© PASOS. Revista de Turismo y Patrimonio Cultural. ISSN 1695-7121
Vol. 14 N.o 4. Págs. 949-962. 2016
www .pasosonline.org
Resumo: O presente trabalho levantou como questão de estudo a análise dos profissionais no campo
de atuação dos cruzeiros marítimos no Brasil. O objetivo geral desta pesquisa é analisar o mercado de
trabalho nos cruzeiros marítimos da costa brasileira e compreender como os profissionais ingressam neste
ramo de atividade, identificar as habilidades exigidas e as competências necessárias para atuação nas
diversas funções de entretenimento, hotelaria e atendimento a bordo. O método adotado foi qualitativo e
exploratório. A pesquisa foi baseada na análise dos depoimentos de candidatos às vagas de trabalho, das
agências intermediárias e companhias de navios contratantes, e dos profissionais que atuam na área,
sobre o mercado de trabalho em questão, os processos seletivos, treinamentos, trâmites de contratação,
habilidades e competências na qualificação destes profissionais. O resultado permite entender as razões pelo
qual as pessoas se adaptam e se qualificam para acompanhar as mudanças nesse mercado de trabalho e as
oportunidades de crescimento pessoal e profissional.
Palavras-chave: Turismo; Cruzeiros Marítimos; Mercado de trabalho; Tripulação; Qualificação profissional;
Brasil.
Maritimes Cruises in Brazil: an exploratory study on the qualification of the brazilian crew
Abstract: This work analyzed the crew of the maritime cruises in Brazil. The method used was qualitative
and exploratory. The overall objective of this research is to analyze the labor market in the cruise the
Brazilian coast and understand how professionals enter this line of work, identify the required skills and
competencies required to act in various entertainment functions, hospitality and service on board. The
research was based on analysis of interviews of candidates for job openings, in the intermediary agencies
and maritimes companies, and of the professionals working in the area, about the job market in question,
the selection processes, training, hiring procedures, skills and competencies in the qualification of these
professionals. The result allows us to understand the reasons for which people adapt and qualify to track
changes in this labor market and opportunities for personal and professional growth.
Keywords: Tourism; Cruises maritimes; Labor market; Crew; Professional qualification; Brazil.
Cruzeiros marítimos no Brasil: estudo exploratório sobre
a qualificação profissional da tripulação brasileira
José Alberto Carvalho dos Santos Claro*
Universidade Federal de São Paulo (Brasil)
José Alberto Carvalho dos Santos Claro
* E-mail: albertoclaro@albertoclaro.pro.br
1. Introdução
Com as mudanças nas organizações, profissionais deixam as ocupações tradicionais em busca de áreas
de trabalho mais atrativas. O ambiente de trabalho que os Cruzeiros Marítimos oferecem exemplifica
esta mudança, pois é visto pelo senso comum como uma mistura de trabalho, dedicação, esforço e o
encanto em realizar tudo isso com lazer aparente. Esse mercado oferece oportunidades de emprego em
diferentes funções: recepcionistas, atendentes, músicos, atores, médicos, cabelereiros, entre outras.
Pressupõe-se que conforme cresce a quantidade de navios nas costas brasileiras e o número de vagas de
trabalho ofertadas, também aumentam as competências necessárias no perfil dos candidatos, fazendo
com que as agências responsáveis pelas contratações desses profissionais realizem o recrutamento e o
processo seletivo exigindo mais qualificações e conhecimentos.
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Como limitador inicial deste estudo percebeu-se a ausência de pesquisas teóricas ou empíricas sobre
o tema, o que torna o caráter desta pesquisa exploratória. Há algumas pesquisas mercadológicas que
abordam de forma superficial alguns aspectos do tema e relacionados com o serviço prestado ao turista,
como é o caso do estudo de Rabahy e Kadota (2006). Poucas teses ou dissertações a respeito do objeto de
estudo têm sido produzidas (Sakata, 2002). Em consulta ao Portal de Teses e Dissertações da CAPES,
usando-se ‘Critérios: Assunto = cruzeiro and marítimo’, nada se encontrou (CAPES, 2013). É relevante
o estudo, pois, além do fato de contribuir com dados para se entender este setor, está explícito no próprio
Plano Nacional de Pós-Graduação brasileiro que coloca dentro das suas premissas, a necessidade de
olharmos mais para o mar que nos cerca e todas as suas possibilidades, e entre elas os cruzeiros marítimos
(Brasil, 2011). Para reforçar a revisão teórica, periódicos e eventos nacionais e internacionais foram alvo
de minuciosa busca em suas bases de dados, cujos materiais encontrados e que possuem relação direta
com o tema estão aqui apresentadas, entre eles Encontro da ANPTUR, EnANPAD, SPELL, Periódicos
CAPES e SciELO. Porém, a quantidade e qualidade dos textos encontrados e que possuem relação com
o tema é de um número restrito o que exigem mais estudos sobre o tema para o futuro.
Lohmann e Oliveira, M. V. O. [S.d.] abordam o estado da arte da literatura internacional sobre cruzeiros
marítimos. Eles analisaram o conteúdo de 66 artigos em inglês publicados em revistas científicas de
turismo e de temas relacionados. Verificaram uma grande preocupação com a demanda por esse tipo
de viagem, principalmente o comportamento nos navios e a sua satisfação com os serviços prestados
pelas companhias marítimas. Mas não tocaram especificamente na questão da gestão das pessoas que
prestam esses serviços a bordo.
Um estudo que traz contribuições para este tema e aborda a importância da capacitação de pro‑fissionais
brasileiros que atuam em cruzeiros marítimos, mais especificamente na área hoteleira de
bordo, foi realizado por Cecchini (2006). Ele procurou demonstrar o crescimento gradativo e contínuo
dos cruzeiros marítimos dentro do turismo nacional e, consequentemente, a relevância que certas
peculiaridades típicas da operação de navios de cruzeiro ganham quando se pensa em seus tripulantes,
principalmente ao se observar os níveis cada vez mais altos de capacitação de profissionais que são
necessários para atender à demanda exigida pelo mercado turístico internacional. Também procurou
identificar como transcorriam os processos de seleção, recrutamento e treinamento dos profissionais
brasileiros, no intuito de verificar a eficiência desses processos a partir do referencial teórico escolhido
e da visão dos próprios tripulantes de um navio específico (caso único). Aborda as diferenças culturais
que surgem a bordo entre a mão- de-obra proveniente de diferentes nacionalidades e a brasileira, e os
problemas operacionais que podem resultar daí, enfocando a grande importância que a hospitalidade
assume nos cruzeiros marítimos e analisando inúmeros aspectos que vão desde a recepção a bordo até
o tipo de refeição servida aos tripulantes.
