Ângela Ferreira, Aleida Moreira y Hélder Martins. El inmenso trabajo de coordinación en Santiago y el coraje de nuestra coautora, la Dra. Filomena Ribeiro, Administradora No-Ejecutiva de la EHTCV, ha sido absolutamente crucial. Nuestra gratitud también es para la anterior PCA de la EHTCV, la Dra. Nádia Firmino. El Instituto Nacional de Desenvolvimento das Pescas (INDP) (actualmente Instituto do Mar, IMar) y la Universi-dade de Cabo Verde (Uni-CV), nuestros socios fieles y estratégicos de estos últimos quince años. En particular a nuestros colegas coautores de los departamentos de Investigación Pesquera (INDP) y de Ingeniería y de Ciencias del Mar (Uni-CV), que contribuyeron con gran entusiasmo en los textos, imágenes y bibliografía de este libro. Pro-Empresa (Instituto de Apoio e Promoção Empresarial) por su apoyo. En este caso, expresamos también nuestro deseo para que este recetario valorizado sea útil como un nuevo punto de partida para facilitar el empren-dimiento y el empleo de los jóvenes cabo-verdianos en los sectores de la restauración, la hotelería y la pescadería, con base en los excelentes y variados productos marinos de Cabo Verde. Un agradecimiento especial a la Dra. Carina Pires. Al personal de los órganos de gestión y secretariado del Programa de Cooperación Territorial Interreg V-A Ma-deira- Açores-Canarias (MAC) 2014-2020. Al Aula Cultural Ciencia y Gastronomía del Vicerrectorado de Cultura y Sociedad de la Universidad de Las Palmas de Gran Canaria, por su apoyo en la difusión de estos trabajos y “prestarnos” a algunos de sus miembros. The authors of the scientific-technical texts and images of this cookbook of traditional and of updated classic recipes wish to express their sincere thanks and acknowledgment to the following institutions and individuals: The Project Partners, namely the University of Las Palmas de Gran Canaria and the School of Hotel Industry and Tourism of Cape Verde (EHTCV), the research teams and support staff of MARISCOMAC. In particular, to Professor Dr. Carmen M. Hernández Cruz, a member of Mariscomac ULPGC and a great cook, who has advised and clarified many culinary questions. The small and medium-sized enterprises (SMEs) that participated in this Project and collaborated in the elabora-tion of this cookbook, in particular: O Poeta Restaurant, Bica d'Areia Restaurant, Terreru di Kultura Restaurant, Oásis Praiamar Hotel, Marbello Produtos do Mar Lda, Remarpes Lda., Sopromar Lda., Macremar Lda., Alexander Manykin Photography. Thanks are also due to Maria Cândida Gonçalves in Cabo Verde, and Yoalca Canarias SL, chef Antonio Rodríguez and team (La Marisma Restaurant) and Tato Gonçalves (photographer), in the Canary Islands. Special thanks to Alex Manykin for his availability and excellent work. Our sincere gratitude also goes to Nádia Castelo Branco and Avinash Daswani for their support and availability, but above all for their excellent work in designing various recipes and revitalizing the work at Bica d'Areia and O Poeta restaurants, respectively. Agradecimentos Agradecimientos Acknowledgements 28 The entire team of the School of Hotel Industry and Tourism of Cabo Verde, in particular to the Chairman of the Board of Directors (COB), Dr. Sérgio Sequeira, and the Executive Director, Dr. Fernando Cruz, for their care and performance. Special thanks to Virgílio Évora and to chefs Ângela Ferreira, Aleida Moreira and Hélder Martins. The immense coordination work and the courage of our co-author, Dr. Filomena Ribeiro, Non-Execu-tive Director of the EHTCV, in Santiago, have been absolutely crucial. We extend our thanks to the former COB of EHTCV, Dr. Nádia Firmino. The National Institute of Fisheries Development (INDP) (currently Instituto do Mar, IMar) and the University of Cabo Verde (Uni-CV) have been our faithful and strategic partners for the last fifteen years. In particular, our co-authors from the Department of Fisheries Research (INDP) and the Department of Engineering and Marine Sciences (Uni-CV) have contributed enthusiastically to the development of the texts, images and bibliography of this book. Pro-Empresa (Institute for Business Support and Promotion) has given unfailing support. In this context, we also express our desire that this invaluable cookbook should be a starting point to facilitate entrepreneurship and employment for young Cabo Verdeans in the sectors of catering, hotel industry and fishery, using the excellent and varied marine products of Cabo Verde. Special thanks to Dr. Carina Pires. To the personnel of the management and secretariat bodies of the Interreg V-A Territorial Cooperation Pro-gramme Madeira-Açores-Canarias (MAC) 2014-2020. To the Cultural Centre Science and Gastronomy of the Vice-Rectorate for Culture and Society of the Univer-sity of Las Palmas de Gran Canaria, for its support in the dissemination of these works and "lend" us to some of its members. 31 O projeto MARISCOMAC O projeto de cooperação MARISCOMAC (MAC/2.3d/097) sobre “Desenvolvimento de condições téc-nico- científicas, formação, transferência de tecnologia e conhecimento para fomentar o aproveitamento e a comercialização sustentável de mariscos na Macaronésia”, é co-financiado pelo FEDER da União Eu-ropeia através do Programa de Cooperação Territorial INTERREG V-A Madeira-Açores-Canárias (MAC) 2014- 2020. O Projeto está a ser executado durante o período 2017-2020. Os parceiros de MARISCOMAC são os seguintes: na Madeira, a Direção Regional das Pescas (DRP) (coorde-nador) e a Câmara Municipal do Funchal através da sua Estação de Biologia Marinha do Funchal (EBMF); pelas Canárias, a Universidade de Las Palmas de Gran Canaria (ULPGC), que assume a direção técnico-científica e o plano financeiro em Cabo Verde; em Cabo Verde, o Instituto Nacional de Desenvolvimento das Pescas (INDP), a O projeto MARISCOMAC e seu Livro de Receitas tradicionais El proyecto MARISCOMAC y su Recetario tradicional The MARISCOMAC Project and its traditional Cookbook 32 33 O projeto MARISCOMAC e seu L O projeto MARISCOMAC e seu Livro de Receitas tradicionais ivro de Receitas tradicionais Universidade de Cabo Verde (Uni-CV) através da Faculdade de Engenharia e de Ciências do Mar, a Escola de Ho-telaria e Turismo de Cabo Verde (EHTCV) e a Agência para o Desenvolvimento Empresarial e a Inovação – ADEI (instituição extinta em 2016) e atualmente substituída pelo Instituto de Apoio e Promoção Empresarial – Pro Empresa. Além disso, diversas PMEs (pequenas e médias empresas) que operam na cadeia de valor dos produtos marinhos participam ativamente neste Consórcio, tendo demonstrado seu interesse na execução, prestação de serviços, resultados e / ou produtos finais do Projeto. Enquadrado na melhoria da competitividade das PMEs da pesca e sua cadeia de valor, MARISCOMAC tem como finalidade o desenvolvimento de condições técnicas e bases científicas para a exploração (responsável e susten-tável) de peixes e mariscos das águas da Madeira, das Canárias e de Cabo Verde e sua comercialização racional. O Projeto apoia-se nos pilares da transferência de conhecimento e tecnologia para as PMEs da cadeia de valor da pesca, da formação profissional para o aproveitamento adequado destes produtos marinhos (valorizados ou ino-vadores) e seu uso responsável nas atividades extrativas (pesca, apanha de mariscos), turísticas e de restauração. MARISCOMAC utiliza as TIC para a disseminação de conhecimento / tecnologia com vista à capacitação e ao fomento das PMEs da área das pescas, assim como a criação de emprego, contribuindo para a geração da deno-minada economia azul. Esta estratégia irá melhorar a competitividade dessas empresas e criará condições para a sua internacionalização. O Projeto também pretende promover o empreendedorismo nos sectores económicos relacionados. MARISCOMAC alinha-se com a Política Pesqueira Comum da União Europeia, em particular com os seus objeti-vos de exploração sustentável dos recursos e a monitorização / obtenção de um bom estado ambiental, de acor-do com a Diretiva-Quadro da Estratégia Marinha. O Projeto é coerente com as estratégias vigentes (a europeia, as nacionais e as regionais) nos respetivos domínios marinho-marítimos. O Projeto reflete, portanto, dois grandes objetivos específicos (OE): OE1 Valorização da pesca tradicional, desenvolvimento de novas pescarias, inovação e valor agregado dos produtos marinhos, para reforçar as interações na cadeia de valor da pesca. OE2 Fomento de novos modelos de negócio, associados a produtos valorizados / inovadores, para aumentar a competitividade do tecido socioeconómico da pesca, da restauração e do turismo. Inclui o incremento das sinergias entre os distintos subsectores económicos envolvidos. Além das atividades comuns de Coordenação e Comunicação, o Projeto MARISCOMAC foi estruturado nas seguintes atividades de Execução (AE): AE1 Determinação de parâmetros biológicos / genéticos de mariscos (moluscos e crustáceos) e peixes com interesse comercial, utilizando tecnologias responsáveis e respeitadoras do meio ambiente. MARISCOMAC está a determinar parâmetros biológicos de mariscos e peixes com interesse comercial, tais como lapas, caramujos e peixes escorpenídeos. Destacam-se as campanhas de prospeção seletivas dirigidas a camarões e grandes caranguejos de profundidade nas Canárias, e as campanhas com palangre de fundo dirigidas a charroco, fanhama e outros peixes em Cabo Verde. Também cabe ressaltar a elaboração e publicação de artigos divulgativos e científicos em revistas regionais e internacionais. AE2 Controlo de qualidade e segurança alimentar de produtos do mar (peixes e mariscos), assim como geração de valor agregado nas atividades produtivas através da formação, da ciência, da biotecnologia, da certificação e eco etiquetas. MARISCOMAC efetuou, na Madeira, estudos analíticos de contaminantes em lapas e caramujos, estudos genéticos de endo-simbiontes em caramujos e estudos de parasitologia em peixes com interesse comercial, para determinar eventuais impactos e precauções a ter em conta para a proteção da saúde do consumidor. Cabe também mencionar um estudo biotecnológico sobre potenciais aplicações inovadoras de camarões e caranguejos nas áreas de alimentação, cosmética, saúde entre outras. AE3 Reforço da competitividade das PMEs e suas organizações representativas, assim como apoio à valorização e comercialização de matérias-primas e a experiências de integração de produtos marinhos na restauração e no turismo. MARISCOMAC contribuiu para criar e lançar, nas Canárias, o Centro Cultural Ciência e Gastro-nomia da ULPGC. Esta plataforma é considerada uma experiência inovadora que visa a geração de sinergias entre os sectores produtivos (terrestres e marinhos) de Gran Canária e das Canárias, para valorizar, promover e priorizar o consumo do produto local, melhorando a sua comercia-lização. Também é de se destacar o abastecimento de matérias-primas do Projeto a PMEs para ensaios de transformação, valorização e comercialização, assim como para a realização de eventos promocionais que contribuam para o aumento do consumo de produtos marinhos na Macaro-nésia. Por último, destacam-se os trabalhos desenvolvidos pela ULPGC, em Cabo Verde e nas Canárias, para obtenção dos conteúdos do presente livro de receitas gastronómicas, de carácter tradicional, da cozinha do mar de Cabo Verde. AE4 Fomento de novos modelos de negócio associados à pesca e ao turismo através da transferência de conhecimento, incluindo propostas de normas adequadas e potenciadoras do seu desenvolvi-mento sustentável. 34 35 O projeto MARISCOMAC e seu L O projeto MARISCOMAC e seu Livro de Receitas tradicionais ivro de Receitas tradicionais Na Madeira, pôs-se em marcha a exposição itinerante Mariscos da Madeira, cujo objetivo é a divulgação de pro-dutos da pesca, novos ou emergentes. Também se fizeram progressos na revisão / elaboração das normas legais ligadas à regulação de mariscos tais como lapas e caramujos e à comercialização destes moluscos, tendo MARIS-COMAC proporcionado as bases científicas necessárias. Quanto às atuações de comunicação e aos destinatários / beneficiários das mesmas, MARISCOMAC realizou apresentações públicas, eventos de divulgação, seminários, palestras e difusão nos meios de comunicação so-cial. Este conjunto de ações, com ênfase no uso das TIC, inclui também atividades de promoção e divulgação complementares e de diferente natureza: publicações, dossiers, posters, painéis, audiovisuais e participação em congressos e feiras. Os destinatários principais das ações de comunicação são as PMEs e suas organizações repre-sentativas dos subsectores da pesca e a ela ligadas, tais como as de transformação, distribuição, comercialização, restauração, hotelaria e turismo, assim como a administração pública e os consumidores. Durante os anos de 2017 e 2018, MARISCOMAC foi apresentado em todas as áreas geográficas participantes envolvendo, no seu conjunto, todos os seus sócios. Foi feita publicidade do Projeto, ou seja, sua parceria, financia-mento, finalidade, objetivos, atividades e metas, em diferentes sedes institucionais na Madeira, nas Canárias e em Cabo Verde (São Vicente e Santiago) e estas notícias foram divulgadas nos vários meios de comunicação e redes sociais. O Projeto também foi apresentado em centros (públicos e privados) de ensino profissional de hotela-ria e turismo das Canárias (Gran Canária e Tenerife, e com menor intensidade noutras ilhas). As Receitas tradicionais MARISCOMAC Com vista a promover o consumo do pescado local em Cabo Verde e a confiança dos consumidores, os conteúdos do Livro de Receitas “Cozinha do mar de Cabo Verde” serão obtidos da Actividade 2.2.1 do Projeto MARISCOMAC, referida como AE3 no pon-to anterior, sob o título “reforço da competitividade das PMES e suas organizações representativas”, assim como apoio à valorização e comercialização de maté-rias- primas e a experiências de integração dos produ-tos marinhos na restauração e no turismo, tanto na sua descrição como nos resultados previstos. A memória técnica de MARISCOMAC vai mais além ao incluir, nos produtos finais previstos, o próprio Livro de Receitas e a avaliação do seu impacto social e eco-nómico. Para tal, a Universidade de Las Palmas de Gran Canária (ULPGC) não só contratou a obtenção dos con-teúdos (textos, imagens, receitas gastronómicas) do Livro de Receitas, adquiriu as matérias-primas, ingredientes e utensílios necessários como também contratou a assistência técnica de profissionais de fotografia especializada, maquetização e produção do presente Livro de Receitas gastronómicas. A ULPGC pretende ainda levar a cabo diversas apresentações públicas deste Livro de Receitas (tanto em Cabo Verde como nas Canárias e na Madeira) e avaliar o seu impacto socioeconómico. A execução dos trabalhos incluiu, portanto, tarefas de coordenação, gestão e planificação, seleção de entidades participantes, obtenção de matérias-primas e ingredientes, preparação / experimentação de pratos culinários e a sua elaboração final, fotografia de ambientes, cozinheiros / restauradores, confeção de pratos culinários, obtenção de textos de receitas, tratamento fotográfico e de textos, desenvolvimento de todos os conteúdos do presente Livro de Receitas valorizado, bem como a ilustração, composição e edição. Quanto à difusão do Livro de Receitas, tendo em conta que a produção do mesmo será essencialmente digital, MARISCOMAC previu a sua colocação e utilização gratuita no site do Projeto e nos sites oficiais dos Parceiros. 36 37 O projeto MARISCOMAC e seu Livro de Receitas tradicionais Desta forma teremos um indicador válido (número de consultas / downloads realizados) para avaliar objetiva-mente o impacto socioeconómico do Livro de Receitas. Durante a execução dos trabalhos em Cabo Verde, a ULPGC contou com a inestimável participação, colaboração e apoio logístico da Escola de Hotelaria e Turismo de Cabo Verde (EHTCV), assim como de diversas PMEs da ilha de Santiago colaboradoras, que se integraram neste projeto cheio de desafios: Marbello Produtos do Mar Lda., a sociedade Pexi di Terra através do seu restaurante Bica d’Areia, o restaurante O Poeta e o Hotel Oásis Praiamar na cidade da Praia, capital do País, assim como o restaurante Tereru di Kultura na localidade de Cidade Velha, situada no Município de Ribeira Grande de Santiago. O Livro de Receitas em números Vamos agora falar deste Livro de Receitas em termos de números, quantificando as suas características e con-teúdos. O presente “Livro de Receitas Tradicionais da Cozinha do Mar de Cabo Verde” recolheu um total de 20 receitas gastronómicas, com a participação de 8 restauradores / cozinheiros (dos quais 5 são mulheres), atribuí-dos a 5 restaurantes ou entidades gastronómicas participantes, tendo valorizado e promovido 18 matérias-primas marinhas (peixes e mariscos) cabo-verdianas. Os produtos marinhos consistem em 8 mariscos (representados por diversos tipos de crustáceos e moluscos), 3 peixes magros, 2 peixes semi-gordos e 5 peixes gordos. O Anexo 1 apresenta uma lista das receitas tradicionais ou clássicas desenvolvidas por MARISCOMAC para o pre-sente Livro de Receitas, com indicação da entidade realizadora, o / a cozinheiro / cozinheira responsável, o nome da receita e o produto marinho utilizado (principal e secundário), incluindo o seu nome comum e científico. Na tabela, as receitas foram ordenadas de acordo com as características nutricionais das matérias-primas marinhas: mariscos, peixes magros, peixes semi-gordos e peixes gordos. El proyecto MARISCOMAC El proyecto de cooperación MARISCOMAC (MAC/2.3d/097) sobre “Desarrollo de condiciones científico-téc-nicas, formación, transferencia de tecnología y conocimiento para fomentar el aprovechamiento y la comercia-lización sostenibles de mariscos en la Macaronésia”, cofinanciado por el FEDER de la Unión Europea a través del Programa de Cooperación Territorial INTERREG V-A Madeira-Azores-Canarias (MAC) 2014-2020, está siendo ejecutado a lo largo del cuatrienio 2017-2020. El Partenariado de MARISCOMAC presenta la siguiente composición. Por Madeira, la Direção Regional das Pescas (DRP) (coordinador) y la Câmara Municipal do Funchal a través de la Estação de Biologia Marinha do Funchal (EBMF). Por Canarias, la Universidad de Las Palmas de Gran Canaria (ULPGC), que asume la dirección científico-técnica y el plan financiero en Cabo Verde. Por Cabo Verde, el Instituto Nacional de Desenvolvimento das Pescas (INDP), O projeto MARISCOMAC e seu Livro de Receitas tradicionais El proyecto MARISCOMAC y su Recetario tradicional The MARISCOMAC Project and its traditional Cookbook 38 39 El proyecto MARISCOMAC El proyecto MARISCOMAC y su Recetario tradicional y su Recetario tradicional la Universidade de Cabo Verde (Uni-CV) a través de la Faculdade de Engenharia e de Ciências do Mar, la Escola de Hotelaria e Turismo de Cabo Verde (EHTCV) y la Agência para o Desenvolvimento Empresarial e a Inovação – ADEI (institución extinta en 2016) y actualmente sustituida por el Instituto de Apoio e Promoção Empresarial – Pro Empresa. Por otra parte, diversas PYMES que operan en la cadena de valor de los productos marinos participan activamente en este Consorcio y/o han demostrado su interés en la ejecución, servicios, resultados y/o productos finales del Proyecto. Enmarcado en la mejora de la competitividad de las PYMES de la pesca y su cadena de valor, MARISCOMAC tiene como finalidad el desarrollo de condiciones técnicas y bases científicas para la explotación (responsable y sostenible) de mariscos y peces de las aguas de Madeira, Canarias y Cabo Verde y su comercialización racional. El Proyecto se apoya en los pilares de la transferencia de conocimiento y tecnología hacia las PYMES de la cadena de valor de la pesca, la formación profesional para el adecuado aprovechamiento de estos productos marinos (valori-zados o innovadores) y su uso responsable en las actividades extractivas (pesca, marisqueo), de restauración y tu-rísticas. MARISCOMAC utiliza TICs para la diseminación de conocimiento/tecnología con vistas a la capacitación y al fomento de las PYMES, así como a la creación de empleo, contribuyendo a la generación de la denominada economía azul. Esta estrategia mejorará la competitividad de las PYMES y creará condiciones para su internacio-nalización. El Proyecto también pretende promover el emprendimiento en los sectores económicos involucrados. MARISCOMAC se alinea con la Política Pesquera Común de la Unión Europea, en particular con sus objetivos de explotación sostenible de los recursos y monitorización/obtención del buen estado ambiental, de acuerdo con la Directiva Marco de la Estrategia Marina. El Proyecto es coherente con las estrategias vigentes (la europea, las nacionales y las regionales) en los respectivos dominios marino-marítimos. El Proyecto persigue, por tanto, dos grandes objetivos específicos (OE): OE1 Valorización de la pesca tradicional, desarrollo de nuevas pesquerías, innovación y valor añadido de los productos marinos, para reforzar las interacciones en la cadena de valor de la pesca. OE2 Fomento de nuevos modelos de negocio asociados a productos valorizados/innovadores, para aumentar la competitividad del tejido socioeconómico de la pesca, la restauración y el turismo. Incluye el incremento de las sinergias entre los distintos subsectores económicos involucrados. Además de las actividades troncales de Coordinación y Comunicación, el Proyecto MARISCOMAC ha sido es-tructurado en las siguientes actividades de Ejecución (AE): AE1 Determinación de parámetros biológicos/genéticos de mariscos (moluscos y crustáceos) y peces con interés comercial, utilizando tecnologías responsables y respetuosas con el medio ambiente. MARISCOMAC está determinando parámetros biológicos de mariscos y peces con interés co-mercial, tales como lapas, burgados y peces escorpénidos. Destacan las campañas de prospección con nasas selectivas dirigidas a camarones y grandes cangrejos de profundidad en Canarias, y las campañas con palangre de fondo dirigidas a cantarero, peje obispo y otros peces en Cabo Verde. También cabe resaltar la elaboración y publicación de artículos divulgativos y científicos en revistas regionales e internacionales. AE2 Control de calidad y seguridad alimentaria de productos marisqueros y pesqueros, así como ge-neración de valor agregado en las actividades productivas a través de la capacitación, la ciencia, la biotecnología, la certificación y el eco-etiquetado. MARISCOMAC ha efectuado, en Madeira, estudios analíticos de contaminantes en lapas y burga-dos, estudios genéticos de endo-simbiontes en burgados y estudios de parasitología en pescados de interés comercial, para determinar eventuales impactos y precauciones a tomar en cuenta para la protección de la salud del consumidor. También cabe resaltar un estudio biotecnológico sobre potenciales aplicaciones innovadoras de camarones y cangrejos, en las áreas de alimentación, cosmética, salud y otras. AE3 Refuerzo de la competitividad de las PYMES y sus organizaciones representativas, así como apoyo a la valorización y comercialización de materias primas y a experiencias de integración de produc-tos marinos en la restauración y el turismo. MARISCOMAC ha contribuido a crear y lanzar, en Canarias, el Aula Cultural “Ciencia & Gas-tronomía” de la ULPGC. Esta plataforma ha de considerarse como una experiencia innovadora que persigue la generación de sinergias entre los sectores productivos (terrestres y marinos) de Gran Canaria y de Canarias, para valorizar, promover y priorizar el consumo del producto local, mejorando su comercialización. También hay que destacar el suministro de materias primas del Proyecto a PYMES para ensayos de transformación, valorización y comercialización, así como para la realización de eventos promocionales que contribuyan al incremento del consumo de produc-tos marinos en la Macaronesia. Por último, destacan los trabajos desarrollados por la ULPGC, en Cabo Verde y Canarias, para la obtención de los contenidos del presente libro de recetas gastro-nómicas, de carácter tradicional, de la cocina marinera cabo-verdiana. AE4 Fomento de nuevos modelos de negocio asociados a la pesca y al turismo a través de la trans-ferencia de conocimiento, incluyendo propuestas de normativa adecuada y potenciadora de su desarrollo sostenible. 