Para a verificação das hipóteses levantadas, foram entrevistados tripulantes brasileiros, os quais
proporcionaram dados que confirmaram essas hipóteses, mostrando que os processos de recrutamento,
seleção e treinamento desses profissionais apresentam inúmeras falhas e imprecisões, o que causa
inadequações ao trabalho a bordo, bem como comportamentos não hospitaleiros (Cecchini, 2006). Dentro
deste cenário a escolha do tema justifica-se pela expansão do mercado nos cruzeiros marítimos e do
aumento da busca dos profissionais por vagas temporárias neste ramo. Segundo Candian Jr. (2004)
além do amplo mercado de trabalho no exterior, esse crescimento com a vinda de novas empresas para
o Brasil abrirá novos postos de trabalho. Esse crescimento e a diversificação das áreas de atuação neste
campo fazem com que os processos de recrutamento e seleção realizados pelas empresas contratantes
sejam exigentes na busca dos profissionais qualificados.
Os profissionais que ingressam neste mercado enfrentam dificuldades para serem aprovados nas
etapas do processo seletivo, essas dificuldades são encontradas devido ao número de candidatos por
vaga, encontrar uma agência recrutadora confiável, avaliações psicológicas, além das exigências e
pré-requisitos necessários devem investir em seu crescimento curricular e competências profissionais.
Com o investimento realizado por esses profissionais justifica-se a necessidade de se conhecer o que
os motivam e os levam a abandonar empregos tradicionais, família e carreiras para vivenciarem uma
nova vida, um novo investimento pessoal e uma nova experiência.
O objetivo geral desta pesquisa é analisar a teoria sobre o mercado de trabalho nos cruzeiros marítimos
e compreender como os profissionais ingressam neste ramo de atividade, identificar as habilidades
exigidas e as competências necessárias para atuação nas diversas funções de entretenimento, hotelaria
e atendimento a bordo. E como objetivos específicos definiram-se: (i) Compreender os aspectos que
levam os candidatos a desejarem ingressar nesse mercado de trabalho; (ii) Identificar e caracterizar as
habilidades e competências exigidas pelas empresas responsáveis pela contratação dos profissionais;
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(iii) Levantar os aspectos relacionados ao perfil profissional, as habilidades e qualificação dos indivíduos
que ingressam neste mercado de trabalho.
A estrutura do trabalho encontra-se dividida em cinco seções. Após a introdução, a segunda parte
do trabalho dedica-se à revisão teórica sobre a evolução histórica dos cruzeiros marítimos no Brasil e
no mundo e como esse meio de transporte vinculado ao lazer modificou as viagens de navios. Inclui-se
nesta seção a análise do mercado de trabalho em cruzeiros marítimos e o perfil profissional exigido.
A terceira parte do trabalho dedica-se à metodologia de pesquisa. A quarta seção apresenta e analisa
os resultados obtidos na pesquisa. A última parte traz as considerações finais do estudo, fazendo uma
exposição dos pontos mais representativos à pesquisa e os resultados obtidos, as limitações encontradas
no decorrer da elaboração do trabalho e a relevância da continuação de estudos relativos ao assunto.
2. Aspectos teóricos
Com a evolução do homem e a sua constante busca por riquezas se fez necessário a criação de meios
de transporte que tornasse possível o deslocamento entre terras e com isso surge a navegação marítima
e os cruzeiros marítimos. Segundo Amaral (2002), existe um desconhecimento do tema por parte do trade
turístico e do corpo acadêmico de turismo e hotelaria. Na retrospectiva histórica, a primeira imagem
é a dos antigos transatlânticos, que basicamente executavam o transporte de imigrantes em navios
cargueiros adaptados ou ainda na forma mista de carga e transporte. Conforme Parker (1995), em 1480
os povos estavam separados por mares não mapeados e por continentes com extensão e forma ignoradas.
A navegação marítima regular europeia se restringia ao Atlântico Norte, Mediterrâneo e Báltico.
Nas Américas, na costa do Equador, Peru e Caribe, praticava-se a navegação marítima com balsas e
jangadas. Diante das descobertas de novos territórios pelos portugueses e espanhóis ficou evidenciado
que, pelo menos no hemisfério sul, os oceanos se interligavam. Com isso, novos caminhos se abriram
para a cabotagem de passageiros que era feita nos antigos navios, como as caravelas, que executavam
o transporte de escravos e colonizadores em adaptados navios cargueiros na forma mista de transporte
e carga (Parker, 1995). De acordo com Andrade (1997) há relatos de que existia agenciamento de
viajantes para beneficiar os proprietários dos navios, havia também viagens religiosas realizadas em
regiões diversas do Oriente e Ocidente. Além disso, os mercadores, os menestréis, os cantadores, que
conheciam as mais diversas rotas e caminhos, sempre viajavam acompanhados de outras pessoas que
desejavam viajar, conhecer castelos e cidades, e visitar lugares afamados. Percebe-se que já existia
uma demanda de pessoas que procuravam o transporte de navios para realizarem turismo em outras
regiões, mesmo que de forma incipiente.
Pode-se dizer que o início do transporte de pessoas em navios se deu com os transportes dos imigrantes.
Os navios passaram a serem considerados cruzeiros a partir do momento em que as viagens se tornaram
mais atrativas, onde as pessoas não mais embarcavam e desembarcavam nos portos de destino, e sim
paravam em outros portos para admirarem as paisagens e conhecerem novos lugares. Alguns registros
de 1867 relatam que os passageiros após jantar podiam ir ao deck do navio rezar e ver as estrelas, ir ao
salão ouvir música, à sala de leitura ler um livro e em algumas ocasiões havia dança. Neste período os
serviços de lazer passaram a ser oferecidos com o intuito de passar o tempo nas longas viagens (Andrade,
1997). Para La Torre (2002), em 1870 foram construídos luxuosos navios de linha para passageiros e,
após a descoberta de máquinas a vapor, os estaleiros começaram a colocar cascos de aço nos navios.
Além disso, surgiram as turbinas que facilitaram a navegação. A cada ano os navios procuravam
cruzar com maior rapidez o Oceano Atlântico, priorizando a velocidade em relação às necessidades dos
clientes e o atendimento. Neste momento as companhias marítimas se deram conta de que o conjunto
dos serviços prestados tornaria, sobretudo, o diferencial entre os concorrentes nas viagens realizadas
na época, começaram a unir o conforto dos passageiros, a segurança, a confiabilidade e a rapidez
tão essencial nas viagens ofertadas. A partir disso criaram-se acomodações privilegiadas destinadas
somente à elite e, em 1849, surgiu a The White Star Line com seus navios Olympic, Britannic e Titanic
(La Torre, 2002). Ademais Angelo e Vladimir (1998) destacam que durante a década de 1920 a venda
de bebida alcoólica era ilegal nos Estados Unidos. Este fator impulsionou o crescimento da indústria
dos cruzeiros, já que em alto mar era permitido beber (algo similar ao cassino a bordo, hoje em dia, na
costa brasileira). Neste período os americanos consideravam que ir para a Europa num transatlântico
era a melhor experiência de viagens que podiam ter.
Para os autores, durante a Grande Depressão, como as pessoas não podiam passar suas férias na
Europa surgiram os roteiros alternativos com períodos menores, principalmente para o Caribe. Foi
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quando as pessoas deixaram de usar ternos para utilizarem roupas mais leves nos navios, assim fazendo
com que o clima e o visual dos navios ficassem mais coloridos (Angelo e Vladimir, 1998).
O transporte marítimo, segundo La Torre (2002), até a década de 1950 era o único meio de transporte
intercontinental realizado em barcos transoceânicos luxuosos. Após a Segunda Guerra Mundial houve
uma mudança no conceito de divisão de classes, na qual a companhia Holland América lançou os navios
de classe única alterando o modelo de transporte e turismo. Com o desenvolvimento dos transportes
aéreos, cuja opção se tornou mais rápida e cômoda, os donos das empresas marítimas tiveram que
acompanhar as mudanças no mercado turístico e repensarem o foco e atuação de seus negócios. De
acordo com Amaral (2002), na década de 1970 surgem as empresas de cruzeiros marítimos que passam
a ditar o ritmo e a tendência do mercado, tais como Royal Caribbean e Cruise Lines, que expandiram
o cardápio turístico a diversas regiões e países ofertando o melhor atendimento e conquistando as
pessoas para vivenciarem viagens tidas como inesquecíveis, para que as mesmas pudessem desfrutar
de total conforto e lazer. Conforme Angelo e Vladimir (1998), em 1971 descobriu-se que as pessoas não
procuravam por um navio ou algum destino especial, o que elas realmente queriam era se divertir. Eis
que aconteceu uma revolução no conceito de cruzeiros: O que antes o propósito era o destino, agora o
destino é o próprio navio. Para Amaral (2002), em 1980 iniciou-se a expansão das linhas de cruzeiros,
começou-se a sentir o potencial de um mercado ainda limitado pela oferta de leitos e benefícios da
economia de escala, o que para a época eram determinantes no que se referia a vantagens competitivas
e atrativos adicionais na ampliação do mercado de cruzeiros.
As companhias buscavam garantir a ocupação total de seus navios através de ações de vendas
agressivas em cada região que apresentasse condições de captar um significativo número de clientes.
Nos anos 90, além dos navios apresentarem maior capacidade e mais benefícios aos seus clientes,
criou-se possibilidades de negócio no segmento de entretenimento e viagens, onde nasceu o conceito
que os navios agora eram destinos turísticos. Segundo Nicoletti (2011), no Brasil o gosto pelos cruzeiros
marítimos demorou um pouco mais a se instalar. Em 1961 foram adquiridos quatro navios para prestar
serviço de cabotagem entre portos nacionais e incrementar os cruzeiros marítimos. Foram comprados em
estaleiros da Espanha e da Iugoslávia e entregues à Companhia Nacional de Navegação Costeira (mais
tarde Lloyd Brasileiro). Chamavam-se Anna Nery, Rosa da Fonseca, Princesa Leopoldina e Princesa
Isabel. Nos anos que se seguiram, a companhia Línea C enviou alguns dos seus transatlânticos para
a costa brasileira.
Durante quase 30 anos a Linea C, ou seja, a companhia Costa Cruzeiros, dominou este segmento
na costa brasileira e foi líder, tanto em participação de mercado, quanto em participação na mente das
pessoas e admiradores. Navios como o Eugenio C ou Costa Marina, traziam elegância, deslumbre e
conforto, eram modernos (à época) e levavam consideráveis vantagens sobre outras companhias que
atuavam em navios de pequeno porte no Brasil. Segundo Isabella (2011), outras companhias navegaram
nos mares brasileiros por várias temporadas com seus navios.
Com o passar dos anos mais empresas perceberam o potencial deste mercado e oportunidades de
investimento. A empresa Sun&Sea trouxe para o Brasil o navio Splendour of the Seas. Sua primeira
temporada foi tida como um sucesso, e depois surgiram os navios informais com o objetivo de popularizar
esse tipo de viagem junto a novos públicos. Como exemplo, a terceira idade é um dos públicos cativos deste
tipo de entretenimento, como é atestado por Claro (2010). Com o passar do tempo e aperfeiçoamento no
setor de serviços, os navios tornaram-se verdadeiros cenários de diversão e descanso, são considerados
hotéis flutuantes que disponibilizam as melhores opções de comodidade, lazer, requinte e qualidade de
vida. Estão inseridos no que Fedrizzi (2009) chama de hospitalidade turística. Andrade e Robertson
(2010, p. 277) afirmam que “ viver a experiência do turismo de cruzeiros é uma realidade cada vez mais
presente entre os turistas, sempre em busca de diversificar o prazer em viajar”.
De acordo com La Torre (2002), cruzeiro é um tipo de embarcação que realiza uma viagem, fundamen‑talmente,
de prazer, com diversão a bordo e excursões nas costas, praias e portos do percurso; é um barco
fretado que segue estritamente o itinerário. As reservas são feitas geralmente para viagem completa e em
poucos casos é permitido que o passageiro comprasse a passagem nos portos intermediários. Localidades
também dependem do uso dos navios de cruzeiro para o crescimento do turismo ou sua expansão,
garantindo-lhes a acessibilidade a públicos que não iriam lá de outra forma e influenciando diretamente
na experiência do turista em uma determinada viagem (Fernandes, Souza e Tonon, 2012; Sepúlveda,
Sterquel e Díaz, 2012). Há o caso em que a cidade pode usar o fato de receber cruzeiros marítimos para
evitar a sazonalidade turística, como é o caso de Santos (Santos e Claro, 2011) que por meio do turismo
marítimo, com navios de cruzeiro ancorando às dezenas em seu porto entre outubro e março de cada
ano, também têm trazido oportunidades de negócios e empregos diretos e indiretos (Instituto Impacto,
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2007a, 2007b; Schirrmeister et al., 2008). Apesar disso, são fortes as críticas ao terminal lá existente, o
CONCAIS, que foi inaugurado em novembro de 1998, e deveria oferecer conforto aos turistas de cruzeiros
de navios que embarcam, desembarcam ou estão em trânsito (Souza e Claro, 2009).