40 41 El proyecto MARISCOMAC El proyecto MARISCOMAC y su Recetario tradicional y su Recetario tradicional En Madeira, se ha puesto en marcha la exposición itinerante Mariscos da Madeira cuyo objetivo es la divulgación de estos productos pesqueros nuevos o emergentes. También se han hecho progresos en la revisión/elaboración de normativa legal ligada a la regulación del marisqueo de lapas y burgados y a la comercialización de estos molus-cos, habiendo proporcionado MARISCOMAC las bases científicas necesarias. En cuanto a las actuaciones de comunicación y los destinatarios/beneficiarios de las mismas, MARISCOMAC ha llevado a cabo presentaciones públicas, eventos de divulgación, seminarios, charlas y difusión en los media. Este conjunto de acciones, con énfasis en el uso de herramientas TIC, incluye también actuaciones de promoción y divulgación complementarias y de diferente naturaleza: publicaciones, dosieres, carteles, paneles, audiovisuales y participación en congresos y ferias. Los destinatarios principales de las acciones de comunicación son las PYMES y sus organizaciones representativas de los subsectores de la pesca y los ligados a la misma, tales como transfor-mación, distribución, comercialización, restauración, hotelería y turismo, así como las administraciones públicas y los consumidores. Durante 2017 y 2018, MARISCOMAC fue presentado en todas las áreas geográficas participantes involucrando, en su conjunto, a todos sus Socios. El Proyecto, es decir, su Partenariado, financiación, finalidad, objetivos, activida-des y metas, fue publicitado en diferentes sedes institucionales en Madeira, Canarias y Cabo Verde (São Vicente y Santiago) y estas noticias fueron divulgadas por varios medios de comunicación y redes sociales. El Proyecto tam-bién ha sido presentado en centros (públicos y priva-dos) de enseñanza profesional de hostelería, hotelería y turismo de Canarias (Gran Canaria y Tenerife, y con menor intensidad en otras islas). El Recetario tradicional MARISCOMAC La Actividad 2.2.1 del Proyecto MARISCOMAC, referi-da como AE3 en el apartado anterior, titulada refuerzo de la competitividad de las PYMES y sus organizaciones representativas, así como apoyo a la valorización y co-mercialización de materias primas y a experiencias de integración de los productos marinos en la restauración y el turismo, tanto en su descripción como en los resul-tados previstos recoge que serán obtenidos los conteni-dos del libro de recetas “Cocina de mar de Cabo Verde” para promover el consumo de pescado local en Cabo Verde y la confianza de los consumidores. La Memoria técnica de MARISCOMAC va más allá al incluir, entre los productos finales previstos, el propio Recetario y la evaluación de su impacto social y econó-mico. Para ello, la Universidad de Las Palmas de Gran Canaria (ULPGC) contrató, por un lado, la obtención de los contenidos (textos, imágenes, recetas gastronómicas) del Recetario, adquirió las materias primas, ingredientes y utensilios necesarios y contrató las asistencias técnicas profesionales de fotografía especializada, maquetación y producción del presente libro de recetas gastronómicas. La ULPGC pretende llevar a cabo diversas presenta-ciones públicas de este Recetario (tanto en Cabo Verde como en Canarias y en Madeira) y evaluar su impacto socioeconómico. La ejecución de los trabajos, por tanto, ha incluido tareas de coordinación, gestión y planificación, selección de entidades participantes, obtención materias primas e ingredientes, preparación/ensayo de platos culinarios y su elaboración final, fotografiado de ambientes, cocineros/restauradores, cómo se hace y platos culinarios, obten-ción de textos de recetas, tratamiento fotográfico y de textos, desarrollo de todos los contenidos del presente Recetario valorizado, ilustración, composición y edición del arte final. En cuanto a la difusión del Recetario, teniendo en cuenta que la producción del mismo será esencialmente digital, MARISCOMAC ha previsto su alojamiento y descarga gratuita en la web del Proyecto y en las webs oficiales de 42 43 El proyecto MARISCOMAC y su Recetario tradicional los Socios del Partenariado. De esta forma tendremos un indicador válido (número de descargas realizadas) para valorar objetivamente el impacto socioeconómico del Recetario. Durante la ejecución de los trabajos en Cabo Verde, la ULPGC ha contado con la inestimable participación, cola-boración y apoyo logístico del socio Escola de Hotelaria e Turismo de Cabo Verde (EHTCV), así como de diversas PYMES de la isla de Santiago colaboradoras que se han integrado en este ilusionante proyecto: Marbello Produtos do Mar Lda., la empresa Pexi di Terra a través de su restaurante Bica d’Areia, el restaurante O Poeta y el hotel Oásis Praiamar en el municipio de Praia, capital del país, así como el restaurante Tereru di Kultura en la localidad de Cidade Velha en el municipio de Ribeira Grande de Santiago. El Recetario en cifras Toca ahora hablar de este Recetario en términos de cifras, cuantificando sus características y contenidos. El pre-sente Recetario tradicional de cocina marinera de Cabo Verde recoge un total de 20 recetas gastronómicas, con la participación de 8 restauradores/cocineros (de los cuales 5 son mujeres), adscritos a 5 restaurantes o entidades gastronómicas participantes, habiendo valorizado y promocionado 18 materias primas marinas (pescados y ma-riscos) cabo-verdianas. Los productos marinos han consistido en 8 mariscos (representados por diversos tipos de crustáceos y moluscos), 3 pescados magros, 2 pescados semigrasos y 5 pescados grasos. En el Anexo 1 se presenta una tabla con la lista de las recetas tradicionales o clásicas desarrolladas por MARISCO-MAC para el presente Recetario, con indicación de la entidad realizadora, el/la restaurador/cocinero responsa-ble, el nombre de la receta y el producto marino utilizado (principal y secundario) incluyendo su nombre común y científico. En la tabla, las recetas han sido ordenadas de acuerdo con las características nutricionales de las materias primas marinas: mariscos, pescados magros, pescados semigrasos y pescados grasos. The MARISCOMAC project The MARISCOMAC cooperation project (MAC/2.3d/097) on “Development of technical and scientific conditions, training, transfer of technology and knowledge to promote sustainable exploitation and marke-ting of shellfish in Macaronesia” is co-financed by the European Union ERDF through the Territorial Coo-peration Programme INTERREG V-A Madeira-Azores-Canary Islands (MAC) 2014-2020. It is being implemented during the during the four-year period 2017-2020. The partners of MARISCOMAC are the following: in Madeira, the Regional Directorate of Fisheries (DRP) (coor-dinator) and the Municipality of Funchal through its Marine Biology Station of Funchal (EBMF); in the Canary Islands, the University of Las Palmas de Gran Canaria (ULPGC), which provides the technical-scientific direction and the financial plan in Cabo Verde; in Cabo Verde, the National Institute of Fisheries Development (INDP), the O projeto MARISCOMAC e seu Livro de Receitas tradicionais El proyecto MARISCOMAC y su Recetario tradicional The MARISCOMAC Project and its traditional Cookbook 44 45 The MARISCOMAC Project The MARISCOMAC Project and its traditional Cookbook and its traditional Cookbook University of Cabo Verde (Uni-CV) through the Faculty of Engineering and Marine Sciences, the School of Hotel Industry and Tourism (EHTCV) and the Agency for Business Development and Innovation – ADEI (institution extinct in 2016) and currently replaced by Institute for Business Support and Promotion, Pro-Empresa). In addi-tion, several SMEs - Small and medium-sized companies- operating in the value chain of marine products actively participate in this Consortium, demonstrating their interest in the execution, delivery of services, results and/or final products of the Project. In order to improve the competitiveness of small and medium-sized fisheries (of SMEs) and their value chain, MARISCOMAC aims to develop technical conditions and scientific bases for responsible and sustainable exploi-tation of fisheries resources from the waters of Madeira, the Canary Islands and Cabo Verde and its rational commercialization. The Project builds on the pillars of knowledge and technology transfer to SMEs in the fishing value chain, of vocational training for the appropriate use of these valued or innovative marine products and their responsible use in extractive (fishing, harvesting), touristic and catering activities. MARISCOMAC uses IT to disseminate knowledge/technology in order to promote job creation, and to train and develop SMEs in the fisheries sector, thus contributing to the generation of the so-called blue economy. This strategy will improve the competitiveness of these companies and create conditions for their internationalization. The Project also aims to promote entrepreneurship in related economic sectors. MARISCOMAC is aligned with the Common Fisheries Policy of the European Union, in particular with its objec-tives for the sustainable exploitation of resources and the monitoring/obtaining of good environmental status, in accordance with the Marine Strategy Framework Directive. The project is consistent with the existing (European, national and regional) strategies in their respective marine-maritime domains. The Project therefore reflects two main specific objectives (SO): SO1 Enhancement of traditional fisheries, development of new fisheries, innovation and added value of marine products, with a view to strengthening interactions in the value chain of seafood products. SO2 Promotion of new business models, associated with valued/innovative products, to increase the competitiveness of the socio-economic tissue of fisheries, catering and tourism. It includes the increase of synergies between the different economic sub-sectors involved. In addition to the common Coordination and Communication activities, the MARISCOMAC Project was structu-red in the following Execution Activities (EA): EA1 Determination of biological/genetic parameters of shellfishes (molluscs and crustaceans) and fi-shes of commercial interest, using responsible and environmentally friendly technologies. MARISCOMAC is determining biological parameters of shellfish and fish of commercial interest, such as limpets, marine snails and scorpaenid fishes. Particularly noteworthy are the selective ex-ploration campaigns directed at pandalid shrimps and large deep-sea crabs in the Canary Islands, and the bottom longline campaigns targeting red scorpionfish, offshore rockfish and other fishes in Cabo Verde. It is also worth mentioning the elaboration and publication of informative/popular and scientific articles in regional and international journals. EA2 Quality control and food safety of seafood (fish and shellfish), as well as the generation of added value in productive activities through training, science, biotechnology, certification and eco-labels. In Madeira, MARISCOMAC carried out analytical studies of pollutants in limpets and marine snai-ls, genetic studies of endosymbionts in marine snails and parasitological studies on fish of commer-cial interest in order to determine possible impacts and precautions to be taken into account for protection of consumer health. It is also worth mentioning a biotechnological study on potential innovative applications of shrimps and crabs in the areas of food, cosmetics and health, among others. EA3 Reinforcement of the competitiveness of SMEs and their representative organizations, as well as support for the valorisation and commercialization of raw materials and experiences of integra-tion of marine products in catering and tourism. MARISCOMAC contributed to the creation and implementation of the Cultural Centre “Scien-ce & Gastronomy”, at the ULPGC, in the Canary Islands. This platform is considered to be an innovative experiment aimed at generating synergies between the productive sectors (terrestrial and marine) of Gran Canaria and the Canary Islands, to value, promote and prioritize the con-sumption of the local product, thus improving its commercialization. It is also worth mentioning the raw materials supplied by the Project to SMEs for trials of transformation, valorisation and commercialization, as well as the support given for promotional events that contribute to the increase of the consumption of marine products in Macaronesia. Finally, it is worth highlighting the work developed by the ULPGC in Cabo Verde and in the Canary Islands in order to obtain the contents of the present Cookbook. EA4 Promotion of new business models associated with fishing and tourism through the transfer of knowledge, including proposals for appropriate norms and enhancing their sustainable develop-ment. 46 47 The MARISCOMAC Project The MARISCOMAC Project and its traditional Cookbook and its traditional Cookbook The Mariscos da Madeira (= Madeira Seafood) itinerant exhibition was launched in Madeira. Its objective is to disseminate new or emerging fishery products. Progress has also been made in the revision/elaboration of the legal rules related to the regulation of shellfishes such as limpets and marine snails and the commercialization of these molluscs. MARISCOMAC provided the necessary scientific bases. Regarding