Há a afirmação, feita por Caldeirinha (2007), de que portos que recebem cruzeiros marítimos obtêm
mais receitas e prestígio do que os que trabalham apenas com cargas. Com isso há um aumento das
barreiras de entrada de novos portos competindo neste mercado (Oliveira e Mattos, 1990). Sánchez
et al. (2003) lembram o custo de operação como fator determinante para se ter um porto eficiente
e competitivo, o que a América Latina não está conseguindo manter em um patamar baixo. Para
Candian Jr. (2004) o crescimento da indústria de cruzeiros no mundo supera qualquer outro segmento
do turismo, seja em função dos investimentos em novos navios, sejam em postos de trabalho abertos,
diretos ou indiretos, sejam pelo volume de clientes que atraem, a cada ano, ou mesmo pelo alto índice
de retorno e satisfação. Há as críticas, como as apontadas por Feitosa e Gómez (2012, p. 07), colocando
que o “transporte marítimo, especialmente navios (cruzeiros), afeta negativamente a qualidade do ar
por meio das emissões de gases”.
O mercado de trabalho dos cruzeiros marítimos desperta gradativamente o interesse e atenção
daqueles que buscam ingressar no ramo de atividade onde o trabalho confunde-se com a ideia de
vivenciar o lazer. Esse mercado de trabalho originou-se com a vinda de novas empresas para o continente
brasileiro abrindo novos postos de trabalho e criando preocupações com a qualidade da mão-de-obra.
A contratação de brasileiros por temporada já é usual, porém a tendência de novos navios na costa
brasileira irá aumentar o número de brasileiros trabalhando a bordo. As oportunidades oferecidas são
os trabalhos temporários, o que não possibilita uma carreira profissional por se tratar de um contrato
de trabalho de apenas alguns meses a fim de suprir as necessidades dos serviços prestados nos navios
marítimos além da vantagem de poupar os ganhos, se houver controle dos gastos a bordo e nos portos
visitados. De acordo com a Resolução Normativa nº 71 do Ministério do Trabalho (apud Mundim, 2010)
determina que as embarcações que atracarem no Brasil disponibilizem no mínimo 25% das vagas para
tripulantes brasileiros.
Para Amaral (2009) a formação de mão-de-obra e internacionalização dos brasileiros que trabalham
na temporada nacional é um fenômeno que tem ocorrido através dos anos e a constante operação dos
navios no Brasil tem aumentado o número de tripulantes brasileiros a bordo. Para o autor esse tipo
de profissional acaba sendo preparado dentro de preceitos rígidos de trabalho com foco em um serviço
excepcional. Segundo Ribeiro (2010; 2011) o mercado dos cruzeiros é crescente com navios cada vez
maiores e com inúmeras empresas especializadas neste tipo de viagem. Mesmo sendo isso motivo de
conflito entre “as empresas e associações ligadas ao setor hoteleiro e a organização representante dos
cruzeiros marítimos no tocante à contribuição dos cruzeiros para o desenvolvimento econômico local”,
conforme Vieira e Hoffmann (2012, p. 10).
Para que haja o equilíbrio entre um serviço de qualidade e a profissionalização adequada e esperada,
deve haver a busca constante de aperfeiçoamento. Cada vaga, função e cargos disponibilizados exigem
conhecimentos específicos de seus candidatos fazendo com que o processo produtivo em cada área não
esteja voltado somente para a criação de produtos a serem ofertados e sim a prestação de serviços
turísticos, eventos, hospedagem e alimentação. A estrutura organizacional de um cruzeiro apresenta
departamentos e cargos em comum, entre eles, gerente de hospedagem, governanta executiva, barman,
recepcionista, departamento de alimentos e bebidas, hospedagem, e outros. Dentre os denominados
cargos e funções a serem realizados nos cruzeiros marítimos podemos classificar três áreas pelas quais
os mesmos são divididos, sendo elas hotelaria, entretenimento e atendimento. Em hotelaria, a qualidade
do serviço prestado constitui uma questão de sobrevivência empresarial. O profissional do setor de
serviços, especialmente o de hotelaria, precisa se reciclar sempre, para acompanhar as mudanças de
perfil dos hóspedes.
Entre as diversas funções dentro das atividades de hotelaria em um cruzeiro marítimo, a seguir a
relação das mais comuns: recepcionista; telefonista; ambassador: tradutor; imigration officer: processo
de documentações; housekeeping assist. cabin: limpeza dos quartos; housekeeping bell boy: serviços de
entrega; housekeeping butler/concierge: atendimento personalizado nas suítes; housekeeping cabin:
serviços de limpeza nos quartos; housekeeping cleaner: limpeza das áreas sociais do navio; housekeeping
wardrobe: auxilia em vários departamentos; bartender: responsável pelo preparo de bebidas no navio;
cook: responsável pelo preparo dos mais variados pratos; assist. cook: assistente de cozinha; galley:
serviços de limpeza na cozinha; buffet: responsável pelo serviço de comida; waiter: serviços de garçom
(Osaka et al., 2003).
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Já entretenimento é o conjunto de atividades que o ser humano pratica única e exclusivamente voltado
para o prazer. Entreter é distrair, oferecer atividades com as quais o Homem passe a parte livre de seu
tempo, até mesmo na prática de esportes, é conceder distrações e diversões. Para Ribeiro (2010; 2011) ao
mesmo tempo em que se desloca o passageiro de um cruzeiro ele tem a possibilidade de vivenciar diversas
atividades de lazer. Os cruzeiros são diferentes de outros meios de transporte, pois, o deslocamento, o
turismo e o lazer ocorrem ao mesmo tempo. De acordo com Dumazedier (1980), os lazeres disponíveis
nos cruzeiros podem estar relacionados com os interesses físicos (ginástica, hidroginástica, alongamento,
esportes diversos e etc.), sociais (festas e jantares temáticos), intelectuais (biblioteca, aulas de idiomas,
jogos de carta, de mesa e etc.), artísticos (show de música, dança, humor, contorcionismo, mágica e etc.)
e manuais (oficinas de artesanato, de gastronomia, de alimentos e bebidas, e etc.). Possibilita, ainda,
a vivência dos interesses turísticos propostos por Camargo (1992), pois são oferecidas excursões para
o passageiro para que possa conhecer diversos locais em cada uma das paradas, utilizando uma única
acomodação sem precisar refazer malas, nem utilizar hotéis nem aeroportos.
Alguns navios oferecem alguns serviços como massagens, tratamentos de beleza, salão de cabeleireiros,
lojas, spa, e etc. Segundo Ribeiro (2010; 2011), como convivem passageiros de diversas faixas etárias,
existem profissionais do lazer para desenvolver as diversas programações aos passageiros. Estes
profissionais são de formações e nacionalidades variadas e têm a função de envolver os passageiros em
atividades diversificadas. Entre as funções relacionadas ao entretenimento estão: cruise director: diretor
do cruzeiro; dive: mergulhador; mágico; sports staff: recreador esportivo; youth staff: recreador infantil.