communication activities and the beneficiaries, MARISCOMAC held public presentations, dissemina-tion events, seminars, lectures and diffusions in the media. This set of actions, with emphasis on the use of IT, also includes promotion activities and complementary dissemination of different nature: publications, dossiers, posters, panels, audio-visuals and participation in congresses and fairs. These communication actions were mainly targeted at the SMEs and their representative organizations in the fisheries subsectors, such as those dealing with product processing, distribution and marketing, catering, hotel business, tourism, and at other sectors like public administration and consumers in general. During the years 2017 and 2018, MARISCOMAC was presented in all participating geographical areas, involving all its members. The Project, including its consortium, funding, purpose, objectives, activities and goals, was pu-blicized in different institutional headquarters in Madeira, the Canary Islands and Cabo Verde (São Vicente and Santiago), and this news was disclosed in the various media and social networks. The Project was also presented at public and private centres for hotel business and tourism training in the Canary Islands (Gran Canaria and Tenerife, and with less emphasis in other islands). The traditional MARISCOMAC Recipes With a view to promoting consumption of local fish in Cabo Verde and consumer confidence, the contents of the “A cookbook of Cabo Verde traditional seafood cuisine” will be obtained from Activity 2.2.1 of the MA-RISCOMAC Project, referred to as EA3 above, under the heading “Reinforcing the competitiveness of SMEs and their representative organizations”; this also inclu-des the valorisation and marketing of raw materials and experiences of integration of marine products in catering and tourism, both in its description and in the expected results. The final report of MARISCOMAC goes even further by including in the expected final products the Cook-book itself and the evaluation of its social and econo-mic impact. To this end, the University of Las Palmas de Gran Canaria (ULPGC) contracted not only the obtaining of the contents (texts, images, gastronomic recipes) of the Cookbook but also acquired the neces-sary raw materials, ingredients and utensils, and hired professional and technical assistance for specialized photography, layout and production of this book of gastronomic recipes. The ULPGC also intends to carry out several public presentations of this Cookbook (in Cabo Verde as well as in the Canary Islands and Madeira) and to assess its socioeconomic impact. The execution of the work included, therefore, tasks of coordination, management and planning, selection of participating entities, the obtaining of raw materials and ingredients, preparation/experimentation of culinary di-shes and their final elaboration, photography of environments, cooks/restaurateurs, confection of culinary dishes, the obtaining of texts of recipes, photographic and text processing, development of all contents of this valorised Cookbook, as well as illustration, organisation and edition. Taking into account that this Cookbook will be mainly produced in digital format, MARISCOMAC intends to make it available in the Project website and in the official sites of the Project Partners for free download and use. In this way, we will have a valid indicator (number of visits/downloads performed) for objective assessment of the socioeconomic impact of the Cookbook. 48 The MARISCOMAC Project and its traditional Cookbook During the execution of the work in Cabo Verde, the ULPGC benefited from the invaluable participation, colla-boration and logistical support of the School of Hotel Business and Tourism of Cabo Verde (EHTCV), as well as from several SMEs in the island of Santiago, who joined this challenging project: Marbello Produtos do Mar Lda., Pexi di Terra company through its Bica d’Areia restaurant, O Poeta restaurant and Oásis Praiamar Hotel in Praia, the capital city of the country, as well as Tereru di Kultura restaurant at Cidade Velha located in the Municipality of Ribeira Grande de Santiago. The cookbook in figures Let us now speak of this Cookbook in terms of figures, quantifying its characteristics and contents. The present “A cookbook of Cabo Verde traditional seafood cuisine” is a collection of 20 gastronomic recipes, with the parti-cipation of 8 restaurateurs/cooks (of whom 5 are women), assigned to 5 restaurants or participating gastronomic entities, having valued and promoted 18 marine raw materials including fish and shellfish from Cabo Verde. The marine products consist of 8 shellfishes (represented by various species of crustaceans and molluscs), 3 lean fishes, 2 semi-fatty fishes and 5 fatty fishes. Annex 1 presents a list of the traditional or classic recipes developed by MARISCOMAC for this Cookbook, indi-cating the producer, the cook responsible for the preparation, the name of the recipe and the marine product used (main and secondary) including common and scientific names. In the table, the recipes were ordered according to the nutritional characteristics of the marine raw materials: shellfish, lean fish, semi-fatty fish and fatty fish. 51 A atividade pesqueira constitui um sector primário de extrema importância económica e social para o ar-quipélago de Cabo Verde ocupando um lugar de destaque no plano estratégico de desenvolvimento da economia do País. O sector têm desempenhado um papel importante no fortalecimento da segurança alimentar, na redução da pobreza, na criação de emprego, no equilíbrio da balança de pagamentos e no aumento do valor da produção nacional (BO 2009). O peixe fresco representa a principal proteína animal mais consumida pelos cabo-verdianos, sendo o consumo per-capita de pescado estimado em 26,5 kg nos últimos anos (FAO 2016). Em 1998, o consumo per-capita de pescado foi de 19 kg; nos anos seguintes este consumo elevou-se para 23 kg em 2003 e 26,5 em 2004 (González & Tariche 2009), portanto este valor parece permanecer invariável na última década. O potencial haliêutico conhecido para Cabo Verde é moderado - estimado entre 36.000 e 44.000 toneladas - mesmo localizado numa zona de produtividade primária relativamente alta e apesar da vasta extensão da Zona Económica Exclusiva (com 734.265 km2). Isto se deve às características das plataformas insulares limitadas (5.394 km2 no conjunto do arquipélago até a isobática de 200 metros), à natureza vulcânica e bastante acidentada das ilhas, bem como à raridade e pouca expressividade dos fenómenos de ressurgência, à irregularidade e escassez das chuvas e ao regime hidrológico e oceanográfico, muitas vezes pouco favorável à retenção de matéria biológica (González & Tariche 2009). As dificuldades hoje enfrentadas pelo sector pesqueiro muitas vezes residem no elevado grau de imprevisibilidade, na sazonalidade, na perecibilidade do produto pesqueiro, nos riscos associados à atividade, bem como no baixo nível de escolaridade da maioria dos operadores. Estes desafios constituem fatores limitativos de investimento. As pescarias atuais em Cabo Verde Las pesquerías actuales en Cabo Verde Current fisheries in Cabo Verde 52 53 As pescarias atuais em Cabo Verde As pescarias atuais em Cabo Verde Contudo, desde muito cedo, os sucessivos governos e ONGs internacionais têm vindo a posicionar esse sector como estratégico e de grande importância para o desenvolvimento social e económico do País. De acordo com o anuário estatístico (INE 2015), entre os produtos mais exportados por Cabo Verde estão os peixes, os crustáceos e os moluscos, representando 44,5%, seguido dos preparados e conservas de peixe (40%). No total, os dois subgrupos de produtos das pescas representaram 84,5% das exportações de bens em 2015. Em 2016 a tendência hegemónica do sector das pescas no nível de exportações de bens continuou apesar de ter registado uma ligeira redução no valor (INE 2016). Com base nas contas nacionais estima-se um peso de 2-3% do sector das pescas no produto interno bruto (PIB), se se tiver em conta a contribuição dos ramos da atividade de pesca que se situam a jusante das capturas, tais como a transformação e a comercialização de pescado. São nesses dois ramos que se agrega valor ao produto e acredita-se que o “resgate” de todas as atividades que gravitam à volta do sector das pescas, em sentido lato, dará um posicionamento diferente do sector no PIB, que extravasa a sua importância meramente como produção pri-mária. De acordo com as informações disponíveis (INE 2015), a contribuição das capturas de pescado no PIB é de 1,2%. De ressaltar que se trata da contribuição, enquanto sector primário, ou seja, atividade até primeira venda no porto de desembarque, por conseguinte, o produto da pesca é praticamente sem agregar valor. Nota-se a mesma tendência comparativamente a 2008, em que González & Tariche (2009) publicaram que a atividade primária do sector pesqueiro não superava 1,5% do PIB. As potencialidades de emprego e de geração de postos de trabalho são bem visíveis. Em 2016, por exemplo, foi estimada a existência de 7.000 postos de trabalho na pesca extrativa, pesca artesanal, semi-industrial e industrial (DNEM 2017). As indústrias de transformação e conservação de pescado (Frescomar e Sucla) geram 1.350 pos-tos de trabalho (FAO 2016) e na comercialização do pescado o número de postos de trabalho estimados é de 987 (INDP 2012). Outros empregos indiretos são gerados, nomeadamente os relacionados com a atividade de estiva, armazenagem e processamento de pescado, aproveitamento de farinha de peixe para ração animal, construção e reparação de apetrechos e equipamentos navais para a pesca. Estima-se que o sector emprega 5% da população ativa (FAO 2016). Este valor parece permanecer em níveis parecidos (em 2008 a pesca empregava perto de 2,1% da população total de Cabo Verde e 5,2% da população ativa, González & Tariche 2009). De salientar ainda que as compensações dos acordos e as licenças de pesca, sejam de embarcações nacionais ou estrangeiras, representam também contribuições importantes do sector pesqueiro para a economia do País. Segundo o Plano Executivo de Gestão dos Recursos da Pesca para o biénio 2016-2017 (Resolução nº 29/2016, 16 de março, BO nº 16 Serie I), com prorrogação até junho de 2018 (Resolução nº 8/2018, 1 de fevereiro, BO nº 6 Serie I) (BO 2018), o tipo de frota, engenho e recursos-alvo identificam seis pescarias industriais e cinco pescarias artesanais. A frota opera nas pescarias de linha / vara de atum e afins, cerco de pequenos peixes pelágicos e covos de crustáceos. Da nossa perspetiva, as pescarias nacionais (recentes ou atuais) em Cabo Verde podem ser classificadas assim: Apanha de mariscos litorais Pesca artesanal Pesca semi-industrial e industrial Lapa Redes de cerco-arrasto de praia Cerco para cavala-preta e outros Perceve Linhas para demersais Covos para lagosta-rosa Búzio-cabra Cerco para pequenos peixes pelágicos costeiros Lagostas costeiras (mergulho) Linhas para tunídeos Cefalópodes (polvo e choco) Redes de emalhar A zona no interior das 3 milhas náuticas é reservada exclusivamente à pesca artesanal constituída por pequenas embarcações em madeira (sendo algumas revestidas em fibra de vidro), de boca aberta e com reduzida autonomia no mar. Geralmente são embarcações de 3,5 a 8 m de comprimento e 1,5 a 2,5 m de largura, motorizadas (mo-tor fora de borda) ou não, cuja potência do motor varia entre 5 e 25 HP. Esta frota dedica-se à pesca de linha de peixes demersais, assim como grandes pelágicos e afins, ao mergulho para a captura de peixes demersais, lagostas costeiras e moluscos (búzio, polvo e choco). Em 2017, de acordo com os dados da Direção Nacional de Economia 54 55 As pescarias atuais em Cabo Verde Marítima (DNEM) (Tabela 1), havia 5.078 pescadores operando em 1.588 botes, uma média de três pescadores por bote, sendo os rendimentos baseados no sistema de partilha (2.200$00 a 4.400$00 semanais por pescador). Comparativamente ao ano 2005, na frota artesanal havia 3.108 pescadores operando em 1.036 botes, dos quais 74% motorizados (González & Tariche 2009). Portanto, nos últimos 12 anos os pescadores artesanais aumenta-ram 63% e as suas embarcações 53%. O interior das 12 milhas náuticas é reservado exclusivamente à frota semi-industrial e industrial. Esta frota tem como alvo os pequenos peixes pelágicos, tunídeos, tubarões, crustáceos, entre outros, sendo as artes de pesca as redes de cerco, as redes de emalhar e/ou as redes de