Algumas funções são as mais procuradas pelos candidatos que buscam ingressar neste mercado,
conforme apresenta a ISM Agency (2013): No Departamento de Restaurante há vagas de garçom e
assistente de garçom. O trabalho é geralmente feito por turnos. No restaurante são servidos, em média,
cinco pratos por refeição. Devido a isso, o garçom deve ser ágil, rápido e simpático. O profissional deve
conhecer os tipos de serviços internacionais (à francesa, americana), as formas de servir, montagem
de mesa e, as opções de cardápio internacional (que incluem como exemplos, ovos, antepasto, salada,
sopa, pasta, pratos principais, molhos e sobremesas). “Os cruzeiros marítimos (...) tem utilizado em seu
produto de marketing a possibilidade de novas experiências na gastronomia aliada aos seus roteiros
turísticos” (Carvalho, Aguiar e Lima, 2012, p. 7). Essa relação entre gastronomia e cruzeiros também
foi abordada pelo estudo de Amorim, Andrade, Frederico, e Umbelino (2012). Para Silva (2008, p. 18)
“os cruzeiros marítimos também estavam vivendo um ótimo momento e destacavam-se, principalmente
por sua comida e bebida de alta qualidade”, no início do século XX.
O Departamento de Buffet é responsável pela preparação das refeições em buffet (parte de salão),
limpeza das mesas, decoração, reposição de alimentos e talheres/pratos durante as refeições e atendimento
do passageiro. O profissional deve saber o mesmo que o departamento de restaurante (ISM Agency,
2013). O Departamento de Housekeeping engloba as camareiras, room service, mordomos, cleaners. As
camareiras possuem uma quantidade de quartos fixos e em sua responsabilidade incluem a limpeza
das cabines, do corredor, elevador e escadas. É importante ser educada, ágil e detalhista. Para estas
funções, deve-se entender sobre a limpeza, detalhes de arrumação de quarto, limpeza de banheiro,
produtos de limpeza, acessórios que utiliza.
O Departamento de Recepção é formado basicamente pelos recepcionistas (homem ou mulher) e
também por mensageiros. É basicamente aonde vão parar todos os problemas do navio então necessita de
pessoas pacientes, simpáticas, com postura e habilidade para resolver problemas. Algumas companhias
exigem a fluência em, pelo menos, quatro línguas além do português. Ainda, deve ter conhecimento sobre
o processo de câmbio (troca de moedas) (ISM Agency, 2013). Importante também é o Departamento de
Bar, pois os cruzeiros possuem uma vasta quantidade de bares, e as principais funções são barman,
bar water, assistente, bar water, barboy. O barman será aquele responsável pelo bar, já o bar water e
o garçom do bar (também poderá ser mulher), o assistente, o bar boy será o responsável pela reposição
de todas as bebidas e necessidades do bar. É preciso ser rápido e simpático. Para estas funções os
profissionais devem conhecer as bebidas destiladas internacionais (marcas, origens, classificação),
coquetéis internacionais, vinhos (ISM Agency, 2013). O Departamento de Recreação é responsável pelo
entretenimento de jovens e adultos durante o cruzeiro, é importante possuir conhecimento na área,
inglês bem fluente, saber elaborar e executar brincadeiras para diversas faixas etárias. Finalmente,
o Departamento de Cozinha oferece funções que variam de companhia para companhia, mas são
basicamente 3rd cook, 2nd cook e 1st cook. Na hierarquia ainda há o sous chef e o executive chef, porém
estes geralmente não são contratados nestas posições, apenas promovidos. Há também a diferenciação
por setores, como grelhados, cozinha fria, cozinha quente e confeitaria. Para aplicar a um cargo na
cozinha é essencial possuir experiência na área e formação desejável. É importante conhecer as áreas
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de cozinha quente, fria, confeitaria, e etc., saber sobre ingredientes e preparos, principais molhos para
salada, entradas, sopas, molhos para pasta, carnes, sobremesas (ISM Agency, 2013).
Além dos tópicos apresentados sobre as funções de atendimento nos cruzeiros, há atividades técnicas
que são realizadas por marinheiros, operadores de máquinas que exigem formação técnica, além de
outras funções como massagista, dançarinos, DJs, cassino, vendedores, cabelereiros que fazem parte
de empresas prestadoras de serviços. Um estudo verificou se os animadores socioculturais possuem
formação acadêmica em nível superior, quem é essa pessoa que trabalha para o lazer e entretenimento
dos turistas e passageiros que vão realizar a viagem em um navio de cruzeiro, e sua formação profis‑sional.
Os resultados mostraram que 88% dos entrevistados possuem curso superior, com ênfase nos
cursos de Turismo e Educação Física, mas que tal formação não é pré-requisito para contratação destes
profissionais (Pines Junior, Hiekata, Dias e Silva, n.d.).
As agências contratantes (empresas terceirizadas parceiras das empresas de cruzeiros marítimos) são
responsáveis pelos serviços de gerenciamento dos recursos humanos, recrutamento, seleção e contratos
de trabalho temporários dos profissionais que irão atuar nos cruzeiros marítimos nas funções tratadas
nos parágrafos anteriores. De acordo com o artigo 2º da lei 7.855 de 1989, da Consolidação das Leis do
Trabalho (Brasil, 1989), o trabalho temporário é aquele prestado por pessoa física a uma empresa, para
atender à necessidade transitória de substituição de seu pessoal regular e permanente ou a acréscimo
extraordinário de serviços. Atualmente as agências estão criando parcerias com escolas que fornecem
cursos preparatórios para candidatos às vagas de emprego nos cruzeiros marítimos. A qualificação
profissional de um indivíduo é quando o mesmo possui capacitação profissional, conhecimento, experiência
e pratica para executar o trabalho.
O profissional dever ter visão sobre o assunto, conhecimento das consequências em tomar certas
decisões, ter responsabilidade e estar preparado para mudanças, imprevistos e alternativas. O perfil
exigido para se trabalhar em cruzeiros marítimos é que no mínimo se tenha domínio total sobre a
língua inglesa. Para as posições de auxiliar em geral exigem que o tripulante tenha um nível básico
de conversação de inglês, pois o dialogo mais comum que ocorre é feito pela mesma, não esquecendo
também de outros idiomas como espanhol, italiano, francês, entre outros. Pois, ao término do verão
brasileiro, estes navios migram para o verão do extremo norte. As qualificações exigidas nesse meio
são ter no mínimo 18 anos para brasileiros, e 21 anos para estrangeiros. Em algumas agências não
é necessária experiência profissional, pois, essas possuem parcerias com grupos que disponibilizam
cursos para iniciantes. O profissional precisa estar psicologicamente preparado, pois o mesmo ficará
de seis meses a um ano em alto mar, trabalhando sete dias semanais com escala 6 x 1 (seis por um),
lembrando que o mesmo está indo para trabalhar e não festejar como muitos pensam e por essa razão
acabam desistindo antes mesmo de começar (ISM Agency, 2013).