cerco-arrasto de praia. As embarcações da pesca semi-industrial e industrial são heterogéneas, com comprimento variando entre 8 e 25 m, potência do motor interno entre 25 e 500 HP e arqueação entre 2,5 e 121 TAB, com uma média de 10 tripulantes por embarcação. Conforme dados da DNEM, em 2017 existia um total de 119 embarcações de pesca semi-industrial e industrial (Tabela 2), sendo apenas 1 embarcação de pesca industrial nacional a operar dentro e fora da ZEE. Relati-vamente às frotas semi-industrial e industrial, em 2005 havia 840 pescadores operando em 70 embarcações (González & Tariche 2009). Portanto, nos últimos 12 anos os pescadores destas categorias aumentaram 43% e as suas embarcações 71%. Fora das 12 milhas é realizada a pesca estrangeira (palangre de superfície e cerco para grandes peixes pelágicos). Esta frota somente pode operar na ZEE de Cabo Verde ao abrigo de acordos de pesca. Destaca-se o acordo com a União Europeia, aprovado através do Decreto nº 2/2007, de 26 de março, BO nº 12, que têm sido executado mediante assinaturas periódicas de protocolos e anexos. Atualmente está em curso o protocolo que determina as condições de acesso dos navios da Comunidade Europeia aos recursos da pesca nas águas de Cabo Verde, com duração de quatro anos (2014-2018), conforme publicação no BO nº 1 de 15 de abril de 2015. Nesse período, 71 navios de pesca da União Europeia (28 atuneiros cercadores, 13 atuneiros caneiros e 30 palangreiros de su-perfície) podem exercer a atividade de pesca na ZEE de Cabo Verde mediante autorização. As espécies mais cap-turadas pela frota estrangeira são o patudo (Thunnus obesus), a albacora (Thunnus albacares), o espadarte (Xiphias gladius) e os tubarões (Prionace glauca, Isurus oxyrinchus e outros). Os desembarques da pesca artesanal são feitos em regra em portos dentro ou próximo das comunidades pis-catórias (segundo o INDP, existem 97 pontos de desembarque de pesca artesanal no País). Em relação à pesca industrial, as descargas são efetuadas maioritariamente no cais do Complexo de Pesca de Cova d’Inglesa na ilha de São Vicente, no cais de pesca da Praia na ilha de Santiago e no cais de Tarrafal na ilha de São Nicolau podendo, no entanto, ocorrer esporadicamente nas ilhas do Sal e de Santo Antão. A seguir aos desembarques, a trajetória das atividades do sector das pescas continua por via da comercialização do pescado, numa cadeia de intermediações e de agregação de valor até chegar ao consumidor final. A comple-xidade pós-desembarque se põe mais nos produtos da pesca destinados às fábricas de conservas e à exportação, tendo em conta os períodos de tempo de armazenamento antes dos processos de transformação, conservação e exportação, bem como as exigências sanitárias tanto no mercado interno como no externo (Correia 2017). O pescado adquirido pelas famílias para o consumo final, nos mercados ou nos restaurantes, é vendido maioritaria- Tabela 1. Distribuição do número de botes e pescadores da pesca artesanal por ilhas em Cabo Verde (Fonte: DNEM 2017). Ilhas Embarcações artesanais Nº de botes Nº de pescadores Santo Antão 156 640 São Vicente 113 514 São Nicolau 94 267 Sal 151 482 Boa Vista 140 318 Maio 103 229 Santiago 571 1863 Fogo 157 514 Brava 103 251 Total Nacional 1588 5078 Tabela 2. Distribuição do número de embarcações e tripulantes do sector de pesca semi-industrial e industrial por ilhas em Cabo Verde (Fonte: DNEM 2017). Ilhas Embarcações semi-industriais e industriais Nº de embarcações Nº de tripulantes Santo Antão 6 72 São Vicente 45 502 São Nicolau 5 58 Sal 7 63 Boa Vista 6 25 Maio 0 0 Santiago 45 456 Fogo 4 35 Brava 1 9 Total Nacional 119 1220 56 57 As pescarias atuais em Cabo Verde As pescarias atuais em Cabo Verde mente fresco, sendo ou não refrigerado com gelo. Só uma pequena parte do pescado é comercializada a seco, salgado ou em salmoura. Nos últimos anos têm-se verificado algumas casas comerciais nas ilhas de São Vicente e Santiago que vendem pescado congelado (Correia 2017). As fileiras para a entrada da matéria-prima e serviços no mercado poderão resumir-se na pesca industrial e semi-industrial, artesanal, importação, transbordo e, futuramente, perspectiva-se a aquacultura (Barbosa et al. 2015). Com a entrada em funcionamento em 2015 da Plataforma de Frio do Mindelo (sob gestão, atualmente, pela empresa Atunlo CV) houve um aumento e melhoria nos serviços de transbordo, de descargas e outras prestações de serviço relacionados com os produtos provenientes da pesca. Em geral, as melhores infraestruturas de pesca (em termos de portos, instalações de frio e de transformação) es-tão localizadas nas ilhas de São Vicente, Santiago e Sal. O pescado é maioritariamente comercializado no mercado local, mas existe uma pequena quantidade que é exportada e que é compreendida principalmente por lagostas e peixe fresco (atuns e peixes demersais). O Plano de Gestão dos Recursos da Pesca referiu em 2003 um potencial pesqueiro conhecido de 36.000 a 44.000 toneladas, como já foi dito acima. Deste potencial, 55 a 70% são constituídos pelos tunídeos, basicamente de carácter migratório, dos quais o gaiado (Katsuwonus pelamis) e a albacora (Thunnus albacares) são os mais capturados. Outros pelágicos oceânicos com repre-sentatividade nos desembarques são o serra (Acantho-cybium solandri), o patudo (Thunnus obesus), a merma (Euthynnus alletteratus) e o judeu ou cachorrinha (Auxis rochei e A. thazard) (Monteiro 2008, Fernández-Gil et al. 2013). Os tunídeos são, até a altura, o único grupo de entre as pescarias que poderão ser negociadas à luz de acordos de pesca. Do grupo dos pequenos peixes pelágicos costeiros, as espécies mais capturadas são da família dos Carangí-deos, a constar a cavala-preta (Decapterus macarellus), a cavala-branca (Decapterus punctatus), o chicharro / olho-largo (Selar crumenophthalmus) e a dobrada (Spicara melanurus). Ainda são desembarcadas outras espécies de Carangídeos com relativo valor comercial dos géneros Caranx (bonitos e enforcados) e Serio-la (esmoregais) (Monteiro 2008, Fernández-Gil et al. 2013). As principais medidas de gestão adotadas para esse grupo passam por reservar a pescaria a nacionais e o estabelecimento de um período de defeso para o chicharro/olho-largo de 15 de junho a 14 de julho e para a cavala-preta de 15 de julho a 14 de setembro (Reso-lução nº 29/2016, 16 de março, BO nº 16 Serie I). A ictiofauna demersal que é explorada em Cabo Verde se subdivide em dois grandes grupos: os recursos de fundos rochosos e os de fundos arenosos. No primeiro grupo, os peixes demersais de rocha, estão incluídos os Serranídeos (garoupa Cephalopholis taeniops, manelinhas Serranus atricauda e S. heterurus, méro Epinephelus goreen-sis, mérote E. marginatus, badejo Mycteroperca fusca), as moreias (Muraena e Gymnothorax), os gorazes (Lutjanus agennes, L. fulgens e L. goreensis), o fatcho ou dobradão (Apsilus fuscus), a bica-de-rocha (Lethrinus atlanticus), a ruta (Spondyliosoma cantharus), a benteia (Virididentex acromegalus), o barbeiro (Acanthurus monroviae), a bedja (Bo-dianus speciosus), a corvina (Bodianus scrofa) e os bidiões (Scarus hoefleri, Sparisoma choati e S. cretense). No grupo dos peixes demersais de areia estão incluídos os sargos (Lithognathus mormyrus e Diplodus), o barbo (Galeoides decadactylus), o salmonete (Pseudupeneus prayensis), o fótche (Mulloidichthys martinicus), as façolas (Heteropria-canthus fulgens e Priacanthus arenatus), o besugo (Pomadasys incisus) e o abroto (Pomadasys rogerii). Nos fundos arenosos ou coralinos pescam-se os fambils ou cangulos (Balistes e Canthidermis) (Monteiro 2008, González & Tariche 2009, Fernández-Gil et al. 2013). 58 59 As pescarias atuais em Cabo Verde Relativamente aos crustáceos, destacam-se a lagosta-rosa (Palinurus charlestoni) - endémica de Cabo Verde - e as lagostas costeiras: a lagosta-verde (Panulirus regius), a lagosta-castanha (Panulirus echinatus) e a lagosta-pedra ou carrasco (Scyllarides latus) (González & Tariche 2009, Fernández-Gil et al. 2013). A pescaria de lagosta-rosa é reservada para a frota nacional e é feita com covos de fundo seletivos por embarcações de pesca industrial. Esta é uma espécie de grande interesse devido ao seu alto valor económico no mercado interno e externo, sendo tradicionalmente exportada viva para a União Europeia. No entanto a espécie têm dado sinal de sobreexploração, levando a limitar o esforço de pesca a um máximo de três embarcações, um período de defeso de 1 de julho a 30 de novembro, um tamanho mínimo de captura de 11 cm de comprimento de carapaça e estabelecido um TAC (captura total admissível) de 12 toneladas por ano e por embarcação (Resolução nº 29/2016 de 16 de março, BO nº 16 Serie I). A captura das lagostas costeiras é feita com mergulho livre, mas na sua maioria os mergulhadores têm recorrido ao uso de garrafas, apesar de essa prática ser proibida no seio das atividades de pesca. Para este grupo de recursos foi estabelecido um período de defeso de 1 de maio a 30 de outubro, um tamanho mínimo de captura de 9 cm de comprimento de carapaça e proibição de captura de fêmeas ovadas. Outros recursos tais como o perceve (Pollicipes caboverdensis) - espécie endémica -, o búzio-cabra (Persististrom-bus latus), a lapa (Patella lugubris) e os cefalópodes (polvo e choco) são bastante capturados, mas o seu potencial é ainda desconhecido. As capturas de lulas (Ommastrephidae) são ocasionalmente feitas, em baixa quantidade, pelas embarcações que trabalham com redes pelágicas. A média anual das capturas dos produtos da pesca nos últimos dez anos (2007-2017) foi estimada em 10.400 to-neladas (Tabela 3, figura 1), nos quais predominam os tunídeos e os pequenos peixes pelágicos (Tabela 4, figura 2). Na década 1998-2007 este valor rondava as 9.300 toneladas, também com predomínio dos pequenos pelágicos e os atuns e afins (González & Tariche 2009). Os peixes demersais, os tubarões, os crustáceos e os moluscos repre-sentam uma fração relativamente baixa (Tabela 4, figura 2). Das capturas globais, 61% provêm da pesca industrial. Quando comparados os desembarques com o potencial estimado, de forma global poderia considerar-se que os recursos pesqueiros de Cabo Verde estão sendo subexplorados. Entretanto é preciso ter em conta que mais da metade deste potencial corresponde aos tunídeos (nomeadamente o gaiado, a albacora e o judeu), pelo que a pesca de atum é, à partida, a que apresenta maiores potencialidades de desenvolvimento. A procura do judeu pe-las conserveiras nacionais têm impulsionado os desembarques da pescaria industrial, enquanto para os pequenos pelágicos a tendência é inversa. Já para os outros recursos as possibilidades de expansão das pescarias são limi-tadas, sobretudo para as espécies demersais (lagostas, peixes de fundo, moluscos), que estarão a ser exploradas perto ou já para além dos limites sustentáveis na maioria dos bancos de pesca do arquipélago. As estatísticas e os resultados da investigação pesqueira (e.g. González & Tariche 2009) mostram que, apesar da grande dimensão da ZEE de Cabo Verde, os seus recursos pesqueiros são diversos, mas de biomassas relativa-mente pequenas. Assim, esses recursos são sensíveis a altos níveis de esforço e têm capacidade relativamente baixa de recuperação uma vez sobreexplorados. Tabela 3. Capturas (em toneladas) anuais (2007-2017) artesanais e industriais em Cabo Verde. Ano Captura artesanal Composição relativa Captura industrial Composição relativa Captura total 2007 4599 51% 4456 49% 9055 2008 4018 49% 4110 51% 8128 2009 4552 51% 4329 49% 8881 2010 4552 48% 4839 52% 9391 2011 4617 50% 4693 50% 9310 2012 4310 42% 5955 58% 10265 2013 4374 36% 7715 64% 12089 2014 4418 31% 9839 69% 14256 2015 4574 30% 10794 70% 15368 2016 4156 44% 5339 56% 9494 2017 3512 39% 5463 61% 8975 16.000 14.000 12.000 10.000 8.000 6.000 4.000 2.000 0 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 Toneladas Captura Artesanal Captura Industrial Captura Total Figura 1. Evolução anual comparada (2007-2017) das capturas (em toneladas) artesanais e industriais em Cabo Verde. 