3. Método
A metodologia detalha com rigorosidade e exatidão todas as ações que foram desenvolvidas na pesquisa.
Segundo Nérici (1978) método é o conjunto coerente de procedimentos racionais ou prático-racionais que
orienta o pensamento para serem alcançados conhecimentos válidos. O método escolhido é o indutivo,
no qual, conforme Gil (2012), o conhecimento é fundamentado na experiência, não levando em conta
princípios preestabelecidos. No raciocínio indutivo a generalização deriva de observações de casos da
realidade concreta. As constatações particulares levam à elaboração de generalizações.
A estratégia metodológica aplicada é a exploratória. Para Gil (2012) a pesquisa exploratória visa
proporcionar maior familiaridade com o problema com vistas a torná-lo explícito ou a construir hipóteses.
Envolve levantamento bibliográfico; entrevistas com pessoas que tiveram experiências práticas com o
problema pesquisado; análise de exemplos que estimulem a compreensão. Segundo Gil (2012) a entrevista
é a obtenção de informações de um entrevistado, sobre determinado assunto ou problema. Neste trabalho
o tipo de entrevista utilizada foi a não estruturada na qual não existe rigidez de roteiro e podem-se
explorar mais amplamente algumas questões sobre o assunto. Os entrevistados foram divididos em
três grupos, sendo: o de profissionais atuantes em cruzeiros marítimos, o grupo de candidatos a atuar e
o grupo de agências contratantes. A pesquisa de campo foi realizada com roteiros específicos aplicados
a cada grupo entrevistado onde foram levantadas questões salariais, grau de instrução, estilo de vida,
conhecimentos, experiências anteriores, investimento pessoal, acessibilidade a vagas, funções dentro
dos navios, competências necessárias, treinamentos, qualificações e faixa etária.
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956 Cruzeiros marítimos no Brasil: estudo exploratório sobre a qualificação profissional da tripulação b
Cada grupo foi composto por 7 (sete) sujeitos e as entrevistas foram realizadas separadamente com
cada grupo, sendo a entrevista com agências contratantes realizada por contato telefônico ou via correio
eletrônico pela internet, pessoalmente com os candidatos e com os profissionais atuantes diretamente
em suas atividades dentro do navio. Em virtude do sigilo da pesquisa, nenhum entrevistado, empresa
ou embarcação estão identificados. As entrevistas foram realizadas durante a temporada brasileira
de cruzeiros no verão de 2012. Os roteiros utilizados para as entrevistas eram estruturados, com dez
questões que seguiam uma ordem, mas que permaneciam abertas e acompanhadas de instruções que
esclarecem o propósito de sua aplicação ressaltando a importância da colaboração do informante e
facilitando o preenchimento. Os roteiros eram compostos por perguntas direcionadas aos grupos e suas
necessidades, sendo estas relacionadas à trajetória e processos realizados pelos profissionais atuantes, os
investimentos e dificuldades dos candidatos e as competências e exigências relacionadas ao processo de
seleção das agências empregadoras, e essas perguntas eram respondidas por escrito pelo entrevistado.
As informações recolhidas forneceram dados para elaboração analítica sobre motivação profissional,
qualificações, treinamentos e competências necessárias e exigidas para atuação no campo de trabalho
temporário em cruzeiros marítimos.
4. Apresentação e discussão dos resultados
Este tópico tem por finalidade apresentar os resultados coletados na aplicação dos roteiros de entrevista
derivados da literatura consultada. As questões foram baseadas no referencial teórico proporcionado por Amaral
(2002), Ribeiro (2010; 2011), Gil (2012), Angelo e Vladimir (1998), que além de dar ênfase ao conhecimento
prévio sobre o tema proporcionaram uma diretriz para o desenvolvimento e produção do trabalho. O objetivo
principal desta pesquisa foi levantar informações e analisar o processo de contratação de funcionários em
cruzeiros marítimos, as qualificações profissionais para atuação no setor e as competências e habilidades
pessoais dos indivíduos que buscam ingressar nas vagas de trabalho, o intuito da pesquisa é conhecer os
motivos que os levam os candidatos a buscar este setor de atuação até a fase conclusiva da contratação.
A partir desta atividade observou-se que o número de candidatos que busca este mercado de trabalho é
impulsionado a buscar estas vagas de emprego pelos salários, pela possibilidade de conhecer novos lugares
e países, e pelas pequenas despesas pessoais durante o tempo de trabalho. A Tabela 1 relaciona os fatores
que motivam os candidatos a disputarem por uma vaga de trabalho em cruzeiros marítimos.
Tabela 1: Principais fatores motivacionais dos candidatos
a trabalhar em cruzeiros marítimos
Fatores Motivacionais Frequência Absoluta
Salários 8
Benefícios oferecidos 0
Visitar diferentes lugares 6
Baixo custo com despesas pessoais 4
Lazer 2
Conhecimento pessoal 0
Futuras oportunidades 1
TOTAL 21
Fonte: Dados da pesquisa.
De acordo com os dados levantados entre os aspectos motivacionais na busca de vagas de trabalho em
cruzeiros, os fatores que apresentam maior relevância são os que se referem a salário e a possibilidade de
conhecer lugares diferentes. As qualificações e competências exigidas dos candidatos são a maior idade, e em
algumas companhias a exigência é que sejam candidatos com mais de vinte e um anos, dominar no mínimo
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uma língua estrangeira, principalmente o inglês fluente, experiência na área pretendida, treinamento pessoal
de atendimento e habilidades pessoais necessárias para prestação de serviços com qualidade.
Através dos dados levantados sobre os candidatos às vagas disponibilizadas todos os anos pelas
empresas agenciadoras observa-se que as dificuldades para conquistar uma vaga de trabalho nos cruzeiros
marítimos estão relacionadas principalmente ao número excessivo de pessoas concorrendo à mesma vaga,
o que demonstra o grau de dificuldade que os candidatos enfrentam na tentativa de uma colocação neste
mercado de trabalho. Ainda na fase das atividades de levantamento de dados buscaram-se contatos com
as empresas agenciadoras de candidatos para as vagas disponibilizadas pelos cruzeiros e não se obteve
retorno consistente. Foram encaminhados os questionários aos poucos contatos que se propuseram a
colaborar com a pesquisa, mas que não foram respondidos. A partir daí, pode-se considerar o levantamento
futuro destes dados através de pesquisa documental nas páginas na internet das agências contratantes.
Entre as questões, procurou-se saber como são realizados os contratos de trabalho temporário com
os funcionários admitidos e os direitos e deveres para com os mesmos, observou-se dados relativos
ao direito à assistência médica, direitos trabalhistas conforme a Consolidação das Leis Trabalhistas
e possibilidades de promoções e constantes renovações de contratos. Perguntou-se também sobre o
processo de seleção e as fases de recrutamento até a contratação. Os dados obtidos apontam que os
candidatos se inscrevem por meio de agenciadores, contatos pessoais, escolas treinadoras de serviços a
bordo e das páginas na internet das principais agências contratantes. Após a análise destes currículos,
que devem estar compatíveis com as exigências mínimas impostas pelas empresas, são selecionados
aqueles tidos como diferenciados, pelas habilidades pessoais e as competências descritas para as áreas
de atuação. Os candidatos selecionados são convocados para uma entrevista pessoal onde é avaliado
o seu conhecimento na área, sua personalidade, postura, trabalho em equipe e nível de inglês. Essa
informação corrobora com o que Cecchini (2006) apresenta.
Após a entrevista os candidatos podem ser aprovados e encaminhados para as companhias contratantes,
os pré-aprovados participam de palestras sobre a empresa, trabalhos e a vida a bordo, e cursos sobre
técnicas necessárias para sua atuação, os candidatos reprovados devem tentar novas oportunidades.
Após as preparações técnicas e o encaminhamento para as entrevistas com as companhias contratantes,
os candidatos aprovados são orientados a regularizar a documentação necessária: passaporte, antece‑dentes
criminais, referências, diplomas e certificados, dando assim, inicio à fase final do processo de
contratação, os quais são direcionados aos exames admissionais, treinamentos, ocupações de cargos e
funções, apresentação das empresas e do serviço a bordo. Essa informação reforça o que Ribeiro (2010;
2011) afirma sobrea necessidade de capacitação desses profissionais.
Na terceira fase das atividades de levantamento de dados buscaram-se depoimentos de indivíduos
que passaram por todo o processo de seleção e contratação dos cruzeiros marítimos e alcançaram suas
posições. Na análise realizada, observou-se o grau de satisfação dos funcionários contratados, os pontos
favoráveis e desfavoráveis na vida a bordo e as pretensões quanto ao seu futuro profissional.
Com base nos dados coletados e por meio da estatística descritiva simples, analisou-se a satisfação dos
funcionários quanto ao trabalho realizado a bordo, onde a Tabela 2 relaciona as condições oferecidas de
trabalho e a Tabela 3 relaciona os fatores emocionais que contribuem para a complexidade da satisfação
no emprego. Os itens de resposta foram expostos em uma Escala de Likert de três pontos.
Tabela 2: Condições de trabalho
Condições de trabalho Ótimo Bom Ruim
Comodidade e conforto 40% 40% 20%
Jornada de trabalho 35% 35% 30%
Assistência de RH 20% 50% 30%
Benefícios 70% 20% 10%
Motivação profissional 65% 25% 10%
Salários 30% 65% 5%
Tratamento pessoal 70% 25% 5%
Fonte: Dados da pesquisa.
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958 Cruzeiros marítimos no Brasil: estudo exploratório sobre a qualificação profissional da tripulação b
Tabela 3: Fatores emocionais que contribuem para a satisfação pessoal
Fatores Emocionais Pouco Razoável Muito
Tempo em alto mar 70% 15% 15%
Distância dos familiares 0% 10% 90%
Abstinência sexual 15% 35% 50%
Desgaste emocional 20% 50% 30%
Trabalho com lazer 15% 25% 60%
Cansaço e Stress 5% 15% 80%
Crescimento profissional 10% 40% 50%
Fonte: Dados da pesquisa.
De acordo com os dados sobre cada indivíduo que ingressa no mercado de trabalho dos cruzeiros
marítimos as vantagens e oportunidades que as condições de trabalho oferecem são propícias à permanência
do mesmo no âmbito do trabalho em questão, ou seja, mesmo com todos os fatores emocionais ligados ao
bem estar e satisfação pessoal do indivíduo, a junção dos dois aspectos resulta na completa satisfação
do mesmo. Quando os aspectos gerais das condições de trabalho (ambiente de trabalho agradável,
remunerações adequadas, acompanhamento interpessoal, motivação profissional e desenvolvimento
pessoal) estão ligados aos fatores emocionais (necessidades básicas atendidas, lazer, relacionamentos
pessoais e sentimentais equilibrados, qualidade de vida e crescimento profissional desejado) podemos
observar que a posição profissional ocupada pelo indivíduo é satisfeita e o mesmo desenvolve com maior
qualidade suas atividades, buscando sempre obter o aperfeiçoamento de suas habilidades e desenvolve
suas tarefas com mais determinação e busca a melhor dos dois aspectos que o liga ao trabalho.
Analisou-se, de forma comparativa, o mercado de trabalho dos cruzeiros marítimos e o mercado
tradicional das grandes organizações. O que difere o mercado de trabalho dos cruzeiros marítimos é
o ritmo de trabalho e o estilo de vida que os funcionários adotam para suas vidas, pois as diretrizes e
tarefas do trabalho em si, e a qualificação da mão de obra necessária são equivalentes nos dois mercados,
sendo que as empresas exigem o mesmo perfil, no entanto, a maneira como os trabalhos são conduzidos
tornam as tarefas, nos cruzeiros, mais atrativas devido ao conjunto que englobam as mesmas, ou seja,
o prazer de se trabalhar em meio ao deslumbre de grandes estruturas modernamente construídas e
decoradas, a comodidade e conforto, as grandes festas, as possibilidades de lazer, relacionamentos,
constantes fluxos de novas amizades, viagens e lugares a se conhecer, possibilidades de novos contatos
profissionais e experiência de vida, em contrapartida os demais fatores como distância dos familiares,
o tempo em alto mar e outros aspectos relacionados ao contrato são remediados pelos salários recebidos
e o baixo custo com despesas.
Usando-se a técnica da enquete com jovens na faixa de 20 a 29 anos de idade e questionados se
pudessem escolher entre a possibilidade de ingressarem em grandes organizações para assumirem cargos
convencionais de supervisores, gerentes e diretores, e recebessem ótimos salários diante da correria
do dia a dia, o stress, trânsito, gerenciamento pessoas e rotinas de escritórios ou a possibilidade de
trabalhar em alto mar, em funções diferenciadas de nível hierárquico mais baixo, com ótimos salários,
com menos desgaste emocional, conhecendo novos lugares e oportunidades o que eles escolheriam. Das
50 pessoas questionadas 50% optaram pelas organizações mantendo o mesmo ritmo de vida cotidiano,
40% optaram em mudar o cenário de trabalho para a conquista de experiência e novas oportunidades
e 10% não possuem uma opinião formada sobre o assunto.