60 61 La actividad pesquera constituye un sector primario de extrema importancia económica y social para el ar-chipiélago de Cabo Verde ocupando un lugar destacado en el plan estratégico de desarrollo de la economía del País. El sector ha desempeñado un papel importante en el fortalecimiento de la seguridad alimentaria, en la reducción de la pobreza, en la creación de empleo, en el equilibrio de la balanza de pagos y en el aumento del valor de la producción nacional (BO 2009). El pescado fresco representa la principal proteína animal más consumida por los cabo-verdianos, estimándose el consumo per capita de pescado en 26,5 kg en los últimos años (FAO 2016). En 1998, el consumo per capita de pescado fue de 19 kg; en los años siguientes este consumo se elevó a 23 kg en 2003 y a 26,5 en 2004 (González & Tariche 2009), por tanto este valor parece permanecer invariable en la última década. El potencial pesquero conocido para Cabo Verde es moderado -estimado entre 36.000 y 44.000 toneladas- a pesar de estar localizado en una zona de productividad primaria relativamente alta y a pesar de la vasta extensión de la Zona Económica Exclusiva (con 734.265 km2). Esto se debe a las características de las plataformas insulares limitadas (5.394 km2 para el conjunto del archipiélago hasta la isobata de 200 metros), la naturaleza volcánica y bastante accidentada de las islas, así como a la rareza y poca expresión de los fenómenos de afloramiento, a la irre-gularidad y escasez de lluvias y al régimen hidrológico y oceanográfico, muchas veces poco favorable a la retención de materia biológica (González & Tariche 2009). Las dificultades actuales a las que se enfrenta el sector pesquero muchas veces residen en el elevado grado de imprevisibilidad, en la estacionalidad, en el carácter perecedero del producto pesquero, en los riesgos asocia-dos a la actividad, así como en el bajo nivel de escolarización de la mayoría de los operadores. Estos desafíos Tubarões, 41 Crustáceos e Moluscos, 41 0% Tunídeos, 4.392 42% 0% Diversos, 720 7% Demersais, 720 13% Pequenos peixes pelágicos, 4.392 38% Tabela 4. Composição das capturas totais (em toneladas) por grupos de recursos nos últimos dez anos (2007-2017) em Cabo Verde. Grupos Capturas Percentagem Tunídeos 4392 41,5% Pequenos peixes pelágicos 3972 37,5% Peixes demersais 1426 13,5% Crustáceos e Moluscos 41 0,4% Diversos 720 6,8% Tubarões 40 0,5% Total 10591 100% Figura 2. Composição das capturas médias por grupo de espécies da pesca artesanal e industrial (2007-2017). em Cabo Verde As pescarias atuais em Cabo Verde Las pesquerías actuales en Cabo Verde Current fisheries in Cabo Verde 62 63 Las Las pesquerías actuales en Cabo Verde pesquerías actuales en Cabo Verde constituyen factores limitadores de inversión, no obstante, desde muy pronto, los sucesivos gobiernos y ONGs internacionales han posicionado a este sector como estratégico y de gran importancia para el desarrollo social y económico del País. De acuerdo con el anuario estadístico (INE 2015), entre los productos más exportados por Cabo Verde están los pescados, los crustáceos y los moluscos, representando el 44,5%, seguido de los preparados y conservas de pes-cado (40%). En total, los dos subgrupos de productos de las pescas representaron el 84,5% de las exportaciones de bienes en 2015. En 2016 la tendencia hegemónica del sector de las pescas en el ámbito de las exportaciones de bienes continuó a pesar de haber registrado una ligera reducción en valor (INE 2016). Los datos oficiales nacionales estiman un peso del 2-3% del sector de las pescas en el producto interior bruto (PIB), si se tiene en cuenta la contribución de los subsectores de la actividad de pesca que operan directamente sobre las capturas, tales como la transformación y la comercialización de pescado. Es en esos dos subsectores donde se agrega valor al producto, aceptándose que el “rescate” de todas las actividades que gravitan alrededor del sector de las pescas, en sentido amplio, dará un posicionamiento diferente del sector en el PIB, que va más allá de su importancia meramente como producción primaria. De acuerdo con las informaciones disponibles (INE 2015), la contribución de las capturas de pescado en el PIB es de 1,2%. Es preciso remarcar que se trata de la contribución, como sector primario, o sea, de la actividad hasta la primera venta en el puerto de desembar-que donde, por consiguiente, el producto de la pesca está prácticamente sin agregar valor. Se observa la misma tendencia comparativamente con 2008, en que González & Tariche (2009) publicaron que la actividad primaria del sector pesquero no superaba el 1,5% del PIB. Las potencialidades de empleo y de generación de puestos de trabajo son bien visibles. En 2016, por ejemplo, fue estimada la existencia de 7.000 puestos de trabajo en la pesca extractiva, pesca artesanal, semi-industrial e industrial (DNEM 2017). Las industrias de transformación y conservas de pescado (Frescomar y Sucla) ge-neraron 1.350 puestos de trabajo (FAO 2016) y en la comercialización del pescado el número de puestos de trabajo estimados fue de 987 (INDP 2012). Otros empleos indirectos son generados, a saber los relacionados con la actividad de estiba, almacenamiento y procesado de pescado, aprovechamiento de harina de pescado para pienso animal, construcción y reparación de pertrechos y equipamientos navales para la pesca. Se estimó que el sector empleaba un 5% de la población activa (FAO 2016). Este valor parece permanecer en niveles parecidos (en 2008 la pesca empleaba cerca del 2,1% de la población total de Cabo Verde y del 5,2% de la población activa, González & Tariche 2009). También cabe ser destacado que las compensaciones de los acuerdos y las licencias de pesca, ya sean de embar-caciones nacionales o extranjeras, representan igualmente contribuciones importantes del sector pesquero para la economía del País. Según el Plan Ejecutivo de Gestión de los Recursos de la Pesca para el bienio 2016-2017 (Resolução nº 29/2016, 16 de março, BO nº 16 Serie I), con prórroga hasta junio de 2018 (Resolução nº 8/2018, 1 de fevereiro, BO nº 6 Serie I) (BO 2018), el tipo de flota, sistema de pesca y recursos objetivo identifican seis pesquerías industriales y cinco pesquerías artesanales. La flota opera en las pesquerías de liña/caña de atún y afines, cerco de pequeños peces pelágicos y nasa de crustáceos. Desde nuestra perspectiva, las pesquerías nacionales (recientes o actuales) en Cabo Verde pueden ser clasificadas como sigue: Marisqueo de especies litorales Pesca artesanal Pesca semi-industrial e industrial Lapa Redes de cerco-arrastre de playa (artes de playa) Cerco para macarela o caballa del Sur y otros Percebe Liñas para peces demersales Nasas para langosta de Cabo Verde o rosa Bucio Cerco para pequeños peces pelágicos costeros Langostas costeras (buceo) Liñas para túnidos Cefalópodos (pulpo y choco) Redes de enmalle La zona interior a las 3 millas náuticas está reservada exclusivamente para la pesca artesanal constituida por pequeñas embarcaciones de madera (estando algunas revestidas de fibra de vidrio), sin cubierta y con reducida autonomía en el mar. Generalmente son embarcaciones de 3,5 a 8 m de eslora y 1,5 a 2,5 m de manga, motori- 64 65 Las pesquerías actuales en Cabo Verde zadas (motor fuera borda) o no, cuya potencia motriz varía entre 5 y 25 CV. Esta flota se dedica a la pesca de liña para peces demersales, así como a grandes peces pelágicos y afines, al buceo para la captura de peces demersales, langostas costeras y moluscos (bucio, pulpo y choco). En 2017, de acuerdo con los datos de la Direção Nacional de Economia Marítima (DNEM) (Tabla 1), había 5.078 pescadores operando en 1.588 botes, con una media de tres pescadores por bote, estando los rendimientos basados en el sistema a la parte (2.200 a 4.400 escudos cabo-ver-dianos semanales por pescador). Comparativamente con el año 2005, en la flota artesanal había 3.108 pescadores operando en 1.036 botes, de los cuales 74% motorizados (González & Tariche 2009). Por tanto, en los últimos 12 años los pescadores artesanales aumentaron un 63% y sus embarcaciones un 53%. La zona interior de las 12 millas náuticas está reservada exclusivamente para la flota semi-industrial e industrial. Esta flota tiene como objetivo los pequeños peces pelágicos, túnidos, tiburones y crustáceos, entre otros, siendo las artes de pesca utilizadas las redes de cerco, las redes de enmalle y/o las redes de cerco-arrastre de playa. Las embarcaciones de la pesca semi-industrial e industrial son heterogéneas, con eslora variando entre 8 y 25 m, potencia del motor interno entre 25 y 500 CV y arqueo entre 2,5 y 121 TRB, con una media de 10 tripulantes por embarcación. De acuerdo con los datos de la DNEM, en 2017 había un total de 119 embarcaciones de pesca semi-industrial e industrial (Tabla 2), con tan solo 1 embarcación de pesca industrial nacional operando dentro y fuera de la ZEE. Relativamente a las flotas semi-industrial e industrial, en 2005 había 840 pescadores operando en 70 embarcaciones (González & Tariche 2009). Por tanto, en los últimos 12 años los pescadores de estas categorías aumentaron un 43% y sus embarcaciones un 71%. Fuera de las 12 millas náuticas se realiza la pesca extranjera (palangre de superficie y cerco para grandes peces pelági-cos). Esta flota solamente puede operar en la ZEE de Cabo Verde al abrigo de acuerdos de pesca. Destaca el acuerdo con la Unión Europea, aprobado a través del Decreto nº 2/2007, de 26 de março, BO nº 12, que ha sido ejecutado mediante firmas periódicas de protocolos y anexos. Actualmente está en curso el protocolo que determina las con-diciones de acceso de los navíos de la Comunidad Europea a los recursos de la pesca en aguas de Cabo Verde, con duración de cuatro años (2014-2018), conforme a lo publicado en el BO nº 1 de 15 de abril de 2015. En ese período, 71 navíos de pesca de la Unión Europea (28 atuneros cerqueros, 13 atuneros cañeros y 30 palangreros de superficie) pueden ejercer la actividad de pesca en la ZEE de Cabo Verde mediante autorización. Las especies más capturadas por la frota extranjera son la tuna o atún obeso (Thunnus obesus), el rabil o albacora (Thunnus albacares), el pez espada (Xiphias gladius) y los tiburones (Prionace glauca, Isurus oxyrinchus y otros). Los desembarques de la pesca artesanal son por lo general efectuados en puertos adscritos o próximos a las co-munidades (asociaciones) de pescadores (según el INDP, existen 97 puntos de desembarque de pesca artesanal en el País). En relación con la pesca industrial, las descargas son efectuadas mayoritariamente en el muelle del Complexo de Pesca de Cova de Inglesa en la isla de São Vicente, en el muelle de pesca da Praia en la isla de Santiago y en el de Tarrafal en la isla de São Nicolau pudiendo, no obstante, ocurrir esporádicamente en las islas de Sal y de Santo Antão. Tabla 1. Distribución del número de botes y pescadores de la pesca artesanal por islas en Cabo Verde (Fuente: DNEM 2017). Islas Embarcaciones artesanales Nº de botes Nº de pescadores Santo Antão 156 640 São Vicente 113 514 São Nicolau 94 267 Sal 151 482 Boa Vista 140 318 Maio 103 229 Santiago 571 1863 Fogo 157 514 Brava 103 251 Total Nacional 1588 5078 Tabla 2. Distribución del número de embarcaciones y tripulantes del sector de pesca semi-industrial e industrial por islas en Cabo Verde (Fuente: DNEM 2017). Islas Embarcaciones semi-industriales e industriales Nº de embarcaciones Nº de tripulantes Santo Antão 6 72 São Vicente 45 502 São Nicolau 5 58 Sal 7 63 Boa Vista 6 25 Maio 0 0 Santiago 45 456 Fogo 4 35 Brava 1 9 Total Nacional 119 1220 66 67 Las Las pesquerías actuales en Cabo Verde pesquerías actuales en Cabo Verde Tras los desembarques, la trayectoria de las actividades del sector de las pescas continúa vía comercialización del pescado, en una cadena de intermediaciones y de agregación de valor hasta llegar al consumidor final. La complejidad post-desembarque es mayor en los productos de la pesca destinados a las fábricas de conservas y a la exportación, teniendo en cuenta los períodos de tiempo de almacenaje antes de los procesos de transformación, conservación y exportación, así como las exigencias sanitarias tanto en el mercado interior como en el exterior (Correia 2017). El pescado adquirido por las familias para consumo final, en los mercados o en los restaurantes, es vendido mayorita-riamente en fresco, siendo o no refrigerado con hielo. Sólo una pequeña parte del pescado es comercializada como producto seco, salado o en salmuera. En los últimos años se han acreditado algunas casas comerciales en las islas de São Vicente y Santiago que venden pescado congelado (Correia 2017). Las cadenas de entrada de materia prima y servicios en el mercado pueden ser resumidas en la pesca industrial y semi-industrial, artesanal, importación, transbordo y, futuramente, la acuicultura (Barbosa et al. 2015). Con la entrada en funcionamiento en 2015 de la Plataforma de Frio do Mindelo (gestionada, actualmente, por la empresa Atunlo