Ainda nesta enquete questionou-se, aos que optaram por trabalhar em cruzeiros, se estariam
dispostos a participar dos cansativos e difíceis processos seletivos, de fazer os cursos preparatórios e de
tentar quantas vezes fosse preciso para alcançar uma vaga de trabalho. Das 20 pessoas que optaram
por trabalhar em cruzeiros marítimos 76% aceitariam se dedicarem a conquista de uma vaga, 20% não
aceitariam se dedicarem e 4% talvez aceitassem dependendo da situação proposta. Esta enquete foi
complementar à pesquisa principal.
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José Alberto Carvalho dos Santos Claro 959
5. Conclusão
O objetivo geral desta pesquisa era analisar o mercado de trabalho nos cruzeiros marítimos e com‑preender
como os profissionais ingressam neste ramo de atividade, identificar as habilidades exigidas e as
competências necessárias para atuação nas diversas funções de entretenimento, hotelaria e atendimento
a bordo. Com o cenário que se vivencia, as empresas procuram criar vantagens competitivas e oferecer
os melhores serviços, a fim de fidelizar o maior número de clientes possíveis e ter um diferencial de seus
concorrentes. O setor de turismo não faz diferente. As empresas de transporte, os hotéis e as agências
de viagens proporcionam hoje as melhores opções de conforto e lazer para todos os tipos de públicos,
com condições de pagamento acessível a uma parte da população.
O turismo marítimo cresce de forma significativa e diante deste avanço tecnológico e do contexto
de hospedagem, atenportaldimento e entretenimento conforme se abordou no decorrer do estudo, as
companhias de cruzeiros marítimos buscam ofertar variadas atividades como shows, bares, cassinos,
danceterias, academias de ginástica, estética, serviços gastronômicos de qualidade, interação social,
entre outras. As opções de pacotes de viagens mobilizam o público alvo, hoje considerado diversificado, a
procurarem a opção de viajar e aproveitar ao máximo o tempo de viagem. Para que esses serviços sejam
realizados com qualidade, as companhias buscam contar com um quadro de funcionários que estejam
capacitados e qualificados para assumirem tais responsabilidades, de forma a agradar ainda mais seu
público. Com esse mercado em expansão, as oportunidades de emprego também crescem, e o número de
vagas anualmente disponibilizado é interessante aos que buscam ingressar neste mercado competitivo.
As companhias de cruzeiros oferecem vagas de trabalho temporários diversificadas, desde auxiliares
de limpeza a diretores de cruzeiros, vagas que instigam pessoas de varias classes sociais que se propõem
a viver um estilo de vida diferenciado na busca de melhores salários e a possibilidade de vivenciar novas
experiências e oportunidades.
Atualmente, o número de profissionais que busca alcançar este tipo de emprego aumenta e, conse‑quentemente,
a concorrência pelas vagas de trabalho. E, por este motivo, as companhias de cruzeiros
tornam os processos seletivos mais difíceis e exigentes.
O primeiro dos objetivos específicos: compreender os aspectos que levavam os candidatos a desejarem
ingressar nesse mercado de trabalho baseado nos dados coletados, fez perceber que o profissional
ingressante neste mercado de trabalho com disposição para enfrentar os longos processos de seleção e
aguardar as chances de realmente atuar profissionalmente neste mercado, investe tempo, dinheiro e
abre mão de empregos tradicionais e staffs hierárquicos para assumir atividades menos estressantes e
que lhe proporcione melhores condições e qualidade de vida. Entretanto, a ilusão do emprego perfeito
se depara com as dificuldades em alcançar tal vaga de trabalho e as imposições que a vaga exige para
que possam assumi-las.
Os outros dois objetivos específicos, que eram Identificar e caracterizar as habilidades e competên‑cias
exigidas pelas empresas responsáveis pela contratação dos profissionais, e levantar os aspectos
relacionados ao perfil profissional, as habilidades e qualificação dos indivíduos que ingressam neste
mercado de trabalho trouxe algumas constatações interessantes.
No que diz respeito às companhias contratantes notou-se que as mesmas criaram parcerias com
agências preparatórias e de treinamento para evitarem selecionar currículos que não estiverem de
acordo com o perfil selecionado, fazendo assim com que o processo de seleção seja mais rápido e de
acordo com suas necessidades.
A análise dos questionários respondidos demonstra que as pessoas buscam alternativas de mudança
pessoal e profissional, e estão a cada dia se aperfeiçoando e desenvolvendo perfis competentes e capazes
de desenvolver habilidades coerentes com as necessidades exigidas pelas empresas contratantes,
adquirindo qualificações profissionais e diferenciando-se dos demais. Considera-se que o mercado de
trabalho em cruzeiros marítimos oferece boa opção àqueles que buscam diferentes rotinas de trabalho,
baixo custo com despesas pessoais e, que pretendem conhecer novos lugares e pessoas, desejam novas
oportunidades e experiências e buscam condições diferenciadas de trabalho com lazer. As companhias
de cruzeiros marítimos oferecem possibilidades de promoções e crescimento profissional, no entanto,
exigem os melhores profissionais e mais competentes no que sabem fazer. Trabalhar em cruzeiros
marítimos é a opção que une a diferenciação, remunerações, trabalho árduo, dedicação, investimento
na educação profissional e competência necessária para desenvolvimento das habilidades pessoais.
Como principal contribuição, este estudo sugere que os candidatos se aprimorem e qualifiquem seus
currículos de acordo com as exigências feitas pelas companhias de cruzeiros marítimos a fim de amplia‑rem
suas possibilidades de conquista da vaga de emprego. Espera-se contribuir para o conhecimento
PASOS. Revista de Turismo y Patrimonio Cultural. 14 N° 4. Julio 2016 ISSN 1695-7121
960 Cruzeiros marítimos no Brasil: estudo exploratório sobre a qualificação profissional da tripulação b
científico sobre o tema, contribuir para o esclarecimento de dúvidas por parte de pessoas que pensam
em atuar neste mercado de trabalho, bem como das empresas participantes do cluster aqui estudado.
A principal limitação deste estudo foi a impossibilidade de acesso às operadoras de navio, que são as
contratantes, para se aprofundar pontos da teoria carentes de esclarecimento e confirmação. Outro
limitador foi a ausência de pesquisas teóricas ou empíricas sobre o tema. A quantidade e qualidade
dos textos encontrados e que possuem relação com o tema é de um número restrito o que exigem mais
estudos sobre o tema para o futuro.
Sugere-se fazer estudos que levem em conta aspectos psicológicos dos tripulantes tais como: engajamento,
comprometimento, satisfação e realização no trabalho, bem-estar e outros pontos que ajudariam a área
de conhecimento a ter mais subsídios para uma melhor atuação, bem como considerar o levantamento
de mais dados através de pesquisa documental nas páginas na internet das agências contratantes.
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Recibido: 11/09/2015
Reenviado: 02/02/2016
Aceptado: 02/02/2016
Sometido a evaluación por pares anónimos