CV) hubo un aumento y mejora en los servicios de transbordo, de descargas e otras prestaciones de ser-vicio relacionadas con los productos provenientes de la pesca. En general, las mejores infraestructuras de pesca (en términos de puertos, instalaciones de frío y de transforma-ción) están localizadas en las islas de São Vicente, Santiago y Sal. El pescado es mayoritariamente comercializado en el mercado local, aunque una pequeña cantidad es exportada estando principalmente constituida por langostas y pescado fresco (atunes y peces demersales). El Plan de Gestión de los Recursos de la Pesca reportó en 2003 un potencial pesquero conocido de 36.000 a 44.000 toneladas, como ya fue dicho anteriormente. De este potencial, el 55 a 70% está constituido por los túnidos, básicamente de carácter migratorio, de los cuales el bonito listado (Katsuwonus pelamis) y el rabil o albacora (Thunnus albacares) son los más capturados. Otros pelágicos oceánicos con representatividad en los desembarques son el peto (Acanthocybium solandri), la tuna o atún obeso (Thunnus obesus), la albacoreta (Eu-thynnus alletteratus) y las melvas (Auxis rochei y A. tha-zard) (Monteiro 2008, Fernández-Gil et al. 2013). Los túnidos son, a día de hoy, el único grupo de entre las pesquerías que podría ser negociado a la luz de acuer-dos de pesca. En el grupo de los pequeños peces pelágicos costeros, las especies más capturadas son de la familia de los Ca-rángidos, a saber la macarela o caballa del Sur (Decap-terus macarellus), la macarela blanca (Decapterus puncta-tus), el chicharro ojón (Selar crumenophthalmus) y la sucla (Spicara melanurus). También son desembarcadas otras especies de Carángidos con relativo valor comercial de los géneros Caranx (jureles ojones y jureles negros) y Seriola (medregales) (Monteiro 2008, Fernández-Gil et al. 2013). Las principales medidas de gestión adoptadas para este grupo pasan por reservar la pesquería a los nacionales y el estabelecimiento de un período de veda para el chicharro ojón del 15 de junio al 14 de julio y para la macarela o caballa del Sur del 15 de julio al 14 de septiembre (Resolução nº 29/2016, 16 de março, BO nº 16 Serie I). La ictiofauna demersal que es explotada en Cabo Verde se subdivide en dos grandes grupos: los recursos de fondos rocosos y los de fondos arenosos. En el primer grupo, los peces demersales de roca, están incluidos los Serránidos (cherne colorada Cephalopholis taeniops, cabrillas Serranus atricauda y S. heterurus, mero de Gorea Epinephelus go-reensis, mero E. marginatus, abade Mycteroperca fusca), las morenas (Muraena y Gymnothorax), los roncos (Lutjanus agennes, L. fulgens y L. goreensis), el pargo tijera (Apsilus fuscus), el emperador atlántico (Lethrinus atlanticus), la chopa (Spondyliosoma cantharus), la sama bocona (Virididentex acromegalus), el cirujano (Acanthurus monroviae), la vieja lomo-negro (Bodianus speciosus), el pejeperro (Bodianus scrofa) y los peces loro o viejas (Scarus hoefleri, Sparisoma choati y S. cretense). En el grupo de los peces demersais de arena están incluidos la herrera (Lithognathus mormyrus) y los sargos (Diplodus spp.), el barbudo enano africano (Galeoides decadactylus), el salmonete barbudo (Pseudupeneus prayensis), el salmonete amarillo (Mulloidichthys martinicus), las catalufas (Heteropriacanthus fulgens y Priacanthus arenatus), el ron-cador (Pomadasys incisus) y el ronco trompudo (Pomadasys rogerii). En los fondos arenosos o coralinos se pescan los gallos o peces ballesta (Balistes y Canthidermis) (Monteiro 2008, González & Tariche 2009, Fernández-Gil et al. 2013). 68 69 Las pesquerías actuales en Cabo Verde Relativamente a los crustáceos, destacan la langosta rosa (Palinurus charlestoni) -endémica de Cabo Verde- y las langostas costeras: la langosta verde (Panulirus regius), la langosta marrón (Panulirus echinatus) y la langosta canaria o cigarra de mar (Scyllarides latus) (González & Tariche 2009, Fernández-Gil et al. 2013). La pesquería de langosta rosa está reservada para la flota nacional y es efectuada con nasas de fondo selectivas por medio de embarca-ciones de pesca industrial. Esta es una especie de gran interés debido a su alto valor económico en el mercado interno y externo, siendo tradicionalmente exportada viva para la Unión Europea. Sin embargo, habiendo dado el recurso síntomas de sobreexplotación, el esfuerzo de pesca sobre el mismo fue limitado a un máximo de tres embarcaciones, un período de veda desde el 1 de julio hasta el 30 de noviembre, un tamaño mínimo de captura de 11 cm de longitud de caparazón y a la fijación de un TAC (captura total admisible) de 12 toneladas por año y por embarcación (Resolução nº 29/2016 de 16 de março, BO nº 16 Serie I). La captura de las langostas costeras es realizada con buceo libre, aunque en su mayoría los buceadores han recu-rrido al uso de botellas de buceo, a pesar de que esta práctica está prohibida para las actividades de pesca. Para este grupo de recursos fue establecido un período de veda desde el 1 de mayo hasta el 30 de octubre, un tamaño mínimo de captura de 9 cm de longitud de caparazón y prohibición de captura de hembras ovígeras. Otros recursos tales como el percebe (Pollicipes caboverdensis) -especie endémica-, el bucio (Persististrombus latus), la lapa (Patella lugubris) y los cefalópodos (pulpo y choco) son bastante capturados, aunque su potencial es aún desconocido. Las capturas de potas (Ommastrephidae) son hechas ocasionalmente, en cantidades bajas, por las embarcaciones que trabajan con redes pelágicas. La media anual de las capturas de los productos de la pesca en los últimos diez años (2007-2017) fue estimada en 10.400 toneladas (Tabla 3, figura 1), en los cuales predominan los túnidos y los pequeños peces pelágicos (Tabla 4, figura 2). En la década 1998-2007 este valor rondaba las 9.300 toneladas, también con predominio de los peque-ños pelágicos y los atunes y afines (González & Tariche 2009). Los peces demersales, los tiburones, los crustáceos y los moluscos representan una fracción relativamente baja (Tabla 4, figura 2). De las capturas globales, el 61% proviene de la pesca industrial. Cuando los desembarques son comparados con el potencial estimado, de forma global podría considerarse que los recursos pesqueros de Cabo Verde están siendo infra-explotados. En este sentido es preciso tener en cuenta que más de la mitad de este potencial corresponde a los túnidos (a saber, el bonito listado, el rabil y las melvas), por lo que la pesca de los túnidos es el segmento con mayores potencialidades de desarrollo. La búsqueda de melva por las conserveras nacionales ha impulsado los desembarques de la pesquería industrial, mientras que en el caso de los pequeños pelágicos la tendencia es inversa. Para los otros recursos las posibilidades de expansión de las pesquerías son limitadas, sobre todo para las especies demersales (langostas, peces de fondo, moluscos), que estarían siendo explotadas cerca o ya más allá de los límites sostenibles en la mayoría de los caladeros de pesca del archipiélago. 16.000 14.000 12.000 10.000 8.000 6.000 4.000 2.000 0 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 Toneladas Captura Artesanal Captura Industrial Captura Total Tabla 3. Capturas (en toneladas) anuales (2007-2017) artesanales e industriales en Cabo Verde. Año Captura artesanal Composición relativa Captura industrial Composición relativa Captura total 2007 4599 51% 4456 49% 9055 2008 4018 49% 4110 51% 8128 2009 4552 51% 4329 49% 8881 2010 4552 48% 4839 52% 9391 2011 4617 50% 4693 50% 9310 2012 4310 42% 5955 58% 10265 2013 4374 36% 7715 64% 12089 2014 4418 31% 9839 69% 14256 2015 4574 30% 10794 70% 15368 2016 4156 44% 5339 56% 9494 2017 3512 39% 5463 61% 8975 Figura 1. Evolución anual comparada (2007-2017) de las capturas (en toneladas) artesanales e industriales en Cabo Verde. 70 71 Las estadísticas y los resultados de la investigación pesquera (e.g. González & Tariche 2009) muestran que, a pesar de la gran dimensión de la ZEE de Cabo Verde, sus recursos pesqueros son diversos, aunque de biomasas rela-tivamente pequeñas. Por ello, estos recursos son sensibles a altos niveles de esfuerzo y presenta una capacidad relativamente baja de recuperación una vez sobreexplotados. Figura 2. Composición de las capturas medios por grupo de especies de la pesca artesanal e industrial (2007-2017) en Cabo Verde. Tabla 4. Composición de las capturas totales (en toneladas) por grupos de recursos en los últimos diez años (2007-2017) en Cabo Verde. Grupos Capturas Porcentaje Túnidos 4392 41,5% Pequeños Peces pelágicos 3972 37,5% Peces demersales 1426 13,5% Crustáceos y Moluscos 41 0,4% Otros 720 6,8% Tiburones 40 0,5% Total 10591 100% As pescarias atuais em Cabo Verde Las pesquerías actuales en Cabo Verde Current fisheries in Cabo Verde The fishing activity is a primary sector of extreme economic and social importance for the archipelago of Cabo Verde, and has a prominent place in the country’s strategic economic development plan. This sector has played an important role in strengthening food security, reducing poverty, job creation, equilibrium of the balance of payments and increase in the value of national production (BO 2009). Fresh fish represent the main animal protein most consumed by Cabo Verdeans, with per-capita fish consumption estimated at 26.5 kg in recent years (FAO 2016). In 1998, the per-capita consumption of fish was 19 kg; in the following years this consumption rose to 23 kg in 2003 and 26.5 in 2004 (González & Tariche 2009), so this value seems to have remained unchanged in the last decade. The halieutic potential of Cabo Verde is moderate – it was estimated between 36,000 and 44,000 tons – although this archipelago is located in a relatively high primary productivity zone and despite the vast extension of the Exclusive Economic Zone (734,265 km2). This is due to the characteristics of the limited island platforms (5,394 km2 in the ar-chipelago as a whole up to the 200-meter isobath), to the volcanic and rather abrupt nature of the islands seabeds, as well as to the rarity and low impact of upwelling, irregularity and scarcity of rainfall and to the hydrological and ocea-nographic regime, which is often not conducive to the retention of biological material (González & Tariche 2009). Tiburones, 41 Crustáceos y Moluscos, 41 0% Túnidos, 4.392 42% 0% Otros, 720 7% Peces demersales, 720 13% Pequeños peces pelágicos 4.392 38% 72 73 Current Current fisheries in Cabo Verde fisheries in Cabo Verde The difficulties faced today by the fishing sector often stem from the high degree of unpredictability, seasonality, the perishability of the fishery product, the risks associated with the activity, as well as the low level of education of most operators. These challenges are limiting factors for investment, although very early on, the successive governments and international NGOs have considered this sector as strategic and of great importance for the country’s social and economic development. According to the statistical yearbook (INE 2015), among the products most exported by Cabo Verde are fish, crustaceans and molluscs, accounting for 44.5%, followed by prepared and preserved fish (40%). In total, the two subgroups of fishery products accounted for 84.5% of exports of goods in 2015. In 2016, the hegemonic trend of the fishery sector regarding exports of goods continued despite a slight reduction in value (INE 2016). On the basis of the national accounts data, it is estimated that the fishery sector will account for 2-3% of gross domestic product (GDP), if we take into account the contribution of the fishing industry downstream from the catches, such as fish processing and commercialization. It is in these two areas that value is added to the product and it is believed that the “rescue” of all the activities that gravitate towards the return of the fishing sector, in a broad sense, will have a different impact of the sector on GDP, which is far beyond its mere importance as primary production. According to available information (INE 2015), the contribution of fish catches to GDP is 1.2%. It should be noted that this is the contribution, as far as the primary sector is concerned, that is, the activity until first sale at the landing port, therefore, the fishery product has practically no added value. The same trend is observed in relation to 2008, when González & Tariche (2009) reported that the primary activity of the fishing industry did not exceed 1.5% of GDP. The potential of employment and job creation is very clear. In 2016, for example, there were an estimated 7,000 jobs in extractive, artisanal, semi-industrial and industrial fishing (DNEM 2017). The fish processing and conserva-tion industries (Frescomar and Sucla) generated 1,350 jobs (FAO 2016) and in fish commercialization the estima-ted number of jobs is 987 (INDP 2012). Other indirect jobs are generated, namely those related to the activity of stowage, storage and fish processing, use of fish meal for animal feed, construction and repair of naval equipment for fishing. It was estimated that the sector employs 5% of the active population (FAO 2016). This figure seems to remain at similar levels (in 2008 fishing employed close to 2.1% of Cabo Verde’s total population and 5.2% of the active population, González & Tariche 2009). It should be noted, however, that the compensation of agreements and fishing licenses, whether of national or foreign vessels, also represent important contributions of the fishing sector to the country’s economy. According to the Executive Plan for the Management of Fishery Resources for the biennium 2016-2017 (Resolu-tion No. 29/2016, March 16, BO No. 16, Series I), with extension until June 2018 (Resolution 8/2018, February 1st, BO No. 6 Series I) (BO 2018), the type of fleet, equipment and target resources, identify six industrial fisheries and five artisanal ones. The fleet operates on pole-and-line for tuna fish and related fisheries, purse seines for small pelagic fish and selective traps for crustaceans (lobsters). From our perspective, national (recent or current) fisheries in Cabo Verde can be classified as follows: Harvesting of coastal shellfish Artisanal fishing Semi-industrial and industrial fishing Limpet Beach seines Purse seines for mackerel scad and others Cape Verde goose barnacle Lines for demersal fishes Traps for Cape Verde spiny lobster Whelk Purse seines for small pelagic coastal fishes Coastal spiny and locust lobsters (diving) Lines for tunas Cephalopods (octopus and cuttlefish) Gillnets The zone within the 3 nautical miles is reserved exclusively for small-scale fishing, consisting of small wooden open-beam vessels (some of them are covered with fiberglass), with reduced autonomy at sea. They are generally vessels of 3.5 to 8 m in length and 1.5 to 2.5 m in width, motorized (outboard motor) or not, whose engine power varies between 5 and 25 HP. This fleet is engaged in handlines for demersal and large pelagic fish, and in diving for the capture of demersal fish, coastal lobsters and molluscs (whelk, octopus and cuttlefish). In 2017, according to the data from the National Directorate of Maritime Economy (DNEM) (Table 1), there were 5,078 fishermen 74 75 Current fisheries in Cabo Verde operating in 1,588 boats, an average of three fishermen per boat, with earnings based on the sharing system (2,200 CVE to 4,400 CVE per week per fisherman). Compared to 2005, in the artisanal fleet there were 3,108 fishermen operating in 1,036 boats, of which 74% were motorized (González & Tariche 2009). Therefore, in the last 12 years the number of artisanal fishermen has increased by 63% and their vessels by 53%. The interior of the 12 nautical miles is reserved exclusively for the semi-industrial and industrial fleet. This fleet tar-gets small pelagic fish, tunas, sharks, crustaceans, among others, with fishing gear being purse seines, gill nets and/ or beach seine nets. The semi-industrial and industrial fishing vessels are heterogeneous, ranging in length from 8 to 25 m, internal engine power between 25 and 500 HP and tonnage between 2.5 and 121 GRT, with an average of 10 crew members per vessel. According to DNEM data, in 2017 there were a total of 119 semi-industrial and industrial fishing vessels (Table 2), with only one national industrial fishing vessel operating inside and outside the Exclusive Economic Zone (EEZ). With regard to the semi-industrial and industrial fleets, in 2005 there were 840 fishermen operating on 70 vessels (González & Tariche 2009). Therefore, in the last 12 years the number of fisher-men of these categories has increased by 43% and their vessels by 71%. Beyond 12 miles, foreign fishing (surface longlines and purse seines for large pelagic fish) is carried out. This fleet may only operate in Cabo Verde’s EEZ under fishery agreements. Of particular note is the agreement with the European Union, approved by Decree No. 2/2007, of March 26, BO No. 12, which has been implemented throu-gh periodic signatures of protocols and annexes. The Protocol establishing the conditions of access of European Community vessels to Cabo Verde’s fishery resources for four years (2014-2018) is currently in progress, as pu-blished in BO No. 1 of April 15, 2015. During this period, 71 European Union fishing vessels (28 tuna seiners, 13 tuna bait boats and 30 surface longliners) may engage in fishing in the Cabo Verde EEZ upon authorization. The species most caught by the foreign fleet are bigeye tuna (Thunnus obesus), albacore (Thunnus albacares), swordfish (Xiphias gladius) and sharks (Prionace glauca, Isurus oxyrinchus and others). Landings of artisanal fishing are usually made in ports in or near fishing communities (according to the National Institute for Fisheries Development -INDP, there are 97 artisanal fishing landing points in the country). In relation to industrial fishing, the unloading is carried out mainly on the quay of the Cova de Inglesa Fishing Complex on the island of São Vicente, on the Fishing Pier of Praia on the island of Santiago and on the quay of Tarrafal on the island of São Nicolau, although it may occur sporadically on the islands of Sal and Santo Antão. Following the landings, the activities of the fishery sector continue through commercialization of the fish, in a chain of intermediaries and added values until reaching the final consumer. The post-shipment complexity is more concentrated on fishery products for canning and export, taking into account the periods of storage before processing, preservation and export, as well as sanitary requirements both in the internal and foreign markets (Correia 2017). Fish purchased by households for final consumption in markets or restaurants are sold mostly fresh, whether they are chilled with ice or not. Only a small part of the fish is marketed dry, salted or in brine. In recent years frozen fish has also been sold by some commercial houses on the islands of São Vicente and Santiago (Correia 2017). Table 2. Distribution of the number of vessels and crew of the semi-industrial and industrial fishing sector by islands in Cabo Verde (Source: DNEM 2017). Islands Semi-industrial and industrial fishing vessels Nº of vessels Nº of crew Santo Antão 6 72 São Vicente 45 502 São Nicolau 5 58 Sal 7 63 Boa Vista 6 25 Maio 0 0 Santiago 45 456 Fogo 4 35 Brava 1 9 National Total 119 1220 Table 1. Distribution of the number of artisanal fishing boats and fishermen by islands in Cabo Verde (Source: DNEM 2017). Islands Artisanal fishing boats Nº of boats Nº of fishermen Santo Antão 156 640 São Vicente 113 514 São Nicolau 94 267 Sal 151 482 Boa Vista 140 318 Maio 103 229 Santiago 571 1863 Fogo 157 514 Brava 103 251 National Total 1588 5078 76 77 Current Current fisheries in Cabo Verde fisheries in Cabo Verde The lines for the entry of raw material and services into the market may be summarized as industrial, semi-in-dustrial and artisanal fishing, import, transhipment and, in the future, aquaculture prospects (Barbosa et al. 2015). With the entry in operation in 2015 of the Mindelo Cold Platform (currently under management by the Atunlo CV company) there was an increase and improvement in the services of transhipment, unloading and other services related to fishing products. In general, the best fishing infrastructure (in terms of ports, cold storage and processing) is located on the islands of São Vicente, Santiago and Sal. The fish is mostly marketed in the local market, but there is a small amount that is exported, which is mainly comprised of lobsters and fresh fish (tunas and demersal fish). The Fisheries Resource Management Plan reported in 2003 a known fishing potential of 36,000 to 44,000 tons, as mentioned above. Of this potential, 55 to 70% are tunas, basically migratory, of which the skipjack tuna (Katsuwo-nus pelamis) and the yellowfin tuna (Thunnus albacares) are the most caught. Other oceanic pelagic fish of some importance in landings are the wahoo (Acanthocybium solandri), the bigeye tuna (Thunnus obesus), the little tunny (Euthynnus alletteratus) and the bullet and frigate tuna (Auxis rochei and A. thazard) (Monteiro 2008, Fernández-Gil et al. 2013). Up to now, tuna fish is the only group of fisheries that can be traded under the fisheries agreements. From the group of small coastal pelagic fish, the most captured species belong to the Carangidae family, in-cluding mackerel scad (Decapterus macarellus), round scad (Decapterus punctatus), bigeye scad (Selar crume-nophthalmus) and blackspot picarel (Spicara melanurus). Other species of Carangidae with relative commercial value of genus Caranx (jacks) and genus Seriola (amber-jacks) are still unloaded (Monteiro 2008, Fernández-Gil et al. 2013). The main management measures adopted for this group are to reserve the fishery for nationals and to establish a closed season for the bigeye scad from June 15 to July 14 and for the mackerel scad from July 15 to September 14 (Resolution No. 29/2016, March 16, BO No. 16 Series I). The demersal ichthyofauna that is exploited in Cape Verde is subdivided into two large groups: the rocky bottom resources and the sandy bottom resources. In the first group, the demersal rock fishes include se-rranids (bluespotted seabream Cephalopholis taeniops, blacktail comber Serranus atricauda and S. heterurus, Dungat grouper Epinephelus goreensis, dusky grou-per E. marginatus, island grouper Mycteroperca fusca), moray eels (Muraena and Gymnothorax), red snappers Lutjanus agennes, L. fulgens and L. goreensis, the African forktail snapper (Apsilus fuscus), the Atlantic emperor (Lethrinus atlanticus), the black seabream (Spondyliosoma cantharus), the Cape Verde dentex (Virididentex acromegalus), the Monrovia doctor fish (Acanthurus monroviae), the blackbar hogfish (Bodianus speciosus), the red hogfish (Bodianus scrofa), and parrotfishes (Scarus hoefleri, Sparisoma choati and S. cretense). In the group of demersal sand fishes are included seabreams (Lithognathus mormyrus and Diplodus), the lesser African threadfin (Galeoides decadactylus), the West African goatfish (Pseu-dupeneus prayensis), the yellow goatfish (Mulloidichthys martinicus), glasseyes (Heteropriacanthus fulgens and Pria-canthus arenatus), the bastard grunt (Pomadasys incisus) and the pigsnout grunt (Pomadasys rogerii). In the sandy or coral bottoms, the triggersfishes (Balistes and Canthidermis) are caught (Monteiro 2008, González & Tariche 2009, Fernández-Gil et al. 2013). Regarding crustaceans, the most outstanding are the Cape Verde spiny lobster (Palinurus charlestoni) - endemic to Cape Verde - and the coastal spiny lobsters: the royal spiny lobster (Panulirus regius), the brown spiny lobster (Panulirus echinatus) and the greater locust lobster (Scyllarides latus) (González & Tariche 2009, Fernández-Gil et al. 2013). The Cabo Verde spiny lobster fishery is reserved for the national fleet and is made with selective bottom traps by industrial fishing vessels. This is a species of great interest due to its high economic value in the internal and external market, being traditionally exported alive to the European Union. However the species has given a 78 79 Current fisheries in Cabo Verde sign of overexploitation, leading to limit fishing effort to a maximum of three vessels, a closed period from July 1 to November 30, a minimum catch size of 11 cm carapace length and TAC (total allowable catch) of 12 tons per year per vessel (Resolution No. 29/2016 of 16 March, BO No. 16 Series I). The catch of the coastal lobsters is done with free diving, but most divers have resorted to the use of bottles, although this practice is prohibited in the fishing activities. For this group of resources a closed period from May 1st to October 30th was established, as well as a minimum size capture of 9 cm carapace length and prohibition of capture of egg-bearing females. Other resources such the barnacle (Pollicipes caboverdensis) - an endemic species-, the whelk (Persististrom |
|
|
|
1 |
|
A |
|
B |
|
C |
|
E |
|
F |
|
M |
|
N |
|
P |
|
R |
|
T |
|
V |
|
X |
|
|
|